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FABike#EDIÇÃO ESPECIAL // PUBLICAÇÃO FABICANA - NÚMERO 1, ANO 1 - 2011/1

Pág. 05
Motoristas e Ciclistas:
os Dois Lados da Moeda

Pág. 07
Ciclismo: entre
Direitos e Deveres

Pág. 10

PEDALANDO RUMO À
SUSTENTABILIDADE
Saiba mais sobre o projeto promovido
para facilitar a mobilização dos
ciclistas de Porto Alegre.

ESTATÍSTICAS, ENTREVISTAS E MUITO MAIS...


Imagem/Créditos: Nissan - Texto: Jônatha Bittencourt

Imagem/Créditos: Nissan - Texto: Jônatha Bittencourt


EDITORIAL

UMA INTRODUÇÃO AO MUNDO DE TODOS:


O MUNDO DAS DUAS RODAS

Fotografia: Cristiano Goulart


É com grande alegria e intensa satisfação que lançamos a
revista FABIKE. Uma publicação formada essencialmente por jo-
vens universitários. Marcada pelo seu modelo experimental, tem
como objetivo, trazer a informação de forma inteligente e precisa.
Sim, é dedicada aos amantes do ciclismo, mas não descar-
tamos a inserção de outros públicos no nosso quadro de leitores.
Aliás, essa interação entre os meios é o que nos motiva a escre-
ver artigos, matérias e outras publicações cada vez mais interes- Aos olhos do leitor, a entonação utilizada pode parecer um
santes, envolventes e democráticas. pouco romântica, mas só quem já trabalhou intensamente por dias
Logo de início, temos a matéria Motoristas e Ciclistas: os a fio, tendo a respeitar um cronograma estritamente estabelecido,
Dois Lados da Moeda (EcoAgência), um texto muito bem desen- sem deixar de lado sua devoção e afetividade pelo objetivo, pode
volvido que trata do conflito entre ciclistas e motoristas, uma batal- julgar com tamanha veracidade as palavras acima.
ha travada, tanto no trânsito, como na própria mentalidade de seus Como este projeto iniciou coletivamente, pretendo finalizar
agentes. este excerto da revista de tal forma: desejamos aos leitores uma
No decorrer das páginas, temos textos muito bem elabora- ótima leitura, a ser conduzida pelas palavras desta publicação ino-
dos, tais como Ciclismo: entre Direitos e Deveres (pág.7) e Porto vadora no sentido de sua própria existência.
Alegre: Pedalando rumo à Sutentabilidade (pág.10). Nas páginas
seguintes encontramos muitas informações e dicas para a sua “in- O Editor
terAÇÃO”, além de uma belo texto literário: Simplicidade, por Ar-
turo Alcorta.
Agora, tomando a palavra como editor, não poderia deixar de
parabenizar o esforço conjunto de meus colegas. Foram momentos
muito construtivos: além de horas dispensadas numa obra-prima
até então aljmejada, altas risadas - o que acredito ter servido como
importantíssimo fator ao nosso companheirismo.

ÍNDICE
Pág. 5 O CONFLITO Pág. 7 O CICLISTA Pág. 10 SOCIEDADE
Motoristas e Ciclistas: Porto Alegre: Pedalando
Ciclismo: entre Direitos e Deveres
o Outro Lado da Moeda rumo à sustentabidade
Jônatha Bittencourt
EcoAgência Cristiano Goulart

Pág. 6 INFORMAÇÃO Pág. 8 e 9 interAÇÃO Pág. 11 LITERATURA

Número de estatísticas, Dicas de leitura, de filme, en- Simplicidade


novidades, vocabulário... dereço de sites a visitar... Arturo Alcorta

Informações Técnicas da Revista: Créditos Adicionais:


Editor: Jônatha Bittencourt Imagem/Capa: Amaia Romero
Conselho Editorial: Cristiano Goulart e Sara Votto Edição (pág. 2 e 3): Fernando Nectoux
Recolhimento de dados: Sara Votto
Projeto Gráfico/Diagramação: Jônatha Bittencourt UNIV. FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Fotografia: Cristiano Goulart Faculdade de Bibliot. e Comunicação
Tiragem: Exemplar Único Mídia Impressa - Bettina Rupp
O CONFLITO - 5

MOTORISTAS E CICLISTAS: chamada “engenharia de trânsito. Tento chamar atenção para que
os engenheiros pensem nas pessoas. Viadutos e alargamento de
OS DOIS LADOS DA MOEDA vias não resolvem problemas, podem criar mais problemas ainda.
Educação envolve não só conduzir o veículo mas também controlar
Criação de ciclovias e educação para o trânsito em Porto o impulso ao volante”, ressaltou.
Alegre. Essas foram as principais reivindicações de ciclistas aos Para Fábio Vaz, também ciclista, a culpa não é do moto-
vereadores e gestores públicos durante a audiência pública reali- rista, mas sim da falta de ações educacionais para o trânsito. “Não
zada na quinta-feira (7 de abril) à noite, no plenário Otávio Rocha acredito que o problema do Código Nacional de Trânsito esteja rela-
da Câmara Municipal, para discutir a atual situação das bicicletas cionado à interpretação. É um problema a ver com conhecimento.
no trânsito porto-alegrense. O encontro foi motivado pelo trágico Há, principalmente, falta de educação do motorista, no sentido de
incidente ocorrido no bairro Cidade Baixa em 25 de fevereiro deste desconhecimento do código, dos artigos relacionados ao uso da
ano, em que o bancário Ricardo Neis atropelou propositalmente bicicleta. Fizemos um levantamento com diversos motoristas em
diversos ciclistas que compunham o grupo Massa Crítica, movi- Porto Alegre, e 80% deles achavam que bicicleta deveria trafegar
mento descentralizado em prol do uso da bicicleta como meio de em cima da calçada. Isso é um absurdo! É no mínimo exigível que
transporte. Dezenas de ciclistas e ambientalistas acompanharam o motorista entenda que ela (a bicicleta) não está ali atrapalhando!
a longa audiência. Comandada pela presidente da Câmara, vere- O que é melhor para o ciclista? Um ou dois quilômetros de ciclovia,
adora Sofia Cavedon (PT), o debate também teve a presença de ou uma ação educativa em relação aos ciclistas?”, questionou.
representantes da prefeitura e vereadores, bem como de agentes
de educação de trânsito da Empresa Pública de Transporte e Cir- Alternativa
culação (EPTC).
Falando em nome dos ciclistas, João Carneiro chamou aten- A insegurança, conforme Marcos Rodrigues, da Pedal
ção para a prioridade dada pelo poder público à fluidez do trânsito Express, empresa de cicloentrega em Porto Alegre, impede a popu-
em detrimento da segurança dos cidadãos, sejam motoristas, mo- larização do transporte alternativo. “As pessoas têm medo de andar
tociclistas, ciclistas ou pedestres. “É preciso alterar a cultura da ve- de bicicleta, de se colocar nessa situação de insegurança perante
locidade, mudar essa concepção para a de uma cidade mais segura. os carros. Isso se torna um círculo vicioso, que é afinal o motivo
Inúmeras pessoas utilizam a bicicleta não só para lazer ou esporte, pelo qual estamos aqui hoje”, desabafou, assim como o conselhei-
mas como transporte mesmo. O Plano Diretor Cicloviário (projeto ro do plano diretor, Eduíno de Mattos: “Sou ciclista também, só que
de lei complementar aprovado em 2009 pela Câmara) prevê uma minha bicicleta está pendurada na parede, pois não tenho coragem
série de investimentos, mas também existem aí medidas que, de de sair com ela nas ruas de Porto Alegre. Não temos que nos preo-
forma imediata, poderiam ser implementadas com baixo ou mesmo cupar com a velocidade dos veículos, pois a cidade está parando,
nenhum investimento”, apontou. cada vez mais”, contrapôs. “Em 2007, discutíamos a reformulação
Para o representante da Defensoria Pública do RS, Juliano do Plano Diretor. A ideia era uma ciclovia a ser incluída no modal
dos Santos, o Código Nacional de Trânsito é um dos mais moder- de Porto Alegre, que é 12,8 quilômetros ligando o Anfiteatro Pôr-
nos do mundo, e o maior problema estaria na interpretação que se do-Sol com a UFRGS, lá na divisa com Viamão. Tem área suficiente
faz dele. Citou o projeto Ciclista Cidadão, implementado em novem- nos dois lados da Avenida Ipiranga. O custo é baixo, o risco é mí-
bro do ano passado em Capão da Canoa, Xangrilá, Terra de Areia nimo, e vai servir milhares de estudantes e trabalhadores”, sugeriu.
e Itati, no litoral norte do Rio Grande do Sul. Segundo o defensor A vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) aproveitou a o-
público, que atua na comarca de Capão da Canoa, ao aferir que casião para discutir o aumento da tarifa dos ônibus e sua influência,
de 15% a 20% da população local utiliza-se da bicicleta como prin- chamando atenção para a “lógica de mobilidade urbana”. “Uma ci-
cipal meio de locomoção, e que, a cada fim de semana, de 5 a 15 dade em que a passagem sobe chegando a R$ 2,70 é uma forma
ciclistas sofriam lesões no trânsito, fez-se necessária uma maior de induzir que se ande de carro. Há uma lógica de sempre benefi-
atuação na questão educacional. “Lá, a maior parte dos cidadãos ciar o transporte individual, entupindo as ruas urbanas onde vale
que pedalam são mais humildes, vão até o trabalho de bicicleta. mais a pena duas vias de estacionamento na República (rua do
E observamos diversas condutas inadequadas no entido de segu- bairro Cidade Baixa) ao invés de uma ciclofaixa ali”, exemplificou.
rança: ciclista andando em áreas de passeio ou na contramão da “Não acredito que R$ 100 mil para construir uma ciclovia seja muito
via”, exemplificou. “A comunidade reclamava do ciclista, mas como em um orçamento de R$ 4 milhões”, criticou.
o ciclista vai fazer um sinal de braço se nunca aprendeu, nunca Posição semelhante manifestou o vereador Elias Vidal (PPS).
viu? Então divulgamos a campanha por meio de fôlderes e carta- “Não poderíamos discutir Portais da cidade, anel viário, o metrô,
zes indicando aos ciclistas algumas regras básicas de segurança”, sem falar em ciclovia. Vamos colocar um metrô para dar mais es-
complementou. paço para carros? Tem que dar espaço para as ciclovias”, advertiu.
Em seu pronunciamento, o vereador Airto Ferronato (PSB), que
Entendimento integra a comissão da Câmara formada para implantação ações e
empreendimentos para a Copa de 2014, afirmou que está prevista
Na ocasião, os ciclistas tiveram a oportunidade de expor a disposição de 40 quilômetros de ciclovia na Capital até o Mundial:
suas principais aflições ao trafegar em Porto Alegre. Um deles, El- “Precisamos pensar nessas ações da Copa para trazer o legado
ton de Morais, falou sobre a falta de entendimento entre motoristas positivo e favorável para a cidade”, disse.
e ciclistas: “Não se consegue avaliar as dificuldades daqueles que Ovacionado pelos presentes, o ambientalista Sílvio Noguei-
andam de bicicleta. Se for falar em campanha dos motoristas, seria ra, do Movimento em Defesa da Orla do Guaíba, exigiu uma partici-
importante que soubessem coisas que só nós sabemos”, afirmou, pação mais ativa de cidadãos e governantes, independentemente
listando três delas: a eventual impossibilidade de pedalar na ve- de megaeventos. “Essa questão não é só das bicicletas, das ciclo-
locidade necessária em função do cansaço físico, a dificuldade em vias, é a discussão que todos nós temos que fazer: que cidade
manter-se em linha reta por causa das condições das vias e as vi- queremos? É absurdo que a margem da orla do Guaíba seja redu-
radas bruscas em função das “cortadas” que os ciclistas frequente- zida de 60 para 30 metros para a construção de empreendimentos
mente levam dos carros, por trafegarem mais devagar. motivada pela Copa.”, criticou, lembrando outra ação da prefeitura,
Morais destacou ainda a amplitude do problema entre os ligada ao evento, bastante criticada pelos ambientalistas.
diferentes modais de transporte: “Com o advento do automóvel
e a demanda por veículos e velocidade, surgiu uma ciência nova Matéria disponível no portal de notícias EcoAgência.
6 - INFORMAÇÃO

NÚMEROS
• Nos últimos dois anos, ocorreram 592 acidentes envolvendo ciclis- Sorocaba (SP): com 60 quilômetros de vias para bicicletas, é uma
tas em Porto Alegre (292 em 2009 e 330 em 2010, mostrando um das maiores redes do País. Todas as ciclovias possuem padrão
aumento de 3%); com pintura vermelha, sinalização ao longo dos percursos, calça-
• Nessas ocorrências, 16 pessoas morreram (10 em 2009 e 6 em das para caminhadas, sistema de iluminação e paisagismo.
2010, redução de 40%) e 615 ficaram feridas (293 em 2009 e 322
em 2010, aumento de 10%); Rio de Janeiro (RJ): conta com cerca de 140 quilômetros de ciclo-
• Mais de 15 mil pessoas utilizam a bicicleta diariamente como meio vias em diversas regiões. Tem um sistema com 190 bicicletas de
de transporte na Capital. Destas, 59% se deslocam para o trabalho; aluguel espalhadas por 19 estações, que foram equipadas com
• A Avenida Assis Brasil conta com o maior número de ciclistas: são câmeras de segurança, sensores e sistemas de alarme. A diária da
2800 pessoas que percorrem a via de bicicleta diariamente; bicicleta sai a R$ 10 e pagando por mês o custo fica a R$ 20.
• Os nove quilômetros de ciclovias existentes representam apenas
1,8% do potencial da cidade para esse tipo de faixa. Afuá (PA): Conhecida como “Veneza da Ilha de Marajó”, pois quan-
do o Rio Afuá enche, a cidade alaga e fica impossível o trânsito de
Colisões automóvel-bicicleta carros. Assim, não há carros na cidade e todo o transporte urbano é
• 0,5% – Colisões por trás; feito por bicicletas. Lá é comum o “bicitáxi”, veículo de quatro rodas
• 4% – Ciclistas guinam para o caminho do carro; não motorizado construído a partir da junção de duas bicicletas,
• 12% – Carro vira à direita a partir da faixa da esquerda; que serve como transporte local.
• 12% – Carro vindo no sentido contrário vira à esquerda;
• 14% – Ciclista circula em sentido contrário; NOVIDADE
• 95% das colisões automóvel-bicicleta ocorrem nos cruzamentos.
Bicicleta fixa, a nova mania
MOBILIDADE EXEMPLAR A bicicleta fixa não tem marcha e, algumas, nem freio têm. Ela acaba
se tornando uma ótima alternativa para cidades com grandes áreas
As cidades mais bem adaptadas aos ciclistas planas, como São Paulo, por só funcionar quando é pedalada. Seu
Santos (SP): uma cidade plana e com clima agradável, tem cerca freio (parar de pedalar) funciona de forma rápida para os momentos
de 20 quilômetros de ciclovia. A malha cicloviária santista interliga de trânsito complicado da capital paulista. A primeira loja do Brasil
várias regiões da cidade e vai da divisa com São Vicente na orla especializada nas fixas é a Tag & Juice. Acesse o site da empresa:
até a área portuária. http://tagandjuice.com.br

CONCEITOS E DEFINIÇÕES
De acordo com o código de trânsito brasileiro, os conceitos e definições relacionados a bicicletas são:
ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista de rolamento destinada à parada ou estacionamento de veículos, em caso de
emergência, e à circulação de pedestres e bicicletas, quando não houver local apropriado para esse fim.
BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas, não sendo, para efeito deste Código, similar à motocicleta, motoneta
e ciclomotor.
BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao estacionamento de bicicletas.
BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser demarcada por linhas longitudinais de bordo que delineiam a parte da via destinada
à circulação de veículos.
CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propulsão humana.
CICLOFAIXA - parte da pista de rolamento destinada à circulação exclusiva de ciclos, delimitada por sinalização específica.
CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ciclos, separada fisicamente do tráfego comum.
O CICLISTA - 7
CICLISMO: ENTRE DIREITOS E DEVERES EQUIPAMENTOS PARA VOCÊ E SUA BIKE
Por Jônatha Bittencourt
Basta observar as notícias mais recentes veiculadas na im-
prensa nacional para concluir o desagradável: quando o objeto de
pesquisa corresponde aos ciclistas, a maioria das matérias faz
referência a incidentes trágicos entre motoristas e ciclistas. Con-
siderando isso, a que conclusão podemos chegar? Onde está a
problemática?
Segundo dados obtidos no portal da Empresa Pública de
Transporte e Circulação (EPTC), há aproximadamente 300 aci-
dentes por ano envolvendo ciclistas na cidade de Porto Alegre REFLETORES FARÓIS
(anos 2009 e 2010). Felizmente, a taxa de vítimas fatais não su-
perou 5% nos últimos dois anos.
Agora, considerando a média de 300 acidentes; levando em
conta que o número de feridos fica entre 293 a 322; sem descon-
siderar o fato de que os motoristas, normalmente, são os menos
afetados num incidente; podemos chegar à conclusão de que pra-
ticamente todos os que estão à bicicleta saem feridos. Consegue
ver o mesmo?
Pois é aí que devemos centrar nossa atenção. Sabemos que
os ciclistas saem feridos, mas qual tem sido a atitude de prevenção
mediante as estatísticas? Ora, não podemos utilizar esses dados
apenas para comprovar a necessidade de reestruturação dos direi- CAMPAINHA RETROVISOR
tos aos ciclistas! Devemos tomar consciência desse fato e nos im-
buir da realidade que nos mostra a proteção como essencial para
toda e qualquer pedalada.
Por isso, antes de colocar a mão no guidão; antes de colocar
os pés nos pedais; antes de montar na bicicleta e viver aquela sen-
sação de liberdade e de respirar aquele ar fresco; coloque todos os
equipamentos necessários para a sua proteção: capacete, óculos
de proteção, luvas adequadas; equipe sua bike com recursos de
grande utilidade: espelho retrovisor, campainha, placa refletora, etc.
Saiba que o barato pode sair caro. Acreditar que o uso de
bicicleta ajuda com as economias de combustível é fato, mas pen-
sar que não há necessidade de investir na questão de segurança
ÓCULOS DE PROTEÇÃO CAPACETE
pessoal é um equívoco tremendo.
Tudo o que foi dito é para evitar que a sensação de liber-
dade e de respirar aquele ar fresco não termine no HPS, onde você ALÉM DE CONHECER OUTROS CICLISTAS, VOCÊ PODERÁ SABER COM
ELES SOBRE OUTROS EQUIPAMENTOS PARA A SUA SEGURANÇA.
ficará entre quatro paredes, sentindo “cheirinho de hospital”. Por
INTERAJA!
isso: Previna!
8 - interAÇÃO
A FABIKE, interessada no grande movimento de ciclistas e na necessidade de uma representatividade ainda maior na
sociedade, resolveu utilizar esta seção para veicular indicações de leitura, links de sites organizacionais, além de outros recur-
sos disponíveis. Incentivamos a sua busca por informação e atuação em organizações idôneas e que procuram, através das
atividades correntes, consolidar uma consciência cidadã ativa.
Algumas das dicas apresentadas abaixo não fazem referência direta à prática do ciclismo, no entanto, apresentam con-
ceitos intimamente relacionadas às considerações que todo ciclista deveria ter em mente: um estilo de vida saudável; um de-
sejo pela sustentabilidade natural.

DICAS DE LEITURA
“Alongue-se”, Bob Anderson

Com mais de 1.000 ilustrações e instruções claras e
concisas, esta obra irá ensinar o modo certo de alongar-se
e ajudará a começar um programa de preparo físico regu-
lar. O autor deste livro, Bob Anderson, é especialista em
alongamentos nos Estados Unidos. Dá aulas em diversas
universidades e clínicas, organiza programas para numer-
osos times de futebol profissionais e universitários, e atua
no campo da saúde e do preparo físico.

Indicação do site Escola de Bicicleta

“Avenida das Américas - Uma viagem de bicicleta pela


América Latina”, Carlos André Ferreira

“Quando decidi fazer esta travessia através do continente
americano, não fazia a menor idéia de como iria terminar,
nem começar. Para falar a verdade, não tinha noção al-
guma do que estava prestes a encarar. O ano era 1991,
estava com 21 anos, cursava jornalismo, morava com meu
pai e minha avó, tinha uma namorada e três bons amigos.
[...] Escrevê-lo não foi fácil. A cada linha escrita e osten-
sivamente revisada, fazia eu novamente o percurso, vivia
novamente a viagem. Mas agora o livro está pronto. Agora
é a vez do leitor viajar. Então, meus caros, pé na estrada,
ou melhor, pedal!”

OUTRAS INDICAÇÕES
“Historia de la bicicleta” (em espanhol), Max J.B. Rauck, Gerd Volke e Felix R. Paturi
“La vida autosuficiente, reviver con naturaleza” (em espanhol), Alan Saury
“Riding to Jerusalem: A journey trough Turkey and Midle East” (em inglês), Bettina Selby
“Travels in a Strange State: Cycling Across USA” (em inglês), Josie Drew
“Three Moons in Vietnam” (em inglês), Maria Coffey
“No Guidão da Liberdade”, Antônio Olinto Ferreira
“Guia de Mountain Bike” José Antônio Ramalho
“Alongamento para Todos”, Christophe Geoffroy
“Atravessando Fronteiras”, David Cruz
interAÇÃO - 9

FILMES PARA ASSISTIR


“Father and Daughter”: animação de curta metragem dirigida por Michael Dudok de Wit, ganha-
dora do Oscar 2000. Pai e filha pedalam juntos até a despedida dele. Ela espera confiantemente
que ele retornará em algum dia. Disponível no YouTube.
“O Vencedor” (Breaking Away - 1979): filme vencedor do Oscar de melhor roteiro original de
1980. Conta a história de um adolescente americano que se apaixona pelo ciclismo italiano e par-
ticipa de um desafio contra aqueles que ele idolatrava.
“O Caminho das Nuvens”: filme brasileiro dirigido por Vicente Amorim. Um caminhoneiro desem-
pregado leva seus filhos e sua mulher numa viagem de bicicleta da Paraíba ao Rio de Janeiro -
3200km - em busca do emprego tão almejado.

O MOVIMENTO NO MUNDO VIRTUAL

http://euvoudebike.com - a começar com o layout do site, podemos destacar


a sua ótima estrutura:
Blog: postagens diversas relacionadas ao ciclismo.
Calculadora: uma calculadora para saber as calorias queimadas, a redução de
poluentes e a economia de dinheiro com combustivel numa viagem de bicicleta.
Calendário: divulgação das datas em que ocorrem as bicicletadas.
Mapas e Rotas: rotas de ciclismo compartilhadas pelos próprios internautas.
PodCast: arquivos de áudio com músicas disponibilizados para ouvir enquanto
os ciclistas estão a pedalar: “A trilha sonora para o seu pedal”.
Fórum de Ideias: um espaço reservado à divulgação de ideias, além de de-

http://massacriticapoa.wordpress.com - site de um movimento de ciclistas


que se reúnem para compartilhar suas vivências e, acima de tudo, pedalar.
Blogs: como a Massa Crítica de Porto Alegre não tem um blog específico, mas
apenas uma central do movimento, apresenta nesta seção uma listagem de
blogs interligados.
Pedalando com Segurança: medidas de segurança a serem observadas pelos
ciclistas.
Mapas Bicicletários: um mapa editável para a localização de pontos de esta-
cionamento para ciclistas.
Material de Divulgação: cartazes, panfletos e capacitação pró-mobilização.

OUTROS SITES
http://rodasdapaz.org.br - ONG Rodas da Paz: “É pedalando que a gente se entende!”
http://vadebici.wordpress.com - “Pedalando por uma cidade mais respirável, mais feliz”
http://apocalipsemotorizado.net - “Articulações e reflexões para superar a sociedade do au-
tomóvel”
http://felizcidadefeliz.wordpress.com - “Buscando um jeitinho diferente de enxergar o mundo.”
http://ciclicas.wordpress.com - “Mulheres Pedalando”
http://ecourbana.wordpress.com - “Um olhar ecológico sobre as cidades: para mudarmos indi-
vidualmente, socialmente e politicamente.”
http://pedalinas.wordpress.com - Coletivo Feminista de Ciclistas/SP
http://poavive.wordpress.com - “Blog em defesa de uma cidade melhor para TODOS.”
http://vadebike.org - “A bicicleta como meio de transporte no país do automóvel”
10 - SOCIEDADE
Fotografia: Cristiano Goulart

PORTO ALEGRE: PEDALANDO RUMO À SUSTENTABILIDADE


Por Cristiano Goulart

Em 28 de maio de 2008, foi apresentado pelo prefeito


José Fogaça, no auditório da Empresa Pública de Transporte
e Circulação (EPTC), um Plano Diretor Cicloviário Integrado
(PDCI) para a cidade de Porto Alegre. A emergência do projeto
então apresentado pelo Prefeito não representava um simples
acréscimo modal, mas uma alternativa à incapacidade de su-
prir a demanda de veículos da cidade, que registrava 600 mil
automóveis para uma população de 1,5 milhões de habitantes,
ou seja, quase um veículo a cada dois cidadãos.
O PDCI enviado à Câmara da Capital foi aprovado em
27 de maio de 2009; um ano após ter sido apresentado por
Fogaça. O Plano apresenta uma proposta de criação de cliclo-
vias (para o trânsito exclusivo de ciclistas) e cliclofaixas (para
o trânsito compartilhado) para ser implantada até 2022, den-
tro de um orçamento de 40 milhões de reais, com o objetivo
de “promover a qualidade de vida e do ambiente, por meio
da mobilidade urbana sustentável e da acessibilidade univer-
sal”, assim como “a divisão do espaço público de uma maneira
mais democrática e justa”, conforme indicam os incisos I e II
do Art.1º da Lei Complementar N.º 626.
Dentre os 495 km previstos pelo PDCI, estão trechos
como os 3,2 km na av. João de Oliveira Remião, no bairro
Restinga; 7,8 km nas avenidas Sertório e Assis Brasil; e ao
longo de toda a av. Ipiranga. Além disso, estão previstas in- Mapa da Rede Cicloviária
Estrutural de Porto Alegre
úmeras políticas denominadas de “Impacto Urbano”, como a
obrigatoriedade de bicicletários (por proporção) em estabelecimentos como centros comerciais, shoppings, estabelecimentos
de ensino, saúde, além de auditórios, cinemas, teatros e centros de eventos – com isenção de custo.
LITERATURA - 11

SIMPLICIDADE cubos vagabundos que giram maravilhosamente bem. A primeira


sensação pedalando foi de estranheza, lentidão, de uma inércia
“Simplesmente uma bicicleta. Simples, básica, que não acaba mais. O que vem a cabeça é esquecer subidas.
limpa. Melhor dizendo e repetindo: linda!” Pura besteira! Uns bons km depois você toma consciência que a
Depois de um longo processo de convencimento saímos os realidade sem marchas é outra e desconhecida para um sofisticado
três para fazer nossa aventura de bicicleta, 3 dias de pedal, muni- e besta ciclista da era “marchas e mais marchas”. Reaprendeu a
dos de bicicletas aro 27, pneu médio e 10 marchas, na época coisa técnica de pedalar e as subidas aos poucos são vencidas. E como!
para poucos. Duas dezenas de quilômetros rodados, já na moderna Está bem, em parede você empurra, mas quem se importa?
estrada de subidas longas e pouco acentuadas, meus dois parcei- Ops! A bichinha anda! E como! E sobe! E como! Mas não
ros começaram a sentir a realidade dos fatos e passaram a res- freia; estas ferraduras praticamente não param. E a bunda do carro
mungar cansaço. Neste exato instante passa por nós um “bom dia” da frente cresce rápido! Mais outro aprendizado: não brigar contra
dito em voz tranqüila, sem o mínimo acento de quem está a ofegar. os acontecimentos e antecipar as reações. Aprendeu o jogo e é
Era um “caipira” pedalando uma bicicleta sem marchas, uma Bar- pura diversão. Bicicletas com marchas certamente não são tão di-
ra Forte. Mas um detalhe que fez os dois resmunguentos calarem vertidas.
suas dores até o fim da longa viagem: o “caipira” carregava uma Fui a um passeio com ela. Todos me olharam com cara de
filha na frente e a mulher segurando um bebê no bagageiro traseiro. “o cara enlouqueceu de vez”. “Você vai com isto?”. “Não vai aguen-
Nos passou na subida pedalando firme e forte. Talvez tenha sido aí tar!”. Aos poucos, durante o trajeto, os incrédulos começaram a
que eu próprio tenha aprendido o sentido da expressão “tomar uma sentir uma cerca coceira de pedalar a linda menina sem marchas. E
chinelada” usada por ciclistas profissionais. aí cometi a primeira gafe do dia. Numa longa e relativamente suave
Bicicletas sem marchas: coisa do passado? subida passei como um foguete por um amigo destreinado e sua
Atendo o telefone e Teresa pergunta se quero uma bicicleta importada de US$ 2000,00. Mal ele sabe que o segredo de uma
feminina que vai ser doada ou jogada no lixo. Claro que quero! A bicicleta sem marchas é manter o giro e subir feito uma cabra de-
bicicleta é um misto de modelo clássico, freios ferradura, com um sembestada. Infelizmente sentiu-se agredido. Bobagem! E no final
toque mountain bike. Até que não estava em mal estado depois de do passeio a segunda gafe - aí um pouco proposital - quando fritei
ter sido largada em alguma garagem por bem mais de uma década. outro amigo no plano. Espanei o giro e sumi. Basta reaprender a
Ano de fabricação 1989, aro 26, freios ferradura em aço, pé de vela girar a perna suavemente - e ou enlouquecidamente, como queira.
sueco (ou monobloco, uma peça só). Para olhar linda, branca, lim- A maravilha de uma bicicleta é sua simplicidade intrínseca. E
pa, sem cabos ou apetrechos desnecessários. Simplesmente uma nada melhor que uma boa bicicleta sem marchas para ensinar ao
bicicleta. Simples, básica, limpa. Melhor dizendo e repetindo: linda! ciclista o que de fato é pedalar. Experimente. Seus amigos vão ficar
Um pouco de investimento em pneus, câmaras, sapatas de curiosos, ou furiosos; como queiram.
freio e pedais novos, e é lógico a troca de toda as graxas, e pronta Por Arturo Alcorta
para rodar. Ah! Aros de aço, rodas pesadas, relação 48/13, mas http://www.escoladebicicleta.com.br/artigosPRE.html
cubos
Fotografia: Priscila Mengue

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