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Florianópolis
Abril, 2011
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CENTROS DE INFORMAÇÃO E ASSISTÊNCIA
TOXICOLÓGICA E TOXICOLOGISTAS CLÍNICOS
Autores:
Ivan Ricardo Zimmermann
Florianópolis
Abril, 2011
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Índice
1. Introdução........................................................................................................ 4
2. A metodologia GRADE.................................................................................... 4
2.1. Avaliando a qualidade dos estudos............................................................ 4
2.2. Desenhos de estudo .................................................................................. 5
3. Fatores que diminuem a qualidade das evidências ...................................... 6
3.1. Limitações ................................................................................................. 6
3.2. Inconsistência ............................................................................................ 9
3.3. Evidência indireta .................................................................................... 10
3.4. Imprecisão ............................................................................................... 10
3.4.1. Desfechos dicotômicos...................................................................................11
3.4.2. Desfechos contínuos ......................................................................................11
3.5. Viés de publicação................................................................................... 12
4. Fatores que aumentam a qualidade das evidências ................................... 13
4.1. Grande magnitude de efeito..................................................................... 13
4.2. Ausência de potenciais confundidores ..................................................... 13
4.3. Relação dose-resposta ............................................................................ 14
5. O nível geral das evidências para uma recomendação .............................. 15
6. A força das recomendações ......................................................................... 16
7. Representação da classificação................................................................... 18
8. Referências bibliográficas: ........................................................................... 19
Apêndice A - Classificação da qualidade das evidências .................................. 20
Apêndice B - Consulta Rápida ............................................................................. 21
Apêndice C - Perfil de Recomendações .............................................................. 22
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1. Introdução
2. A metodologia GRADE
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positivos e negativos desses estudos, o avaliador pode elevar ou rebaixar o nível de
qualidade.
O primeiro passo nesse processo é criar uma tabela do Perfil de
Recomendações. Para criar essa tabela, a partir da pergunta formulada, siga os
passos:
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Visão geral da alteração de pontos
Diminuir os pontos se:
3.1. Limitações
6
Tabela 4. Limitações de Ensaios Clínicos Randomizados (ECR):
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Tabela 5. Limitações de Estudos Observacionais:
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• Limitações muito graves: a maioria dos estudos não atende a pelos menos
dois dos critérios importantes para o desfecho. Rebaixa-se em 2 níveis e é
dada a justificativa em “observações”.
3.2. Inconsistência
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Exemplo: Foram encontrados dois estudos que avaliaram o uso de atropina
em pacientes intoxicados por inibidores da colinesterase. Esses estudos obtiveram
resultados positivos, porém bem diferentes quanto à redução do tempo de
hospitalização. Entretanto, foram claramente relatadas as diferenças entre a
potência dos agentes inibidores envolvidos em cada estudo. Assim, uma diferença
entre os resultados seria normalmente esperada. Nesse caso, a evidência não
precisou ser rebaixada por motivo de inconsistência.
3.4. Imprecisão
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conclusão disso é a incerteza sobre o benefício desse resultado, o que diminui a
qualidade da evidência.
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hidratação para esses casos. Um dos objetivos desse estudo foi investigar se o novo
esquema de hidratação apresentava melhores resultados ao manter o nível sérico
de lítio abaixo de 1,5 mEq/L. Assim, um dos desfechos avaliados foi o nível sérico de
lítio em 12 horas após o início da hidratação. Foram realizadas medidas pareadas
dos pacientes, ou seja, em cada paciente foi medido o nível antes e 12 horas após o
esquema de hidratação. A diferença média entre o nível antes e depois foi
comparada entre os dois esquemas de hidratação.
O estudo demonstrou que, com o novo esquema, a diferença média após 12
horas de hidratação foi de -0,106 (IC95%: -0,292 a 0,008). De fato, essa diferença
demonstra uma eficiência 42,4% melhor que o tratamento habitual. Entretanto, o
intervalo de confiança da diferença média observada inclui a ausência de efeito (no
caso de diferenças e valores absolutos, o valor “zero” indica ausência de efeito).
Por fim, o grupo discute e aceita recomendar o novo esquema. Isso, porque
entre outros pontos, mesmo apresentando ausência de efeito, o limite inferior do
intervalo de confiança demonstra um benefício do novo esquema de extrema
importância (-0,292). Para isso, o grupo decide rebaixar a qualidade das evidências
em um nível.
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4. Fatores que aumentam a qualidade das evidências
Na tabela do “Perfil de Recomendações”, é apresentada a coluna “Outros
fatores”. Nessa coluna, quando o grupo concordar, será indicada a presença dos
seguintes fatores que podem aumentar a qualidade das evidências.
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positiva de confundidores sobre uma associação e, mesmo assim, demonstra uma
associação importante, aumentam as chances de que o efeito seja real. Todas
essas abordagens aumentam a qualidade das evidências, as quais poderão ser
aumentadas em 1 nível e uma justificativa é dada em “observações.
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Tabela 7. Exemplos de alguns tipos de estudos e seus níveis de evidência após uma
avaliação hipotética.
Moderada
ECR(s) com limitações graves (rebaixado em 1 nível,
a partir de Alta)
Baixa
(rebaixado em 2
ECR(s) com limitações muito graves
níveis, a partir de
Alta)
Muito Baixa
ECR(s) com limitações muito graves e inconsistência (rebaixado em 3
níveis,a partir de Alta)
Alta
Estudos Observacionais com boa metodologia e
(elevado em 2 níveis,
resultados com magnitude de efeito muito grande
a partir de Baixa)
Moderada
Estudos Observacionais com boa metodologia e
(elevado em 1 nível, a
evidências de uma relação dose-resposta
partir de Baixa)
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menor qualidade de evidência deve ser considerado ao determinar o
nível geral de evidências;
o Seus resultados apontam para a mesma direção (para os riscos ou
para os benefícios): qualquer um dos desfechos críticos com a
maior qualidade de evidência e que seja suficiente para subsidiar uma
intervenção deve ser considerado ao se determinar o nível geral de
evidências. Entretando, quando houver pouca certeza sobre o
balanço dos riscos e benefícios, considera-se o desefecho com o
menor nível de evidência.
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Tabela 8. A descrição dos fatores que influenciam a força de uma recomendação.
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Tabela 9. Decisão sobre os fatores que influenciam a força de uma recomendação.
Fatores Decisão
SIM ( ) NÃO ( )
A qualidade das evidências é
Baixa ou Muito Baixa?
“Breve justificativa sobre a escolha”
7. Representação da classificação
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Tabela 11. Representação sugerida para a força de recomendação.
Força de recomendação
Recomendação Número
Forte 1
Fraca 2
8. Referências bibliográficas:
Brown BB. Delphi Process: A Methodology Used for the Elicitation of Opinions of
Experts. The RAND Corporation: Santa Monica, California; 1968. Disponível em:
http://www.rand.org/pubs/papers/2006/P3925.pdf
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Apêndice A - Classificação da qualidade das evidências
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Apêndice B - Consulta Rápida
Limitações:
Alta Ensaios Clínicos Magnitude de
Graves (-1) ou Muito
(4) Randomizados efeito:
graves (-2)
Grande (+1) ou
Muito grande (+2)
Inconsistência:
Estudos que serão Grave (-1) ou Muito
Moderada grave (-2)
rebaixados ou
(3)
elevados Ausência de
Evidência indireta:
potenciais
Grave (-1) ou Muito
Estudos confundidores
Baixa grave (-2)
Observacionais (+1)
(2)
(com grupo controle) Imprecisão grave (-1)
Força de recomendação
Número Força Descrição
A maioria dos pacientes deve receber a intervenção recomendada
1 Forte e, provavelmente, não é necessário auxiliá-los a tomarem decisões
que sejam coerentes com seus valores e preferências.
Diferentes escolhas serão apropriadas para diferentes pacientes.
2 Fraca Assim, é necessário auxiliar cada paciente a tomar uma decisão
coerente com seus valores e preferências.
Referências: a) Schünemann et al. GRADE handbook for grading quality of evidence and strength of
recommendation. Version 3.2. The GRADE Working Group, 2009. b) International Child Health Review Collaboration:
The Reviewer’s Toolkit. Disponível em: http://www.ichrc.org/pdf/reviewertoolkit.pdf
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Apêndice C - Perfil de Recomendações
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