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Criação do Sistema de Registo de Declarações Ambientais de Produto 

dapHabitat 
por António Baio Dias baiodias@ctcv.pt 
Director‐geral adjunto do CTCV  
Direcção da Plataforma centroHabitat 

Enquadramento 

As  Declarações  Ambientais  de  Produto  (DAP),  também  conhecidas  por  EPD  (Environmental  Product 
Declaration), são documentos técnicos emitidos pelas empresas produtoras para divulgação dos impactes 
ambientais gerados pelos seus produtos, ao longo do seu ciclo de vida. 

Podem tornar‐se numa ferramenta importante para identificação, por parte dos fabricantes, dos aspectos 
com  impactes  mais  negativos  no  ciclo  de  vida  dos  produtos  e  melhoria  desses  aspectos.  A  utilização  da 
técnica  de  avaliação  do  ciclo  de  vida  é  fundamental  para  este  efeito.  Estão  normalmente  associadas  a 
estes  aspectos  as  questões  como  a  utilização  de  recursos  naturais,  as  matérias‐primas  e  matérias 
secundárias,  o  consumo  de  água  no  processo,  o  consumo  de  energias  renováveis  e  não  renováveis,  as 
emissões associadas ao processo e ao transporte, a durabilidade dos produtos e a sua reciclabilidade. 

Devem depois poder ser usadas pelos arquitectos e projectistas de edifícios ou obras de construção como 
fonte de informação para a avaliação da sustentabilidade dos edifícios e outras obras de construção. São 
assim usadas como forma de encontrar as soluções, entre várias alternativas tecnicamente possíveis, mais 
sustentáveis para a construção. 

A  ISO  (Organização  Internacional  de  Normalização)  desenvolveu  as  normas  ISO  14025  relativas  às 
declarações ambientais do tipo III (independentes, isto é, com verificação por 3ª parte) e a ISO 21930 que 
descreve as regras para a emissão de DAP para produtos de construção. Por outro lado o CEN Organização 
Europeia de Normalização) desenvolveu um relatório técnico CEN/TR 15941 relativo à metodologia para a 
selecção  e  uso  de  informação  no  desenvolvimento  de  DAP  e  tem  em  desenvolvimento  os  projectos  de 
norma prEN 15804 que define as regras, por categoria de produtos, para o desenvolvimento de DAP e o 
prEN 15942 relativa ao formato de comunicação das DAP. Por outro lado a França desenvolveu a norma NF 
P01‐010 relativa à qualidade ambiental dos produtos da construção e DAP. 

As Declarações Ambientais de Produtos, são, como o nome indica, declarações do fabricante baseadas na 
avaliação de ciclo de vida. No entanto, para serem declarações do tipo III, de acordo com a classificação da 
ISO 14025, necessitam de uma validação feita por um verificador independente. 

 
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As DAP são desenvolvidas com base em regras previamente estabelecidas RCP (Regras para Categoria de 
Produtos), também designadas por PCR  (Product Category Rules), sendo estas comuns  para os produtos 
que desempenhem as mesmas funções. 

As DAP e o Cluster do Habitat Sustentável 

Na Europa algumas entidades validam e registam as DAP em regime voluntário, das quais se destacam o 
INIES em França, o BRE no Reino Unido, o IBU na Alemanha, o Environdec na Suécia e o DAPc em Espanha, 
enquanto que em Portugal não existe uma entidade que se tenha organizado para tal. De salientar que as 
entidades que se dedicam a estas actividades, como por exemplo o IBU (Institut Bauen Umwelt) e o SEMC 
(Swedish  Environment  Management  Council)  fazem  parte  de  uma  rede  que  regula  e  coordena  a 
verificação de DAP denominada Global Type III Environmental Product Declarations Network (GEDnet). 

A estratégia de eficiência colectiva estabelecida para o Cluster Habitat Sustentável, reconhecido enquanto 
tal  pelo  QREN,  elegeu  a  Sustentabilidade  como  mote  para  a  Inovação  e  reforço  da  Competitividade  das 
entidades que o compõem. Neste âmbito, entende a Plataforma para a Construção Sustentável, enquanto 
entidade gestora do cluster, que deve ser dado um estímulo aos diversos agentes relacionados com este 
cluster,  dinamizando,  validando  e  divulgando  a  utilização  deste  tipo  de  ferramentas  relevantes  para  a 
sustentabilidade. 

Objectivo 

O objectivo da criação do Sistema Nacional de Registo de Declarações Ambientais de Produto dapHabitat é 
o  de  desenvolver  um  sistema  voluntário,  com  abrangência  nacional  e  ligações  internacionais,  de 
verificação e registo de DAP para produtos do habitat com base em critérios objectivos e independentes 
que permitam a disponibilização de DAP devidamente validadas numa base de dados de acesso público. 

Para que tal seja possível o centroHabitat está a criar uma estrutura que coordene o desenvolvimento das 
RCP  para  a  fileira  do  habitat,  em  parceria  com  um  conjunto  alargado  de  associações  de  produtores  e 
comerciantes de produtos de construção, com o apoio de instituições do sistema científico e tecnológico 
nacional e de uma entidade independente de certificação. 

A quem se pode aplicar 

As  DAP  do  habitat  aplicam‐se  a  todas  as  empresas  que  produzam  produtos  de  construção  ou  outros 
produtos  com  aplicação  no  habitat  e  que  pretendam  apresentar  ao  mercado  uma  declaração  credível 
relativa ao desempenho dos seus produtos ao longo do ciclo de vida. 

 
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Esquema de funcionamento 

O  processo  é  iniciado  com  a  demonstração  de  interesse  de  um  fabricante.  O  pedido  é  analisado  pela 
centroHabitat ‐ Plataforma para a Construção Sustentável e validado através da sua “Comissão de Peritos”. 
A Plataforma encomenda o desenvolvimento do RCP, caso não tenha ainda sido desenvolvido, a peritos da 
sua  bolsa  de  peritos.  Após  a  aprovação  do  RCP  a  empresa  pode  dar  início  ao  desenvolvimento  da  DAP. 
Quando concluída a DAP o fabricante submete‐a à Plataforma que recorre a um organismo de certificação 
que  possua  verificadores  credenciados  para  validação  da  veracidade  das  informações  declaradas.  Após 
concluída  a  verificação  é  apresentada  à  Comissão  de  Peritos  que  com  base  no  relatório  de  verificação 
valida todo o processo e regista a DAP na sua base de dados, disponibilizando‐a ao público. 

Relacionamento com outros regulamentos 

De salientar que está em preparação no Parlamento Europeu o Regulamento de Produtos da Construção 
que irá substituir a Directiva 89/106/CEE. Este Regulamento que se prevê venha a ser publicado durante o 
mês  de  Março  de  2011,  contempla  uma  nova  abordagem  aos  requisitos  básicos  para  as  obras  da 
construção, em maior sintonia com os princípios da sustentabilidade, nomadamente: 

• Requisito  3  ‐  Higiene  saúde  e  ambiente  –  As  obras  da  construção  não  devem  conduzir  a  impactos 
elevados, ao longo do seu ciclo de vida, no ambiente ou no clima. 

• Requisito 7 ‐ Uso sustentável dos recursos naturais – As obras da construção devem ser projectadas, 
construídas e demolidas tendo em consideração:  

o o  uso  dos  recursos  naturais  seja  sustentável,  assegurando  em  particular  a  reutilização  e 
reciclabilidade das obras de construção;  

o os seus materiais e componentes após demolição;  

o a  durabilidade  das  obras  de  construção  e  o  uso  matérias‐primas  e  materiais  secundários 


ambientalmente compatíveis. 

Para  a  avaliação  do  uso  sustentável  dos  recursos  naturais  e  no  impacto  das  obras  de  construção  no 
ambiente,  o  Regulamento  de  Produtos  da  Construção  preconiza  o  uso  de  Declarações  Ambientais  de 
Produtos, sempre que disponíveis. 

Conclusão 

Este  é  assim  o  momento  oportuno  para  o  desenvolvimento  deste  sistema.  Esperamos  assim  contribuir 
para:  o  aumento  da  consciência  ambiental  de  fabricantes  prescritores  e  utilizadores  de  produtos  da 
 
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construção;  o  desenvolvimento  de  produtos  com  um  perfil  ambiental  mais  sustentável  para  o  Habitat, 
estimulando  a melhoria contínua  do seu desempenho ambiental; a motivação das empresas produtoras 
de  materiais,  projectistas,  construtores  civis  e  entidades  públicas  e  privadas  para  a  utilização  de  uma 
ferramenta  para  a  selecção  e  fabrico  de  materiais  de  construção  mais  sustentáveis,  ou  seja,  de  uma 
ferramenta de decisão nas compras “Ecológicas”.  

 
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