Vous êtes sur la page 1sur 24

Abusos das administradoras de cartões de crédito

Texto extraído do Jus Navigandi


http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=623

C
e
l
s
o

M
a
r
c
e
l
o

d
e

O
l
i
v
e
i
r
a
c
o
n
s
u
l
t
o
r
e
m
p
r
e
s
a
r
i
a
l
,
m
e
m
b
r
o

d
o
I
n
s
t
i
t
u
t
o

B
r
a
s
i
l
e
i
r
o

d
e

D
i
r
e
i
t
o

E
m
p
r
e
s
a
r
i
a
l
,
d
o

I
n
s
t
i
t
u
t
o

B
r
a
s
i
l
e
i
r
o

d
e

D
i
r
e
i
t
o

B
a
n
c
á
r
i
o
,
d
o

I
n
s
t
i
t
u
t
o

B
r
a
s
i
l
e
i
r
o

d
e

P
o
l
í
t
i
c
a

D
i
r
e
i
t
o

d
o

C
o
n
s
u
m
i
d
o
r
,
d
o

I
n
s
t
i
t
u
t
o
B
r
a
s
i
l
e
i
r
o

d
e

D
i
r
e
i
t
o

S
o
c
i
e
t
á
r
i
o
,
d
o

I
n
s
t
i
t
u
t
o

B
r
a
s
i
l
e
i
r
o

d
e

D
i
r
e
i
t
o

T
r
i
b
u
t
á
r
i
o
,
d
a
A
c
a
d
e
m
i
a

B
r
a
s
i
l
e
i
r
a

d
e

D
i
r
e
i
t
o

C
o
n
s
t
i
t
u
c
i
o
n
a
l
,
d
a

A
c
a
d
e
m
i
a

B
r
a
s
i
l
e
i
r
a

d
e

D
i
r
e
i
t
o

T
r
i
b
u
t
á
r
i
o
,
d
a

A
c
a
d
e
m
i
a

B
r
a
s
i
l
e
i
r
a

d
e

D
i
r
e
i
t
o

P
r
o
c
e
s
s
u
a
l
e

d
a

A
s
s
o
c
i
a
ç
ã
o

P
o
r
t
u
g
u
e
s
a

d
e
D
i
r
e
i
t
o

d
o

C
o
n
s
u
m
o

INTRODUÇÃO

Trata-se o presente estudo em uma análise a respeito dos abusos cometidos pela
Administradoras de Cartões de Crédito sob a luz da nossa jurisprudência

No particular, na maior parte dos países desenvolvidos, o crédito pessoal ao


consumidor é instrumentalizado pelo cartão de crédito, o qual é utilizado para substituir
o transporte físico da moeda e até mesmo para as grandes compras, com o qual é
adquirido até mesmo o prosaico leite matinal. FRAN MARTINS em sua obra Cartões
de Crédito , mostra que o cartão de crédito é uma forma de democratização do crédito
de curto e de médio prazo, que evita os riscos e incômodos do transporte do dinheiro,
bem como propícia a compra de bens e serviços a prazo.

Neste sentido introdutório devemos expor na visão de FRAN MARTINS que a


emissão dos cartões de crédito propriamente ditos figuram empresas bancárias , que
possibilitam ao titular do cartão a utilização de um crédito bancário, e empresas não
bancárias que, apesar de concederem crédito ao titular, não permitem que esse se utilize
do crédito bancário, ficando, portanto, o comprador a dever à empresa e não a um
estabelecimento de crédito. Essas empresas intermediárias emitem os cartões e os
distribuem a pessoas físicas ou jurídicas, credenciando-as a adquirir bens ou serviços de
terceiros, filiados ao sistema emissor, devendo o pagamento das despesas ser feito, ao
vendedor, não pelo comprador, mas pelo organismo emissor dos cartões.

RELAÇÃO FINANCEIRA E JURÍDICA

Na relação financeira entre as partes, que embora realizada na maioria das vezes,
entre particulares, há a evidência, manifesto interesse público diante, da dimensão do
próprio interesse que cerca a matéria envolvendo o cartão de crédito. Devemos ressaltar
a existência de uma divergência entre o sistema dos cartões de créditos bancários dos
não bancários.

Na visão de FRAN MARTINS temos que o sistema dos cartões de créditos


bancários diverge, entretanto, dos não-bancários, em virtude de nele poderem os
titulares recorrer a uma abertura de crédito bancário, o que não se dá com os não
bancários. Essa abertura de crédito ocorre quando o pagamento das dívidas feitas pelo
titulares é parcelados. Em tal caso, podem os administradores, em nome dos titulares,
negociar com instituições financeiras uma abertura de crédito para financiamento dessas
importâncias não pagas quando da apresentação das notas de venda pelos emissores.
Isso significa que os organismos emissores recebem do banco financiador as
importâncias totais restantes para a liquidação do débito dos titulares, passando esses a
dever não mais aos emissores, mas aos bancos creditadores. Em tais condições, chega-
se à conclusão que os titulares jamais se tornam devedores dos emissores nos
parcelamentos. Estes terão todas as dívidas dos portadores dos cartões saldadas quando
da cobrança das mesmas, ou diretamente pelos emissores, ou pelas instituições
financeiras que abriram crédito aos titulares, transferindo para os emissores as
importâncias devedoras daqueles.

A distribuição de crédito via o instrumento de cartão de crédito, quer na forma de


crédito junto ao comércio e na forma de crédito financeiro temos na concepção técnica e
com o objetivo jurídico das discussão dos abusos cometidos pelas Administradoras de
Cartões de Crédito pois atualmente, o cidadão ou consumidor se encontra mais
desprotegido e em razão do desenvolvimento do setor, devidamente estruturado e
planificado com a moderna técnica de atuar, inclusive, informatizado, impondo, nessa
relação, a vontade preponderante do em sacrifício do consumidor pois , nem sempre,
tem condições de impor ou exigir igualdade no tratamento.

Falece, assim de melhores condições para um tratamento igualitário que, na relação


contratual e financeira, deve existir resultando, em tempos atuais, ausente inclusive a
participação de um dos pólos interessados na elaboração do contrato com a
Administradora do Cartão de Crédito , pois sem qualquer anuência da parte
consumidora, impõe um contrato sem qualquer possibilidade de discussão referente aos
seus limites e conseqüências.

Esse contratante ou consumidor, conforme vamos analisar no prisma da


jurisprudência , surge como a parte fraca no relacionamento contratual motivando,
portanto, possibilidade de atuação abusiva do fornecedor do crédito. Essa chamada
massificação do consumo envolvendo o cartão de crédito tem um grande crescimento
quantitativo e qualitativo. Vejamos a evolução de índices dos cartões de crédito no ano
passado:

EVOLUÇÃO DE ÍNDICES DOS CARTÕES DE CRÉDITO, MÊS A MÊS,


DE
Janeiro/98 à Dezembro/98 Base: Janeiro/98 Índice Inicial = 100
Nº. de Nº. de Valor das
a Índice Índice Índice
Cartões Transaçõe Transações (US$)
JANEIRO/98 19.442.998 100,00 52.354.213 100,00 2.748.273.900,00 100,00
FEVEREIRO 19.499.382 100,29 45.214.177 86,36 2.284.479.900,00 83,12
MARÇO 19.567.629 100,64 46.122.167 88,10 2.305.557.300,00 83,89
ABRIL 19.861.143 102,15 49.312.547 94,19 2.483.742.100,00 90,37
MAIO 20.178.921 103,79 54.727.064 104,53 2.690.873.100,00 97,91
JUNHO 20.280.510 104,31 50.122.076 95,74 2.585.682.200,00 94,08
JULHO 20.540.245 105,64 53.229.644 101,67 2.680.576.700,00 97,54
AGOSTO 20.641.539 106,16 52.119.231 99,55 2.594.798.200,00 94,42
SETEMBRO 20.748.875 106,72 52.848.900 100,94 2.609.329.100,00 94,94
OUTUBRO 21.099.100 108,52 55.119.210 105,28 2.734.190.500,00 99,49
NOVEMBRO 21.485.102 110,50 56.863.228 108,61 3.020.532.185,00 109,91
DEZEMBRO 22.001.502 113,16 73.210.502 139,84 3.295.185.210,00 119,90

CARTÃO DE CRÉDITO E A RELAÇÃO DE CONSUMO

O cartão de crédito motiva o próprio consumo e já alguns chegam a sustentar que


estamos em plena transformação da sociedade de consumo em sociedade de crédito.
Portanto, o crédito de consumo resulta convertido numa peça indispensável para um
sistema que busca uma ótima combinação entre a satisfação das necessidades de
consumo e a sobrevivência do próprio modelo econômico brasileiro. As conseqüências
em relação ao consumidor resultam enormes, inclusive, diante constante oferta de
crédito facilitado pelas Administradoras de Cartões de Crédito , em perda da
racionalidade na negociação hipotecando seu próprio futuro.

Assim, aplica-se os dogmas contido no Código de Defesa do Consumidor aos


contratos de adesão das Administradoras de Cartões de Crédito. Os contrato não fogem
a essa incidência, na medida em que se refiram a pactos celebrados entre a
Administradora de Cartões de Crédito e o usuário, como consumidor, ou seja, efetivo
destinatário final - econômico do crédito utilizado junto ao comércio ou aos recursos
utilizados pelo sistema de crédito saque cash junto a Administradora.

O contrato de prestação de serviços de administração de cartão de crédito ou o


contrato de associado das Administradoras de Cartões de Crédito são contratos do tipo
de adesão com a incidência das normas de proteção do consumidor, pois, com essas
operações , o usuário do serviço da Administradora pode efetivamente ser o destinatário
final dos recursos (inclusive o sistema cash). O sistema de proteção e defesa do
consumidor não permite que se interprete o art. 29 do CDC de modo a entender-se que
todos quantos estejam simplesmente expostos a qualquer tipo de prática comercial
abusiva possam invocar a proteção das normas do CDC. A proteção das normas
especiais do CDC ocorre em todos os casos envolvendo a Administradora do Cartão e o
Consumidor que encontra o resplado jurídico do art. 2.º do Código de Defesa do
Consumidor, pois conforme comprovamos trata-se de uma relação de consumo.
Comentando o alcance do prescrito pelo art. 52 do CDC, diz Nelson Nery Júnior que:

"Neste dispositivo a lei ratifica os termos do art. 3º, § 2º, que define o serviço como
objetivo de relação de consumo incluindo nesse conceito os de natureza creditícia e
financeira". São redutíveis ao regime deste artigo todos os contratos que envolverem
crédito, como os de mútuo, de abertura de crédito rotativo , de cartão de crédito, de
financiamento de aquisição de produto durável por alienação fiduciária ou reserva de
domínio, de empréstimo de aquisição de imóvel etc., desde que, obviamente,
configurem relação jurídica de consumo, em que o creditado, o financiado ou o
contratante do mútuo seja o beneficiário final do ajuste, ou seja, não se constitua um
caso de repasse do numerário.

E acrescenta: "Assim, não só os contratos bancários, mas também os celebrados


entre o consumidor e a instituição financeira tout court submetem-se à norma
comentada"

(Código Brasileiro de Defesa do Consumidor, 2. ed., Forense Universitária, 1992, p.


371-372).

O espectro de abrangência do Código de Defesa do Consumidor atinge todas as


operações e o contrato de emissão e utilização dos cartões de crédito . O Código de
Defesa do Consumidor, em seu Capítulo VI, Seção II, ao tratar das cláusulas abusivas,
dispõe:

"Art. 51 São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas
ao fornecimento de produtos e serviços que:

IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o


consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a
eqüidade;

XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção do consumidor;

§1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a


natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares
ao caso."

Não há dúvida, que os contratos das Administradoras de Cartões de Créditos são


regidos pelas normas contida no Código de Defesa do Consumidor . Assim, vejamos os
precedentes dos nossos Tribunais a respeito da aplicação do Código de Defesa do
Consumidor aos Contratos das Administradoras de Cartões de Crédito:

Tribunal de Alçada do Estado de São Paulo

Apelação Cível Nº 732.366-4 - Pederneiras - 7ª Câmara de Férias de


Julho/97 - TASP – 1997 Relator Juiz BARRETO DE MOURA

Aplicam-se as regras do Código de Defesa do Consumidor aos


contratos que envolvam crédito, como os de mútuo, de abertura de
crédito rotativo, de cartão de crédito, de aquisição de produto
durável por alienação fiduciária além de outros desde que configurem
relação jurídica de consumo.

Tribunal de Justiça do Distrito Federal

Apelação Cível Nº 46.623/97 - 2ª Turma Cível Relator Des. EDSON ALFREDO SMANIOTTO

CONTRATO DE ADESÃO – CARTÃO DE CRÉDITO – CONSUMIDOR QUE ADQUIRE PARCOS MATERIAIS DE CONSUMO E SE
VÊ ENVOLVIDO EM JUROS E ACRÉSCIMOS EXORBITANTES – MANIFESTAÇÃO DE CLÁUSULA CONTRATUAL EXAGERADA –
OFENSA AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.

Ao Código de Defesa do Consumidor e, de resto, à consciência jurídica, repugnam as cláusulas


contratuais que se mostrem excessivamente onerosas para o consumidor. A equação financeira dos
contratos deve, afinal, trazer proveito senão equivalente, pelo menos aproximativo às partes
contratantes
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

AGRAVO DE INSTRUMENTO 1300 /1999 - Reg. 16/06/1999 -


JDS. DES. BERNARDO GARCEZ - Julg: 07/04/1999

Prestação de contas. Cartão de credito. Legitimidade ativa do consumidor. I - A prestação de


serviços de credito, através de cartões, e´ atividade abrangida pelas normas do Código de Defesa do
Consumidor, o que obriga o fornecedor a dar informações corretas sobre os serviços, suas condições e
preço (art. 6., III, CDC). II - A remessa de extratos mensais da movimentação do credito ao cliente
não implica em desonerar o fornecedor de dar contas, principalmente se houver divergência sobre o
equilibrio debito e credito. Precedentes no STJ. III - Recurso da fornecedora de serviços não
provido. (LCR)

Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL N.º 71.578/RIO GRANDE DO SUL - REGISTRO 95385775

RELATOR: O EXM.º SR. MINISTRO NILSON NAVES

EMENTA

Cartão de crédito. Contrato de adesão. Segundo o disposto no § 3º do art. 54, do Cód. de Def. do
Consumidor, "Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres
ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor". Caso em que o titular
não teve prévia ciência de cláusulas estabelecidas pela administradora, não lhe podendo, portanto,
ser exigido o seu cumprimento".

BUSOS DAS ADMINISTRADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITO SOB


PRIMA ORDEM JURISPRUDENCIAL

Sob o prisma do Código de Defesa do Consumidor temos uma série de cláusulas


que merecem um análise cautelosa pelo Consumidor nos Contratos das Administradoras
de Cartões de Crédito:

VAMOS ANALISAR OS CONTRATOS DO AMERICAN EXPRESS CARD E


DO CREDICARD

AMERICAN EXPRESS CARD AE

Cláusula 2.9 . Se um estabelecimento admitir devoluções, o Associado poderá


devolver uma mercadoria adquirida, recebendo um crédito na conta do Cartão, não
sendo autorizada qualquer restituição em dinheiro;

Cláusula 3.1 . O Associado pagará à AE no seu primeiro Extrato uma taxa de


admissão ao Sistema... é facultado à AE, a seu exclusivo critério, deixar de cobrar a taxa
de Admissão do Associado de acordo com a sua política interna.;

Cláusula 3.5 ... No caso do cancelamento do Cartão ocorra durante o primeiro ano
da admissão do Associado, independentemente da data de cancelamento, para cobrir os
custos administrativos e de processamento, entre outros, a AE reterá o valor da taxa de
admissão paga pelo Associado, ou a quantia, correspondente a 20% do valor da Taxa de
Anuidade, na hipótese de não ter sido cobrada a Taxa de Admissão, por liberalidade da
AE;

Cláusula 7.2. Para obtenção dos recursos de financiamento aqui previstos, o


Associado nomeia e constitui a AE sua procuradora, com poderes especiais para, em seu
nome e por sua conta negociar e obter crédito junto a instituições financeiras no Brasil e
no exterior, para assinar contratos de financiamento e títulos representativos do débito,
acertar condições, prazos e encargos, podendo substabelecer, no todo ou em parte, o
mandato ora outorgado;

Cláusula 7.5 . O atraso no pagamento de qualquer parcela da despesa parcelada


indicada no Extrato implicará no vencimento antecipado da dívida, podendo a AE a
cobrar, a qualquer tempo e de uma só vez, o total do débito, ou bloquear ou cancelar o
Cartão;

Cláusula 10.1 . Todas as despesas constantes do Extratos que não se forem pagas
até a data indicada de seu vencimento estarão sujeitas ao acréscimo das seguintes
penalidades: ... b) encargos financeiros que forem incorridos pela AE em razão do não
pagamento acrescidos de reembolso de custos operacionais relativos à cobrança desses
débitos ...

Cláusula 12.2 . O Associado autoriza a AE ou qualquer uma de suas empresas


subsidiárias, controladoras e afiliadas, a verificar e trocar informações cadastrais,
creditícias e/ou financeiras a seu respeito em âmbito nacional e internacional entre si ou
com entidades financeiras ou de proteção ao crédito, bem como incluir seu nome em
boletins, listas de cancelamento, listagens de mala direta, expedidos ou autorizados pelo
AE, conforme o caso;

Cláusula 15.2 . A AE se reserva o direito de transferir a Conta do Associado para


sua afiliadas, controladoras, controladas ou para qualquer instituição financeira, a
qualquer tempo. A AE também se reserva o direito de efetuar modificações que afetem
taxas de financiamento das despesas e/ou dos saldos existentes, segundo os termos da
legislação aplicável.

Cláusula 15.3 . A AE tem o direito de ceder este Contrato, a qualquer tempo, sem
notificação ao Associado;

Cláusula 17.1 . Para efeitos de cobrança de débitos do Associado e Associados


Adicionais conforme previsto neste Contrato fica eleito o Foro Central da Comarca de
São Paulo, Estado de São Paulo, sem prejuízo de a AE optar pelo foro do domicílio do
devedor.

VAMOS ANALISAR O CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE


ADMINISTRAÇÃO DE CARTÃO DE CRÉDITO DO SISTEMA CREDICARD
CC

Cláusula 3.4. Extravio, Furto, Roubo, Fraude e Falsificações – O Titular se obriga a


informar imediatamente à CC o extravio, furto, roubo, fraude ou falsificação do Cartão,
respondendo até o momento da comunicação, que deverá ser ratificada por escrito, pelo
uso que dele venha a ser feito por terceiros;

Cláusula 4.4 ... O valor em excesso será acrescido ao pagamento mínimo e sobre
ele incidirá a multa de 10% ... e os Encargos Contratuais...
Cláusula 10.1 . Pelo presente instrumento o Titular outorga à CC mandato especial
para representá-lo junto a toda e qualquer Instituição Financeira, incluídos nesse
mandato os poderes para obter, em nome e por conta do outorgante, financiamento por
valor não excedente ao do saldo devedor apurado à conta do Titular, podendo a CC, para
tanto, negociar e ajustar prazos, acertar condições e o Custo do Financiamento e demais
encargos da dívida cobrados pelas Instituições Financeiras, abrir contas correntes em
Bancos e assinar contratos de aberturas de crédito ou instrumentos de qualquer natureza,
necessários para o financiamento, que será utilizado única e exclusivamente para os fins
e na forma prevista deste Contrato.

Cláusula 11.1 Ficam convencionadas as seguintes multas:

a. Multa Moratória de 10% incidentes sobre o saldo devedor, por falta, insuficiência
ou atraso de pagamento;

b. Multa Convencional:

b.1) De até 20% incidente sobre o saldo devedor aplicável cada vez que ocorrer o
inadimplemento de qualquer cláusula ou condição que dê causa à rescisão deste
Contrato;

b.2) De 50% incidente sobre o valor da obrigação, por descumprimento das normas
determinadas pelo Banco Central e/ou de cláusulas e condições previstas pela CC;

Cláusula 12.1 – A falta de pagamento ... implicará:

a. atualização monetária sobre o débito ou indenização por perdas e danos pelos


custos nos quais a CC tenha incorrido;
b. juros de mora de 1% ao mês;
c. multas fixadas na cláusula 11;
d. honorários advocatícios de até 20% sobre o valor da cobrança, em fase amigável
ou judicial;
e. remuneração de até 10% por serviços de preparo e processamento da cobrança.

Cláusula 12.2 – Para fins de cobrança, e em decorrência da garantia prestada, a CC


pagará às Instituições Financeiras as obrigações do Titular inadimplente, ficando, assim,
subrogada nos direitos, podendo sacar Letras de Câmbio, pelo montante global da
dívida, com vencimento à vista ou em outra data fixada pela CC , até a completa e total
liquidação das obrigações contratuais.

Cláusula 15.4 . Com a resilição ou rescisão deste Contrato, a CC tem a faculdade de


sacar Letras de Câmbio para cobrar o saldo devedor atual, financiado ou não. A
faculdade de sacar esses títulos e o exercício do mandato previsto no item 10.1
permanecem em pleno vigor até a integral liquidação das dívidas e obrigações
contratuais.

Cláusula 18.1 O Foro do presente Contrato é o da sede social ou filial da CC,


ressalvado, sempre e em qualquer caso, à CC, quando autora, o direito de optar pelo
domicílio do Réu.
COBRANÇA NA FATURA MENSAL DE USO INDEVIDO POR FURTO,
ROUBO OU EXTRAVIO:

Nos contratos descritos anteriormente, somente o consumidor poderá se valer desta


prerrogativa, desde que esteja amparado pela comunicação prévia à administradora à
ocorrência do furto, roubo ou extravio. Entretanto, em ambos os contratos, o
consumidor poderá se responsabilizar com pagamentos, pois a responsabilidade da
administradora será em conformidade com os contratos limitada ou facultativa.

Entretanto, devemos lembrar que o artigo 1523 do Código Civil, que


exige o pressuposto da culpa para a responsabilização civil das
pessoas jurídicas. O Código de Defesa do Consumidor adota a
responsabilidade objetiva por fato do serviço: Art. 14. O fornecedor
de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.

O empreendedor só se libera dos riscos se provar a ocorrência das hipóteses do §3º


do art. 14, a saber: "I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - a culpa
exclusiva do consumidor ou de terceiro".

Assim, podemos concluir que a cláusula potestativa da Administradora dos Cartões


deve ser declarada nula, pois a responsabilidade será essencialmente da Administradora.
Vejamos a seguinte ementa do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro:

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Responsabilidade civil. Cartão de crédito furtado. Compras


efetuadas antes da comunicação do furto. Fato do serviço. Riscos do
empreendimento. Falta de cautela do estabelecimento vendedor.
Inexistência de culpa exclusiva do titular do cartão. Responsabilidade
da empresa exploradora do negócio.

Como prestadora de serviços, correm por conta da empresa


exploradora de cartão de crédito os riscos do seu empreendimento.

Destarte, cabe-lhe arcar com os prejuízos decorrentes do furto,


roubo ou extravio do cartão, salvo prova inequívoca de ter o evento
ocorrido por fato exclusivo do titular. A demora na comunicação do
furto não se erige em causa adequada se a prova evidencia que ela
teria sido inócua em face da falta de cautela do estabelecimento
vendedor e por terem sido efetuadas as compras antes do prazo normal
de comunicação. Pelo fato culposo do estabelecimento vendedor, que não
atentou para a assinatura grosseiramente falsificada, o titular do
cartão não pode ser responsabilizado por não ter com aquele nenhum
vínculo jurídico.

NULIDADE CONTRATUAL PELO USO POTESTATIVO DA CLÁUSULA


MANDATO:

O Artigo 51, inc. VIII do Código de Defesa do Consumidor considera nulas as


cláusulas que "imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico
pelo consumidor".

Nos dois contratos das Administradoras de Cartões de Crédito, é possível indicar ao


menos duas modalidades em que se manifesta a cláusula mandato:

a. A cláusula pela qual o consumidor constitui sua bastante procuradora a


Administradora, a quem confere, de forma irrevogável, poderes para o fim de
caso necessário e a qualquer tempo, emitir uma letra de câmbio relativa à dívida
principal e encargos, ou correspondentes ao valor de qualquer das parcelas ou
débitos em razão do contrato, podendo, inclusive, substabelecer no todo ou em
parte ;
b. A cláusula em que o titular do cartão de crédito outorga à Administradora do
Cartão um mandato especial para representá-lo junto a toda e qualquer
instituição financeira, incluindo nesse mandato os poderes para obter, em nome e
por conta do consumidor, financiamento por valor não excedente ao saldo
devedor apurado em conta, podendo a administradora para tanto negociar e
ajustar prazos, acertar as condições e o custo do financiamento e demais
encargos da dívida cobrados pelas Instituições Financeiras e assinar contratos
para o financiamento.

A questão acima refere-se à abusividade da cláusula mandato nos contratos


firmados com as Administradoras de Cartões e que afeta o equilíbrio das relações
contratuais e portanto, sob a égide do Artigo 51 do CDC a nulidade absoluta da referida
cláusula. Consolida-se plenamente a desvantagem exagerada do consumidor associado
em detrimento da Administradora do Cartão e o resultado do desequilíbrio das posições
contratuais. Vejamos o que pensa o nosso SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


RESP 144375/SP DATA:03/11/1998
Ministro CESAR ASFOR ROCHA (1098)

CIVIL. NULIDADE. NOTA PROMISSÓRIA CONSTITUÍDA A PARTIR DE MANDATO


INSERIDO EM CLÁUSULA. CONFLITO ENTRE OS INTERESSES DO REPRESENTANTE E
DO REPRESENTADO. PRECEDENTES. Não tem validade a cambial emitida a
partir de mandato outorgado pelo devedor, no bojo do contrato com
titular de cartão, em favor da empresa credora. (É nula a obrigação
cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao mutuante, no
exclusivo interesse deste" - verbete n. 60 da Súmula desta Corte).
Recurso conhecido e provido.

T4 - QUARTA TURMA Decisão

Por unanimidade, conhecer do recurso e dar-lhe provimento.

NULIDADE DA COBRANÇA EM EXCESSO NAS MULTAS CONTRATUAIS


E HONORÁRIOS RESTITUIÇÃO DE COBRANÇA ILEGAIS

Nos Contratos de Adesão das Administradoras de Cartões de Crédito temos uma


série de abusividades contratuais no que tange aos excessos de cobrança de multas
contratuais e honorários advocatícios, bem como a perda quase total da taxa de adesão
para as Administradoras. Devemos entretanto, lembrar que:
1) Multa contratual: Conforme o art. 52, parágrafo primeiro, do Código de Defesa
do Consumidor a multa de mora, ou seja, a que é cobrada por atraso do devedor, é
limitada a 2%.
Esse percentual de dois por cento foi introduzido no Código através da Lei 9298/96,
no mês de agosto desse ano. Assim, os consumidores que, a partir daquela data, tenham
pago multas por atraso em valor superior àquele percentual, têm direito à devolução do
que pagaram a mais, acrescido de juros e correção monetária. As cláusulas contratuais
que contenham percentuais de multa superiores ao previsto no Código, são abusivas, e
portanto, nulas.

2) Honorários advocatícios: As cláusulas que se referem aos honorários


advocatícios, nas quais é imposto um percentual, geralmente, de 20% (vinte por cento)
sobre o valor da cobrança, somente contra o consumidor, também ferem a Lei, porque o
correto seria estabelecer de igual modo contra o fornecedor, nos termos do art. 51, XII
do Código, segundo o qual são nulas, de pleno direito, as cláusulas que obriguem o
consumidor a ressarcir os custos de cobrança da sua obrigação sem que igual direito lhe
seja conferido contra o fornecedor.

3) Cláusula mandato: São as cláusulas que autorizam o fornecedor (ex.: uma


administradora de cartão de crédito) a representar o cliente como seu procurador
(mandatário) para obter recursos financeiros destinados ao pagamento dos débitos por
ele contraídos.

Essas cláusulas dão poderes ao próprio fornecedor para assinar contratos de


financiamento, abrir conta e movimentar valores financeiros, acertar prazos, juros e
encargos da dívida, repactuar taxas de juros (sem limite) e emitir títulos representativos
do débito perante instituições financeiras (quaisquer que sejam). São nulas porque, além
de unilaterais, desequilibram o contrato, impõem representante para concluir ou realizar
outro negócio jurídico pelo cliente, ofendendo princípios fundamentais do sistema de
defesa do consumidor.

A propósito dessas cláusulas, transcrevemos o Despacho n.º 79 de 13/10/98 do


Diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor da Secretaria de Direito
Econômico do Ministério da Justiça, publicado no Diário Oficial da União de 15/10/98:

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO


QUINTA-FEIRA, 15 DE OUTUBRO DE 1998
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
SECRETARIA DE DIREITO ECONÔMICO
Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor

DESPACHO DO DIRETOR
Em 13 de outubro de 1998

N.º 79

Ref.: Processo Administrativo n.º 08012.006629/98-69.


Rpte.: DPDC "EX OFFICIO".
Rpdas: CREDICARD - ADMINISTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO S/A e Outras.

Assunto: Contratos e Regulamentos de uso de cartões de crédito - cláusulas abusiva, nulas de


pleno direito - Lei n.º 8.078/90, regulamentada pelo Decreto n.º 2.181/97 - declaração de nulidade.
Constituo, de ofício, o presente feito, em razão da matéria, acolhendo, por seus judiciosos termos, e
ratificando o despacho que proferi às fls. 661, do Processo Administrativo n.º 08000.0022668/96-44, o
entendimento firmado pelo Senhor Coordenador-Geral de Assuntos Jurídicos deste Departamento, o qual
passa a fazer parte integrante do presente, determinando, desta forma, e em razão de apreciações
judiciais, que sejam colacionadas as peças indicadas naquele pronunciamento.

Dito isto, instauro Processo Administrativo, de ofício, contra a


CREDICARD - ADMINISTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO e Outras, para
DECLARAR NULAS, com fulcro na Lei n.º 8.078/90, regulamentada pelo
Decreto n.º 2.181/97, suspendendo, por conseguinte, os seus efeitos,
as cláusulas a seguir identificadas, utilizadas nos diversos
Instrumentos de Contrato e Regulamentos de uso de cartões de crédito:

1. As Cláusulas que estabelecem "MULTA MORATÓRIA DE 10% (DEZ POR


CENTO), INCIDENTE SOBRE O SALDO DEVEDOR, POR FALTA, INSUFICIÊNCIA OU
ATRASO DE PAGAMENTO", esbarra, frontalmente, com o que dispõe o art.
52, § 1º , da Lei n.º 8.078/90, porquanto a Lei n.º 9.298/96, que deu
nova redação ao referido § 1º do art. 52, limitou a aplicação daquelas
multas ao percentual de 2% (dois por cento) do valor da prestação
inadimplida;

2. as Cláusulas com a MULTA CONVENCIONAL DE ATÉ 20% (VINTE POR


CENTO), INCIDENTE SOBRE O SALDO DEVEDOR, APLICÁVEL CADA VEZ QUE
OCORRER O INADIMPLEMENTO DE QUALQUER CLÁUSULA OU CONDIÇÃO QUE DÊ CAUSA
À RESCISÃO DO RESPECTIVO CONTRATO, por colidir com o previsto no art.
917 do Código Civil, que dispõe que "a cláusula penal pode referir-se
à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou
simplesmente à mora". As cláusulas examinadas neste feito, não fazem
qualquer enumeração de identificação de cláusulas especiais a que se
referem aquelas penalidades, logo, por não se amoldarem ao disposto no
art. 917 do Código Civil, e de igual modo, serem alcançadas pelo que
dispõe o § 3º do art. 54 da Lei n.º 8.078/90.

Estas cláusulas não são claras e não permitem ao consumidor


identificar o seu exato alcance, ferindo, assim, os princípios de
transparência e lealdade, insculpidos na pretensão do art. 54 da norma
de defesa do consumidor. Acrescente-se, ainda, que são cláusulas
estritamente unilaterais, porquanto não há previsão contratual de
igual penalidade à contratada, mais uma vez sendo deixado de lado
outro princípio, previsto na Lei, o do equilíbrio contratual,
consoante inciso IV do art. 51 da Lei n.º 8.078/90.

3. as Cláusulas relativas aos HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, MESMO NA


FASE AMIGÁVEL, onde é imposta uma penalidade que será devida pelo
cliente, revestida do percentual de até 20% (vinte por cento) sobre o
valor total da cobrança. É claro que esta cobrança afronta o inciso
XII do art. 51 da Lei n.º 8.078/90, porquanto é nitidamente nula de
pleno direito pois não há previsão contratual de igual monta contra o
fornecedor. Inexiste a responsabilidade do fornecedor por gastos do
consumidor na busca de compeli-la a adimplir os encargos assumidos. A
cláusula, como está, transfere do mandante - fornecedor - para o
consumidor o pagamento da obrigação resultante do contrato de mandato.

4. as Cláusulas de cobrança de HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS PAGOS EM


RAZÃO DE DETERMINAÇÃO JUDICIAL DO DÉBITO, pois que somente ao juiz
cabe arbitrar a verba honorária adequada ao caso específico, de outra
parte somente quando a norma expressamente a defina, como é o caso
previsto no art. 62 da Lei n.º 8.245/91. Logo, essa exceção não pode
ser utilizada como regra, na forma como foram redigidas;

5. As Cláusulas da MULTA CONVENCIONAL DE 50% (CINQÜENTA POR CENTO)


INCIDENTE SOBRE O VALOR DA OBRIGAÇÃO, POR DESCUMPRIMENTO DAS NORMAS
DETERMINADAS PELO BANCO CENTRAL, nas situações do cartão de validade
internacional. Encontra-se nesta a falta do princípio do equilíbrio
contratual vez que não há especificidade das cláusulas cuja proteção
se objetiva, operando-se, desta forma, sem transparência e lealdade,
princípios exigidos nas relações contratuais;

6. As denominadas CLÁUSULAS MANDATOS, comuns, também, em todos os


contratos, aquelas que autorizam a ADMINISTRADORA a representar o
TITULAR para a obtenção dos recursos financeiros necessários ao
pagamento de suas compras e/ou serviços, motivo pelo qual o mesmo
constitui sua bastante procuradora a ADMINISTRADORA com poderes
especiais para em seu nome e por sua conta negociar e obter crédito
junto às instituições financeiras, outorgando-lhe poderes especiais
para assinar contratos de financiamento, abrir conta e movimentar os
valores financeiros, acertar prazos, juros e encargos da dívida,
repactuar taxas de juros, emitir títulos representativos do débito
perante instituições financeiras, e outras outorgas.

Referidas cláusulas esbarram nos dispositivos do art. 51 da Lei n.º


8.078/90. O mandato instituído em favor da ADMINISTRADORA inexistem
limites quanto às taxas de juros e encargos a serem contratados pela
ADMINISTRADORA. Verifica-se, também, que não há indicação sobre quais
as Instituições Financeiras que serão contratadas pela ADMINISTRADORA.
E, de igual modo, não existe informação sobre o valor da denominada e
comum "remuneração" da ADMINISTRADORA pela garantia prestada perante à
Instituições Financeiras. Ora, não há dos textos analisados, qualquer
referência a informar ao TITULAR - consumidor - as taxas que pagará,
operando-se, assim, unilateralmente, em total descaso para com a outra
parte e, neste caso, a mais fraca na relação contratual examinada. O
consumidor, não sabe, nem lhe é dito, qual a Instituição Financeira,
nem lhe é facultada a oportunidade de optar por esta ou aquela. A
cláusula é, no todo, unilateral, não observando princípios básicos,
dentre eles o do equilíbrio contratual.

Em assim sendo, DECLARO NULAS DE PLENO DIREITO AS CLÁUSULAS SUPRA


IDENTIFICADAS PELOS NÚMEROS DE 1 A 5, SUSTANDO, DESTA FORMA, A PARTIR
DA PUBLICAÇÃO DESTE DESPACHO, OS SEUS EFEITOS.

Sobre as CLÁUSULAS MANDATOS, para que não haja prejuízo imediato ao


consumidor, concedo o prazo de 30 dias, a contar da data da publicação
deste Despacho no Diário Oficial da União, para que as Empresas e/ou
Instituições que dela fazem uso apresentem a este Departamento nova
redação onde fiquem claras as observações que sobre estas especificas
CLÁUSULAS MANDATOS acima foram citadas. Dito isto, promovam-se,
imediatamente, a revisão dos respectivos Instrumentos Contratuais ou
Regulamentos de utilização de cartões de créditos, porquanto afrontam
dispositivos do Código de Defesa do Consumidor, sob pena da aplicação
de multa de 1.000 (hum mil) UFIR´S, por contrato existente e não
adequado. Por derradeiro, sinalizo a possibilidade da correção das
anomalias identificadas mediante a subscrição de Termo de Compromisso
de Ajustamento de Conduta, na forma do art. 113 da Lei n.º 8.078/90,
regulamentada pelo Decreto n.º 2.181/97. Remeta-se fotocópia do feito
ao Ministério Público Federal. Cumpra-se. Publique-se. Intimem-se.
NELSON FARIA LINS D´ALBUQUERQUE JÚNIOR

JUROS LIMITADOS NOS CARTÕES DE CRÉDITO SEGUNDO A ORDEM


JURISPRUDENCIAL

Devemos inicialmente transcrever o importante pensamento do Jurista JOSÉ


AFONSO DA SILVA respeito dos juros limitados: "Está previsto no parágrafo terceiro
do artigo 192 que as taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras
remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser
superiores a doze pôr cento ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada
como crime de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei
determinar. Este dispositivo causou muita celeuma e muita controvérsia quanto a sua
aplicabilidade. Pronunciamo-nos, pela imprensa, a favor de sua aplicabilidade imediata,
porque se trata de uma norma autônoma, não subordinada à lei prevista no caput do
artigo.

Todo parágrafo tecnicamente bem situado (e este não está, porque contém
autonomia de artigo) liga-se ao conteúdo do artigo, mas tem autonomia normativa. Veja-
se, pôr exemplo, o parágrafo primeiro do mesmo artigo 192. Ele disciplina o assunto
que consta dos incisos I e II do artigo, mas suas determinações, pôr si, são autônomas,
pois uma vez outorgada qualquer autorização, imediatamente ela fica sujeita às
limitações impostas no citado parágrafo. Se o texto em causa fosse inciso de artigo,
embora com normatividade formal autônoma, ficaria na dependência do que viesse a
estabelecer a lei complementar. Mas tendo sido organizado num parágrafo, com
normatividade autônoma, sem ferir a qualquer previsão legal ulterior, detém eficácia
plena e aplicabilidade imediata. Juros reais os economistas e financistas sabem que são
aqueles que constituem valores efetivos, e se constituem sobre toda desvalorização da
moeda. Revela ganho efetivo e não simples modo de corrigir a desvalorização
monetária. As cláusulas contratuais que estipularem juros superiores são nulas. A
cobrança acima dos limites estabelecidos, diz o texto, será considerada como crime de
usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei dispuser. Neste
particular, parece-nos que a velha Lei da Usura (Decreto 22.626/33) ainda está em
vigor." Direito Constitucional Positivo, 6ª edição, Editora LRT, 1990, páginas 694 e
695.

Devemos ainda expor que a maioria dos doutrinadores são favoráveis a limitação
dos juros constitucionais em 12 % ao ano os Juristas: Régis Fernandes de Oliveira
(RT666/233), Edvaldo Brito (A Constituição Brasileira, 1988, vários autores, Forense
Universitária, p. 393 e segs.), Eros Roberto Grau, Sergio Gischklow Pereira, Araken
de Assis ( artigo e decisões publicadas em A Luta contra a usura, Organização
Fernando Gasparian, Coordenação de Roberto Fernandes de Almeida, Graal ed. p.
37 à 123 ), José Afonso da Silva , Nagib Slaib Filho e Luis Roberto Barroso. E isto
se aplica aos Contratos de Adesão das Administradoras de Cartões de Crédito,
principalmente no sistema rotativo. Vamos analisar entretanto, a posição da
jurisprudência a respeito da limitação dos juros nos Contratos de Cartão de Crédito:

TRIBUNAL DE ALÇADA DO ESTADO DO PARANÁ APELACAO CIVEL 0104491-9 -


APUCARANA - - Ac. 9074
JUIZA DULCE MARIA CECCONI - OITAVA CAMARA CIVEL

APELACAO CIVEL - ACAO DE COBRANCA - CONTRATO DE CARTAO DE CREDITO -


DEBITO COMPROVADO - ART. 192, 3 , DA CONSTITUICAO FEDERAL - NORMA QUE
INDEPENDE DE NORMA INFRACONSTITUCIONAL PARA SUA APLICACAO, ANTE A
IMPOSSIBILIDADE DE AFRONTA AO LIMITE MAXIMO (12% AO ANO) NELA
ESTABELECIDO –

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO SANTA CATARINA APELACAO CIVEL 39598 -


JOINVILLE
DES. AMARAL E SILVA - TERCEIRA CAMARA CIVEL

JUROS - CARTÃO DE CRÉDITO NÃO BANCÁRIO - EXIGÊNCIA ACIMA DA TAXA


LEGAL - IMPOSSIBILIDADE - RECURSO PROVIDO. "A circunstância do título
ter sido emitido pelo devedor, voluntariamente, com os requisitos
formais, não elide a ilegalidade da cobrança abusiva de juros, sendo
irrelevante a instabilidade da economia nacional. "O sistema jurídico
nacional veda a cobrança de juros acima da taxa legal" (STJ - Min.
Sálvio de Figueiredo). Sendo incontroverso que a promissória inclui
juros excessivos, cobrados por quem, não integra o sistema financeiro
nacional, procedem os embargos para que a execução prossiga sobre a
quantia efetivamente devida.

PROIBIÇÃO DA PRÁTICA DO ANATOCISMO FINANCEIRO PELA


ADMINISTRADORA DE CARTÃO

O anatocismo, realmente a lei veda a sua prática, ao impedir a contagem de juros


dos juros, mesmo em se tratando de Administradora de Cartão de Crédito , pois a
previsão do art. 4º, do Decreto nº 22.626, de 07.04.33 - Lei de Usura, não foi revogada
pela Lei nº 4.595/64.

E o Egrégio Supremo Tribunal Federal, pela Súmula 121, consagrou tal orientação:
"É vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada".

Na mesma RT 734/488 lê-se: "A capitalização mensal de juros (juros sobre juros) é
vedada pelo nosso direito, mesmo quando expressamente convencionada, não tendo
sido revogada a regra do art. 4º do Dec. 22.626/33 pela Lei 4.595/64".

Diante disto, devemos ainda expor que os nossos Tribunais decidem com
unanimidade repudiando a prática do anatocismo inclusive com as Administradoras de
Cartões de Crédito:

"Art. 1º. É vedado, é será punido nos termos desta Lei, estipular
em quaisquer contratos taxas de juros superiores ao dobro da taxa
legal".

"Art. 4º. É proibido contar juros dos juros; esta proibição não
compreende a acumulação de juros vencidos aos saldos líquidos em conta
corrente de ano a ano".

Aplicável portanto às Administradoras de Cartão de Crédito o aludido art. 1º ,


estabelecendo, a taxa de juros em 12% ao ano (o dobro da taxa prevista no art. 1.062 do
CC). Confira-se a posição do Superior Tribunal de Justiça, representada por essas
ementas, entre inúmeras outras: "Direito privado. Juros. Anatocismo. A contagem de
juros sobre juros é proibida no direito brasileiro, salvo exceção dos saldos líquidos
em conta-corrente de ano a ano. Inaplicabilidade da Lei da Reforma Bancária
(4.595, de 31.12.64). Atualização da Súmula 121 do STF. Recurso provido" (Resp.
2.293, Sr. Min. Cláudio Santos).

Pôr sua vez, THEOTÔNIO NEGRÃO em nota ao Artigo 4 do Decreto 22626/33


comentou o seguintes: "Esta súmula121 deve ser harmonizada com a de n. 596 em nota
no artigo 1 e com a Súmula 93 do STJ. A capitalização de juros é vedada, mesmo em
favor de instituições financeiras (RSTJ 13/352, 22/197; RTJ 92/341, 98/851,
108/277,124/616; STF 1343/218)".

Ou seja, de acordo com o explicitado pelo artigo mencionado e o posicionamento


do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL veda-se a capitalização de juros, sendo que a
Súmula 596 ainda que venha a ser invocada como hipótese de permissão para a
capitalização de juros não guarda relação lógica com a pratica do anatocismo. Nos
termos do julgamento do RE 90.341, - RTJ 92/341 onde o SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL pronunciou-se no seguintes termos: "É vedada a capitalização de juros,
ainda que expressamente convencionada (Súmula 121). Dessa proibição não estão
excluídas as instituições financeiras, dado que a Súmula 596 não guarda relação
com o anatocismo".

RESPONSABILIDADE CIVIL PELOS DANOS GERADOS PELA


INDEVIDA INSCRIÇÃO NOS SERVIÇOS DO SPC PELA
ADMINISTRADORA DO CARTÃO DE CRÉDITO

Neste tópico devemos ressaltar que uma indevida inscrição dos nomes de
consumidores nos cadastros do Serviço de Proteção ao Crédito poderá gerar uma série
de danos que devem ser indenizáveis pela Administradora. Vejamos os principais
precedentes dos nossos Tribunais a respeito do assunto:

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


RESP 165727/DF QUARTA TURMA
Ministro SALVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA

DIREITO DO CONSUMIDOR. INSCRIÇÃO INDEVIDA NO SPC. FURTO DO CARTÃO


DE CRÉDITO. DANO MORAL. PROVA. DESNECESSIDADE. COMUNICAÇÃO AO
CONSUMIDOR DE SUA INSCRIÇÃO. OBRIGATORIEDADE. LEI 8.078/90, ART. 43, §
2º. DOUTRINA. INDENIZAÇÃO DEVIDA. FIXAÇÃO. PRECEDENTES. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. I - Nos termos da jurisprudência da Turma, em se
tratando de indenização decorrente da inscrição irregular no cadastro
de inadimplentes, "a exigência de prova de dano moral
(extrapatrimonial) se satisfaz com a demonstração da existência da
inscrição irregular" nesse cadastro. II - De acordo com o artigo 43, §
2º do Código de Defesa do Consumidor, e com a doutrina, obrigatória é
a comunicação ao consumidor de sua inscrição no cadastro de proteção
de crédito, sendo, na ausência dessa comunicação, reparável o dano
oriundo da inclusão indevida. III - É de todo recomendável, aliás que
a comunicação seja realizada antes mesmo da inscrição do consumidor no
cadastro de inadimplentes, a fim de evitar possíveis erros, como o
ocorrido no caso. Assim agindo, estará a empresa tomando as precauções
para escapar de futura responsabilidade.

IV - Não se caracteriza o dissídio quando os arestos em cotejo não


se ajustam em diversidade de teses.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


APELAÇÃO CÍVEL 2591 /1999 - Reg. 07/05/1999 -
DES. PAULO LARA - Julg: 13/04/1999

Responsabilidade Civil. Inclusão do nome em rol de devedores.


SERASA. Dano moral configurado. Tendo a empresa de cartões de credito
incluído, indevidamente, o nome do autor no rol dos devedores do
SERASA, o que importa em anunciar `a praça a sua inadimplência,
configurado restou o dano moral, a exigir reparação, em dosimetria
equilibrada, como feito pelo prolator da sentença, em cinquenta
salarios minimos, em consonância com os parâmetros, para hipoteses
similares, normalmente adotados por esta Câmara. Improvimento do
apelo. (GAS)

Partes : BB ADMINISTRADORA DE CARTOES DE CREDITO S/A


MANOEL BARBOSA DA SILVA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

APELAÇÃO CÍVEL 2507 /1999 - Reg. 07/06/1999


DES. JORGE MAGALHAES - Julg: 13/04/1999

Ação Ordinária. Indenização por negativacao do nome do autor junto


ao Serasa e devolução de dois cheques, sem suficiente provisão de
fundos. 1. Não pode o Banco devolver cheque quando o cliente goza de
fundos disponíveis, ainda que decorrentes de cheque especial, e não
pode cobrar por remessa e anuidade de cartão já´ cancelado. 2. A
devolução de dois cheques, indevidamente, a negativacao do nome do
Autor junto ao Searas, a desativação de cartão Visa, não pedido e o
cancelamento do cheque especial, sem aviso, justificam a condenação
por danos morais em 100 Salários Mínimos, porque mais não foi pedido.
Provimento do primeiro apelo e prejudicado o segundo recurso. (LCR)

Partes : RICARDO CIDADE BAPTISTA E OUTRO OS MESMOS

CONCLUSÕES FINAIS:

Finalmente devemos apresentar as nossas conclusões finais a respeito do tema em


discussão: abusos cometidos pelas Administradoras de Cartões de Crédito:

OS CONTRATOS DE ASSOCIADO E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE


ADMINISTRAÇÃO DE CARTÃO DE CRÉDITO CONSTITUEM COMO
EXPRESSARAM OS MAGISTRADOS DO TRIBUNAL DE ALÇADA CÍVEL DO
ESTADO DO PARANÁ ELI DE SOUZA (AC.2690) E EUGÊNIO ACHILE
GRANDINETTI (AC.9740) COMO AUTÊNTICOS PACTOS DE ADESÃO ONDE
DEVEM TER A APLICAÇÃO DAS NORMAS CONTIDA NO CÓDIGO DE DEFESA
DO CONSUMIDOR, DEVENDO PORTANTO A SUA INTERPRETAÇÃO SER
MAIS FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR OU ADERENTE, NOS TERMOS DO
ARTIGO 47 DO REFERIDO CÓDIGO.

COM A APLICAÇÃO AOS CONTRATOS DAS ADMINISTRADORAS DE


CARTÕES DOS DOGMAS JURÍDICOS CONTIDO NO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR, SÃO CONSIDERADAS NULAS TAMBÉM EM CONFORMIDADE
COM O ARTIGO 115 DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO AS CLÁUSULAS
POTESTATIVAS COMO A DA PERDA TOTAL DOS VALORES PAGOS NA TAXA
DE ADESÃO EM FAVOR DA ADMINISTRADORA , DE COBRANÇA DE
ENCARGOS FINANCEIROS NÃO AUTORIZADOS PELO CONSUMIDOR BEM
COMO A DECRETAÇÃO DE NULIDADE PLENA DA CLÁUSULA MANDATO DE
REPRESENTAÇÃO DO CONSUMIDOR ADERENTE JUNTO AS INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS E A QUE AUTORIZA A ADMINISTRADORA EM EMITIR LETRA
DE CÂMBIO EM CONFORMIDADE COM A DECISÃO NO RECURSO ESPECIAL
26.786-MG PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA PELO MINISTRO ATHOS
CARNEIRO;

ASSIM DEVE-SE AINDA SER APLICADO AO CONSUMIDOR ADERENTE


DO CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO DO INSTITUTO DE LESÃO PARA A
RECOMPOSIÇÃO DO EUILIBRIO ECONÔMICO E CONTRATUAL E A
DECRETAÇÃO DE NULIDADE DOS TÓPICOS CONTIDOS NOS CONTRATOS
QUE ENSEJAM UMA ONEROSIDADE EXCESSIVA PELA EXISTÊNCIA DE
CLÁUSULAS ABUSIVAS.

TORNA-SE OUTROSSIM IMPOSSÍVEL A UTILIZAÇÃO DE PRÁTICA DO


ANATOCISMO FINANCEIRO EM CONTRATOS FIRMADOS JUNTO AS
ADMINISTRADORAS DE CARTÕES EM FUNÇÃO DA SUMULA 121 E DE
FORMA CAPITALIZADA QUE VEM A CONTRARIAR O ARTIGO 4 DO
DECRETO 22626/33 – LEI DE USURA FINANCEIRA.

EM DETRIMENTO DAS DECISÕES DE ORDEM JURISPRUDENCIAL , OS


CONTRATOS DAS ADMINISTRADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITO DEVEM
TER A TAXA DE JUROS REAIS (ENCARGOS, CORREÇÕES DE JUROS)
LIMITADOS AOS PERCENTUAIS ESTABELECIDOS PELA LEI DE USURA, DO
ARTIGO 1062 DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO E O PARÁGRAFO TERCEIRO
DO ARTIGO 192 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

EM FUNÇÃO DO DESPACHO 79 DO DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE


PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR DA SECRETARIA DE DIREITO
ECONÔMICO DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA A MULTA MORATÓRIA DEVE SER
LIMITADA EM 2% DO VALOR DA PRESTAÇÃO INADIMPLIDA (LEI 8078/90 e
9298/96), A MULTA CONVENCIONAL DEVE SER DECLARADAS NULAS EM
FUNÇÃO DO ARTIGO 917 DO CC E DO ARTIGO 54 DA LEI 8078/90.

APLICAR-SE A AINDA EM FUNÇÃO DO DESPACHO 79 DO DIRETOR DO


DEPARTAMENTO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR DA
SECRETARIA DE DIREITO ECONÔMICO DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA NA
QUESTÃO DOS PAGAMENTOS DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM FASE
AMIGÁVEL DEVEM INEXISTIR EM FUNÇÃO DO INCISO XII DO ARTIGO 51
DA LEI 8078/90 QUE VEDA DE PLENO DIREITO A COBRANÇA DE UMA
PENALIDADE PECUNIÁRIA QUE VENHA EM ONERAR O CONSUMIDOR-
ADERENTE DO CONTRATO DA ADMINISTRADORA DO CARTÃO.

SOB Á ÉGIDE DO DESPACHO 79 DO DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE


PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR DA SECRETARIA DE DIREITO
ECONÔMICO DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEVE SER DECLARADA NULA
DE PLENO DIREITO A MULTA CONVENCIONAL DE 50% INCIDENTE SOBRE O
VALOR DA OBRIGAÇÃO PARA A MANUTENÇÃO DO PRINCÍPIO DO
EQUILÍBRIO CONTRATUAL.

PORTANTO, SOMENTE COM O PRESENTE ESTUDO PODEMOS


APROFUNDAR A QUESTÃO E ALERTAR AOS CONSUMIDORES E ADERENTES
AOS CONTRATOS DAS ADMINISTRADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITO DOS
ABUSOS COMETIDOS E NUMA VISÃO JURISPRUDENCIAL E
MANIFESTAÇÃO ATUAL DOS NOSSOS TRIBUNAIS A RESPEITO DOS TEMAS
EM DISCUSSÃO PARA A MANUTENÇÃO DO EQUILIBRIO ECONÔMICO E
CONTRATUAL .

Vous aimerez peut-être aussi