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DI REI TO CI V I L SUCESSÕES

DIREITO CIVIL SUCESSÕES


Período 2008.2
Resumo de: EVILAZIO RIBEIRO
estudosevilazio@gmail.com

DIREITO DAS SUCESSÕES

Elencado no Livro V, da Parte Especial do Código Civil, o Direito das


Sucessões abrange os artigos 1.784 a 2.027. Além do Código Civil, a
própria Constituição Federal, em seu artigo 5.º, inciso XXX, garante o
direito de herança. Também o Código de Processo Civil apresenta regras
com relação a inventários e partilhas (artigos 982 a 1.045 do Código de
Processo Civil).
A abertura da sucessão ocorre com a morte do titular do direito, que
transmite, imediata e automaticamente, a posse e a propriedade dos
bens aos herdeiros. Essa abertura também é chamada delação, e é
informada pelo princípio da saisine.
Sucessão é a transmissão dos bens de uma pessoa para outra, podendo
ser inter vivos ou causa mortis.
Como anunciar aqui?
A sucessão causa mortis também é chamada sucessão hereditária. O
sucessor a título universal (herdeiro) continua, de direito, com a posse do
seu antecessor (artigo 1.207 do Código Civil). Assim, pode fazer uso das
ações possessórias.
A sucessão hereditária dá-se em favor dos sucessores legítimos
VI TRI NE
(previstos na lei) ou testamentários (nomeados pelo testador). O Amor Vence as
O Princípio da Saisine foi acolhido no artigo 1.784 do Código Civil (Le Drogas
Ataíde Lemos
mort saisit le vif A morte transfere a posse ao vivo). R$12,00

Como conseqüência desse princípio, a capacidade para suceder é a


Filosofando a Vida
existente ao tempo da abertura da sucessão, que se regerá conforme a Antonio dos Anjos
R$23,00
lei então vigente (artigo 1.787 do Código Civil).
O herdeiro que sobrevive ao de cujus, ainda que por apenas um instante, CAMI NHOS
recebe a herança e a transmite aos seus sucessores, mesmo se morrer PERCORRI DOS - EU E A
POESI A - POEMAS
no momento seguinte. ALBERT ARAUJO
R$20,00

2. SUCESSÃO HEREDITÁRIA

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2.1. Conceito Histórias de amor e


erotismo
A sucessão hereditária consiste na transmissão de bens de uma pessoa, Gustavo Gollo
R$20,00
em razão de morte, aos sucessores previstos na lei ou nomeados em
testamento. VERTI GEM LUNAR
FERNANDO PELLI SOLI
Com a morte de alguém, dá-se a transmissão de bens, que independe do R$15,00
inventário e da partilha; a posse e o domínio dos bens transferem-se
imediatamente aos sucessores, sem necessidade de qualquer formalidade CORGO DO CAPA ONÇA
TiaoNascimento
(artigo 1.784 do Código Civil). O que existe inicialmente é a denominada R$10,00
posse indireta (direito sobre a posse e o domínio), visto que a posse
direta cabe ao administrador provisório. A entrega efetiva dos bens PÁSSAROS DE FOGO
Marquinhos Leal Livre
ocorre somente após a partilha. Pensador
R$34,00
Os bens transmitidos na sucessão hereditária abrangem tanto os bens
materiais como direitos, obrigações, créditos, débitos etc. Esse acervo TEI A LI TERÁRI A 4 - Os
Narradores do Século
hereditário é chamado herança (conjunto de bens transmissíveis). XX...
Autores diversos
A palavra herança apresenta dois sentidos: genericamente, é o que resta R$12,00
aos herdeiros após o pagamento das dívidas do falecido; juridicamente, é
Pensando em ti I I (
considerada um bem indivisível, por ficção da lei, até que se efetue a Poemas que libertam a
partilha. lib...
Cármen Neves
Quando se fala em pessoa que vem a falecer, está se falando da pessoa R$15,00

natural (ser humano), que tenha nascido com vida, e não da pessoa
Grupo AGUI A -
jurídica. A morte da pessoa natural acarreta a abertura da sucessão, que Antologia 2 0 1 0
MaluNovo
também pode decorrer da ausência; essa, entretanto, num primeiro R$25,00

momento, faz surgir a abertura da sucessão provisória, para, depois de Como anunciar nesta vitrine?
transcorrido o lapso legal, consolidar a sucessão definitiva. Política Editorial Política
de Privacidade Condições
Os sucessores são chamados herdeiros; podem ser pessoas físicas ou de Uso Links Anuncie
jurídicas, existentes na data da abertura da sucessão. Exceções: Ajuda Fale Conosco

resguardam-se os direitos do nascituro que tenha sido concebido antes


da morte;
no caso de fundação (pessoa jurídica criada após a abertura da
sucessão).
Os herdeiros podem ser legítimos (previstos em lei) ou nomeados por
testamento. A lei estabelece uma ordem de preferência aos legítimos,
denominada ordem de vocação hereditária (OVH), que vem expressa no
artigo 1.829 do Código Civil, senão vejamos:
descendentes herdeiros necessários;
ascendentes herdeiros necessários;
cônjuge sobrevivente herdeiro necessário;
colaterais até o quarto grau;
Município, Distrito Federal, ou União (se os bens estiverem localizados
em território, autarquia federal de administração da União) a depender
de onde estiver localizado o bem.
O autor da herança pode nomear um sucessor em testamento (herdeiro
instituído). Esse sucessor, ainda que não faça parte do rol constante do
artigo 1.829 do Código Civil, possui direitos sucessórios a título
universal, se não concorrer com herdeiro necessário; se concorrer, tem
direito à parte ideal. Ao lado do herdeiro instituído, pode ser indicado no
testamento um legatário, que tem direito a título singular; por sucessão
a título singular entende-se a hipótese de o testador mencionar um bem
definido, determinado para ser entregue (legado).

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Há diferenças entre herança e espólio, quais sejam:


Herança é o conjunto de bens, direitos e obrigações deixados por uma
pessoa aos seus sucessores (sentido genérico).
Espólio é a denominação que se dá à herança do ponto de vista
jurídico-formal. Enquanto os bens estão sob inventário, aguardando
partilha, utiliza-se a expressão espólio. O espólio tem capacidade
processual e é representado pelo inventariante; porém, não é pessoa
jurídica considerando-se o Código Civil não o catalogar assim. O espólio
pode, inclusive, transmitir e adquirir bens, com autorização do juiz. A
natureza jurídica do espólio é de universalidade de bens, e não de
pessoa-jurídica.

2.2. Espécies de Sucessão


a) Sucessão legítima
É a modalidade de sucessão decorrente da lei, que obedece à ordem de
vocação hereditária legalmente estabelecida (artigos 1.829 a 1.856 do
Código Civil). Aplica-se na falta de testamento.
b) Sucessão testamentária
Modalidade de sucessão que surge de atos de última vontade, praticados
pelo de cujus para que valham depois de sua morte. Opera-se, em geral,
por meio de testamentos e codicilos (artigos 1.857 a 1.990 do Código
Civil).

2.3. Sucessores
Também chamados herdeiros e legatários, verdadeiras espécies do
gênero sucessor, são os beneficiários da herança, tanto por sucessão
legítima quanto por sucessão testamentária, seja a título universal ou
singular.
2.3.1. Herdeiro legítimo
O herdeiro legítimo pode ser universal, se único herdeiro; ou ter direito à
parte ideal dos bens deixados, se houver mais de um sucessor. Enquanto
não concretizada a partilha, a herança é indivisível (artigo 1.791 do
Código Civil). Com efeito, o Código Civil considera o direito à sucessão
aberta bem imóvel por ficção legal, ainda que todos os bens deixados
sejam bens móveis.
A cessão de direitos hereditários é perfeitamente possível; entretanto, o
sucessor não pode ceder um determinado bem, visto que não paira
direito sobre bens definidos. Por ser considerada bem imóvel por ficção
legal, a cessão deve ser feita por escritura pública (artigos 1.793 a
1.795, do Código Civil).
2.3.2. Herdeiro testamentário
O herdeiro testamentário é aquele indicado no ato de última vontade do
de cujus. Subdivide-se em instituído e legatário. O herdeiro instituído é
herdeiro a título universal; o legatário é herdeiro a título singular, visto
que tem direito a uma coisa certa (legado).
Se o bem deixado ao legatário for infungível, ele adquire seu domínio
desde logo; se fungível, somente após a partilha. Quanto à posse, ele
pode requerer aos herdeiros instituídos quando da abertura da sucessão,
mas esses não são obrigados a entregar antes de se certificarem de que o

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espólio é solvente.

2.3.3. Herdeiro necessário


O herdeiro necessário é aquele que, se e quando existente à época da
sucessão, possui, por lei, direito a uma parte da herança (legítima), que
seria a metade indisponível, ou seja, 50% do patrimônio do morto.
Assim, o de cujus não pode dispor, por testamento, de mais da metade do
seu patrimônio (artigo 1.789 do Código Civil).
Os artigos 1.845 e 1846 do Código Civil mencionam as disposições sobre
os herdeiros necessários, que são os descendentes, os ascendentes e o
cônjuge.

2.3.4. Herdeiro aparente


Herdeiro aparente é aquele que ostenta a qualidade de herdeiro; mas, na
realidade, não o é. Os atos praticados pelo herdeiro aparente são válidos
quando dirigidos a terceiro de boa-fé (artigo 1.817 do Código Civil). O
herdeiro aparente fica obrigado a indenizar os demais herdeiros pelos
prejuízos causados com seus atos.

3. TRANSMISSÃO DA HERANÇA
A transmissão da herança ocorre no momento da abertura da sucessão
(princípio da saisine). Logo após a morte do de cujus, os herdeiros
entram na posse dos bens o inventário e a partilha servem somente
para formalizar a transmissão dos bens, atendendo ao princípio da
continuidade registral. Com relação a alguns bens, não há necessidade de
inventário e partilha.
Com a morte do titular dos bens, portanto, os herdeiros passam ao
domínio e à posse dos bens. A posse direta cabe ao administrador
provisório (artigo 985 do Código de Processo Civil) até que o
inventariante preste o compromisso (artigo 940, parágrafo único, do
Código de Processo Civil).
O administrador provisório é aquele que, de fato, estava na posse dos
bens no momento do falecimento do de cujus. Aberto o inventário, a
posse direta passa ao inventariante (que pode ser quem está na posse
provisória, um dos herdeiros ou até um terceiro).
O inventário deve ser feito no foro do domicílio do autor da herança,
ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Se o autor da herança
não possuía domicílio certo, será considerado o local da situação dos
bens; e se além da falta de domicílio, o de cujus possuía bens em lugares
diferentes, será considerado o lugar do óbito (artigo 96 do Código de
Processo Civil).
A capacidade para suceder regula-se pela lei vigente à data da abertura
da sucessão (artigo 1.787 do Código Civil). São capazes, para suceder, as
pessoas previstas na lei ou no testamento, podendo ser pessoa natural
ou jurídica.
Os direitos do nascituro estão assegurados nos artigos 2.º e 1.798 do
Código Civil, que o tornam capaz para suceder. À prole eventual (futuro
filho de alguém denominado pelo testador) é garantido o direito de
sucessão (artigo 1.799, inciso I, do Código Civil).

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A comoriência, de acordo com o artigo 8.º do Código Civil, ocorre quando


dois ou mais indivíduos falecem na mesma ocasião, sem que seja possível
determinar se um precedeu ao outro. Nesse caso, não herdam entre si, e
sim cada qual transmite sua herança aos seus sucessores.

4. ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DA HERANÇA


A herança é uma universalidade; é o conjunto de bens deixado pelo
morto. Diferencia-se do legado, por deixar um bem certo e determinado.
Esse conjunto de bens, ou ainda o bem determinado deixado como
legado, podem ser aceitos ou renunciados, desde que em sua totalidade.

4.1. Aceitação da Herança


A aceitação é apenas a confirmação da transferência dos bens, feita pela
lei (saisine). Pode acontecer das seguintes formas:
expressa: quando o herdeiro declara que aceita os bens;
tácita: quando o herdeiro comporta-se de modo a deduzir que aceitou a
herança;
presumida: o interessado em que o herdeiro declare a aceitação da
herança pode requerer ao juiz que fixe prazo para que o herdeiro se
manifeste. Se o herdeiro não se manifestar dentro do prazo judicial,
presume-se a aceitação ou a adição.
A natureza jurídica da aceitação é de negócio jurídico unilateral,
incondicional e indivisível.
É unilateral, pois se aperfeiçoou com uma única manifestação de
vontade.
É incondicional, porque não se pode aceitar ou renunciar a uma herança
sob condições (artigo 1.808 do Código Civil).
É indivisível, pois não se pode aceitar a herança em parte; o mesmo
cabendo ser dito com relação à renúncia. Mas, se testado ao herdeiro um
legado, é possível a aceitação desse e a renúncia da herança, e
vice-versa (artigo 1.808, § 1.º, do Código Civil).
Por fim, ressalte-se que o eminente Des. Carlos Roberto Gonçalves, em
sua obra, determina ser a aceitação negócio jurídico não-receptício ,
porque independe de comunicação a outrem para a produção dos seus
efeitos.
A aceitação pode ser retratada, desde que não prejudique os direitos dos
credores.
O herdeiro não responde pelas dívidas do morto, que superem a força da
herança. Em razão desta disposição, inserida inclusive no texto
constitucional, extinguiu-se a denominada aceitação a benefício do
inventário, uma vez que, legalmente, hoje todas as heranças aceitas não
implicam prejuízos maiores que o valor os bens recebidos pelos
herdeiros.

4.2. Exclusão do Direito à Herança


Em alguns casos, seja por disposição da lei, seja por conta do testador ou
até mesmo pela vontade do herdeiro, algumas pessoas são afastadas do
direito à herança.

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4.2.1. Exclusão voluntária


A exclusão voluntária ocorre por vontade do herdeiro, que renuncia à
herança expressamente (artigo 1.805 do Código Civil).

4.2.2. Exclusão por determinação legal


Conforme o artigo 1.814 do Código Civil, a lei prevê a exclusão de certas
pessoas ao direito à herança e descreve hipóteses em que o herdeiro
será afastado por indignidade. Em relação ao indigno, cumpre ressaltar
que se trata de resquício da denominada morte civil, seus herdeiros
recebem a herança como se o indigno morto fosse, e este fica privado de
administrar os bens recebidos por seus herdeiros.

4.2.3. Exclusão testamentária


O testador pode excluir o sucessor, desde que seja herdeiro necessário
(ascendente ou descendente) do direito à herança, por meio do instituto
denominado deserdação, em razão de fatos não tão graves quanto os de
indignidade, mas que ofenderam o testador, assim dispostos nos artigo
1.961 e seguintes do Código Civil. Assim como a indignidade, a
deserdação depende de ação para produzir os seus efeitos, ação esta a
ser proposta pelos demais herdeiros.

4.3. Renúncia da Herança


Renunciar é manifestar a vontade de não figurar no rol de herdeiros.
A renúncia retroage à data da abertura da herança (morte do de cujus),
considerando-se o renunciante como se nunca tivesse existido.
A renúncia deve ser expressa e solene. Faz-se por escritura pública ou
por termo nos autos, não se admitindo renúncia tácita. A renúncia,
ainda, não pode ser condicional, parcial ou a termo. É possível, todavia,
renúncia da herança e aceitação do legado, ou vice-versa; entretanto,
numa ou noutra situação, deve ser feita na totalidade da herança ou do
legado.
Sendo o herdeiro casado, a doutrina diverge quanto à necessidade da
outorga uxória para renúncia da herança. Para uma primeira posição,
entende a outorga ser necessária, tendo em vista tratar-se de bem
imóvel, segundo o artigo 80, inciso II, do Código Civil (majoritária). Para
outros, não há necessidade da outorga, pois não se trata de alienação
de bens.
O direito à sucessão aberta é considerado bem imóvel (artigo 80, inciso
II, do Código Civil), independentemente dos bens que componham a
herança.

4.3.1. Espécies de renúncia


São as seguintes as espécies de renúncia:
Abdicativa ou propriamente dita: quando manifestada antes da prática
de qualquer ato que signifique aceitação tácita. Essa renúncia deve ser
pura e simples, feita em benefício do monte. Assim, com a renúncia, os
bens serão repartidos entre os demais herdeiros. Nessa modalidade de
renúncia, recolhe-se apenas o imposto causa mortis.

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Translativa (cessão ou desistência): o renunciante indica a pessoa em


favor de quem pratica o ato. Dessa forma, há uma aceitação seguida de
doação. Portanto, incidem dois impostos de transmissão, um causa mortis
e outro inter vivos. Considerando-se o artigo 1.647 do Código Civil, que
prescreve que os bens imóveis só podem ser alienados após outorga
uxória, parte majoritária da doutrina entende ser essa necessária para a
renúncia translativa. Outra corrente entende dispensável, pois renúncia
não é alienação, conforme exprime o próprio artigo 1.647.
O herdeiro só poderá renunciar se o seu ato não prejudicar eventuais
credores. Não produz efeitos a renúncia à herança, feita até dois anos
antes da decretação da quebra (artigo 52, inciso I, do Decreto-lei n.
7.661/45).

4.3.2. Efeitos da renúncia


São os seguintes os efeitos da renúncia:
exclusão, da sucessão, do herdeiro-renunciante;
retroação da renúncia à data da abertura da sucessão;
acréscimo na cota dos herdeiros legítimos da mesma classe (artigo
1.810 do Código Civil);
impossibilidade da sucessão por direito de representação (artigo 1.811
do Código Civil).
Se todos os herdeiros de uma mesma classe renunciarem, os da classe
seguinte herdarão por direito próprio (por cabeça) e não por
representação (por estirpe) porque o renunciante é considerado como
se nunca tivesse existido.
É retratável a renúncia quando proveniente de erro, dolo ou violência
(artigo 1.812 do Código Civil). Na verdade não se trata de retratação,
mas sim de anulação do ato.
4.3.3. Renúncia própria
A renúncia de que trata o Código Civil, em seus artigos 1.805 e
seguintes é a renúncia pura e simples, sem termo, condição ou prazo, e
não parcial. É a declaração expressa do herdeiro de que não quer a
herança.
O quinhão do herdeiro-renunciante volta ao monte mor, para ser dividido
entre os demais herdeiros, da mesma classe ou da classe subseqüente.
Não há sucessão por representação do herdeiro-renunciante (artigo
1.811 do Código Civil).
Se o herdeiro-renunciante tem credores, poderá, mesmo assim,
renunciar à deixa; entretanto, a lei faculta ao credor habilitar-se no lugar
desse herdeiro, para receber seu crédito (artigo 1.813 do Código Civil).

4.3.4. Renúncia imprópria


A renúncia imprópria não é uma renúncia verdadeira. A renúncia
imprópria implica dois atos: a aceitação da herança e a transmissão
dessa, por cessão de direitos, a outrem.
A renúncia deve ser expressa, feita por escritura pública ou termo nos
autos. A renúncia imprópria também é chamada translativa ou in
favorem.

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RENÚNCIA PRÓPRIA
RENÚNCIA IMPRÓPRIA
Dispensa-se a outorga uxória É necessária a outorga uxória
Incide o imposto causa mortis (40% ao Estado sobre bens imóveis) Incide
o imposto causa mortis e o ITBI (esse somente sobre bens imóveis)

5. HERANÇA JACENTE
De acordo com os artigo 1.819 e seguintes, herança jacente é aquela
para a qual não aparecem herdeiros, sejam legítimos ou testamentários,
ou, ainda que existentes, são excluídos da herança (deserdação,
indignidade).
Publicados os editais, e não comparecendo nenhum herdeiro no prazo de
um ano, a partir do primeiro edital, a herança passa de jacente para
vacante.
A herança vacante, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, passa
ao Município onde se situa o bem, ou ao Distrito Federal, ou ainda à
União, caso o bem esteja em Território não dividido em municípios.

5.1. Procedimento de Arrecadação


O parágrafo único do artigo 1.822 do Código Civil está em consonância
com o artigo 1.158 do Código de Processo Civil.
O Código de Processo Civil, artigos 1.142 a 1.158, aborda o procedimento
para a arrecadação de bens da herança jacente. Aparecendo algum
herdeiro, converte-se em inventário.
O herdeiro, reconhecido depois da sentença declaratória da vacância,
deve ingressar com ação direta reivindicando bens (petição de herança);
porém, somente poderá fazê-lo se aparecer até cinco anos após a
abertura da sucessão.

6. SUCESSÃO DO AUSENTE

6.1. Conceito
De acordo com o Código Civil, o ausente é pessoa que está em local
incerto e não sabido, não tendo deixado procurador para administrar os
seus bens. A proteção do ausente tem caráter patrimonial, não
objetivando resguardar sua pessoa.
Ao ausente é nomeado um curador (artigo 1.160 do Código de Processo
Civil).
Qualquer interessado (cônjuges, herdeiros, credores) e o Ministério
Público podem pedir a nomeação do curador. Suas obrigações abrangem
os atos de administrar os bens, arrolando-os, arrecadando-os e vendendo
os móveis de fácil depreciação, recolhendo os valores, representando o
ausente em Juízo e fora dele.
O curador deve ser remunerado com base em porcentagem da renda
líquida anual do ausente, não podendo superar 10%. O curador responde
pelos prejuízos causados, por ação ou omissão, culposa ou dolosa.

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6.2. Partilha dos Bens do Ausente


O juiz mandará arrecadar os bens do ausente, nomeando-lhe curador.
Serão publicados editais, durante um ano, anunciando a arrecadação e
chamando o ausente para entrar na posse de seus bens.
Após um ano da publicação do 1.º edital, sem que o ausente tenha se
manifestado, poderão os interessados requerer a abertura da sucessão
provisória, com a citação pessoal dos herdeiros presentes e do curador e,
por editais, a dos ausentes, para oferecerem artigos de habilitação.
A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória produzirá
efeito seis meses após sua publicação. Mas logo que passe em julgado,
abre-se o testamento (se houver) e procede-se ao inventário e à partilha
dos bens do ausente, como se esse houvesse falecido.
Se, dentro de 30 dias, não comparecer interessado ou herdeiro, que
requeira o inventário, a herança será considerada jacente.
6.3. Efeitos da Partilha em Relação aos Sucessores Provisórios
Os sucessores provisórios não podem alienar os bens do ausente, pois
têm o dever de conservá-los. Somente os frutos são alienáveis.
Os bens imóveis, excluindo-se os casos de desapropriação, dependem de
ordem do juiz para serem alienados, exigindo-se ainda que estejam em
estado de ruínas ou que possam ser convertidos em títulos da dívida
pública.
Os sucessores deverão garantir a restituição dos bens recebidos,
mediante caução (artigo 1.166 do Código de Processo Civil), penhor ou
hipoteca equivalente aos quinhões respectivos. O herdeiro será excluído
da sucessão provisória, caso não possa dar a garantia necessária. O
excluído pode receber a metade dos frutos do quinhão que lhe caberia,
desde que prove a falta de meios (artigos 30 e 34 do Código Civil).
Os frutos pertencem aos sucessores provisórios, quando forem
descendente, ascendente ou cônjuge do ausente. Os demais sucessores
deverão capitalizar a metade desses frutos e prestar contas anuais ao
juiz competente (artigo 33 do Código Civil).

6.4. Efeitos da Abertura da Sucessão Provisória em Relação a Terceiros


não-Herdeiros
Os efeitos da abertura da sucessão provisória em relação a terceiros
não-herdeiros são:
o pagamento do imposto causa mortis ao Fisco;
transmissão do direito à sucessão provisória aos herdeiros dos
sucessores, em caso de morte destes;
possibilidade dos legados serem exigidos dos herdeiros;
extinção dos vínculos patrimoniais personalíssimos existentes em favor
do ausente (usufruto);
impossibilidade dos herdeiros provisórios intentarem ações para
redução de doações inoficiosas, feitas em vida pelo ausente.
Na partilha, os imóveis serão confiados, em sua integridade, aos
sucessores provisórios mais idôneos (artigo 31 do Código Civil).
Para Carvalho Santos, todavia, não é possível a cessão de quinhão
hereditário após a abertura de sucessão provisória.

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6.5. Da Sucessão Provisória à Definitiva


Os sucessores provisórios, uma vez empossados nos bens da herança,
passam a representá-la ativa e passivamente, contra eles correndo as
ações relativas ao ausente (artigo 32 do Código Civil). Podem, até
mesmo, propor ações em defesa dos bens adquiridos.
Caso um dos sucessores, na defesa de seus interesses, litigue contra o
ausente, o juiz deverá providenciar a nomeação de curador especial para
defender os interesses desse último.
Se, durante o período de sucessão provisória, ficar provado o momento
do falecimento do ausente, será essa data a da transmissão dos bens
(artigo 31 do Código Civil). Não se sabendo o exato momento da morte
do ausente, serão considerados herdeiros os existentes no momento da
abertura da sucessão provisória, conforme entendimento de Pontes de
Miranda.
Caso o ausente apareça, cessam, imediatamente, as vantagens dos
sucessores provisórios, ficando esses obrigados a restituir àquele os bens
recebidos (artigo 36 do Código Civil).
Extingue-se a sucessão provisória, com:
a certeza da morte do ausente (artigo 1.167, inciso I, do Código de
Processo Civil);
o reaparecimento do ausente, do seu procurador ou de quem o
pretenda;
o decurso de dez anos, transformando-se em sucessão definitiva (artigo
1.167, inciso II, do Código de Processo Civil);
quando o ausente tiver 80 anos de idade na data do desaparecimento
de seu domicílio, e tiver decorrido cinco anos de suas últimas notícias
(artigo 1.167, inciso III, do Código de Processo Civil).

As custas e despesas judiciais, com o reaparecimento do ausente,


correrão por conta deste, pelo fato de ter sido o causador do processo de
sucessão provisória.

6.6. Sucessão Definitiva


Após dez anos do trânsito em julgado da sentença declaratória da
sucessão provisória, os interessados poderão requerer a sucessão
definitiva (artigo 1.167, inciso II, do Código de Processo Civil, que reduz
o prazo previsto no artigo 37 do Código Civil).
Com a sucessão definitiva, os herdeiros tornam-se proprietários dos
bens; porém, seu domínio é resolúvel extingue-se, se reaparecer o
ausente dentro dos dez anos seguintes. Ocorrida a sucessão definitiva, os
herdeiros têm direito de levantar as cauções anteriormente oferecidas.
Por fim, observa-se que a necessidade da sucessão definitiva ocorre para
garantir o princípio da livre circulação de bens.
Os legitimados para sucessão definitiva são os mesmos da sucessão
provisória, podendo os interessados, conforme anterior explicação,
levantar as cauções prestadas.
Resumindo:
os herdeiros tornam-se proprietários resolúveis dos bens da herança;

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os herdeiros adquirem os frutos dos bens e os seus rendimentos;


os herdeiros, além de poderem alienar, gratuita ou onerosamente, os
bens da herança, podem até mesmo gravá-los;
os herdeiros podem levantar cauções anteriormente prestadas;
os herdeiros podem intentar ações próprias contra terceiros, inclusive
no que diz respeito a doações inoficiosas do ausente em vida;
ocorre a efetiva divisão dos bens do ausente.

6.7. Regresso do Ausente


Caso o ausente reapareça no prazo de dez anos após a abertura da
sucessão definitiva, terá direito a receber, no estado em que se
encontrem, os bens existentes ou os sub-rogados, ou ainda o preço
recebido pelo sucessor, desde que prove que os bens são realmente
sub-rogados e que o dinheiro encontrado em mãos do sucessor
corresponde ao preço justo.
São aplicados ao tema os seguintes princípios:
os atos praticados pelos sucessores são válidos;
o sucessor não pode enriquecer às custas do ausente;
o ausente não tem direito aos frutos percebidos no período da ausência.

6.8. A Ausência no Direito de Família


A declaração de ausência, ainda que definitiva, não autoriza novo
casamento do outro cônjuge. A ausência pode, todavia, ensejar o
divórcio, e por via oblíqua dissolver-se a sociedade conjugal.
De acordo com o artigo 484 do Código Civil de 1916, se o cônjuge do
ausente tiver falecido ou for impedido de exercer o pátrio poder, os filhos
serão considerados como se órfãos fossem, ficando sob tutela.

7. REPRESENTAÇÃO

No caso de premoriência, pode haver representação (artigo 1.844 do


Código Civil). Essa somente existe na linha de descendentes, e não na de
ascendentes.
Não há representação na sucessão testamentária, ou seja, os herdeiros
do instituído ou do legatário não podem representá-los no caso de
premoriência.

Este resumo destina-se ao aprendizado do aluno EVILAZIO RIBEIRO. O


conteúdo reflete o pensamento do mesmo, mas, quase sempre, com cópia
ipsis litteris de um determinado autor. Assim, este resumo não pretende
ser original, muito menos se destina à publicação, dirigida de forma a
facilitar o acompanhamento em sala de aula, com a conseqüente
compreensão dos temas pelo aluno. Imprescindível, portanto, a aquisição
de livros e obras clássicas para o aprofundamento do tema.

e v ila z ior ib e ir o

Publicado no Recanto das Letras em 25/08/2008


Código do texto: T1145020

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Com e n t á r ios

04/01/2010 14:47 - izadiniz

Grandiosa contribuição, conseguiu reunir e explicar várias dúvidas,ajudar é sempre


bom, continue assim, parabéns!

13/09/2009 11:00 - Ant onio J.J. V ent urin

Bem, entendo ser uma obra intelectual, por isto dotada de direitos autorais, mas,
nem para estudo se consegue copiar, para impressão posterior. Acontece, que se
pretendo retirar do vídeo, para não forçar os olhos, com a leitura, não posso, não
consigo, pois o direito do autor precisar ser preservado, ok! Mas não é um pouco de
preciosismo, esta história de permissão para copiar para estudo? O seu documento é
legal, importante, mas...não merece tanto. Desculpe, mas as palavras são públicas.
Isto não é uma música, um poema, uma poesia, e sobre sucessões, já foi escrito,
exposto, visto, e reescrito, só que de maneira diferente. O assunto é o mesmo. Valeu
doutor pela consultoria.

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