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Aula 1
Toda língua se compõe de signos linguísticos, que são as unidades de significação. Segundo Saussure,
linguista e filósofo suíço, o signo é composto por duas partes: significado (constitui o plano do conteúdo,
do conceito) e significante (constitui o plano da expressão). Nessa perspectiva, podemos afirmar que o
significado é:
Dia do amigo
“O dia do amigo foi adotado em Buenos Aires, Argentina, com o Decreto nº 235/79, sendo que foi
gradualmente adotado em outras partes do mundo. Foi criado pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro.
Ele se inspirou na chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969, considerando a conquista não
somente uma vitória científica, como também uma oportunidade de se fazer amigos em outras partes do
universo. Assim, durante um ano, o argentino divulgou o lema "meu amigo é meu mestre, meu discípulo
é meu companheiro. No Brasil, o dia 20 de julho também é adotado como dia do Amigo.”
R:c. Pelo fato de apresentar informações, a função predominante deste texto é a REFERENCIAL.
Há diversos textos que só podem ser realmente entendidos se o leitor conhecer a função que a
R: a. Signos e só podem funcionar como tais se carregarem o poder de representar, substituir outra
coisa
O ser humano tem um grande e complexo aparato para perceber o mundo que o cerca. A língua é o
R: b. Todo e qualquer texto que utilize as palavras e as leis combinatórias para a elaboração da
mensagem.
Entende-se estilo como o conjunto das escolhas lingüísticas feitas por um falante, em uma dada situação
comunicativa. Diante disso, leia com bastante atenção o poema abaixo transcrito:
Isto
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Fernando Pessoa é um dos poetas mais extraordinários do século XX. Sua obsessão pelo fazer poético
não encontrou limites. Fernando Pessoa viveu mais no plano criativo do que no plano concreto. Criar foi
a grande finalidade de sua vida. Tinha uma atitude irreverente. Com base nesse texto e no poema lido,
R: e. Separa os seus sentimentos (do homem, do poeta) dos sentimentos do eu-lírico (emissor do
texto).
As funções da linguagem são designações dadas aos diferentes papéis que um ato comunicativo pode
ter em uma determinada situação de comunicação. Dentre as funções estudadas, a poética é aquela
que:
apresentada em obras variadas, como as literárias, letras de música, em algumas propagandas etc.
Define-se como linguagem qualquer sistema de signos socializado. Sendo assim, assinale a alternativa
que apresenta o signo lingüístico que nos remete à idéia de relação com a natureza.
“Será que eu posso ter um canal de comunicação com os meus clientes e ainda economizar com isso?.
Você pode. 0800. Uma solução para seus clientes se comunicarem gratuitamente com você a qualquer
momento, do Brasil ou do exterior. Com a Embratel você pode. Criar soluções que respondem 100% às
suas necessidades, só a empresa que o Brasil prefere, só a Embratel. Soluções sob medida para
Embratel)
Temos aqui um exemplo de discurso. Discurso na sua mais ampla extensão é toda enunciação que
suponha um locutor e um ouvinte. Diante disso, leia as afirmações abaixo e indique a correta. No
discurso...
A tira acima ilustra elementos do modelo do processo de comunicação proposto por Jakobson. Com base
III - A forma como o diálogo entre Cascão e Cebolinha se desenvolveu indica que houve ruído no
R: d. II e V.
Insone
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Idade: 23
Unidade 2
Masson em Qui Mar 25, 2010 6:47 pm
Correta João estava contando para Ademar como foram as suas férias no verão passado. Disse que
viajou para Fortaleza, capital do Ceará, porém afirmou que não pode aproveitar a praia nenhum dia,
pois o frio era tanto que até chegou a nevar. A partir da leitura do texto, podemos afirmar que:
Respostas da pergunta 1
Comentários: Alternativa Correta: Não há coerência textual, pois o que é dito no texto entra em conflito
com o que o leitor conhece. Sabemos que em Fortaleza não neva, principalmente no verão. Não há
Correta
um prédio de quatro andares na Rua Teófilo Otoni, 38, no Centro. O fogo começou no primeiro andar,
onde funcionava uma empresa especializada na venda e fabricação de componentes eletrônicos, a Mec
Central. O prédio era de construção antiga e estava em obras; como havia grande quantidade de
madeira estocada, a propagação do fogo foi rápida. A ação dos bombeiros evitou que prédios vizinhos
fossem atingidos pelas chamas. Não houve feridos. (Jornal do Brasil, 19/02/97).
III - A linguagem deste texto é denotativa, não apresenta nenhuma combinação nova ou inusitada de
palavras;
IV – Trata-se de um texto não-literário, pois seu conteúdo pode ser resumido sem prejuízo da
Respostas da pergunta 2
A afirmativa 5 está errada, pois o texto não-literário não apresenta um caráter ficcional. Ele informa,
documenta a realidade.
sangue na pele de seu braço repousado, e de sua face. Ela estava sentada junto à janela e havia luar; e
nos intervalos desse banho vermelho ela era toda pálida e suave. Na roda havia um homem muito
inteligente que falava muito; havia seu marido, todo bovino; um pintor louro e nervoso; uma senhora
recentemente desquitada, e eu. Para que recensear a roda que falava de política e de pintura? Ela não
dava atenção a ninguém. Quieta, às vezes sorrindo quando alguém lhe dirigia a palavra, ela apenas
mirava o próprio braço, atenta à mudança da cor. Senti que ela fruía nisso um prazer silencioso e longo.
“Muito!”, disse quando alguém lhe perguntou se gostara de um certo quadro e disse mais algumas
palavras; mas mudou um pouco a posição do braço e continuou a se mirar, interessada em si mesma,
Respostas da pergunta 3
Resposta Selecionada: Correta c. À percepção do efeito das luzes do anúncio em seu braço.
Resposta Correta: Correta c. À percepção do efeito das luzes do anúncio em seu braço.
Comentários: Alternativa Correta: À percepção do efeito das luzes do anúncio em seu braço.
Em “Senti que ela fruía nisso um prazer silencioso e longo“, o contexto determina que o nisso destacado
recupera o efeito das luzes do anúncio no braço da personagem feminina. Temos assim, a coesão
Incorreta
A queimada
Num alvoroço de alegria, os homens viam amarelecer a folhagem que era a carne e fender-se os troncos
firmes, eretos, que eram a ossatura do monstro. Mas o fogo avançava sobre eles, interrompendo-lhes o
prazer. Surpresos, atônitos, repararam que a devastação tétrica lhes ameaçava a vida e era invencível
pelo mato adentro, quase pelas terras alheias. (...) O aceiro foi sendo aberto até que o fogo se
aproximou; a coluna, como um ser animado, avançava solene, sôfrega por saciar o apetite. Sobre a
terra queimada na superfície, aquecida até o seio, continuava a queda dos galhos. O fogo não tardou a
penetrar num pequeno taquaral. Ouviam-se sucessivas e medonhas descargas de um tiroteio, quando a
taboca estalava nas chamas. O fumo crescia e subia no ar rubro, incendiado, os estampidos
II - O autor fala da queimada como se ela fosse um ser vivo, atribuindo-lhe características próprias de
III - Neste texto, a descrição de uma queimada é recriada. Temos, assim, um texto literário.
V – O texto não apresenta nenhuma combinação nova ou inusitada de palavras, isso o torna literário.
Respostas da pergunta 4
afirmativa V também está errada, pois o texto trabalha com as palavras poeticamente, usa figuras de
linguagem.
Incorreta Leia o que escreveu João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus
textos:
Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; falo somente do que falo: a vida
seca, áspera e clara do sertão; falo somente por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na
adversidade e na míngua. Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a
Respostas da pergunta 5
Resposta Selecionada: Incorreta e. A linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta
Resposta Correta: Correta a. A linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar
Comentários: Alternativa Correta: A linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve
Pelo texto apresentado, João de Cabral Melo Neto vê no texto literário que a linguagem deve refletir o
tema (a vida seca, áspera e clara do sertão) e a fala do autor deve denunciar o homem sertanejo
sobrevivendo na adversidade e na míngua para determinados leitores (aqueles que precisam ser
Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar
por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e
dar-lhes valor. Conhecer o frio para conhecer o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para
estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa
arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que
nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.
Na frase “que nos faz professores e doutores do que não vimos”, o pronome destacado é responsável
pela coesão textual, retomando a expressão antecedente.
Respostas da pergunta 6
O pronome, que é relativo, e refere-se a “essa arrogância”: para quebrar essa arrogância que nos faz
professores e doutores do que não vimos. Então esse que garante a coesão no texto.
Correta Leia o texto a seguir, encontrado na embalagem de uma determinada marca comercial de aveia.
Você sabia?
A aveia é um cereal puro, natural e pouco processado, ou seja, vai do campo até a sua casa passando
Além disso, a aveia é considerada um dos grãos mais completos da natureza, pois é rica em fibras e
Comer aveia faz você se sentir bem e seu organismo funcionar melhor!
Dentre os fatores de textualidade, temos a intencionalidade, como estudamos na Unidade. Diante disso,
após a leitura desse texto, pode-se constatar que a intenção comunicativa do produtor do texto é?
Respostas da pergunta 7
Resposta Selecionada: Correta c. Ressaltar a qualidade do produto e seus benefícios para a saúde.
Resposta Correta: Correta c. Ressaltar a qualidade do produto e seus benefícios para a saúde.
Comentários: Alternativa Correta: Ressaltar a qualidade do produto e seus benefícios para a saúde.
Dentro do texto, o produtor usa recursos para atingir sua intenção comunicativa. A esse fator, damos o
nome de intencionalidade. Se atentarmos bem ao texto, verificaremos que a terceira resposta está
adequada.
Somos sempre faber e ludens, ainda que dificilmente ao mesmo tempo. Divertir-se trabalhando ou
trabalhar divertindo-se é, em tese, o objetivo de todos, mas, na prática, uma exceção válida para muito
Algumas pessoas dizem que o trabalho é a sua principal diversão, mesmo quando dispõem de outras
profissionais e alguns executivos e empresários –, pessoas que conseguem imprimir um ritmo pessoal
de intensidade e tempo ao seu trabalho e condições próprias de execução. (Luiz Octávio de Lima
Camargo. "Introdução". In: Educação para o lazer. São Paulo: Moderna, 1998, p. 9.)
A locução ainda que garante a coesão textual conferindo à oração uma idéia de:
Respostas da pergunta 8
Resposta Selecionada: Incorreta a. Consequência e admite ser corretamente substituído por já que.
A locução ainda que introduz uma idéia de ressalva e logicamente pode ser substituída por embora.
Caberia a conjunção já que se a oração tivesse uma ideia de explicação e fosse construída já que
trabalhamos e nos divertimos ao mesmo tempo. Dessa forma, também teríamos o uso adequado. Mas
Correta O progresso tecnológico avança a cada dia. A internet é o carro-chefe de todo esse avanço.
Hoje, poucas pessoas ainda usam tevê sem controle remoto. As pessoas estão cada vez mais
comodistas.
I – O fragmento é incoerente, pois o fato das pessoas estarem cada vez mais comodistas não se
II – O fragmento não apresenta coesão, pois não há elementos de ligação entre os períodos.
Respostas da pergunta 9
A afirmativa III está errada, pois o que temos é um aglomerado de frases e não um texto. Não sendo
um texto, não podemos ter os fatores de textualidade. A afirmativa IV também não está correta, pois
Correta Reinvenção
A vida só é possível
reinventada.
a vida só é possível
reinventada. [...]
(Cecília Meireles)
O lirismo de Cecília Meireles é o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro
poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu
preciosismo. A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da
literatura contemporânea.
Respostas da pergunta 10
Um poema é um texto verbal. Portanto, Cecília Meireles escreveu um texto verbal (feito exclusivamente
com palavras).
Masson
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Idade: 18
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Aula 4
(....)
se eu me chamasse Raimundo
(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 53.).
No verso “Meu Deus, por que me abandonaste” do texto, Drummond retoma as palavras de Cristo, na
cruz, pouco antes de morrer. Esse recurso de repetir palavras de outros textos recebe o nome de
Respostas da pergunta 1
para reforçar suas dúvidas e suas frustrações. Dentre as alternativas fornecidas, a que responde de fato
Internet, pode conter dados verdadeiros ou não. Leia-a para responder à questão:
A Universidade da Bahia cobrou dos candidatos, num vestibular, a interpretação dos seguintes versos de
um soneto de Camões:
é um contentamento descontente,
Compravas um computador,
consultavas a Internet
e descobririas que
Leia as afirmativas abaixo, levando em conta o confronto entre os textos citados no “spam”.
II – A resposta da garota traz o texto de Camões para o contexto das tecnologias digitais.
V - Na resposta da garota não fica implícito que a Internet pode explicar as dores de amor.
Respostas da pergunta 2
A resposta da garota contrapõe o mundo do poeta clássico ao mundo moderno. No mundo moderno,
marcado pela frieza da máquina, pela razão, pela procura de respostas objetivas para todas as
perguntas, não há espaço para a visão romântica, emocional, do amor. O amor não é mais visto como
algo desconhecido: pode ser explicado como tudo, pelas informações que circulam na rede. É como se a
Internet, no mundo moderno, desse resposta a todas as dúvidas. A afirmativa V não está correta.
Correta Há dois elementos que formam o complexo processo de constituição da leitura: o explícito e o
implícito. Leia o texto abaixo adaptado de uma entrevista do compositor Paulinho da Viola.
Certa vez, chamaram minha atenção para um erro de português no samba Comprimido. É a crônica de
um sujeito que briga com a mulher. Ela dá uma dentada nele, que resolve deixar a marca para provar a
agressão. Ganhou esse nome para enfatizar a ideia de que o indivíduo estava “pressionado”, a ponto de
“Noite de samba
Ele chegou
Depois cambaleando
E se deitou
Então me deram um toque. Aí, tentei mudar. Nada encaixava. Um desespero. Aí decidi deixar assim,
III - o alegado erro nunca foi notado pelos fãs de Paulinho da Viola, que, por
IV - o engano foi apontado para o autor em dois momentos distintos: antes e depois de a composição
ser concluída.
V - o compositor, ao que parece, não conseguiu identificar o erro que lhe fora apontado pelos fãs.
Respostas da pergunta 3
pelos fãs. Quanto ao momento que o engano foi apontado, o texto afirma que ele foi apontado depois da
Praças no morro
Povo bamba
Rios e baixadas
(http://www.webhatti.com/sarki-sozleri/413134-abreu-fernanda-tudo-vale-a-pena.html) Acessado em
Assinale a alternativa que apresenta uma das ideias parafraseadas no texto acima:
Respostas da pergunta 4
O texto exalta a Cidade Maravilhosa. A pobreza da capital carioca é apresentada como “quase um mito”
e não atrapalha a cidade carioca. Dessa forma, dissemos com outras palavras uma das ideias
Correta Num comercial, um rapaz, que bebe tranquilamente sua Skol, levanta subitamente e salta para
atingir algo que ameaça sua cerveja. Neste momento a cena se congela, a câmera faz um movimento ao
redor do ambiente, mantendo o rapaz no ar e imóvel. Ao voltar à ação o personagem desfere um golpe
certeiro em mosquito que ameaçava de algum modo seu momento de prazer e contemplação com sua
cerveja. A peça encerra com a assinatura: "Quem bebe Skol é louco por Skol". O golpe desferido pelo
rapaz nesse comercial lembra muito os filmes de ação do diretor John Woo, bem como, o efeito especial
em si, de congelamento do ambiente, é uma estilização bem-humorada de Matrix. Das afirmativas qual
Respostas da pergunta 5
o diálogo entre textos. Em geral, pode ser tomada como intertextualidade implícita e explícita. Assinale a
alternativa que contém um intertexto explícito nos fragmentos abaixo de autoria de Machado de Assis.
Respostas da pergunta 6
Resposta Selecionada: Correta d. - Fui sempre contrário ao júri, - disse-me aquele amigo, - não pela
instituição em si, que é liberal, mas porque me repugna condenar alguém, e por aquele preceito do
Evangelho; "Não queirais julgar para que não sejais julgados". Não obstante, servi duas vezes.
Resposta Correta: Correta d. - Fui sempre contrário ao júri, - disse-me aquele amigo, - não pela
instituição em si, que é liberal, mas porque me repugna condenar alguém, e por aquele preceito do
Evangelho; "Não queirais julgar para que não sejais julgados". Não obstante, servi duas vezes.
Comentários: Alternativa Correta: - Fui sempre contrário ao júri, - disse-me aquele amigo, - não pela
instituição em si, que é liberal, mas porque me repugna condenar alguém, e por aquele preceito do
Evangelho; "Não queirais julgar para que não sejais julgados". Não obstante, servi duas vezes.
Encontramos no trecho citado um trecho que foi retirado do Evangelho. O fato do trecho ser copiado
fielmente do Evangelho demonstra a intertextualidade explícita. No texto, aparece o trecho entre aspas.
Correta Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX,
(....)
Choramingando, remelento
(....)
Das quatro obras reproduzidas abaixo, assinale aquelas que abordam a problemática que é tema do
Respostas da pergunta 7
A intertextualidade implícita ocorre sem a citação expressa da fonte. Aqui, no caso, os textos dialogam
Óbito do autor
(....) expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela
chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de
trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não
houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia - peneirava - uma chuvinha miúda, triste e constante,
tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora intercalar esta engenhosa ideia no
discurso que proferiu à beira de minha cova: ”Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer
comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que
tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o
azul como um crepe funéreo, tudo isto é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas
(Adaptado. Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Ilustrado por Cândido Portinari. Rio
IV – O leitor sente dificuldade de compreender a ilustração, pois a relação dos textos é processual.
Respostas da pergunta 8
A ilustração não modifica o texto verbal, pelo contrário, estão relacionados. A relação dos textos não
uns três charutos incompletos. Em casamentos. E dos bons. Depois de um ano, você é considerado um
ex por muitos pneumologistas. A vontade passou. Você está com outra cara. A pele melhorou. O
otimismo reacende. Você até acha que o Brasil tem jeito, que o pessoal reclama de barriga cheia.
II – A fisionomia, a pele e o humor de alguém que parou de fumar há menos de um ano são bons.
IV - Quem larga o cigarro tem a aparência beneficiada por isso, exceto pelo fato de que pode ganhar
peso.
V - Deixando de fumar, as pessoas passam a ver o mundo corretamente e concluem que, apesar das
Respostas da pergunta 9
reincidiu no ato de fumar. Quem pára de fumar fica “com outra cara”, melhora “a pele” e reacende “o
otimismo”. Portanto há benefícios para a aparência. A exceção fica por conta de um possível ganho de
peso, explícito no final do texto: “Falando em barriga... Você não se importa em engordar um
pouquinho?”.
Eu etiqueta
sabonete,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
(...)
O tema que serve de objeto para a reflexão de Drummond é o consumo. Diante disso, o texto
Respostas da pergunta 10
O poema, embora de forma uma tanto sutil, critica o endeusamento do consumo, comentando o fascínio
“etiquetagem publicitária”, que corresponde exatamente a esse processo de alienação. De fato, o autor
enfatiza o poder que a “etiqueta” (em sentido bem amplo) tem sobre a identidade dos indivíduos. Em
nenhum segmento o poema ressalta a funcionalidade dos rótulos, onde quer que seja. Está implícita no
texto a ideia de que o homem não deve abrir mão de sua condição de ser livre e senhor de suas
decisões.
Mr. Be Happy
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Unidade 5
Macauly.Carlinh0s em Dom Abr 18, 2010 1:17 pm
Entendemos enredo como uma sequência de acontecimentos vividos por uma ou mais personagens. No
caso desse fragmento, pode-se afirmar que o enredo trata de um assunto banal, mas repleto de crítica
Sua Excelência
O ministro saiu do baile da embaixada, embarcando logo no carro. Desde duas horas estivera a sonhar
com aquele momento. Ansiava estar só, só com o seu pensamento, pesando bem as palavras que
reformas; estejamos com ele: reformemos!” A cerimônia mal conteve, nos circunstantes, o entusiasmo
com que esse final foi recebido. O auditório delirou. As palmas estrugiram; e, dentro do grande salão
iluminado, pareceu-lhe que recebia as palmas da Terra toda. O carro continuava a voar. As luzes da rua
extensa apareciam como um só traço de fogo; depois sumiram-se. O veículo agora corria
vertiginosamente dentro de uma névoa fosforescente. Era em vão que seus augustos olhos se abriam
desmedidamente; não havia contornos, formas, onde eles pousassem. Consultou o relógio. Estava
parado? Não; mas marcava a mesma hora, o mesmo minuto da sua saída da festa.
Observe o trecho que encerra o texto. Ele trata do tempo numa narrativa. Existem dois tipos de tempo:
"Consultou o relógio. Estava parado? Não; mas marcava a mesma hora, o mesmo minuto da sua saída
da festa."
Resposta Correta: Correta a. A permanência, no íntimo da personagem, do momento de glória que viveu
Os programas de lazer oferecidos pelo Sesc privilegiam a confraternização entre as pessoas e são
norteados pelo princípio da democratização. O Sesc conta com uma ampla variedade de atividades
recreativas e de lazer para crianças, jovens, adultos e idosos. Em todas essas atividades estão sempre
possibilidades. E agora, com a inauguração do Sesc Pinheiros, muito mais pessoas têm acesso a tudo
isso. São 36 mil metros quadrados de área que reúnem ginásios poliesportivos, piscinas, Internet,
oficinas de arte. E mais: teatro com 1.000 lugares, auditório, clínica odontológica e a Comedoria Sesc,
um espaço de encontro e celebração para o ato de comer de uma forma saudável e agradável. O Sesc
Pinheiros é o lugar onde todos se encontram com o lazer, a cultura, o esporte e a saúde.
Ao realizar uma descrição, o produtor do texto adota um ponto de vista, uma posição física a partir da
qual observa seu objeto. Além disso, há também uma atitude, uma predisposição subjetiva frente ao
que é observado. Agora, leia as afirmativas abaixo sobre a descrição do Sesc Pinheiros:
II – O observador apresenta em ordem rigorosamente inversa à dos termos que, no final do texto, nos
III – O observador não se restringe ao espaço físico e às atividades atlético desportivas, mas eleva o
local que nele podem ser desenvolvidas.
V – O observador não expõe, em detalhes, a função social de cada um dos espaços em que se subdivide
a nova unidade.
Correta O texto a seguir foi extraído do conto “No dia em que Faísca morreu”, que está no livro “Os
meninos crescem” (1986 – p. 49-65) do escritor paranaense Domingos Pellegrini. Esse fragmento
refere-se ao momento em que uma senhora faz crochê e, acompanhada dos netos, ouve uma novela de
A novela sempre tinha portas rangendo, porteira batendo, galopes, ventos, tempestades, uma caverna
onde os bandidos cochichavam com eco — mas antes era preciso esperar as conversas de amor que
nunca acabavam, caíam mangas e mais mangas do quintal e a mocinha continuava dizendo quanto
Os bandidos trabalhavam pro irmão da mocinha e, por causa de uma questão de herança, naquele dia
A orquestra entrou firme na conversa e logo saiu de fininho, aí o mocinho falou — Perdido o amor, de
que vale a vida? — numa voz que parecia de mocinho de outra novela mais chata ainda. Tudo por causa
de uma maldita herança, disse o delegado — e Vó até esquecia o palheiro na boca, ia parando com o
Começava a propaganda, ela baixava o volume, cuspia na escarradeira, continuava tão ligeira com o
Como já foi dito, o fragmento reproduzido é parte de um conto. Nele, devem ser percebidas duas
situações distintas. Primeiro, a descrição de uma cena que se repetiu diversas vezes para o narrador: o
quadro que se apresentava quando a avó ouvia sua novela radiofônica; segundo, a narração de uma
Resposta Correta: Correta d. Verdadeira, as duas situações se entrelaçam, apesar de distintas, de modo
Incorreta Leia com atenção o fragmento de José Lins do Rego publicado no livro "Menino de Engenho":
O Santa Fé ficava encravado no engenho do meu avô. As terras do Santa Rosa andavam léguas e léguas
de norte a sul. O velho Paulino tinha este gosto: o de perder a vista nos seus domínios. Gostava de
descansar os olhos em horizontes que fossem seus. Tudo o que tinha era para comprar terras e mais
terras. Herdara o Santa Rosa pequeno, e fizera dele um reino, rompendo os seus limites para compra de
propriedades anexas. Acompanhava o Paraíba com as várzeas extensas e entrava de caatinga a dentro.
Ia encontrar as divisas de Pernambuco nos tabuleiros de Pedra de Fogo. Tinha mais de três léguas, de
estrema a estrema. [...]. Tinha para mais de quatro mil almas debaixo de sua proteção. Senhor feudal
ele foi, mas os seus parias não traziam a servidão como um ultraje. O Santa Fé, porém, resistira a essa
fome de latifúndio. [...] O Santa Rosa crescera a seu lado, fora ganhar outras posses contornando as
suas encostas. Ele não aumentara um palmo nem um palmo diminuíra. Os seus marcos de pedra
estavam ali nos mesmos lugares de que falavam os papéis. Não se sentiam, porém, rivais o Santa Fé e o
Santa Rosa. Era como se fossem dois irmãos muito amigos, que tivessem recebido de Deus uma
proteção de mais ou uma proteção de menos. Coitado do Santa Fé! Já o conheci de fogo morto. Uma
desolação de fim de vida, de ruína, que dá à paisagem rural uma melancolia de cemitério abandonado.
[...] Ao lado da prosperidade e da riqueza do meu avô, eu vira ruir, até no prestígio de sua autoridade,
aquele simpático velhinho que era o Coronel Lula de Holanda, com o seu Santa Fé caindo aos pedaços.
Todo barbado, como aqueles velhos dos álbuns de retratos antigos, sempre que saía de casa era de
cabriolé e de casimira preta. A sua vida parecia um mistério. Não plantava um pé de cana e não pedia
porque:
Resposta Correta: Correta c. O foco está na composição do espaço e na relação com ele estabelecida
pelas personagens.
Marina abre a bolsinha que ganhara de sua avó e pega o dinheiro, fruto de sua mesada. Compra a
Cerveja e a bebe saborosamente. Quando chega em casa, o seu pai se aproxima para lhe dar um beijo,
como fazia todos os dias e percebe que Marina ingeriu bebida alcoólica. Fica muito bravo e a coloca de
De acordo com o que lemos no tópico “Outro modo de definir narrativas” nesta Unidade, sobre as quatro
mudanças de situação, propostas por Platão e Fiorin, podemos afirmar que as afirmativas corretas em
O incidente que se vai narrar, e de que Antares foi teatro na sexta-feira 13 de dezembro do ano de
1963, tornou essa localidade conhecida e de certo modo famosa da noite para o dia. (...) Bem, mas não
convém antecipar fatos nem ditos. Melhor será contar primeiro, de maneira tão sucinta e imparcial
quanto possível, a história de Antares e de seus habitantes, para que se possa ter uma idéia mais clara
do palco, do cenário e principalmente dos personagens principais, bem como da comparsaria, desse
Narrador é uma voz criada por um autor. No texto acima, o autor é Érico Veríssimo. O narrador foi
criado por ele. Agora, assinale a alternativa que evidencia o papel do narrador no fragmento acima:
espectador, escreve para narrar o que aconteceu com x ou y em tal lugar ou tal hora.
Incorreta A estrada de ferro passava no outro lado do rio. Do engenho nós ouvíamos o trem apitar, e
fazia-se de sua passagem uma espécie de relógio de todas as atividades: antes do trem das dez, depois
do trem das duas. Costumávamos ir para a beira da linha ver de perto os trens de passageiros. E
ficávamos de cima dos cortes olhando como se fossem uma coisa nunca vista os horários que vinham de
Recife e voltavam da Paraíba. Mas nos proibiam esse espetáculo com medo das nossas traquinagens
pelo leito da estrada. E tinha razão de ser tanta cautela: um dos lances mais agoniados da minha
infância eu assei numa dessas esperas de trem. O meu primo Silvino combinara fazer virar a máquina
na rampa do Caboclo. Já outra vez, com pano vermelho que um moleque pregara num pau, um
maquinista parara o horário das dez. Agora o que meu primo queria era um desastre. E botou uma
pedra bem na curva da rampa. Nós ficamos de espreita, esperando a hora. Quando vi o trem se
aproximar como um bicho comprido que viesse para uma armadilha, uma agonia dentro de mim que eu
não soube explicar. Parecia que eu ia ver ali perto de mim pedaços de gente morta, cabeças rolando
pelo chão, sangue correndo no meio de ferros desmantelados. E num ímpeto, com o trem que vinha
roncando pertinho, corri para a pedra e com toda a minha força empurrei-a pra fora. Um instante mais
ouvi o ruído da máquina que passava. Fiquei sozinho, ali no ermo da estrada de ferro. O meu primo e os
moleques tinham corrido. Meu coração batia apressado. Parecia que eu era o único culpado daquela
desgraça que não acontecera. Comecei a chorar, com medo do silêncio. Muito longe o trem apitava. E
banhado pelas lágrimas andei para casa. Nunca mais em minha vida o heroísmo me tentaria por essa
forma.
Havia cinco semanas que ali morava, e a vida era sempre a mesma, sair de manhã com o Borges, andar
por audiências, correndo, levando papéis ao selo, ao distribuidor, aos escrivães, aos oficiais de justiça.
Voltava à tarde, jantava e recolhia-se ao quarto, até a hora da ceia; ceiava e ia dormir. Borges não lhe
dava intimidade na família, que se compunha apenas de D. Severina, nem Inácio a via mais de três
vezes por dia durante as refeições. Cinco semanas de solidão, de trabalho sem gosto, longe da mãe e
das irmãs; cinco semanas de silêncio, porque ele só falava uma ou outra vez na rua; em casa, nada.
— Deixe estar, — pensou ele um dia — fujo daqui e não volto mais.
Não foi; sentiu-se agarrado e acorrentado pelos braços de D. Severina. Nunca vira outros tão bonitos e
tão frescos. A educação que tivera não lhe permitia encará-los logo abertamente, parece até que a
princípio afastava os olhos, vexado. Encarou-os pouco a pouco, ao ver que eles não tinham outras
mangas, e assim os foi descobrindo, mirando e amando. No fim de três semanas eram eles, moralmente
falando, as suas tendas de repouso. Aguentava toda a trabalheira de fora, toda a melancolia da solidão e
do silêncio, toda a grosseria do patrão, pela única paga de ver, três vezes por dia, o famoso par de
braços.
Naquele dia, enquanto a noite ia caindo e Inácio estirava-se na rede (não tinha ali outra cama), D.
Severina, na sala de frente, recapitulava o episódio do jantar e, pela primeira vez, desconfiou alguma
cousa. Rejeitou a idéia logo, uma criança! Mas há idéias que são da família das moscas teimosas: por
mais que a gente as sacuda, elas tornam e pousam. Criança? Tinha quinze anos; e ela advertiu que
entre o nariz e a boca do rapaz havia um princípio de rascunho de buço. Que admira que começasse a
amar? E não era ela bonita? Esta outra idéia não foi rejeitada, antes afagada e beijada. E recordou então
os modos dele, os esquecimentos, as distrações, e mais um incidente, e mais outro, tudo eram
Personagem, numa narrativa, é o ser fictício que vive a história. Em uma narrativa, o narrador pode
apresentar a fala das personagens através do discurso direto, do discurso indireto e do discurso indireto
livre. No discurso direto, conhecemos a personagem através de suas próprias palavras. No discurso
indireto, o narrador conta o que a personagem disse. No discurso indireto livre, há uma mistura das
falas do narrador e da personagem, de tal modo que se torna difícil precisar os limites da fala de um e
de outro.
I – Em “No fim de três semanas eram eles, moralmente falando, as suas tendas de repouso.”, temos
discurso direto.
II – Em “Voltava à tarde, jantava e recolhia-se ao quarto, até a hora da ceia; ceava e ia dormir.”, temos
discurso indireto
III – Em “Deixe estar, — pensou ele um dia — fujo daqui e não volto mais.”, temos discurso direto.
IV – Em “Que admira que começasse a amar? E não era ela bonita?”, temos discurso indireto livre.
V – Em “Nunca vira outros tão bonitos e tão frescos.”, temos discurso direto.
Incorreta O fragmento abaixo é de autoria de Jane Santucci retirado do texto: “O dia em que as roletas
pararam"
Salão repleto de luzes, orquestra ao fundo, brilho de cristais por todo lado. O crupiê* distribui fichas
sobre o pano verde, cercado de mulheres em longos vestidos e homens de black-tie**. A roleta em
movimento paralisa o tempo, todos retêm a respiração. Em breve estarão definidos a sorte de alguns e
o azar de muitos. Foi mais ou menos assim, como um lance de roleta, que a era de ouro dos cassinos -
maravilhosa para uns, totalmente reprovável para outros - se encerrou no Brasil. Para surpresa da
nação, logo depois de assumir o governo, em 1946, o presidente Eurico Gaspar Dutra pôs fim, com uma
simples penada, a um dos negócios mais lucrativos da época: a exploração de jogos de azar, tornando-
Resposta Correta: Correta c. Descritivo, pois apresenta características do espaço de forma simultânea.
Macauly.Carlinh0s
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•
•
Não vou postar as respostas das unidas 3 e 6 pois cada uma deve dar sua resposta pessoal, mas vou
citar como escrever cada um dos textos, dando alguma dicas. Ambas as unidades referem-se a textos
comuns no jornalismo.
Unidade 3:
O ponto chave para ganhar nota nesta lição é utilizar-se das dicas dadas no enunciado.
Evite falar sobre coisas que você não sabe. Procure ler e entender o que o autor quis dizer para só então
Ao lançar uma informação, procure esgota-la ao maximo, então adicione outra informação que esteja
Unidade 6:
É necessário nesta unidade escrever um paragrafo dissertativo com frasal, ou seja, um paragrafo que se
Escolha a frase que vai server de tema para o resto. Como o texto é sobre "Todos os homens são
Por ser uma dissertação, evitem fazer "perguntas" como "Algum de nós saberá um dia?" procurem usar
afirmações como "Não sabemos se um dia alguém sabera". Cada vez que uma frase estiver completa, se
Lembre-se que uma dissertação não possui narrador, por tanto é uma PESSIMA idéia escrever palavras
como "nós" ou "eu".
Exemplo:
TODOS OS HOMENS SÃO IGUAIS. É tão comum notar preconceito de brancos para negros quanto de
negros para brancos. É tão comum ver alguns países criticando outros por suas guerras, quanto é ve-los
em uma. Já passou da hora de os homens pararam de se questionar sobre serem diferentes e começar a
questionar sobre serem iguais. Criticar os outros é facil, mas notar que aqueles que todos cometem os
Nanay
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Unidade 8
a.vaca.da.vanessa em Sab Maio 15, 2010 11:17 pm
>>> Numa apresentação oral, a fala do locutor deve respeitar à situação de interlocução. Assim, o
conhecimento acerca das variedades lingüísticas sociais, regionais e de registro torna-se necessário para
que se use a língua nas mais diversas situações comunicativas. Imagine que você esteja trabalhando
numa multinacional e terá que apresentar um projeto para todos os diretores das filiais do Brasil. Nesse
momento, você:
R: Evidenciará a norma padrão.
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>>> Os textos dissertativos pressupõem uma esquematização por parte do seu produtor. Isso significa
afirmar que, em sua construção, o autor estabelece um fio de raciocínio que dará sustentação a seu
O que o terapeuta deve fazer quando um paciente levanta uma questão envolvendo uma interação
infeliz com outra pessoa? Geralmente, os terapeutas exploram a situação profundamente e tentam
padrões – isto é, situações semelhantes que o paciente tenha criado no passado. Essa estratégia
consagrada pelo tempo tem limitações: não somente o trabalho tende a ser racionalizado, mas é muito
frequente que se baseie em dados imprecisos fornecidos pelo paciente. O aqui-e-agora oferece uma
interação disfuncional. Uma vez que isso for feito, o trabalho se tornará bem mais preciso e imediato.
(YALOM, Irvin D. Busca pelos equivalentes do aqui-e-agora. In: Os Desafios da Terapia. Rio de Janeiro:
No caso do texto acima, na sua esquematização, o enunciador elaborou uma afirmação, para defendê-la.
Em seguida, elencou vários argumentos, para só depois construir o texto final. Qual a tese que o autor
R: O terapeuta, para tornar seu trabalho mais eficiente, deve buscar um produto do aqui-e-
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Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à
atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
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>>> Ao fazer uma resenha, o autor emite opiniões acerca de aspectos da obra. O texto abaixo é um
fragmento do texto “A revolução sem fim de Darwin”, extraído da Revista Veja. Leia-o com atenção para
responder a questão.
A história da viagem dele é quase tão conhecida e reverenciada quanto a de Cristóvão Colombo. O
naturalista inglês Charles Darwin iniciou em 1831 uma viagem pelo mundo a bordo do Beagle, um
pequeno navio de exploração científica. Quando voltou à Inglaterra, cinco anos depois, ele trazia na
bagagem um conjunto de idéias revolucionárias que mudariam para sempre a geografia da alma
humana tanto quanto Colombo mudou a geografia terrestre. Darwin, como se sabe, é o autor da teoria
da evolução. A histórica viagem de Darwin é o tema central de uma imponente exposição que leva o seu
nome, inaugurada na semana passada no Museu de Arte de São Paulo (Masp), e que permanecerá em
cartaz até 15 de julho. A mostra, montada pela primeira vez em 2005, no Museu Americano de História
Natural, em Nova York, reúne reproduções de mais de 400 itens relacionados ao naturalista e à sua
viagem no Beagle, entre animais, plantas, fósseis e paisagens. A exposição atrai sobre Darwin a atenção
que ele merece como um herói da razão e um inimigo da superstição e da ignorância. Tamanha foi a
força das revelações de Darwin sobre a origem e a transformação do mundo animal, das plantas e, em
especial, da humanidade, que quase ninguém consegue ter uma visão muito clara hoje em dia de como
se pensavam essas coisas antes dele. Poucas revoluções tiveram esse poder. A prova de que a Terra é
redonda é uma delas. Parece natural hoje em dia nos vermos habitando uma esfera que gira sobre o
próprio eixo e em torno do Sol. Mas por milênios se acreditou em uma Terra plana como um campo de
futebol sustentada pelos ombros fortes de um titã que se apóia sobre os cascos de tartarugas. A
evolução lenta das espécies ao longo das eras formando linhagens que desembocam nos atuais seres
vivos. Isso é o Darwin. Antes dele? Acreditava-se na versão religiosa segundo a qual por volta do ano
4004 a.C., de uma só tacada, Deus criou o homem, a mulher e os demais seres vivos exatamente como
eles são agora. Essa visão pré-darwinista, que só sobrevive dentro dos círculos religiosos, tem
conseguido ultimamente uma projeção assustadora. À luz desse retrocesso, relembrar as conquistas de
Darwin torna-se um imperativo. (Gabriela Carelli e Leoleli Camargo - Revista Veja - 09/05/2007 –
p.114).
Dos fragmentos abaixo, assinale aquela que o autor NÃO emite uma opinião negativa à visão pré-
R: O naturalista inglês Charles Darwin iniciou em 1831 uma viagem pelo mundo a bordo do
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>>> Leia o texto com muita atenção:
“Pode parecer que os isótopos de oxigênio e a luta dos seringueiros no Acre tenham pouco em comum.
da geração de energia elétrica no Brasil. À época em que Chico Mendes lutava para assegurar o futuro
dos seringueiros e da floresta, um dos mais respeitados cientistas brasileiros, Eneas Salati, analisava
conclusão foi irrefutável: a Amazônia produz a parte maior de sua própria chuva; implicação óbvia desse
fenômeno: o excesso de desmatamento pode degradar o ciclo hidrológico. Hoje, imagens obtidas por
sensoriamento remoto mostram que o ciclo hidrológico não apenas é essencial para manutenção da
grande floresta, mas também garante parcela significativa da chuva que cai ao sul da Amazônia,em
Mato Grosso, São Paulo e até mesmo ao norte da Argentina. Quando a umidade do ciclo, que se desloca
em direção ocidental, atinge o paredão dos Andes, parte dela é desviada para o sul. Boa parte da cana-
de-açúcar, da soja, de outras safras agroindustriais dessas regiões e parte significativa da geração de
adaptações).
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>>> Não é só que cada golpe desferido por e contra o boxeador Jake LaMotta (Robert De Niro) doa no
espectador como se ele próprio estivesse sendo atingido; em Touro Indomável, que a Cinemateca VEJA
lança nesta semana nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a dor maior e a violência verdadeira vêm
dos demônios de LaMotta – que fizeram dele tanto um astro no ringue como um homem fadado à
autodestruição. Dirigida com um senso vertiginoso do destino de seu personagem, esta obra-prima de
Martin Scorsese é daqueles filmes que falam à perfeição de seu tema (aqui, o boxe) para então
transcendê-lo e tratar do que importa: aquilo que faz do seres humanos apenas isso mesmo, humanos e
O autor do texto acima ao escolher esse gênero textual, tinha a intenção de:
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>>> Gêneros discursivos, como afirma Bakhtin, são “tipos relativamente estáveis de enunciados”. O
caráter histórico é verificado, pois os gêneros apresentam-se como reflexos dos valores presentes em
cada sociedade, em um dado lugar e tempo. Sendo assim, mudam com o tempo. Dentre os vários
gêneros do discurso, podemos citar: o resumo, o esquema, a resenha e a apresentação oral. Dentre
R: Apresentação oral.
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>>> Marisa Lajolo, estudiosa e pesquisadora de Literatura, escreveu muitas resenhas sobre a obra de
Mote
Glosa:
Bocage. Poesias sobre Mote. In Literatura Comentada. São Paulo: Abril Educação, 1980 p.59
Dentre as muitas resenhas feitas pela pesquisadora, a mais adequada ao poema lido é:
perceber, porém, uma certa relação entre os elementos enumerados. Esse tipo de linguagem
– nominal, sem recurso a verbos – era incomum no tempo do poeta. (texto adaptado)
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>>> Terapia com animais ajuda a enfrentar algumas doenças, como depressão e paralisia cerebral
As terapias que usam bichos já se contam às dezenas. A equoterapia usa cavalos para reabilitar
pacientes com esclerose múltipla, paralisia cerebral e síndrome de Down, trabalhando o equilíbrio e a
concentração. Animais aquáticos, como golfinhos e orcas, são utilizados para trazer crianças autistas
para a realidade e ajudar depressivos a recuperar a alegria de viver. Até tetraplégicos já conseguem ter
uma vida mais autônoma com a ajuda de macacos-prego treinados para buscar objetos e acionar
botões.[...] A experiência com cães na prisão feminina de Purdy, Estados Unidos, vem sendo copiada em
cachorros. O resultado foi surpreendente. Os animais saíram preparados e as mulheres não voltaram a
cometer crimes depois de soltas. (Luciana Vicária, Época, 4/8/2003, p.91). A primeira etapa para
produzirmos um bom resumo é compreender o texto que será resumido. Se fôssemos escrever um
resumo do texto apresentado acima, teríamos que buscar a ideia principal. Para isso, deveremos ler o
texto algumas vezes. Qual das alternativas abaixo apresenta a ideia principal do texto?
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>>> Daniel estuda no terceiro colegial de uma escola em Porto Alegre. Seu professor de Português
solicitou que os alunos fizessem uma resenha de um anúncio. Daniel estranhou a solicitação, mas o
professor explicou que a resenha pode ser feita a partir de um filme, de um livro, de um programa de
televisão, inclusive de um anúncio. Para iniciar a sua resenha, Daniel pensou em descobrir qual era o
objetivo da imagem presente no anúncio, já que ela é uma adaptação da bandeira do Brasil. No lugar de
R: Alertar a população para o desmatamento da Mata Atlântica e fazer um apelo para que as
derrubadas acabem.
a.vaca.da.vanessa
Mensagens: 11
Idade: 22
Unidade 7
a.vaca.da.vanessa em Sab Maio 15, 2010 11:56 pm
Além de possuir conhecimento total da narrativa, das ações, dos sentimentos e dos pensamentos dos
personagens, o narrador dentro de um texto pode influenciar os leitores, na medida em que os convida a
participar da narrativa, tratando-os como reais interlocutores. Das alternativas abaixo que apresentam
fragmentos de autoria de José Saramago, uma delas foca a interação entre autor e leitor. Encontra-se
em:
R: “Viremos agora à esquerda, lá ao longe, onde se vêem aquelas árvores, sim, aquelas que
“... que a água desta fonte não poderá matar-te a sede naquele deserto...”
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Leia o texto.
Discurso perante os amigos, logo após receber o nobel: Chega-se mais facilmente a Marte...
Neste meio século não parece que os Governos tenham feito pelos direitos humanos tudo aquilo a que
ignorância cresce, a miséria alastra. A mesma esquizofrênica humanidade capaz de enviar instrumentos
a um planeta para estudar a composição das suas rochas assiste indiferente à morte de milhões de
pessoas pela fome. Chega-se mais facilmente a Marte do que ao nosso próprio semelhante. Alguém não
anda a cumprir o seu dever. Não andam a cumpri-lo os Governos, porque não sabem, porque não
podem, ou porque não querem. Ou porque não lho permitem aqueles que efetivamente governam o
reduziu a quase nada o que ainda restava do ideal da democracia. Mas também não estão a cumprir o
seu dever os cidadãos que somos. Pensemos que nenhuns direitos humanos poderão subsistir sem a
simetria dos deveres que lhes correspondem e que não é de esperar que os Governos façam nos
próximos cinquenta anos o que não fizeram nestes que comemoramos. Tomemos então, nós, cidadãos
comuns, a palavra. Com a mesma veemência com que reivindicamos direitos, reivindiquemos também o
dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa tornar-se um pouco melhor.
Em “Chega-se mais facilmente a Marte do que ao nosso próprio semelhante”, o autor optou por utilizar a
forma linguística do sujeito indeterminado em seu discurso. No contexto do texto, esse recurso foi
utilizado para:
R: Conferir maior peso ao seu ponto de vista e sugerir que ele e os demais ouvintes são
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Os dois textos transcritos abaixo referem-se ao mesmo tema: a primeira posição na largada do Grande
Texto A
Quinto brasileiro a conquistar uma pole no GP do Brasil de Fórmula 1 - repetindo Emerson Fittipaldi,
Nelson Piquet, Ayrton Senna e Rubens Barrichelo -, Felipe Massa afirmou neste sábado que realizou um
sonho em sua carreira ao garantir a primeira posição do grid de largada da corrida em Interlagos e ouvir
o seu nome ser gritado pelo público que lotou o autódromo. Milton Pazzi Jr. (www.estadao.com.br -
Texto B
O brasileiro Felipe Massa confirmou o favoritismo e conquistou a pole position do Grande Prêmio do
Brasil, última etapa da temporada 2006 da Fórmula 1. Forte desde os treinos livres da sexta-feira, ele
out. 2006.)
R: A subjetividade presente nos textos A e B são iguais, isto é, há o mesmo grau de
subjetividade.
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Texto A
LUISA BELCHIOR
O jogador Ronaldo, do Milan, esteve na manhã desta segunda-feira na delegacia da Barra da Tijuca, na
zona oeste do Rio, após uma discussão com três travestis na madrugada em um motel também na
Barra.
Ao delegado titular da 16ª DP, Carlos Augusto Nogueira Pinto, responsável pelo caso, Ronaldo disse que
foi à boate 021, na Barra, comemorar a vitória do Flamengo sobre o Botafogo pela final do campeonato
estadual do Rio. Ao sair da boate, Ronaldo contratou um travesti --André Luís Albertini--, acreditando
que fosse uma mulher. Os dois foram para um motel no mesmo bairro, onde o travesti chamou outros
dois colegas. No motel, Ronaldo percebeu que as três prostitutas eram travestis e dispensou o serviço
deles.
Até aí, a versão do jogador e do único dos travestis que foi à delegacia é a mesma, segundo Pinto. As
Ronaldo diz que dispensou o serviço dos três e pagou R$ 1.000 a cada um. Eles ainda teriam oferecido
cocaína ao atacante para que ele relaxasse. Ronaldo, segundo sua versão, recusou e dois travestis
foram embora, mas o terceiro exigiu R$ 50 mil para não relatar o caso à imprensa, iniciando o bate-
boca.
Na versão do travesti, Ronaldo foi à Cidade de Deus comprar cocaína, não quis pagar pelo serviço e os
Por meio de sua assessoria de imprensa, o jogador Ronaldo não negou que tenha feito programa com os
travestis. Disse, porém, que não existe nenhuma queixa contra ele e que foi vítima de uma tentativa de
extorsão. Outro travesti, Júnior Ribeiro da Silva, 25, conhecido como Carla, voltou à delegacia para
2009 às 16h11.
Texto B (IMAGEM)
O envolvimento de Ronaldo com três travestis em um motel do Rio, apresentado no Texto A, levantou
polêmica. O escândalo inspirou a Bom Bril a fazer uma peça publicitária, na qual garoto-propaganda,
caracterizado como Ronaldo, mandou seu recado: "Não leve gato por lebre.", como podemos ver no
Texto B. O anúncio foi veiculado nas principais revistas do país. Podemos afirmar que a peça publicitária
é criativa porque:
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Observa-se que em muitos lugares as comemorações festivas apresentam, entre outras práticas
corporais, as danças. É o caso da Festa de São João, Maracatu, Frevo e Bumba-Meu-Boi. Algo
semelhante acontece nos casamentos, formaturas e cerimônias dos povos indígenas. Os fatores que
influenciaram o surgimento das danças vão desde o agradecimento por colheitas fartas, ritos religiosos
até as guerras. Pode-se dizer que os sentimentos de um dado grupo são expressos por meio dessas
manifestações culturais. As ginásticas, há muito vistas como recurso para preparação de soldados nos
quartéis, são também empregadas com finalidades estéticas, corretivas ou terapêuticas nas clínicas e
A heterogeneidade é uma característica da linguagem e pode ser entendida como a pluralidade de vozes
que organizam qualquer texto ou discurso, mesmo sendo ele atribuído a um único indivíduo. É o que
podemos perceber nesse texto. Qual dos segmentos retirados do texto expressa a opinião do autor,
R: Pode-se dizer que os sentimentos de um dado grupo são expressos por meio dessas
manifestações culturais.
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O texto apresenta-se como uma zona de interação entre sujeitos. Assim, autor e leitor interagem na
materialidade textual, tendo como pano de fundo o contexto em que cada um está inserido. Autor e
leitor são fundamentais no processo de leitura. Observe com atenção a tira abaixo:
(CHARGE)
No último quadrinho, a personagem responde que “Aí você volta daqui a uns quinze anos”. Essa fala
pode ser relacionada com a função do leitor na interação estabelecida com o leitor. Levando isso em
imagens, imagens estas impostas pelos limites da formação discursiva. Assim, o leitor
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Ouvimos com freqüência opiniões alarmantes a respeito do futuro da nossa língua. Às vezes se diz que
ela vai simplesmente desaparecer, em benefício de outras línguas supostamente expansionistas (em
especial o inglês, atual candidato número um a língua universal); ou que vai se misturar com o
espanhol, formando o “portunhol”; ou, simplesmente, que vai se corromper pelo uso da gíria e das
formas populares de expressão (do tipo: o casaco que cê ia sair com ele tá rasgado). Aqui pretendo
trazer uma opinião mais otimista: a nossa língua, estou convencido, não está em perigo de
desaparecimento, muito menos de mistura. Por outro lado (e não é possível agradar a todos), acredito
que nossa língua está mudando, e certamente não será a mesma. O que é que poderia ameaçar a
inglês – o mundo de empréstimos que andamos fazendo para nos expressarmos sobre certos assuntos.
Não se pode negar que o fenômeno existe; o que mais se faz hoje em dia é surfar, deletar ou tratar do
marketing. Mas isso não significa o desaparecimento da língua portuguesa. Empréstimos são um fato da
vida, e sempre existiram. Hoje pouca gente sabe disso, mas avalanche, alfaiate, tenor e pingue-pongue
são palavras de origem estrangeira; hoje já se naturalizaram, e certamente ninguém vê ameaça nelas.
Quero dizer que não há o menor sintoma de que os empréstimos estrangeiros estejam causando lesões
na língua portuguesa; a maioria, aliás, desaparece em pouco tempo, e os que ficam se assimilam. O
português, como toda língua, precisa crescer para dar conta das novidades sociais, tecnológicas e
culturais; para isso, pode aceitar empréstimos – ravióli, ioga, chucrute, balé – e também pode (e com
maior freqüência) criar palavras a partir de seus próprios recursos – como computador, ecologia,
poluição - ou estender o uso de palavras antigas a novos significados – executivo ou celular, que
significam hoje coisas que não significavam há vinte anos. Mas isso não quer dizer que a língua esteja
em perigo. Está só mudando, como sempre mudou, se não ainda estaríamos falando latim. Achar que a
mudança da língua é um perigo é como achar que o bebê está “em perigo” de crescer. Não estamos em
perigo de ver nossa língua submergida pela maré de empréstimos ingleses. A língua está aí, inteira: a
estrutura gramatical não mudou, a pronúncia é ainda inteiramente nossa, e o vocabulário é mais de
99% de fabricação nacional. Uma atitude mais construtiva é, pois, reconhecer os fatos, aceitar nossa
língua como ela é, e desfrutar dela em toda a sua riqueza, flexibilidade, expressividade e malícia. (Mário
A. Perini. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola Editorial, 2004, pp. 11-24.
Adaptado).
Autor é o sujeito da enunciação. É a função que o eu assume enquanto produtor de linguagem. O autor
não é a pessoa real, mas aquele “eu” que se instaura no texto ou discurso. A tese principal defendida
R: A língua precisa crescer para dar conta das novidades sociais, tecnológicas e culturais.
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A visão dos direitos humanos, modernamente, não se enriqueceu apenas com a justaposição dos direitos
a) Direito ao desenvolvimento.
c) Direito à paz.
II - Trata-se de um texto de natureza narrativa, que apresenta enredo e personagens agindo no tempo e
R: III e IV.
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Renato Janine Ribeiro, professor de Ética e Filosofia Política da USP, escreveu o artigo intitulado “Razão
e sensibilidade” para o caderno "Mais" da Folha de S. Paulo, no dia 04 de março de 2007. O artigo faz
uma reflexão a partir da morte do menino João Hélio Fernandes Vieites, que foi assassinado depois de
um assalto no Rio de Janeiro. O trágico dessa história foi que os assaltantes arrastaram o menino preso
dias. Outra coisa que não me sai da cabeça é como os criminosos devem ser punidos. Esse assunto me
faz rever posições que sempre defendi sobre (na verdade, contra) a pena de morte. Se não defendo a
pena de morte contra os assassinos, é apenas porque acho que é pouco. Todo o discurso que conheço, e
que em larga medida sustento, sobre o Estado não dever se igualar ao criminoso, não dever matar
pessoas, não dever impor sentenças cruéis nem tortura - tudo isso entra em xeque, para mim, diante do
dado bruto que é o assassinato impiedoso. Torço para que, na cadeia, os assassinos recebam sua paga;
torço para que a recebam de modo demorado e sofrido. Quando penso que, desses infanticidas, os
próprios colegas de prisão se livrarão, confesso sentir um consolo. Mas há algo hipócrita nisso. Se as
pessoas merecem morrer, e se é péssimo o Estado se igualar a quem tira a vida de outro, por outro lado
é uma tremenda hipocrisia deixar à livre iniciativa dos presos ou aos justiceiros de esquina a tarefa de
matar quem não merece viver. Abrimos mão da responsabilidade, que pode ter uma sociedade, de
decidir - no caso, quem deve viver e quem merece morrer. A todos assiste o direito da mais ampla
defesa. Mas, garantida esta, podemos fazer o que quisermos sem corrermos o risco da pena última?
Isto, que relato, põe em questão meu próprio papel como intelectual. Intelectual não é apenas quem
tem uma certa cultura a mais do que alguns outros. É quem assina idéias, quem responde por elas. Por
isso, o mínimo que devo fazer, se sou instado a opinar, é dizer o que realmente penso (ou, então, calar-
me). Sei que a falta de perspectiva ou de futuro é o que mais leva pessoas a agirem como os
infanticidas. Sei que devemos reformar a sociedade para que todos possam ter um futuro. Creio que isso
reduzirá a violência. Mas também sei que os pobres são honestos, mais até do que os ricos. A pobreza
não é causa da falta de humanidade. Quero, com isso, dizer que defenderei a pena de morte, a prisão
perpétua, a redução da maioridade penal? Não sei. Não consigo, do horror que sinto, deduzir políticas
públicas, embora isso fosse desejável. Mas há algo que é muito importante no exercício do pensamento:
é que atribuamos aos sentimentos que se apoderam de nós o seu devido peso e papel. Não posso
pensar em dissonância completa com o que sinto. A razão, sem dúvida, segura muitas vezes as paixões
desenfreadas. Será preciso criticar os sentimentos pela razão - e a razão pelos sentimentos, que no
fundo são o que sustenta os valores. Valores não são provados racionalmente, são gerados de outra
forma. Afinal de contas, o que vivemos no assassínio bárbaro de João Hélio, como meses atrás quando
I - O autor, como é o produtor do texto, passa a defender a pena de morte, ao contrário de suas crenças
II - O título do artigo refere-se a um dilema entre o que Renato Janine pensa e o que sente, marcando,
III - O autor é o sujeito capaz de fazer um discurso interpretável e histórico, dessa forma, o filósofo
encontra-se no questionamento sobre a conciliação de suas convicções mais "civilizadas" e entre seu
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