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ALAE – ASSOCIAÇÃO LATINO AMEIRCANA DE ENSINO

FAUPE – FACULDADES UNIDAS DE PERNAMBUCO


ARQUITETURA E URNAISMO

INTERVENÇÕES NOS CENTROS URBANOS /


A INVENÇÃO DO PATRIMÔNIO URBANO

Agosto, 2010.
INTERVENÇÕES NOS CENTROS URBANOS

VARGAS, Heliana Comin. CASTILHO, Ana Luisa Howard de.


Intervenções em Centros Urbanos: Objetivos, Estratégias e Resultados

Com a expansão das áreas urbanas a noção de centro urbano como o lugar mais

dinâmico da cidade vem se apagando devido ao surgimento de vários subcentros “mais

modernos”. Com isso, os centros urbanos vão sendo deixados de lado e

conseqüentemente se deteriorando.

Recuperar os centros das grandes metrópoles não é apenas melhorar a imagem

das cidades e perpetuar sua historia, é também promover a reutilização dos edifícios,

otimizar o uso da infra-estrutura, gerar novos empregos para dinamizar a economia e

contribuir para uma melhoria na qualidade de vida.

Após a Segunda Guerra Mundial, acentuou-se a discussão relativa à vida e às

atividades nos núcleos urbanos. Nesse contexto, baseando-se na literatura, é possível

dividir os processos de intervenção em centros urbanos em três fases:

1) Renovação Urbana (1950 – 1970): tem preferência pelo novo, sua filosofia

era demolir e construir em prol da renovação. Essas ações coincidiam com os

interresses tanto das elites que as idealizaram quanto daqueles que a patrocinavam. O

grande objetivo dessa época era eliminar o congestionamento das áreas centrais, com a

criação de largas vias, estacionamentos, o novo centro deveria trazer a natureza de volta

entre os edifícios, as industrias e armazéns cederia lugar à torres de escritórios, bancos,

hotéis, lojas. Nos Estados Unidos, por exemplo, a renovação urbana alcançou grandes

proporções. Já na Europa, a relação destes centros com a cultura impediu as destruições

em larga escala, com exceção daquelas causadas pela guerra. O espaço público passou a

ser super valorizado. Em conseqüência, a renovação européia se restringiu a solucionar


problemas, para a reconstrução do pós-guerra. Este processo teve caráter

segregacionista, contribuindo para a expulsão dos moradores originais e sua substituição

pela elite, dando início ao enobrecimento das áreas degradadas.

2) Preservação Urbana (1970 – 1990): consista em uma negação do movimento

anterior. Priorizava os edifícios históricos nos projetos de reestruturação das áreas

centrais, contemplando o comércio e os serviços tradicionais então existentes. A

preservação e a restauração dos edifícios históricos se traduziam na busca, pelas elites,

de um novo espaço que simbolizasse status e fosse diferenciado. Os projetos de

intervenção se aproximavam da versão européia, que consistia em recuperar os espaços

degradados. Para tanto, introduziam, nas estruturas antigas, novos usos, ligados às

atividades de cultura e lazer. A legitimação destas ações se deu por meio do

envolvimento da comunidade, além de parcerias entre o setor público e privado. A

preservação patrimonial foi coadjuvante no processo. Portanto, para garantir a atração

dos usuários para o centro foram estabelecidos:

1) a intervenção por projetos arquitetônicos (empreendimentos);

2) políticas públicas; e

3) programas de gestão compartilhada.

3) Reinvenção Urbana (1980 – 2000): o desenvolvimento da comunicação,

especialmente da propaganda, fez com que a cidade passasse, de local de produção, a

ponto de consumo, como uma mercadoria. Desta forma, o capital imobiliário se une ao

poder público na aplicação do planejamento de mercado, introduzindo técnicas de

planejamento estratégico associadas ao marketing urbano. A reinvenção urbana busca

valorizar, recuperar as bases econômicas da cidade, por meio da união entre o setor

público e o privado, além dos empreendedores imobiliários, para gerar empregos e

renda. Os projetos passam a incidir também fora dos centros urbanos, com a diferença
de que nestes as intervenções se limitam a restaurar, ao passo que em outros pontos são

implementadas inovações. Neste contexto, têm-se uma mudança na ordem de escala dos

projetos, privilegiando intervenções de maior porte, capazes de conferir projeção aos

centros urbanos, atraindo investimentos e promovendo politicamente os seus

administradores (governantes).

A INVENÇÃO DO PATRIMÔNIO URBANO

CHOAY, Françoise. A Alegoria do Patrimônio – cap. V (A Invenção do


Patrimônio Urbano)

Na França, a maioria dos que defendiam a preservação do patrimônio histórico

também davam força para a modernização das cidades antigas e seu desenho urbano. As

antigas construções desmoronavam para dar lugar a novas habitações dignas do homem.

Tanto Haussman, assim como Gautier e para o grupo do povo Frances da época, a

cidade não existe como objeto patrimonial autônomo. “Os velhos quarteirões, ele só os

vê como obstáculos à salubridade, ao transito, à contemplação dos monumentos do

passado, que é preciso desobstruir”. Mas claro que a maioria dos românticos franceses

se traumatizaram com os “alargadores” vendo com nostalgia o desaparecimento dos

antigas cidades de que celebravam encanto e beleza.

A noção de patrimônio urbano histórico, acompanhada de um projeto de

Haussmann, mas na Grã-Bretanha sob a lógica de Ruskin. A demora para se inserir o

espaço urbano num aspecto histórico foi causada tanto pela sua escala, sua

complexidade tanto pela ausência (antes do século XIX) de documentos cartográficos e


cadastros confiáveis. Já hoje, se observa um florescimento de trabalhos sobre a

morfologia das cidades pré-industriais e das aglomerações da era industrial.

A cidade antiga passou a ser objeto de estudo e investigação devido a rápida

transformação do espaço urbano motivada pela revolução industrial: “perturbação

traumática do meio tradicional, emergência de outras escalas viárias e parcelares”. No

entanto, contrapor as cidades do passado à cidade do presente não significa querer

conservar as primeiras.

A noção de patrimônio urbano histórico é resultado de uma dialética entre a

historia e a historicidade, que se processa entre três figuras: memorial, histórica e

historial.

1. Figura memorial: Surge na Inglaterra, através de Ruskin, na época das

grandes obras de Paris, alertando a população contra as intervenções da

cidade. Para a ele, a antiga malha original é a essência da cidade e deve ser

protegido incondicionalmente. Dá grande valor a arquitetura doméstica. A

cidade antiga desempenhava o papel de monumento histórico.

2. Figura histórica:

a. Papel Propedêutico (Introdutório): Encontra-se na obra de Camillo

Sitte, onde a cidade histórica aparece como pertencente ao passado e

toda urbanização que transforma a cidade contemporânea e vista de

forma positiva. A cidade antiga obsoleta pelo florescer da cidade

industrial. Essa teoria difere da lógica de Ruskin e de Haussman.

Sitte não prega sobre a preservação dos centros antigos, ele só

manifesta a preocupação de “salvar”, se ainda houver tempo, as

velhas cidades da destruição que as ameaça.


b. Papel Museal: A cidade antiga, como figura museal, ameaçada de

desaparecimento, é concebida como objeto raro, frágil, precioso para

a arte e para a historia e que, como as obras conservadas nos museus,

deve ser colocada fora do circuito da vida. Tornando-se histórica, ele

perde sua historicidade.

3. Figura historial: Pode ser vista como a síntese e superação das duas

anteriores. Surgiu através da obra de G. Giovannoni, que atribui um valor de

uso e um valor museal na cidade pré-indsutrial. A cidade, com toda sua

historia, constitui um monumento em si, mas acima de tudo ela ainda é um

tecido vivo e em constante transformação. Giovanonni funda uma doutrina

de conservação e restauração do patrimônio urbano, pode resumi-la em três

grandes princípios:

a. Todo fragmento urbano antigo deve ser integrado num plano diretor;

b. O entorno do monumento mantém com ele uma relação essencial;

c. E os antigos conjuntos urbanos exigem procedimentos de preservação

e de restauração parecidos aos que foram definidos por Boito para os

monumentos.

A visão de patrimônio urbano histórico pregado de Giovannoni tem um duplo

papel: o da modernização vista como algo positiva de Sitte e o da proteção e valorização

da malha urbana antiga (valorização negada por Sitte e Viollet-le-duc). Desde que

recebam o uso adequado e compatível a sua morfologia, os antigos centros ganham dois

novos privilégios: tanto portadoras de valores artísticos e históricos como a invenção de

novos valores espaciais. Admite-se uma margem de intervenção limitada pelo respeito

ao contexto do ambiente, esse espírito dos lugares.

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