junho/julho 2003 16
TÉCNICAS DE OFICINA
Transmissão VW
013 (final)
Num sistema de transmissão longitudinal, o
ajuste do pinhão e da coroa é da maior importância
para a vida útil do conjunto e o reduzido nível
de ruídos. Isso é garantido pela precisão de
usinagem do conjunto e ajuste de posicionamento
dos componentes no melhor ponto de
engrenamento, determinado durante a montagem
do pinhão e da coroa e pela folga entre
dentes do par de engrenagens
a edição 202, vimos que o
N
conjunto coroa e pinhão de
um sistema de transmissão
longitudinal de tração dian-
teira, além de última relação
de transmissão antes do
torque ser conduzido até as rodas,
faz a conversão do fluxo de força,
de longitudinal para transversal. A
transformação é feita pelo sistema
de engrenamento cônico deste me-
canismo de transmissão de forças.
Este sistema se caracteriza por ser
uma transmissão angular, cujos
centros dos eixos do pinhão e da co-
roa não se cruzam, formando dois
planos de engrenamento, daí o ter-
mo hipoidal de engrenamento.
Vimos, ainda, que, em razão des-
ta construção, o par cônico hipóide
possui maior área de contato entre
os dentes e maior número de dentes
engrenados para um mesmo ponto
tangencial entre os dois componen-
tes. Para atender a esses requisitos, a
Volkswagen adotou um sistema de
ajuste de posicionamento do pinhão
e da coroa, usando calços de espes-
suras variáveis que trabalham atrás
dos rolamentos de posicionamento
de cada componente e garantem as
medidas de trabalho desejadas, a
manutenção da folga ideal de ajuste
da coroa e do pinhão e a respectiva
carga de trabalho. Essas arruelas, de
espessuras variáveis, são conheci-
das como calço S1 (calço de ajuste
posicionado no rolamento que tra-
balha do lado da coroa), calço S2
(calço de ajuste posicionado no ro-
lamento do lado oposto a coroa) e
junho/julho 2003 5
Ajustagem do conjunto pinhão e coroa O fator lambda é determinado pelo coeficiente Lógica de funcionamento do SFS
obtido, relacionando a relação estequiométrica real
com a teórica. Quando essa relação é igual (ou seja,
o coeficiente lambda é = 1), obtêm-se boa conversão
de energia com mínimas emissões. O sensor de oxi-
Mudança do comb.
(e portanto da
estequiometria)
gênio conhecido como lambda, instalado no siste- Comparação das
Calcula a Cálculo da quantidades de
ma de escape, tem a função de informar a unidade quantidade de quantidade de combustível:
de comando o estado da combustão pela presença combustível combustível
necessária para necessária NOVA
de oxigênio nos gases de escape. para a
mistura correta: vs
A mistura rica (falta de oxigênio) é sinalizada mcomb/mar = esteq correção
com um sinal de tensão, que varia entre 600 e 850 Detecção ANTIGA
milivolt, enquanto um sinal pobre (excesso de oxi- da mistura
incorreta
gênio) se apresenta entre 30 e 100 milivolt. A partir
combustível
% Álcool no
deste sinal, calcula-se o coeficiente que será utili- Determinação do novo combustível:
S1 -
S2 -
Calço de ajustagem lado da coroa
Calço de ajustagem lado oposto ao da coroa zado pela unidade de comando para corrigir o vo-
reconhecimento pela unidade de comando
das novas caract. do novo combustível
S3 -Calço de ajustagem do pinhão lume de combustível a ser injetado e manter o Correção necessária
R - Medida teórica da posição do pinhão (R = 50,70 mm)
r - Desvio em relação a medida teórica “R” (o desvio “r” é sistema com a relação estequiométrica correta.
sempre indicado na lateral da coroa através de dois dígitos. O álcool tem características antidetonantes será obtida após a passagem do décimo quarto
Uma gravação 48 significa que o desvio r = 0,48 mm) Qar
superiores as da gasolina. Por isso, utiliza-se um dente, daí a importância do sincronismo.
Qcomb =
O desvio de r em relação a posição teórica R é medido durante
a fabricação e gravado na lateral externa da coroa. O pinhão e
A/Festeq. avanço diferente daquele necessário quando o Cada vez que pas-
a coroa somente devem ser substituídos em conjunto combustível é a gasolina. A diferença entre os ma- sa um dente à
Tinjmédio = Qcomb x Ganho x (1 ± KO2médio) pas de base dos dois combustíveis é colocada na frente do sensor é
induzida uma ten-
calibração. Essa tabela vem somada ao avanço
Sensor de são. O tempo de
Sendo que: base, ponderada pelo resultado do SFS, em fun- fase G40 duração desta, de-
calço S3 (que define a posição de tra- segura do veículo. Quando uma roda das engrenagens planetárias, que Qcomb = massa de combustível ção da proporção de álcool na mistura. Para aten-
pende do tama-
balho do pinhão). passa por uma depressão, por exem- são solidárias às semi-árvores. Qar = massa de ar der a essas necessidades, o microprocessador e nho do dente que
O diferencial plo, deve girar mais rápido do que a Coroa
Carcaça A/F = Relação estequiométrica (ar/combustível) diversos componentes de hardware foram modi- está passando pelo
do dife- sensor
Sabemos que quando um veícu- que trafega na pista plana. Situações Semi-árvore
Tinjmédio = Tempo de injeção médio ficados, configurando um sistema de maior capa-
rencial
lo descreve uma curva, as rodas do como esta e de curvas, exigem com- KO2 = Fator lambda cidade com 80 pinos. Quando a unidade de comando recebe, ao mes-
lado de dentro percorrem uma traje- portamentos diferentes do sistema de Novos sensores – Na edição anterior deste jornal, mo tempo, uma tensão do sensor de fase (G 40) e
tória menor do que as do lado de transmissão. Isso é proporcionado Transformando o valor do A/F estequiomé- vimos que, com a eliminação do distribuidor, foi o sinal de referên-
fora. Se as rodas motrizes estives- pelo diferencial. trico em uma variável e vinculando a sua corre- necessário adotar uma nova sistemática para iden- cia do sensor de
sem solidárias ao eixo da coroa, te- ção ao valor do desvio da sonda lambda (KO2), tificar rotação do motor e as fases de ignição para rotação (G 28 - fa-
riam de girar na mesma velocidade, Engrenagens planetárias pode-se chegar ao valor correto de A/F para uma cada cilindro. Para isso, o retentor da flange trasei- lha de dois den-
o que, certamente, levaria a roda in- Deslocamento do veículo em linha reta dada mistura. O problema do grande desvio no ra passou a ter um sensor de rotação Hall G28 se- tes), significa que
terna da curva a patinar sobre o piso KO2 nas transições gasolina/álcool e vice-versa é melhante ao utilizado nas versões do motor EA 111. a árvore de mani-
para compensar a diferença de traje- Ao trafegar por uma curva, resolvido utilizando a atualização por etapas, to- velas está no final
Sensor Hall
to. É aí que entra o diferencial. quando a engrenagem planetária in- das as vezes em que o nível de KO2 médio atinge do ciclo de com-
terna à curva gira mais lento que a determinado valor. Sinal do pressão do primei-
A coroa com os planetários e satélites
Deslocamento do veículo em linha reta coroa, proporcionalmente, a engre- sensor G28 ro cilindro. Esse é o
gira mais lentamente que o pinhão Qar Qar Qar Flange
nagem planetária tenderá a girar Qcomb = = = parâmetro básico
Quando o veículo segue em linha mais rapidamente. A/Festeq. A/Festeq. x K A/Fmistura para que a unidade determine o tempo e o mo-
reta, numa pista plana, as duas rodas mento de injeção e da ignição para cada cilindro.
Satélite
A engrena- devem girar na mesma velocidade, girando Tinjmédio = Qcomb x Ganho x (1 ± 0%) Externamente, o sistema de combustível utili-
gem plane- percorrendo a mesma distância. rapida- za valores de pressão maiores, em torno de 3,5
tária está mente
solidária O valor de K é inferido a partir de KO2 e usado bar, e injetores com capacidade de vazão seme-
Virabrequim
às semi-ár- para modificar o A/F atual. O valor de A/F da mistu- lhante aos utilizados nos motores AP 2.0. Outra
vores ra permanece sempre ativo na memória da unidade Roda dentada mudança no sistema de gerenciamento do motor
Semi-árvo- Falha dos dois dentes
de comando para ser usado na próxima partida. ocorreu no sistema de arrefecimento. A exemplo
As engrenagens re do lado 720° de giro do virabrequim
satélites giram interno da Semi-árvore do lado O SFS necessita de outras estratégias, desen- dos motores EA 111, o eletroventilador do sistema
curva gira externo à curva volvidas especificamente para dar consistência de arrefecimento é, agora, acionado através da
solidárias à coroa
mais lenta- roda mais rapida-
mente aos resultados, além de conter o monitoramento unidade de comando do motor, dispensando o
mente A falha de dois dentes é utilizada para dar referência da
As semi-árvores das condições e integridade do sensor de oxigê- posição angular da árvore de manivelas uso do interruptor térmico.
Deslocamento do veículo em curva
transmitem o torque às O pinhão transmite a nio como, por exemplo o seu envelhecimento na- Por último, no que tange às características de
rodas. O diferencial energia mecânica
Deslocamento do veículo em curva
Portanto, quando as semi-árvo- tural, sua diagnose, seu mau funcionamento em Na árvore intermediária, existe, agora, três mar- trabalho do motor TOTAL FLEX, encontraremos
permite que as duas processada pela caixa
semi-árvores girem em de mudanças para a Quando o veículo uma curva, a res rodam em conjunto, as engrena- condições temporárias devido a eventual conta- cas fundidas que são funcionais para o sensor de uma curva de torque e potência ligeiramente dife-
velocidades diferentes coroa roda interna deve percorrer um tra- gens satélites giram em volta das minação por excesso de combustível e ou oxigê- fase G40. Através destas referências, o sistema de rente para o uso total a gasolina e uso total a álco-
jeto menor do que a roda externa à engrenagens planetárias e não em nio, o seu funcionamento em condições de gerenciamento identificará as fases do motor. ol. Nota-se com a utilização do álcool, uma ligeira
Normalmente pensamos nas ro- curva. O diferencial proporciona a torno do seu próprio eixo. Quando operação em soak (motor encharcado de com- O sensor de rotação G28 possui uma roda den- elevação na potência e no torque, comparativa-
das de tração sendo solicitadas pelo diferença de rotação entre as rodas uma das semi-árvores apresenta bustível) do veículo após condicionamento força- tada com 58 dentes e uma falha que corresponde a mente com o uso da gasolina. Essa diferença, ape-
sistema de transmissão. Contudo, pela desigualdade de atrito. Efeitos atrito maior, a outra pode continuar do em temperaturas elevadas, algoritmos para existência de dois dentes. Esta falha é usada como sar de pequena, se deve a melhor eficiência
há situações em que as condições de como esses são possíveis porque, girando porque, a medida que o faz, perceber sinais de transição de rico/pobre quan- referência da posição angular da árvore de mani- volumétrica proporcionada pelo álcool, já que
tráfego exigem velocidades diferen- quando as semi-árvores giram em a sua engrenagem planetária força do a tensão natural da sonda ainda não supera velas, quando a falha passar pelo sensor, a unidade este combustível utiliza mais calor para se evapo-
tes nas rodas do mesmo eixo para a conjunto, as engrenagens satélites as engrenagens satélites a girarem valores superiores a 200 milivolts, condição pecu- está programada para considerar que a posição de rar. Este fator resultou num pequeno ganho de
manutenção da trajetória estável e (solidárias à coroa), giram em torno em torno do seu próprio eixo. liar de partida a frio etc. ponto morto superior (PMS) no primeiro cilindro performance.
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TREINAMENTO

A tecnologia
8 - Remova o anel-trava e retire o 7 - Instale os novos parafusos auto-
Desmembramento do diferencial eixo das engrenagens satélites. travantes e aperte-os, alternada-
1 - Parafuso de fixação do 9 - Re m o v a mente, com 70 Nm.

TOTAL FLEX
flange de propulsão manual- Os ro-
2 - Flange de propulsão mente as en- l a m e n to s
3 - Vedador grenagens laterais da
4 - Tampa do diferencial
5 - Calços de ajustagem
satélites, coroa po-
da coroa (S1 e S2) planetárias dem ser
O motor AP 1.6 TOTAL FLEX funciona com álcool 6 - Pistas dos rolamentos e a capa de substituí-
7 - Rolamento externo do poliamida. dos nesta
hidratado, gasolina ou a mistura dos dois, adaptando-se diferencial Agora, com todos os componentes condição.
automaticamente ao combustível fornecido, 8 - Bucha de arrasto do
do diferencial desmontados, faça um Para isto,
pinhão do velocímetro
sem requerer qualquer interferência do motorista. 9 - Engrenagem motora exame detalhado do estado geral de usando um
do velocímetro cada um, dando especial atenção às extrator do
O SFS (Software Fuel Sensor) é o programa que determina 10 - Parafusos da coroa condições dos rolamentos quanto a tipo Kuko,
O sistema SFS (Software Fuel Sensor – programa sensor de combustível) faz
o tipo de combustível em uso para que a unidade parte da unidade de comando, dispensando o uso de um sensor físico de
11 - Coroa sinais de superaquecimento e riscos de remova o rolamento do diferencial
12 - Anel-trava
de comando adapte os parâmetros do motor combustível como hardware do sistema de gerenciamento
13 - Eixo das engrenagens
trabalho. Verifique, ainda, o estado geral do lado oposto à coroa.
satélites
do assentamento da coroa na carcaça 8 - Remova o
14 - Engrenagem satélite do diferencial e se a capa de polia- rolamento
a edição anterior, mostramos as caracterís- Através deste programa computadorizado, siste- O motor a gasolina utiliza, para cálculo da massa mida apresenta alguma danificação. do diferen-

N
15 - Engrenagem planetária
ticas técnicas e construtivas do motor AP ma de gerenciamento determinará o tipo de com- de combustível, a relação estequiométrica de 13,8:1; 16 - Porca do parafuso de Para a cial do lado
1.6 TOTAL FLEX. Nesta, vamos detalhar o bustível em uso. enquanto o álcool necessita de 8,9:1. fixação do flange de montagem da coroa, jun-
funcionamento do sistema de gerencia- De forma geral, um propulsão
dos compo- tamente com
17 - Capa de poliamida
mento 4AVP da Magneti Marelli, que equi- sistema de gerenciamento 18 - Caixa do diferencial nentes, pro- a bucha de
pa este motor. monocombustível speed 19 - Pino de retenção do ceda da arrasto e a
Como vimos, a tecnologia do motor flexível density (rotação do motor imã seguinte engrenagem
usada nos Estados Unidos, ainda é baseada no e densidade do ar) utiliza 20 - Imã maneira: motora do pi-
reconhecimento, por meio de sensores físicos, os parâmetros de massa de 1 - Fixe as en- nhão do ve-
do teor de álcool na mistura com a gasolina. ar para determinar o tem- grenagens locímetro.
Assim que o sistema consegue essa informação, po de injeção. Os sensores planetárias 9 - Remova os retentores laterais da
processa o ajuste automático do motor para da pressão no coletor (G71), na caixa do diferencial, através dos transmissão.
condições mais favoráveis de trabalho, de acor- temperatura do ar (G42) e flanges de propulsão.
do com a mistura em uso. de rotações (G28) levantam Reparos no diferencial fuso de fixa- 2 - Posicione
As pesquisas realizadas no Brasil, resultaram os dados básicos para cál- As características dos dois combustíveis exigem rápida adaptação do motor às novas Para desmontar as engrenagens ção e remo- as engrena-
numa concepção tecnológica superior à norte- culo da massa de ar que condições de trabalho com o objetivo de determinar os novos valores de tempo de satélites e planetárias do diferencial va o flange. gens satéli-
injeção e mapas de ignição. e ajustar a 3 - Re m o v a
americana, pois, dispensa o uso de novos está sendo admitida, para tes e, em
sensores externos e específicos para a identifica- determinar a massa de combustível que deve ser Com o TOTAL FLEX, através do sistema SFS, lo- coroa, é im- o flange de seguida, gire
ção do combustível. O fator determinante para a injetada, considerando a relação estequiométrica calizado no interior da unidade, identifica-se as ca- portante propulsão o flange, fa-
definição do combustível em uso é a eficiência e a ideal (13,8:1 para motores a gasolina e 8,9 :1 para racterísticas da combustão em processo, por meio destacar que oposto. zendo com
qualidade da combustão. Com esses dados, obti- motores a álcool). dos sinais da sonda lambda. Com estes sinais, o siste- essas opera- 4 - Remova a tampa do diferencial. que as en- 10 - Remova a pista externa do rola-
dos da sonda lambda, ocorre a adaptação auto- O resultado da combustão é analisado pela ma SFS monitora as características da combustão ções só de- 5 - Remo- grenagens mento do di-
mática do sistema para as novas condições de sonda lambda (G39) que informará à unidade de instantânea e comanda novos parâmetros para o vem ser exe- va o dife- entrem na ferencial, lo-
trabalho, sem necessidade de qualquer interven- comando do motor como está a qualidade da tempo de injeção e mapas de ignição, fazendo com cutadas com rencial da caixa do diferencial. calizado na
ção de quem está ao volante do veículo . mistura e, conseqüentemente, a eficiência da que a mistura e a combustão mudem suas caracte- a transmissão removida e devida- carcaça. 3 - Instale o tampa, jun-
O sistema 4AVP combustão dessa mistura. Com este parâmetro, a rísticas até atingir níveis considerados ideais para o mente fixada num suporte adequado. 6 - Fixe a eixo das en- tamente com
O sistema de gerenciamento 4AVP da Magneti unidade corrige o tempo de injeção para que esta combustível em uso. A partir destas informações, Atenção: para determinar a po- caixa do di- grenagens o calço S1.
Marelli, foi desenvolvido especificamente para o trabalhe o mais próximo possível da relação mesmo com o motor trabalhando em marcha-lenta, sição da coroa na carcaça do diferen- ferencial na satélites. 11 - Remova
motor TOTAL FLEX da Volkswagen e conta com estequiométrica ideal. em poucos segundos ocorre a adaptação do sistema cial, é fundamental que a posição do morsa com 4 - Instale o a pista externa do rolamento do di-
um processador SFS (Software Fuel Sensor). Como sabemos, o álcool e a gasolina têm ca- aos novos parâmetros de misturas ou para uso dis- pinhão já tenha sido calculada e o apoio de anel-trava ferencial da carcaça, juntamente
racterísticas diferentes. As- tinto de gasolina e álcool. Esta adaptação se dá com corrigida, pois, a folga entre dentes mordentes de alumínio, para remo- no eixo das com o calço S2.
Esquema simplificado do sistema de gerenciamento convencional pectos como poder anti- base nas informações da sonda lambda. Observe: proveniente do ajuste de ambos, ver os parafusos de fixação da coroa. engrenagens Atenção:
detonante, poder calorífico será o fator de aferição. Portanto, Atenção: os parafusos de fixação satélites. caso a des-
Sonda lambda para a determinação dos calços S1 e da coroa são autotravantes e sem-
e ponto de ebulição, entre 5 - Instale os flanges de propulsão do montagem
outros, exigem dos motores, Rico Pobre S2 deve-se remover a caixa de mu- pre que forem removidos, devem diferencial. seja para
Sensor (tensão em mV)

características distintas
para trabalhar com um ou
outro combustível.
O poder calorífico da ga-
solina, por exemplo, é de
9.600 Kcal/kg, enquanto o
do álcool é de 6.100 Kcal/kg.
Essas diferenças exigem O sinal da sonda lambda é usado para determinar se a
O parâmetro básico do sistema de gerenciamento do motor é o calculo da massa de relações estequiométricas
ar. Através da sonda lambda, monitora-se a qualidade da combustão para determi- distintas para a realização
nar a necessidade de enriquecer ou empobrecer a mistura em uso
do mesmo trabalho.
danças e reinstalá-la somente no ser obrigatoriamente substituídos. 6 - Aqueça a substituir a
momento da medição da folga entre 7 - Com o auxílio de um toca-pino, coroa a 120°C carcaça da
os dentes do pinhão e da coroa. remova a coroa. – em banho transmissão
Vamos à desmontagem: de óleo ou ou do diferencial; a tampa ou a caixa
1 - Remova o com sopra- do diferencial; deve-se determinar
sensor do dor térmico os novos calços S1 e S2. Lembre-se
Fator λ velocímetro. Tanto a remoção dos – e instale-a que, nestes casos, como não have-
2 - Bloqueie parafusos como a ex- na carcaça do diferencial. rá a troca do conjunto pinhão e
mistura queimada está rica (excesso de combustível) ou o flange de tração da coroa com Atenção: utilize dois pinos-guias coroa, as medidas devem ser toma-
pobre (excesso de ar). Com isso, a unidade de comando p ro p u l s ã o , um toca-pino, devem na rosca da coroa para centralizar a das antes da desmontagem do con-
mantém o motor funcionando sempre na mistura correta solte o para ser feitas em cruz
montagem. junto para a manutenção destas

TÉCNICAS DE OFICINA
medidas como referência. Na deter-
minação dos calços para a ajusta-
gem da coroa, tome as seguintes
providências:
1 - Instale a pista externa do rola-
mento da tampa do diferencial sem
o calço de ajuste (lado S1).
Note que a pista externa do rolamento deve
ser montada até o batente. Tome cuidado
para não danificar o alojamento do sensor
do velocímetro
2 - Instale a pista externa do rola-
mento do diferencial na carcaça
com um calço padrão de 1,20 mm de
espessura.
Note que a pista externa do rolamento
deve ser montada até o batente
3 - Coloque o diferencial sem a en-
grenagem do pinhão do velocíme-
tro, na carcaça do diferencial.
4 - Instale a tampa do diferencial e
aperte os parafusos com 25 Nm.
Atenção: a medida que está sen-
do tomada deve permitir identificar
o espaço existente entre os rolamen-
tos sem considerar a carga de traba-
lho. Portanto, não gire o diferencial
para evitar o assentamento dos rola-
mentos, pois isto altera a medição.
5 - Instale um suporte de relógio cen-
tesimal e uma base magnética no lado
S1. Instale e regule a pressão do reló-
gio centesimal com 1 mm de carga.
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6 - Instale a ferramenta de verifica-
ção da folga entre dentes no lado
oposto à coroa.
7 - Empurre o diferencial para cima
e meça a folga encontrada.
8 - Esta me-
dição torna
possível ob-
ter o espaço
disponível
para alojar
a caixa do
diferencial
entre os ro-
lamentos, considerando o calço S2
de 1,20 mm. Os rolamentos laterais
foram projetados para trabalhar
com uma carga de 0,40 mm, portan-
to, à folga encontrada, deve-se adi-
cionar a carga de 0,40 mm. Vejamos:
- Folga encontrada
(exemplo): ............................ 0,50 mm
- Pressão de montagem: .......... 0,40 mm
- Valor total
(folga + pressão): ................. 0,90 mm
Este valor, somado à espessura do calço
padrão montado do lado S2, resultará
na necessidade total de calços a ser
preenchido (S total):
- Calço padrão: ...................... 1,20 mm
- Folga encontrada entre
os rolamentos: ...... 0,50 mm (exemplo)
- Pressão de
montagem: .......... 0,40 mm (valor fixo
de carga entre os rolamentos)
- S total: ................................. 2,10 mm
9 - Remova as ferramentas e a tam-
pa do diferencial.
10 - Remova o anel externo do rola-
mento da tampa.
11 - Instale
um calço que
corresponda
à soma do
resultado da
medição e
da pressão de
montagem
(0,50 + 0,40 = 0,90 mm) atrás da pista
externa na tampa do diferencial.
12 - Instale a tampa do diferencial.
Note que, agora, vamos medir a fol-
ga entre dentes com os calços S1 e S2
provisórios (ainda não é a medição
18
com os calços definitivos). Para isto,
conforme já comentamos anterior-
mente, é necessário que o pinhão já
esteja ajustado com seu calço S3.
13 - Para
esta medi-
ção, monte
o dispositivo
de medição
da folga en-
tre os flancos
dos dentes de
maneira que - Medida A = 71 mm
a folga seja - Ângulo α = 90°
representada pela variação no reló-
gio centesimal.
14 - Bloqueie
a árvore do
pinhão.
15 - Gire a co-
roa até o ba-
tente e acerte
o ponteiro do
relógio em ze-
ro. Gire a coroa no sentido contrário
e leia a folga entre os flancos dos
dentes. Anote o valor.
16 - Desbloqueie a árvore do pinhão
e gire a coroa cerca de 90º utilizando
a ferramenta de medição da folga
entre flancos. Bloqueie novamente
o pinhão.
17 - Solte o parafuso da ferramenta
de medição e retorne-a cerca de
90° até que esta toque a ponta do
relógio centesimal. Aperte nova-
mente o parafuso e volte a fazer a
medição.
18 - Repita a operação quatro vezes e
anote os valores obtidos.
Atenção: se os valores obtidos
apresentarem uma diferença maior
que 0,05 mm entre as medições,
provavelmente houve algum erro
de montagem na coroa ou o próprio
conjunto não está em ordem.
19 - Determine a folga média encon-
trada:
- Medição 1 = 0,39 mm
- Medição 2 = 0,40 mm
- Medição 3 = 0,39 mm
- Medição 4 = 0,42 mm
- Total = 1,60 mm
Atenção: a diferença entre o
maior e o menor valor encontrado
não ultrapassou 0,05 mm, portanto
a medição está em ordem. Dividin-
do-se o valor total por 4, teremos
uma folga média de 0,40 mm.
20 - Para calcular a espessura do calço
S2 (lado oposto ao da coroa) definiti-
vo, basta fazer a seguinte operação:
medida do calço padrão (1,20) - folga
média (0,40) + levantamento (valor
constante de 0,15 mm).
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PERFIL
- S2 (calço padrão)
- Folga média
= 1,20 mm
= 0,40 mm Uma peça na mão
de Toninho rende mais
- Valor encontrado = 0,80 mm
Some o valor encontrado com o
levantamento constante de 0,15
mm. O resultado será o calço S2 de
0,95 mm. que um bom reparo
Para calcular o S1 (lado da coroa)
definitivo, deve-se considerar o va-
lor do S total (2,10 mm) e subtrair do Cortada pela Rio-Bahia, Volta Redonda tem muitos
S2 obtido (0,95 mm). mecânicos. Alguns, como Toninho, são mais que bons
- S total: 2,10 mm profissionais, como veremos a seguir
- S2 defintivo: 0,95 mm
- S1 defintivo: 1,15 mm Por Denilson Vasconcelos Toninho: criatividade na produção de obras de arte e ferramentas
21 - Os calços são fornecidos com as
seguintes espessuras: 0,15; 0,20; 0,25;
0,30; 0,40; 0,50; 0,60; 0,70; 0,80; 0,90; omo quem faz valer o fato de sai do jardim em frente à oficina Mo- dráulicas em picapes para quem nentes como bloco de motor, dife-
1,00; 1,10 e 1,20 mm. Remova as pis- ser mecânico automotivo e tor House, mas exibe movimentos. E aprecia pegar trilhas, além de cons- rencial, feixe de molas e cárter, entre
tas dos rolamentos e os calços provi- de ter nascido na Cidade do seus olhos brilham à noite. truir karts. O pai, Eraldo, aposenta- outros itens e dá forma, por exem-
sórios para colocação dos calços Aço, Antônio Paulo Andrade Das obras, foi a mais difícil de do, transformou a casa numa ampla plo, a um dinossauro que leva uma
definitivos. Neste exemplo, S1 = 1,15 Cruz, ou melhor, Toninho, executar, segundo o próprio artista, galeria de arte, com suas figuras de guerreira no dorso. Em suas mãos,
e S2 = 0,95 mm. de 40 anos, faz das peças de e levou cerca de dois meses para fi- traços egípcios feitas de madeira e platô, sapata de freio, disco de em-
22 - Instale os calços de ajustagem S1 automóveis a base do seu trabalho. car pronta. O estalo criativo do me- cimento, espalhadas pela parede. breagem e servofreio viram uma
de 1,15 mm na tampa e o S2 na carcaça. “E daí”? – dirão alguns. “Isso é coisa cânico ocorreu depois de assistir ao No térreo do prédio onde moram, enorme centopéia. Carburador, su-
da profissão”. Quem conhece a cida- filme e de ler uma reportagem sobre ele, o pai e o irmão, no Jardim Amália porte de suspensão, amortecedores
de, sabe que não estamos falando um dono de ferro-velho dos Estados II, Toninho instalou a Motor House, e pastilhas de freio, transformam-se
apenas do ofício de reparar veículos, Unidos que bolou um dinossauro uma pequena oficina de serviços ge- em um saltitante mico preto a ba-
mas do artista que optou por agrupar feito com peças usadas. “O mais difí- rais de mecânica. Adepto da filosofia lançar nos galhos de uma árvore,
componentes automotivos e criar cil é a concepção”, diz Toninho. de que o bom trabalho tem que ter a chamando a atenção de quem passa
obras que marcam um pedaço de Traço familiar mão e os olhos do dono da casa, ele pela estrada.
Volta Redonda (RJ), num canteiro Inventividade e habilidade ma- trabalha apenas com o auxílio do filho Trabalhando de segunda a sába-
ajardinado, às margens da rodovia nual parece ser um traço da família mais velho, Lincoln (21 anos). Por isso, do, Toninho é um mecânico com os
Lúcio Meira, trecho da Rio-Bahia, Cruz. Filho de projetista aposentado atende de dois a três carros por dia. pés no chão. Por isso, mantém corres-
que cruza a cidade. da Cia. Siderúrgica Nacional, neto Engenho pondência com o irmão que trabalha
Uma das obras é uma réplica do de torneiro mecânico e irmão de Entre um reparo num carro e ou- nos EUA, lê publicações da área e está
robô do filme “O Exterminador do Fu- mecânicos, ele adorava automóveis tro, Toninho deixa fluir seu lado sempre de olho nos cursos de atuali-
turo”. Confeccionado com peças de e apreciava mexer com som. Mas, aos “Professor Pardal”. E vai criando não zação, realizados no Senai de Barra
carros, entre as quais, bandeja de sus- 20 anos de idade, optou por enfiar apenas obras de arte, mas também Mansa ou na própria capital flumi-
pensão, juntas homocinéticas, amor- as mãos na graxa, aprendendo os valiosas ferramentas de trabalho, nense. Ele sabe que, se o lado lúdico
tecedores, protetor de cárter, camisa macetes da profissão com Sérgio, o como um carregador de baterias pode atravessar a rua e ficar exposto
de motor, sapatas de freio, farol, para- irmão mais velho, que na época pre- com base num alternador, uma la- no jardim em frente, o que lhe dá ca-
fusos de cabeçote e velas, o robô não parava potentes carrões com moto- vadora de peças a partir da bomba misa e pão é a Motor House.
res V8 para competições. de óleo de um velho Passat...
Sérgio, atualmente com 50 anos, Para não perder o jeito de quem
23 - Faça a montagem da coroa e re- continua o trabalho em Miami sabe lidar adequadamente com as
faça a medição da folga entre dentes. (EUA). Eduardo, outro irmão, é es- peças na execução de um reparo, o
pecialista na adaptação de caixas hi- mecânico-artista separa compo-
Fotos: Tayra Vasconcelos
24 - Verifique a folga em quatro posi-
ções diferentes, conforme já descrito.
Atenção: a diferença entre uma e
outra medida não pode ultrapassar Na estrutura do robô, entre outros itens, duas Mico Preto: carburador (cabeça); suporte de
0,05 mm. Se os calços S1 e S2 estive- bandejas de caminhonete; homocinéticas do suspensão, bandeja do Gol (corpo)
rem corretos, a folga encontrada Gol; amortecedores dianteiros do Gol; Dinossauro (1993): bloco de motor ; diferencial; Centopéia: platô; sapata de freio;disco de amortecedores (pernas); pastilhas de freio
protetor de cárter; camisa do motor do Fusca feixe de molas (pescoço); cárter (cabeça) embreagem; pistão (pata); servofreio (cabeça) (pés e garras)
deve estar entre 0,10 e 0,20 mm.