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tecnologia social e
Articulação comunidade-escola
Volume 1
Introdução 09
sumário
Uma visita a duas cidades educadoras 17
1. Sorocaba: cidade saudável, cidade educadora
2. A Escola Integrada de Belo Horizonte
Considerações finais 73
Referências bibliográficas 79
Apresentação
A educação é prioridade permanente nas ações do Instituto de Tecnologia Social 5
(ITS Brasil) e está presente em cada atividade que promove, em cada projeto que
elabora, em cada publicação que edita. Desde sua fundação, quando seu Conselho De-
apresentação
liberativo tinha como membro o doutor Jorge Nagle, professor, pesquisador em edu-
cação, sempre esteve claro para nós o lugar central que a educação tem no desenvolvi-
mento socioeconômico, sobretudo quando este é encarado como um caminho para o
rompimento com as estruturas que perenizam as desigualdades e injustiças sociais.
Em seguida, quando organizamos em 2004 os seminários que reuniram mais de oi-
tenta organizações para construir o debate e elaborar coletivamente o conceito de tecno-
logia social. Discutimos uma série de experiências desenvolvidas no campo da educação,
além de outras nos campos da agricultura familiar, desenvolvimento local participativo
e tecnologia assistiva. Estes seminários evidenciaram novamente que a educação não é
apenas um campo de conhecimento ou área de atividade, mas uma dimensão transver-
sal não só à tecnologia social, mas à vida de cada pessoa, de cada cidadão.
Vivemos aprendendo, aprendemos porque vivemos, nos transformamos pelo
aprendizado enquanto enfrentamos as dificuldades e problemas que estão postos em
nossa realidade. A educação, portanto, entendida não como absorção de conhecimen-
tos prontos e vindos de fora, mas como a invenção e re-elaboração constante do mun-
do, e de si mesmo, que cada um empreende durante toda a sua vida, é a mais ativa e mais
presente das dimensões que constituem a tecnologia social.
É por isso que entender o mundo já é transformá-lo e também participar um pou-
co mais dele. Entender o mundo significa apropriar-se dele, sentir-se dentro dele, mais
próximo das coisas e das pessoas. Significa também respeitar o mundo e as pessoas,
admirar-se de sua grandeza e mistério, não para cultuá-lo, mas para amá-lo e construir
nele uma existência íntegra, feliz e sustentável.
A série de cadernos que inicialmente resultou dos seminários, e que prossegue com
a publicação deste volume, recebeu então o nome de Conhecimento e Cidadania. Os
dois conceitos estão imbricados um no outro: não há cidadania sem conhecimento,
sem a construção de uma compreensão da realidade que permita atuar de modo cons-
6 ciente e autônomo no espaço público da sociedade; e o exercício da cidadania gera sem-
pre novos conhecimentos, que são construídos coletivamente e compartilhados.
Todas as ações promovidas pelo ITS Brasil abarcam atividades de formação, em que
instituto de tecnologia social
apresentação
As crianças, como quaisquer pessoas, só aprendem em contexto. O conhecimento
só faz sentido quando inserido num contexto e confrontado com ele. Esta é uma das
razões da importância central da articulação entre comunidade e escola, tema deste ca-
derno. Que a escola deixe de ser um lugar de segregação e submissão para ser um lugar
de referência na geração de esperança e alegrias para a comunidade, que a comunidade
se encontre na escola e que esta seja, de fato, parte da comunidade.
Este caderno, portanto, é mais um passo entre tantos que precisam ser dados na
construção de uma educação pública de qualidade no Brasil. Recolhemos e apresen-
tamos tecnologias sociais de organização e gestão destinadas à articulação comunida-
de-escola a partir de uma perspectiva territorial dos sistemas de educação formal dos
municípios de Sorocaba e Belo Horizonte e daquilo que se poderia chamar de a “comu-
nidade escolar” da Zona Leste de São Paulo. No próximo volume, a articulação comuni-
dade-escola será vista por meio de iniciativas que tecem suas redes a partir das unidades
escolares, sem necessariamente afetar todo o sistema de um município.
Estamos prontos para ouvir os comentários, críticas, opiniões e sugestões que pos-
sam surgir de sua apreensão desse texto.
Boa leitura!
introdução
participativas de produção de conheci- ção, ensino de matemática e de ciências,
mento e tecnologias originais, valorizan- tecnologia assistiva, entre outros), a edu-
do as capacidades das comunidades e das cação sempre participa dos processos
pessoas para enfrentar os problemas do que envolvem tecnologia social. Aliás,
seu dia-a-dia. No diálogo entre as dife- essa é uma característica de importância
rentes áreas de conhecimento, freqüen- central. Primeiro, porque a participação
temente são descobertos caminhos que sempre traz aprendizados. São situações
as integram e geram diversificadas for- novas, novos desafios, que envolvem o
mas de aprendizado. diálogo entre pessoas que são diferentes,
Em publicações anteriores, o ITS Bra- com diferentes idéias e pontos de vis-
sil procurou abordar algumas dessas ex- ta. E esse encontro com a diferença é, na
periências, sempre tendo como um dos realidade, um dado essencial a qualquer
focos de primordial importância a di- processo educativo. Como diz o filóso-
mensão educativa. Com efeito, pode-se fo da educação Jorge Larrosa(2009,p.),
tomar como regra o fato de que uma re- “não há formação que não se realize de
alidade não muda sem produção e difu- um encontro com a diferença e a alterida-
são de conhecimentos. Se essa mudança de, com o que não sou eu, com o que não
acontece do modo como acreditamos ser é apenas uma repetição ou uma projeção
justo e democrático, com a inclusão de to- de mim mesmo” .
dos os cidadãos que compõem a comuni- Segundo, mas não menos importan-
dade em questão, necessariamente há que te, é que estamos falando sobre enfren-
se dar uma resposta à pergunta: qual é o tar problemas concretos, efetivamente
caminho mais adequado para que as pes- vividos pelas pessoas e para os quais não
soas, de fato, aprendam, se fortaleçam e se existem soluções prontas. Ou seja, é pre-
tornem cada vez mais ativas nos proces- ciso inovar, criar soluções novas. Para is-
sos que lhes dizem respeito? so, é muito importante querer encontrar
a solução, sentir profundamente essa ne- em que a sociedade brasileira busca cami-
cessidade, mas isso está longe de ser sufi- nhos para lidar com temas determinantes
ciente. A sociedade é muito complexa, ne- na conquista de um desenvolvimento que
la se entrecruzam muitas dimensões, as consiga contemplar, sem contradição, os
quais envolvem muitas especialidades de seguintes princípios:
conhecimento. Ser capaz de participar na n a inovação tecnológica visando ao de-
formulação de respostas a esse tipo de pro- senvolvimento socioeconômico in-
blema significa aprender a ouvir diferentes clusivo e sustentável e a melhoria da
atores da sociedade, aprender a reconhecer qualidade de vida da população;
problemas que às vezes sequer se sabia de n a qualidade e a eficácia da educação bá-
sua existência... A cada momento, há mui- sica de crianças, jovens e adultos;
to conhecimento envolvido, que preci- n a garantia dos direitos humanos uni-
sa ser difundido, recriado coletivamente, versais.
adaptado, incorporado, transformado. Felizmente, embora ainda sejam exce-
10 Toda essa circulação e geração de co- ção à regra, já não são poucos os casos de es-
colas e sistemas de educação locais que se
nhecimento acontece, nestes projetos,
reinventam em busca de uma nova qualida-
muitas vezes em situações de educação
de. Essa qualidade, que procuramos captar
instituto de tecnologia social
introdução
gógicos das escolas, deverão favorecer a to Sustentável, de 2005 a 2014. Diversos
apropriação local de ciência, tecnologia e países já estão desenvolvendo seus pla-
inovação para melhor atender às deman- nos ou estratégias nacionais de educação
das socioeconômicas, educativas e cultu- nesta perspectiva, entre eles a Finlândia,
rais específicas daquele território. E tam- o Japão, a Escócia, a Índia, a Suécia e a
bém auxiliar no combate às disparidades Alemanha (Gadotti, 2008).
socioeconômicas, educacionais e cultu-
rais, com a valorização das potencialida-
des e especificidades regionais, por meio Algumas perguntas norteadoras
do apoio a programas de educação públi- A partir dessa introdução, podemos situar
ca em tempo integral, relacionando de- nosso universo de investigação com algu-
senvolvimento socioprodutivo local com mas perguntas guia:
formação geral, científica e cultural.
Não há dúvida, a educação é assunto n O que é preciso garantir para que as
que concerne a todos. Esta proposta es- pessoas de um território se desenvol-
tá, portanto, em perfeita sintonia com a vam integralmente, fortaleçam sua
finalidade da Secretaria de Ciência e Tec- identidade, criem novas possibilida-
nologia para a Inclusão Social do Ministé- des de ser e, ao mesmo tempo, com-
rio da Ciência e Tecnologia (Secis/MCT), preendam e inventem modos de pro-
órgão governamental que apoia a elabora- dução que proporcionem a elas e às
ção deste caderno: suas comunidades uma vida digna,
propor políticas, programas, projetos e ações
com o alimento e a cultura de que to-
que viabilizem o desenvolvimento econômico, dos precisamos?
social e regional, e a difusão de conhecimentos n Como fortalecer a escola, pólo produ-
e tecnologias apropriadas em comunidades ca- tor e irradiador de idéias, como espa-
rentes do meio rural e urbano. ço aberto para as trocas simbólicas, um
fórum de discussão da, sobre e para a
comunidade, pela e para a cidadania?
n Como integrar a educação ao trabalho,
não só de modo funcional – o que fa-
ria da escola um centro de treinamen-
to para a realização de tarefas, aprendi-
zado que logo se tornaria obsoleto em
nosso mundo em rápida transforma-
ção –, mas também para formar seres
humanos capazes de criar e recriar seu
conhecimento, de modo crítico e au-
tônomo, aprendendo a aprender?
n Como ampliar a consciência de que o
aprendizado “de fora” da escola é tão
fundamental para a vida em comuni-
dade como os aprendizados “de den-
tro” da escola, superando as contradi-
ções entre eles?
n Como realizar o diálogo efetivo entre
escola e comunidade, para que ambas
sejam transformadas uma pela outra?
O que fazer para que a escola participe
da vida da comunidade, que seja cor-
responsável por seus problemas e su-
as potencialidades, e para que a comu-
nidade cuide da escola como um bem
público precioso, lugar especial onde
possa haver intercâmbio para a produ-
ção de novos saberes e a construção de
novas realidades?
introdução
Desenvolvimento da Educação (PDE)]– de um Plano Local de Desenvolvimento
abre-se uma concepção mais abrangente. da Educação. Num próximo caderno, que
Mais que a combinação de atividades eco- dará continuidade a este, o foco serão ini-
nômicas, eles seriam – se pensarmos do ciativas construídas a partir ou em rela-
ponto de vista de um projeto de constru- ção com as unidades escolares.
ção da cidadania – ambientes de formação A importância da apresentação do pro-
integral de cidadãos, que se educam en- jeto das cidades educadoras no contexto
quanto estudam, praticam esportes, tra- anunciado reside no fato de tratar-se de
balham, produzem, consomem respon- uma proposta fundada em valores de cida-
savelmente, divertem-se, criam... dania, de construção dialógica de uma co-
munidade planetária. Está claro, portan-
to, que os arranjos que integrem educação
As experiências selecionadas e produção não devem tornar-se um meio
para este caderno de depredação do meio ambiente local,
Neste caderno, serão relatadas algumas ampliando atividades econômicas sem a
experiências de articulação entre comu- garantia de valores e medidas de sustenta-
nidades e escolas a partir de um pon- bilidade ambiental e qualidade de vida du-
to de partida territorial, abrangendo se- radoura. Este é o risco maior a ser evitado.
ja um município seja uma região de um O ministro da Educação, Fernando
grande município como a cidade de São Haddad, tem afirmado que o PDE e outros
Paulo. São assim os casos de duas cida- programas de sua pasta foram pensados a
des educadoras, Sorocaba e Belo Hori- partir do conceito de “educação sistêmica”.
zonte – a primeira vivendo ainda os pri- Isto superaria a infrutífera discussão sobre
meiros momentos dessa nova “postura” priorizar a educação básica ou a superior.
que consolida o compromisso com a Car- Não haverá qualidade da educação supe-
ta das Cidades Educadoras. Já a segunda, rior sem um bom ensino básico, que forme
os alunos para as universidades. Mas não se escolar em diálogo com o seu entorno.
constrói uma educação básica de qualidade Outro ponto importante de gestão
sem educação superior que propicie a for- da Escola Cidadã é a inclusão de práticas
mação de excelência dos educadores. formadoras da cidadania e a participação
de todos os setores da escola. Os gesto-
res, professores e funcionários, os pais e
mães, também os estudantes, mesmo os
Muitas vezes há conflito mais novos, todos participam da constru-
entre práticas educativas ção do Projeto Eco-Político-Pedagógico
14
comunidades e estruturas algo que na maioria das vezes se perdeu. A
escola passa a ser um espaço para discutir a
escolares tradicionais vida da comunidade, e também onde a co-
e tradicionalistas munidade pode se encontrar para debater
instituto de tecnologia social
introdução
colar e as políticas públicas no sentido do
re-encantamento do saber escolar”. Este
é, segundo Moll, o principal desafio que se
propôs a atual gestão.
Este breve resumo introduz as discus-
sões que serão empreendidas neste ca-
derno. As experiências selecionadas são
exemplos de metodologias e/ou práti-
cas de grande densidade no que se refere
aos princípios da tecnologia social. Foram
criadas de modo participativo, na busca
da construção de um mundo sustentá-
vel, aprendente, democrático e sábio. En-
tretanto, nunca será demais demonstrar
nossa plena consciência de que, ao efetu-
ar escolhas, estamos realizando uma gran-
de injustiça com todos aqueles que são
excluídos. Outras tantas experiências de
excelência poderiam, em pleno direito,
figurar no lugar destas que aqui apresen-
tamos. Mas não havia outra alternativa a
não ser a seleção, assim, contamos com a
compreensão de todos e esperamos que
apreciem a leitura.
uma visita a duas
cidades educadoras
A cidade pode ser descrita como o terri- A cidade é um espaço complexo de cir- 17
tório que delimita muitas das múlti- culação, onde ocorrem processos de di-
plas dimensões que participam da vida de versas naturezas. Viver numa cidade é
ba, o Farol do Saber. Nós temos 20 equi- dades para a comunidade fora do horário
pamentos da mais alta tecnologia, como escolar, depois de garantido o horário for-
internet sem fio. Ele é construído no ter- mal, garantida essa aprendizagem, garan-
reno da escola, mas é aberto para a comu- tido que esse aluno vai ter sucesso. Aí nós
nidade, atende as crianças daquele bairro criamos essa oportunidade para a comu-
que, porventura, estejam em outras esco- nidade: abrir a escola, utilizar salas, uti-
las, estaduais ou até escolas particulares. lizar aos finais de semana. Muitas vezes
aquele bairro não tem nenhum outro es-
paço. Como nós poderemos levar o cine-
ma para ele? A Secretaria da Cultura leva
"Muitas ações nós filmes. Temos uma atividade em que leva-
disponibilizamos mos o caminhão que tem a tela de cinema,
também para a rede colocamos cadeiras e distribuímos pipo-
cas para o pessoal, apagamos as luzes da
estadual, pois a praça e passamos o filme. A praça lota. Es-
população é sorocabana, ta é uma atividade da cidade educadora.
independente de se ela
está no serviço público ITS brasil E como se articulam essas duas
coisas, o currículo formal das disciplinas
municipal ou estadual" e esse programa de integração da escola
com a comunidade?
del cistia Nós estamos no caminhar. é
Além da internet gratuita, temos cur- passo a passo, não queremos descuidar da
so de formação, nos quais são ministra- questão da aprendizagem. Mas tem uma
dos cursos de informática e eles têm tam- pessoa que faz isso, que denominamos de
bém lições de cidadania. A idéia é a de que educador comunitário.
Nós temos uma parceria com o Projeto ITS brasil Em que momento dessa caminha-
Aprendiz também, na linha do programa da a senhora acha que Sorocaba se encon-
Cidade Escola. Fizemos a formação, a capa- tra, como cidade educadora?
citação dos nossos professores e temos es- del cistia Acredito que estamos no início
se acompanhamento mensal com eles. A e temos muito que andar e aprender. São
equipe está sempre aqui conosco. Forma- ações novas, mas já conseguimos avan-
mos 160 pessoas, que não eram só da Edu- çar em vários aspectos. Porém, nós temos
cação. O que eu acho muito bom. Tivemos muito a caminhar. É uma mudança de pa-
representantes das Unidades Básicas de radigma que estamos construindo juntos.
Saúde, um de cada uma do bairro, para fa-
zer a integração da unidade de saúde com a
escola e com o bairro. Vieram também re-
presentantes da Secretaria de Esportes, da
Secretaria da Juventude. Eles também tive-
ram a formação de educador comunitário. 29
Temos também parceria com o Insti-
tuto do Esporte e Educação, que realiza o
suas prioridades –, até discutir a lei que or- ITS brasil De que modo esses saberes po- 43
ganiza os conselhos de escolas, que tam- pulares são incorporados ao currículo
bém são conselhos gestores e que a legis- escolar?
* Tendo sido realizados cinco seminários para a elaboração coletiva deste Plano Local de Desenvolvimento Educativo
da Zona Leste de São Paulo, o leitor poderá estranhar que o documento que recebe este título tenha sido concluído no
3º Seminário. A razão para este fato é que este 3º Seminário foi dedicado a reunir e sistematizar as propostas formuladas
nos dois primeiros. Em torno desse conjunto, no 4º Seminário tratou-se de indicar os órgãos públicos e as organizações
da sociedade civil mais aptos a dedicar-se à realização de uma ou outra proposta de ação. O 5º Seminário, por sua vez,
concentrou-se em cogitar fontes de recursos para a implementação das propostas e apontou para o debate a respeito
dos orçamentos públicos nas casas legislativas.
minários de elaboração de um Plano Lo- Cerca de 150 participantes, em sua
cal de Desenvolvimento Educativo, que maioria profissionais de serviços edu-
contaram com a participação de centenas cativos, debateram e elaboraram cem
de pessoas, tendo convidado escolas e propostas sobre: integração entre esco-
outros centros educativos, públicos e co- la e comunidade; condições de trabalho
munitários, grupos locais e órgãos de go- e formação de professores; comunica-
verno municipais, estaduais e federais, ção e informação; inclusão; organização
de diferentes setores (escolar, de trans- da escola. Com base nessas propostas e
portes, habitacional, cultural, financei- em outras oitenta formuladas no 1º semi-
ro, esportivo etc.). nário (jun. 2001), foi esboçada a 1ª versão
Esse processo produziu o presente para discussão de um plano de desenvol-
documento, com dezenas de propostas vimento educativo para a Zona Leste.
de ação dirigidas a três eixos: a) orienta- Dando sequência a esse processo par-
ção da educação para necessidades bási- ticipativo de elaboração de política públi-
cas; b) participação da comunidade; c) ca, a 1ª versão foi debatida no 3º Seminário. 63
oferta de serviços educacionais. Montou- Essa 1ª versão foi analisada coletivamen-
se também um grupo de trabalho para dar te e sofreu alterações. Também se expli-
Comissão Executiva
1ª versão discutida
Em agosto de 2002, o Fórum de Educa-
Zona Leste – Plano Local
ção da Zona Leste promoveu o 2º semi-
de Desenvolvimento Educativo
nário Plano Local de Desenvolvimento
Educativo. Realizado no Centro Tecno-
lógico da Zona Leste, o seminário contou 1. Eixos principais
com apoio da Administração Regional Este plano prioriza três eixos de atuação:
de Ermelino Matarazzo, da Administra- n Orientação da educação para ne-
ção Regional de São Miguel Paulista, do cessidades básicas;
Núcleo de Ação Educativa 10 e do Núcleo n Participação da comunidade;
de Ação Educativa 11. n Oferta de serviços educacionais.
Em cada eixo, foram definidos objeti- Participação da comunidade. O tra-
vos e providências para atingi-los, des- tamento adequado do eixo educação pa-
critos a seguir. ra necessidades básicas não será possível
sem um novo tipo de participação da co-
Orientação da educação para neces- munidade, que supera a tradição caracte-
sidades básicas . De modo geral, valo- rizada por:
riza-se apenas a educação escolar e esta, nReforma educativa entendida exclusi-
por sua vez, concentra-se no ensino de vamente como reforma escolar.
saberes próprios de uma cultura escolar nVisão homogeneizante e uniformiza-
fechada, que se mantém distante de ne- dora da educação e das políticas educa-
cessidades tais como: cionais e dificuldade para entender e as-
n Sobreviver e cuidar da própria saúde e sumir a diversidade.
dos demais. nÊnfase na quantidade mais que na qua-
n Alimento, habitação e vestuário. lidade.
64 n Identificar e desenvolver os próprios n Decisões sobre política pública com
talentos e capacidades (intelectuais, afe-
débil ou nula consulta pública e envol-
tivas, espirituais e físicas).
vimento das instituições educacionais,
n Expressar-se e comunicar com clareza
instituto de tecnologia social
Novas propostas
1. Agregar as propostas afins e comple-
mentares, reorganizando o documento.
2. Parcerias com entidades para atendi-
mento das necessidades dos alunos.
3. Construir, manter e preservar em cada 71
escola um anfiteatro e uma quadra cober-
ta, com atividades cotidianas.
4. Para os três eixos do plano, definir e ex-
considerações finais
culam comunidade e escola com vistas a é a escola, que estabelece diversos tipos
uma educação integral dos cidadãos. Fo- de relação com o seu entorno e com a so-
ram selecionadas iniciativas que abran- ciedade em geral. Pelas experiências aqui
gem sistemas educacionais de âmbito vistas, percebe-se que diversas práticas
regional/local, ou seja, os sistemas edu- de educação formal podem ser estendi-
cacionais tanto de um município quanto das para o âmbito da cidade.
de uma região de um município (no ca- Uma vez que se trata de um contínuo,
so do Fórum da Zona Leste de São Pau- não deveria existir uma cisão entre o den-
lo, considerando que a região compre- tro e o fora da escola, a escola não deve-
ende mais de 4 milhões de habitantes, ria ter muros. Em outras palavras, esco-
muito maior que muitos grandes muni- la e comunidade só têm a ganhar quando
cípios). A seguir, apresentamos alguns se tornam aliadas no processo educati-
dos aprendizados obtidos no processo de vo. Afinal, a escola existe para formar ci-
elaboração deste caderno, ao aproximar- dadãos que vão atuar no mundo real, ou
mo-nos desses projetos e de algumas das seja, na comunidade entendida de mo-
pessoas que os realizam. do mais ou menos amplo; e a comunida-
de tem na escola um lugar, não exclusi-
a. A educação formal enquanto proces- vo, mas sem dúvida muito especial para
so de formação das pessoas que se ini- a formação de suas crianças e jovens. Ao
cia já nos primeiros anos de vida, acon- zelar uma pela outra, comunidade e esco-
tece de modo intenso até a juventude e la descobrem e inventam diversos senti-
pode prosseguir com práticas mais ou dos para as suas vidas. Essa colaboração
menos esporádicas ao longo de toda a vi- em algum momento da história se per-
da tem um lugar central no desenvolvi- deu e em muitos casos nunca existiu , e é
mento das sociedades contemporâneas, importante que os profissionais da edu-
sendo uma necessidade e responsabili- cação, pela própria natureza do seu tra-
balho e papel social, assumam a iniciati- lado, a escola deixa de considerar os pais
va de buscar reconstruir o diálogo com a e as mães simplesmente como os respon-
comunidade. sáveis quando o aluno vai mal ou apre-
Ao mesmo tempo, por ser algo que senta comportamentos agressivos ou
diz respeito a todos e por se tratar de considerados inadequados para o am-
um espaço amplo e interdisciplinar, in- biente escolar, ou então aqueles que só
clusive para a garantia de outros direi- são chamados à escola para ter aborreci-
tos, a educação não pode ser considera- mento (quando ocorrem problemas) ou
da um nicho exclusivo de especialistas. saber das notas de seus filhos. De outro
Isso não quer dizer que não existam os lado, os pais não vão culpar os professo-
especialistas em educação; ao contrário, res pelo mau desempenho de seus filhos,
é fundamental que os educadores sejam ou então considerar que a educação es-
profissionais com boa formação e remu- colar é, no fim das contas, inútil. Escola
neração condizente com o seu papel na e comunidade vão cuidar um do outro,
74 sociedade. Mas, justamente, enquanto numa relação respeitosa e transparente,
educadores (docentes, gestores e demais buscando compartilhar a responsabili-
trabalhadores da unidade escolar), pode- dade e o mérito para concretizar o obje-
instituto de tecnologia social
se afirmar que eles devem ser especialis- tivo comum que é proporcionar uma boa
tas não só nas questões e habilidades que formação às crianças.
concernem diretamente suas atividades
escolares, mas também especialistas no c. A participação das crianças desde cedo
diálogo com a comunidade. no processo de pensar e decidir sobre as
coisas que dizem respeito à sua educação
b. Como vimos nas experiências apre- pode ser de grande valia no processo edu-
sentadas, muitas são as vantagens educa- cativo. Isso fica evidente na experiência
tivas deste tipo de postura que estabele- da Escola Cidadã, que pudemos conhe-
ce uma linha forte de relação entre escola cer neste caderno, que trabalha a partici-
e comunidade. Primeiramente, está pro- pação com as crianças desde bem novas.
vado que um dos fatores que concorrem Entende-se que a melhor maneira (senão
para o bom desempenho das crianças na a única) de se aprender a participar é par-
escola é o acompanhamento dos pais. Se ticipando, e que este será um aprendiza-
as famílias e a escola entendem que não do fundamental para o cidadão ao longo
competem entre si na formação dos mais de toda a sua vida.
jovens e que são, isso sim, parceiras nesse Como se pode exigir de alguém que
processo, aumentam-se as chances de que seja capaz de participar, de compreender
eles sejam bem sucedidos no seu aprendi- a sua interação com outras pessoas e os
zado, pelo fato mesmo de que todos os in- diversos interesses envolvidos na vida
teressados estarão zelando por ele. em sociedade, se durante toda a sua vi-
Além disso, ao criar espaços oficiais da escolar esta pessoa apenas aprendeu
de participação nas escolas, em que os fa- a obedecer e a executar tarefas segun-
miliares podem de fato opinar e decidir do ordens superiores? Numa concepção
sobre assuntos importantes da vida es- democrática da escola, ela é um lugar de
colar, cria-se uma outra relação. De um exercício e aprendizado de democracia.
Nunca é cedo demais para a construção A administração pública que assume
do diálogo. A participação e as experiên- uma outra relação com seus cidadãos, co-
cias estão comprovando isso na prática. E locando-se aberta à construção de cami-
até mesmo a sustentabilidade deste tipo nhos dialogados, é a que mais avançará
de escola a longo prazo exige a formação em termos de educação e sustentabilida-
de pessoas capazes de serem sensíveis ao de a longo prazo das políticas públicas.
diálogo e às questões coletivas e também Programas construídos em diálogo com
de levar a cabo processos participativos a comunidade são em geral menos sus-
de educação e gestão. cetíveis às alternâncias de poder, pois
equacionam as forças presentes em um
d. O Estado tem um papel fundamental território. Neste sentido, vale destacar a
na promoção da educação formal; a par- importância da institucionalização des-
tir das experiências estudadas, percebe- tas conquistas em instâncias que estejam
se que o Estado tem também um papel acima do plano de governo de uma ges-
destacado na extensão dessa educação tão. A Associação Internacional de Cida- 75
formal em sua interação com a comuni- des Educadoras, por exemplo, só creden-
dade. Embora não haja razão para que as cia um município se a adesão à Carta das
considerações finais
práticas democráticas e participativas, Cidades Educadoras for aprovada pela
assim como a integração com as comu- Câmara de Vereadores.
nidades, se restrinjam às escolas públi- A construção de um Plano de Desen-
cas, são elas que deverão assumir a van- volvimento da Educação aprovado como
guarda deste processo, pelo seu próprio lei tem um papel similar. Os entrevista-
papel na redução das desigualdades e in- dos do Instituto Paulo Freire destacaram,
justiças sociais. Os alunos de escolas pú- neste caderno, a experiência ocorrida na
blicas enfrentam mais diretamente as di- cidade de Osasco, que não foi especifica-
ficuldades e precariedades mente relatada aqui, mas que de algum
Assim, no âmbito municipal, são modo está incluída, por sua implemen-
muitos os espaços em que é possível de- tação da proposta da Escola Cidadã. Em
senvolver esse tipo de experiência, co- Osasco, ocorreu um amplo processo de
mo pudemos constatar nos dois casos consulta popular que culminou na apro-
aqui estudados, de prefeituras que assu- vação de um Plano Municipal de Educa-
mem a difícil tarefa de constituir escolas ção, com metas de médio e longo prazo.
integradas às comunidades de Belo Ho- No caso do Fórum de Educação da Zona
rizonte e Sorocaba. Ao abrir-se a parce- Leste de São Paulo, durante todo o pro-
rias com indivíduos e instituições de seu cesso de elaboração do Plano de Desen-
entorno, a escola começa a ocupar es- volvimento da Educação da Zona Leste
paços públicos e privados que antes lhe de São Paulo, observou-se um esforço
eram vedados, e amplia-se assim a re- dos membros do Fórum em integrar nos
de de colaboração e de responsabilidade debates os mais diversos grupos sociais
que se esforça por uma melhor formação daquela região, inclusive representantes
de nossas crianças. Ou seja, também pe- do poder público das três instâncias. Em-
la construção de uma escola melhor e de bora o Fórum não tivesse poder delibera-
uma sociedade mais justa e igualitária. tivo, tratou-se de um processo pedagó-
gico com potencial de incluir também as to realiza uma troca intensa entre o es-
instâncias governamentais. paço doméstico e o espaço da escola. Ao
Outro aspecto observado nas experi- realizar atividades escolares cuja própria
ências deste caderno é que a articulação viabilidade implica um vivência colabo-
comunidade-escola fatalmente acarreta rativa comunitária (pela cessão dos espa-
uma re-estruturação dentro da própria ços, por exemplo), os jovens vivenciam
administração do sistema escolar, exi- um modo de estar no mundo que pode
gindo uma colaboração sistemática en- influenciar em sua maneira de se relacio-
tre várias secretarias municipais. Em Be- nar com as questões e os espaços públi-
lo Horizonte, por exemplo, designou-se cos. Ou seja, a cidadania deixa de ser ape-
um funcionário em cada secretaria mu- nas um conteúdo a ser tratado em aula
nicipal para ocupar-se exclusivamente para ser também um processo vivencia-
das questões referentes à Escola Integra- do na maneira como as diversas ativida-
da, que são das mais diferentes naturezas. des acontecem.
76 Pode ser a adaptação da sinalização das n A escola passa a ser o centro de refe-
vias públicas, a obtenção de autorização rência de um processo de revalorização
para a utilização de espaços da cidade ou dos espaços públicos. Isso acontece tan-
instituto de tecnologia social
até mesmo a viabilização de obras públi- to porque a circulação das crianças pe-
cas de maior porte. Ao mesmo tempo, no las vias do entorno das escolas inspira,
momento em que assume uma postura provoca e exige um cuidado com a pre-
educativa e não impositiva em relação aos servação, limpeza e organização dos es-
seus cidadãos, o município descobre uma paço, quanto porque a apropriação gera
quantidade enorme de oportunidades de um maior conhecimento sobre a situa-
educação em cada momento da vida em ção desses espaços. Segundo a adminis-
comunidade. Cada situação de interação tração de Belo Horizonte, por exemplo,
entre as pessoas e com o meio pode tan- são muitos os exemplos de pessoas que
to se tornar um espaço de formação indi- se dispõem voluntariamente a auxiliar
vidual ou coletiva quanto fornecer temas no cuidado de uma praça ou parque, uma
para estudo nas escolas pelos alunos, em vez que seus filhos vão ali para realizar
abordagens transversais/interdisciplina- atividades escolares.
res. Isto vale para o trânsito, para a re-es- n A comunidade se reconhece como tal,
truturação urbana, o saneamento básico, ou seja, há neste processo um forte po-
o meio ambiente, a cidadania, a segurança tencial agregador em torno de um pro-
alimentar e assim por diante. jeto comum de cuidado e transformação
da vida em comum, com um foco espe-
e. Nas experiências relatadas, pode-se per- cial na atenção coletiva à formação das
ceber como a apropriação da cidade como crianças e jovens.
espaço educativo potencialmente propor- n Há também um impacto positivo do
ciona ganhos relevantes, entre os quais: ponto de vista financeiro. A escola em
n Há um forte potencial de mudança da tempo integral, por exemplo, torna-se
relação dos jovens com a cidade, que in- uma alternativa viável, já que se concre-
fluencia uma mudança similar em toda a tiza por meio de parcerias que ampliam
comunidade, uma vez que este segmen- os espaços de atividades escolares sem a
necessidade de construção de edifícios comum, consegue-se com maior efici-
que deem conta da ampliação da deman- ência abordar temas que exigem a cons-
da. Este aspecto foi apontado como rele- trução de consensos e que não deveriam
vante tanto em Sorocaba como em Belo ser influenciados diretamente por diver-
Horizonte, que se inspiraram na expe- gências de grupos políticos. Assim, se as
riência pioneira da prefeitura de Nova experiências de governos municipais re-
Iguaçu, no Rio de Janeiro. latadas aqui mostraram a importância de
uma postura e ações de governo demo-
f. A constituição de fóruns de debate não cráticas, populares e participativas, por
hierarquizados e que tenham como foco outro lado é preciso que esse aprendiza-
o aprendizado sobre a educação pode ser do aconteça independente das alternân-
uma estratégia muito eficaz para mobi- cias de poder e que seja capaz, inclusive,
lizar os habitantes de um município em de refletir sobre elas numa perspectiva
torno do interesse comum, sem idéias de longo prazo.
preconcebidas. Como foi dito acima, a 77
educação não pode ser tratada como um
assunto só para especialistas. E para que
considerações finais
a participação dos chamados cidadãos
comuns seja qualificada é preciso inves-
tir na sua formação e participação. Seria,
entretanto, contraditório se esta forma-
ção fosse realizada de cima para baixo,
ministrada por especialistas, contrata-
dos para ensinar aos leigos como se deve
pensar e discutir educação. Ao contrário
disso, a experiência do Fórum de Educa-
ção da Zona Leste mostrou as vantagens
de uma metodologia autogestionada, em
que os próprios participantes decidam
sobre qual deve ser o conteúdo e a forma
de suas práticas, a partir de um questio-
namento sobre suas vidas e suas expec-
tativas em relação à educação, podendo
recorrer sempre que necessário a espe-
cialistas (seja para consultas, assessorias
ou processos formativos), mas não dele-
gar a eles ou elas o poder de decidir sobre
o presente e o futuro da educação.
Outro aspecto que parece importante
é preservar uma distinção entre os espa-
ços de decisão e os espaços de aprendiza-
do. Ao esvaziar as disputas político-par-
tidárias em instâncias de aprendizado
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Projeto de Comunicação do Instituto de Tecnologia Social apoiado pelo Ministério da Ciência
e Tecnologia – Secretaria da Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social
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