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Palavrão

Já repararam que existem palavras que metem medo? E não estou falando de qualquer uma
ligada à violência. Quero falar é de RELACIONAMENTO. Aliás, vamos evitar repetí-la a partir
deste ponto desta crônica, para não atraí-la mais do que o necessário, certo? Deixá-la restrita
a relações profissionais onde sua aplicação for - vamos dizer - indispensável. Mas, nunca,
jamais, em tempo algum, podemos usá-la ao nos referir a alguém. Principalmente, alguém de
quem gostamos. Inimigos, tudo bem. Pode se falar de mal-nã-nã-nã ou ex-nã-nã-nã. No entanto,
nunca por alguém especial, de quem gostamos sem correr o risco de magnetizar para este rela...
(ops! sorry!) para essa... amizade ou namoro um câncer que irá consumi-la em muito pouco
tempo.

Mas quando é que um namoro, “um rolo”, “um lance”, “uma transa”, ou melhor, uma paixão ou um
amor vira essa coisa enorme. Repare no peso da palavra em questão: (Atenção: não leia em voz
alta e por extenso) RE-LA-CI-O-NA-MEN-TO (Leia apenas silabada e em voz baixa para não
pensar que estamos chamando “Ela” na conversa)

Observe então: Sete sílabas! Quatorze letras! E - o pior - aquela dúvida horrível que dá aquele
frio na espinha: será que aquele “O” fica com o “CI” ou fica isolado, separado. Talvez seja até
por esse motivo mesmo que dá errado. Será que se o “O” ficasse junto, será que nosso próximo
encontro poderia se transformar em outra coisa totalmente diferente? Digo: sem ciúmes
absurdos, sentimentos de posse, parentes-que-você-não-pediu passeios de domingo no
shopping, sofá com Faustão, datas obrigatórias, etc.? Só haveria paixão, amor e vontade de
estar juntos? Será que aquela morena de pernas perfeitas ou aquele “gato” de sorriso
penetrante, não estariam destinados a tragédia do cotidiano, do tédio e do óbvio carregados
naquelas sete sílabas?

Então porque insistimos em fazer isso? De uma “coisa” boa, suave, gostosa, fazermos um
RLCNMT (você me entende, não entende?). Transformar Amor em Casamento, Paixão em
Convivência (pacífica, para não terminar em Crime) Sexo em Procriação (Vamos também evitar
essa. Deveria ser restrita aos textos Zoológicos) para satisfazer a bíblia em todas as religiões.
E não pense que escapou da maldição porque você é budista ou cardesista. Nããão!

Agora, será que os ateus podem rir agora ou estão apenas fadados a execração pública do tipo:
- Você, hem! Não quer constituir família, ter filhos? Que horror! O que você está pensando? A
velhice vai te pegar também! - Fico imaginando esta Velhice como uma velha toda enrugada, de
olhos esbugalhados, boca seca e desdentada, de costas encurvadas, me perseguindo por vielas
escuras e desconhecidas e gritando entre gargalhadas histéricas: - Vou te pegar! Vou te pegar
para casar e fazer filhos com você! AAAAAHHH!

Não deixe essa mania de chamar namoro de EAIOAEO (ficou mais difícil, eu sei.) carregar
aquela sua paixão para o buraco. O peso é irresistível. Cai mesmo. Tudo cai.

Tudo vai bem. Cheio de “meu amor”, “paixãozinha”, “te adoro”, “vira mais assim que eu gosto”,
“vai assim que vou contigo, ah!” (chega!) e de repente, vem o tal REMENTO (mais ou menos...) e
tudo vira: Onde você pensa que isso vai? O que você pretende com esta relação? Isso não é
bem assim? Você tem que assumir isso ou aquilo? E tudo isso normalmente às quatro horas da
manhã. (Ah! Pronto falei! Meus Deuses! Por favor, não! De novo, não! Não quero uma relação ou
relacionamento! AAAAH! Falei de novo! Perdão! Por favor, não transforme aquela risada
gostosa, do meu amor no riso debochado de uma esposa, aquelas mãozinhas e pezinhos bonitos
em armas de uma “patroa” ciumenta.) Na verdade estas palavras também devem ser evitadas.
Ninguém deve chamar de “esposa”, de “minha mulher” ou de “patroa”, uma verdadeira
namorada, paixão ou um amor.

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