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Osasco
1º semestre / 2007
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Centro universitário FIEO
Curso de Matemática
Osasco
1º semestre / 2007
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”Deus criou os números naturais, tudo o mais foi invenção do homem”
Leopold Kronecker (1886)
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ÍNDICE
Resumo............................................................................................................................06
Introdução........................................................................................................................07
1.1 As Equações algébricas.............................................................................................08
1.1.1 A equação do 2º grau e a fórmula de Bháskara..................................................08
1.1.2 A equação do 3º grau e a fórmula de Cardano.......................................................09
1.1.3 A equação do 4º grau e a fórmula de Ferrari......................................................11
1.1.4 As equações de grau superior a quatro...............................................................12
Capítulo II........................................................................................................................14
2.1 Polinômios e equações polinomiais...........................................................................15
2.1.1 Polinômios..........................................................................................................15
2.1.2 Equações algébricas............................................................................................17
2.1.3 Propriedades de operações com polinômios.......................................................18
2.1.4 Divisão de polinômios........................................................................................19
2.1.5 Redução do grau de uma equação......................................................................23
2.2 Teorema Fundamental da Álgebra............................................................................25
2.3 Relações entre coeficientes e Raízes.........................................................................30
2.3.1 Equação do 2º grau.............................................................................................30
2.3.2 Equação do 3º grau.............................................................................................31
2.3.3 Equação de grau n (n>1)....................................................................................31
2.4 Teorema das raízes racionais.....................................................................................34
2.5 Teorema das raízes complexas..................................................................................36
2.6 Equação do 2º grau....................................................................................................38
2.6.1 Resolução da equação do 2º grau completando quadrados................................38
2.6.2 Fórmula de Bháskara..........................................................................................40
2.7 Trinômio do 2º grau...................................................................................................42
2.7.1 Estudo do sinal....................................................................................................43
2.8 Fórmula de Cardano..................................................................................................49
2.8.1 Análise das raízes de uma equação do 3º grau...................................................54
2.9 A equação do 4º grau.................................................................................................56
2.9.1 O método de Ferrari............................................................................................56
2.9.2 Resolução geral para um polinômio do 4º grau..................................................58
4
2.9.3 Conseguindo as quatro raízes.............................................................................59
Capítulo III......................................................................................................................61
3.1 Aproximação de raízes de uma equação polinomial por métodos numéricos...........62
3.1.1 Métodos iterativos para aproximação de zeros reais de funções.........................63
3.1.1.1 Método da Bissecção......................................................................................63
3.1.1.2 Método de Newton.........................................................................................67
3.2 Aplicações.................................................................................................................71
Referências bibliográficas...............................................................................................88
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1.1 RESUMO
6
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem por objetivo o estudo analítico dos polinômios e das
equações polinomiais, resgatando os métodos de resolução das equações do 2º ao 4º
grau e identificando os motivos pelos quais não existe uma fórmula geral para resolver
as equações de grau maior ou igual a cinco.
Além disso, visa contribuir para o aprimoramento e/ou ampliação dos
conhecimentos científicos dos profissionais da Área de Exatas e, sobretudo dos
graduandos do curso de Matemática, acerca dos polinômios e das equações polinomiais.
Entretanto, para uma melhor compreensão do texto científico produzido aqui é
fundamental aos leitores um prévio conhecimento dos fundamentos matemáticos,
principalmente das operações algébricas com polinômios.
O leitor poderá verificar no terceiro capítulo, a grandiosidade de aplicações do
fenômeno estudado no campo da matemática, no dia-a-dia e em outras áreas do
conhecimento, contribuindo de maneira significativa no desenvolvimento das mesmas.
Para o leitor que aprecia uma boa história, em seguida apresentamos um breve
resumo das notas históricas que envolveram as equações polinomiais e seus métodos de
resolução.
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1.1 AS EQUAÇÕES ALGÉBRICAS
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perfeito que envolvesse a incógnita, de modo que as operações usadas para obter este
quadrado perfeito sempre obedecessem aos axiomas de Euclides.
Desta forma, para reduzir o problema a um equivalente, mas agora com a
incógnita de 1º grau, bastava extrair as raízes quadradas. Mas o que não passou
despercebido aos hindus, como havia ocorrido com os babilônios, foi o fato de que tanto
números negativos quanto positivos quando elevados ao quadrado são sempre positivos.
Assim, temos duas alternativas: uma positiva e outra negativa e por isto a fórmula ficou
desta forma:
− b ± b 2 − 4ac
x=
2a
As equações do 2º grau são solução de um problema clássico: encontrar dois
números conhecendo sua soma e seu produto, conforme pode ser verificado na página...
Da fórmula de Bháskara vieram duas contestações muito importantes:
1) Equações de grau maior que 1 poderiam ter mais de uma solução;
2) Em alguns casos a fórmula podia levar a uma raiz quadrada de um número
negativo, o que era desconhecido na época. Neste caso se dizia ser impossível
resolver tal equação.
E foi a partir da fórmula de Bháskara, no século XII, que se viu pela primeira
vez tal problema. Uma vez resolvido o problema das equações do 2º grau, os
matemáticos buscavam agora resolver as equações do 3º grau. Essa curiosidade
inesgotável levou os matemáticos a uma busca que durou séculos para ser cessada.
Como sabemos, os grandes gênios são seres humanos com qualidades e defeitos,
como qualquer um de nós, e, o dom do intelecto não escolhe caráter. O que veremos a
seguir é um bom exemplo disto.
Conforme relatos da época consta que, por volta de 1510, Scipione Del Ferro,
um matemático italiano, encontrou uma fórmula para resolver as equações do 3º grau do
tipo x 3 + px + q = 0 , mas que morreu antes que pudesse publicar sua descoberta. Seu
discípulo, Antonio Maria Fior, que conhecia o método tentou se apropriar do mérito de
seu mestre. Na época eram comuns desafios entre os sábios e Fior decidiu desafiar
Tartaglia, que era bastante conhecido por seu talento.
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Nicoló Fontana (1500-1557), conhecido como Tartaglia, nascido em Bréscia, na
Itália, teve uma vida marcada pelo infortúnio, uma infância tão pobre que não pôde
estudar, sua mãe não tinha dinheiro nem sequer para lhe comprar papel e tinta, mas
como Tartaglia tinha muito amor pelos estudos e uma imensa vontade de aprender,
decidiu fazê-lo por conta própria, utilizando para isto uns poucos livros que conseguia.
Desta maneira penosa, Tartaglia construiu sua cultura e anos mais tarde, ganhava seu
sustento como professor. Tartaglia publicou várias obras, mas sua história começou a
ser marcada a partir do desafio lançado por Fior.
O desafio consistia na solução de diversos problemas que um proporia ao outro,
e Fior, por ser o único a conhecer a solução da equação do 3º grau do tipo
x 3 + px + q = 0 , pretendia apresentar questões relacionadas a ela. Tartaglia aceitou o
desafio e depois veio a saber que Fior detinha o método descoberto pelo professor
Scipione Del Ferro. Mais tarde, Tartaglia relatou “mobilizei todo o entusiasmo, a
aplicação e a arte de que fui capaz, objetivando encontrar uma regra para a solução
daquelas equações, que consegui a 10 de fevereiro de 1535”. Mas além de resolver as
equações do tipo x 3 + px + q = 0 , Tartaglia também encontrou uma fórmula geral para
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Como já era de se esperar, Cardano traiu todos os juramentos feitos a Tartaglia e
em 1545, publicou na Ars Magna sua fórmula, embora tenha feito vários elogios a
Tartaglia, acrescentou que alguns anos antes Scipione Del Ferro havia chegado aos
mesmos resultados.
Tartaglia publicou sua versão dos fatos e denunciou Cardano por trair
juramentos feitos sobre a Bíblia. Após trocar ofensas, o que prevaleceu foi que a
fórmula deduzida por Tartaglia, a qual ao invés de receber o seu nome é hoje conhecida
como Fórmula de Cardano. O mesmo que havia acontecido com a fórmula de Bháskara.
Mas o que nem Cardano, nem Tartaglia poderiam imaginar é que sua fórmula
traria mais perguntas do que respostas. A fórmula descoberta por Tartaglia exibia
apenas uma solução para a equação, mas se a fórmula de Bháskara dava as duas
soluções para a equação do 2º grau, não poderia a equação do 3º grau também ter mais
de uma solução? Outra questão que veremos mais detalhadamente no próximo capítulo
é que uma equação do 3º grau que tenha as três soluções reais, implica em trabalhar com
raiz quadrada de números negativos na aplicação da fórmula de Cardano, como na
época este tipo de operação não estava definida, este foi um problema que demorou
muito tempo para ser solucionado.
Felizmente, Rafael Bombelli (1526-1572), publicou em 1572 no livro L’Algebra
parte Maggiore dell’Arithmetica, algumas regras que criou para trabalhar com a raiz
quadrada da unidade negativa ( − 1 ), o que não tinha simbologia que utilizamos hoje
mas que já era o início dos trabalhos com números complexos. A representação da −1
por i é devida a Leonard Euler, que a propôs quase duzentos anos depois.
É importante esclarecer que a raiz quadrada dos números negativos apareceu
pela primeira vez na resolução de equações do 2º grau, mas que isto era tomado como a
impossibilidade de solução da mesma. Apenas quando chegamos à resolução das
equações do 3º grau é que isto se tornou um problema concreto, pois podemos
facilmente tomar exemplos de equações do 3º grau com soluções reais em que aparecem
as raízes de números negativos quando aplicamos a fórmula de Cardano.
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Ludovico Ferrari (1522-1560), nascido em Bolonha, era de família muito
humilde e aos 15 anos de idade foi trabalhar como servo na residência de Cardano, o
qual percebendo sua notável inteligência, o promoveu a seu secretário.
Como já dissemos, os matemáticos daquela época tinham o costume de
promover desafios e um certo Zuanne de Tonini da Coi propôs a Cardano uma questão
que envolvia a equação:
x 4 + 6 x 2 − 60 x + 36 = 0
Após inúmeras tentativas, Cardano não obteve êxito e passou a questão a seu
aluno Ferrari, que acabou por encontrar a fórmula geral para a solução das equações do
4º grau. Este método encontrado por Ferrari também foi publicado por Cardano na Ars
Magna, em continuidade à solução das equações do 3º grau.
No próximo capítulo veremos mais detalhadamente como Ferrari resolveu este
problema, mas o que podemos destacar em seu raciocínio, foi que ele buscou reescrever
a equação, usando as operações permitidas pelos axiomas de Euclides, de modo a obter
quadrados perfeitos e assim reduzir o problema a resolução de uma equação do 2º grau
que era possível usando a fórmula de Bháskara. Este método permite a exibição das
quatro raízes da equação, assim a fórmula de Bháskara permite a exibição das duas
raízes da equação do 2º grau.
A partir daí os matemáticos começaram a pensar, que se as equações do 2º grau
podem ter 2 soluções e as do 4º grau, 4 soluções, então uma equação de grau n possuiria
n soluções? Nada foi provado, mas eles acreditavam ser verdade e buscavam uma
maneira de demonstrar tal fato.
Foi apenas em 1.799 que o brilhante matemático alemão Carl Friedrich Gauss
(1777-1855) apresentou como sua tese de doutorado o famoso Teorema Fundamental da
Álgebra que foi intitulado desta maneira pelo próprio Gauss. Este teorema dizia que
toda equação polinomial tem ao menos uma solução x k no campo complexo, e fazendo
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Desde que fora encontrada a solução das equações de grau 4 por Ferrari que o
desafio dos matemáticos neste campo passou a ser as equações de grau 5. Muitas foram
as tentativas e um jovem prodígio, Niels Henrik Abel (1802-1829) norueguês, acreditou
que havia conseguido tal façanha por volta de 1819, seus professores não conseguiam
encontrar nenhuma falha no processo desenvolvido por Abel, mas foi ele mesmo que
acabou descobrindo que sua solução estava incorreta.
A partir de então, resolver tais equações tornara-se uma questão de honra para
Abel. E após muito trabalho, por volta de 1823, demonstrou que, exceto em casos
particulares, de um modo geral é impossível resolver equações do 5º grau utilizando
apenas operações algébricas.
Infelizmente, Abel morreu sem que seu trabalho fosse devidamente reconhecido,
foi apenas em 1830 que a Academia de Ciências de Paris concedeu seu Grande Prêmio
a Abel pelas contribuições feitas por ele à Matemática. O teorema que diz que “O
polinômio geral de grau n não é solúvel por radicais se n ≥ 5”, que foi demonstrado por
Abel, é hoje conhecido como Teorema de Abel-Ruffini.
Outro gênio da Matemática que demonstrou a impossibilidade da resolução por
radicais das equações de grau superior a 4 foi Évariste Galois (1811-1832). Galois,
assim como Abel, chegou a acreditar que conseguira encontrar uma solução geral para
as equações de 5º grau, mas enquanto Abel usou apenas operações algébricas para
demonstrar a impossibilidade de uma solução geral para tais equações, Galois criou uma
nova teoria para fazer tal demonstração. Além disso, a teoria de Galois, não prova
apenas que as equações de grau superior a 4 não podem ser reolvidas em geral por
métodos algébricos, mas também porque as de grau inferior a 5 podem ser resolvidas
usando estes métodos.
Os estudos de Galois eram muito avançados para a época e os outros
matemáticos tinham uma certa dificuldade em entender seu raciocínio. A verdade é que
a Álgebra nunca mais foi a mesma depois de Galois, a Teoria dos Grupos, desenvolvida
por ele, é um dos mais importantes pilares da Matemática Moderna.
Não apresentaremos mais detalhes da Teoria dos Grupos neste trabalho por se
tratar de um tema muito complexo e que demandaria muito tempo, mas esperamos que
as explicações apresentadas tenham sido suficientes para convencer o leitor que de fato
não podemos resolver de uma maneira geral as equações com grau maior ou igual a
cinco.
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CAPÍTULO II
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2.1 POLINÔMIOS E EQUAÇÕES POLINOMIAIS
2.1.1 Polinômios
Veremos a seguir algumas definições e propriedades que serão de extrema
importância no desenvolvimento do trabalho.
Definição: Chamamos polinômio ou função polinomial na variável x ∈ C (conjunto
dos números complexos) a função:
P ( x) = an x n + an −1 x n −1 + K + a2 x 2 + a0 x 0 ,
nulo, que indicaremos por ∂P(x) , é o maior dos expoentes de x que tem coeficiente não
nulo. Contudo, quando o polinômio for nulo, seu grau não é definido.
Exemplos:
1 2
1) P ( x) = 5 x 3 − x + 3 x − 1 constitui um polinômio de grau 3 e coeficientes:
2
1
a3 = 5, a2 = − , a1 = 3 , a0 = −1
2
Exemplo:
Dado P ( x) = 2 x 3 − 3 x + 4 , o valor de P(x) para x=1 é:
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P (1) = 2(1)3 + 3(1) + 4 ⇒ P(1) = 3
Exemplo:
Dado P ( x) = x 3 + 2 x 2 − 5 x − 6 , verificar se x=3 é raiz do polinômio.
De fato,
P (−3) = (−3)3 + 2(−3) 2 − 5(−3) − 6
Como P(-3)=0, então –3 é raiz de P(x).
-se x = 0 ,
a0 − b0 = 0 ⇔ a0 = b0
2º passo:
Suponhamos que a propriedade vale para n=k:
a k x k + a k −1 x k −1 + K + a 0 = bk x k + bk −1 x k −1 + K + b0 ⇔ ai = bi , ∀ i = 0,1, ..., k
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Vejamos se vale para n=(k+1)
ak +1 x k +1 + ak x k + K + a0 = bk +1 x k +1 + bk x k + K + b0 ⇔
⇔ (ak +1 − bk +1 ) x k +1 + (ak − bk ) x k + K + (a0 − b0 ) = 0
derivando a equação k vezes, temos:
(k + 1)k (k − 1)K(ak +1 − bk +1 ) x + k (k − 1)K(ak − bk ) = 0
(k + 1)k (k − 1)K(ak +1 − bk +1 ) x = 0
• P ( x) = a n x n + a n −1 x n −1 + K + a1 x + a 0 , a n ≠ 0;
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Exemplos:
1) Verificar se S={3, -2i, 2i} é o conjunto solução da equação
x 3 − 3 x 2 + 4 x − 12 = 0.
Solução:
• 3 é raiz, pois 33 − 3(3) 2 + 4(3) − 12 = 0 .
Observações:
I) A adição e a subtração de dois ou mais polinômios são feitas somando ou subtraindo
os coeficientes dos termos de mesmo grau.
II) A multiplicação é feita por meio da propriedade distributiva, que consiste na
multiplicação de cada termo de A(x) por todos os termos de B(x), por exemplo,
reduzindo-se então os termos semelhantes.
Exemplos:
1)Dados A( x) = 2 x 3 − x 2 − 3 e B ( x) = 3x 2 − x + 1 , obter o polinômio S(x) tal que
S(x)=A(x)+B(x).
Solução:
S ( x) = (2 x 3 − x 2 − 3) + (3 x 2 − x + 1)
⇒ S ( x) = 2 x 3 + 2 x 2 − x − 2
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2) Considerando os polinômios A(x) e B(x) do exemplo anterior, obter o polinômio
A(x)-B(x).
Solução:
A( x) − B ( x) = (2 x 3 − x 2 − 3) − (3 x 2 − x + 1)
⇒ A( x) − B ( x) = 2 x 3 − 4 x 2 + x − 4
Definição: Dados dois polinômios, reais ou complexos, A(x) e B(x), B não nulo,
dividir A(x) por B(x) significa encontrar um par de polinômios, reais ou complexos,
Q(x) e R(x) tais que:
A( x) = B ( x)Q( x) + R( x)
A( x) B ( x)
R ( x) Q( x)
Teorema 2.1.1: O quociente Q(x) e o resto R(x) com ∂R < ∂B da divisão de A(x)
por B(x), B não nulo, existem e são únicos.
Demonstração:
Consideremos:
A( x) = an x n + an −1 x n −1 + K + a1 x + a0 an ≠ 0
,
B ( x) = bm x + bm −1 x
m m −1
+ K + b1 x + b0 bm ≠ 0
1º caso: n < m
Como o grau de A(x) é menor que o grau de B(x), então Q(x)=0 e R(x)=A(x).
Ou seja:
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∂A < ∂B ⇒ Q( x) = 0 e R( x) = A( x)
Exemplo:
Dados os polinômios A( x) = 2 x 2 + 3x + 5 e B( x) = 4 x 3 + 3 x 2 + 1 . Da divisão de A(x)
por B(x) obtemos:
2 x 2 + 3x + 5 | 4 x3 + 3x 2 + 1
2 x 2 + 3x + 5 0
Q( x) = 0 e R( x) = 2 x 2 + 3 x + 5 = A( x)
Caso geral: n ≥ m
Existência:
R1 = c p x p + c p −1 x p −1 + K + c1 x + c0
cp
onde Q1 x p − m = x p−m e ∴ R2 ( x) = R1 ( x) − Q1 x p − m B( x)
bm
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O polinômio R2 ( x) é o segundo resto parcial e pode ser escrito da seguinte
forma:
cp
R2 ( x) = (c p x p + c p −1 x p −1 + K + c1 x + c0 ) − x p − m (bm x m + bm −1 x m −1 + K + b1 x + b0 )
bm
R2 ( x) = d k x k + d k −1 x k −1 + K + d1 x + d 0
Aplicando a divisão parcial t vezes, teremos:
Rt ( x) = Rt −1 ( x) − Qt −1 x s − m B( x)
R ( x) = Rt ( x)
Ou seja,
R(x)=A(x)-B(x)Q(x)
Unicidade:
Suponhamos que existam dois quocientes Q1 ( x) e Q2 ( x) e dois restos
R1 ( x) e R2 ( x) , respectivamente, na divisão de A(x) por B(x) com ∂Ri < ∂B , isto é,
A( x) = Q1 ( x) B( x) + R1 ( x)
e
A( x) = Q2 ( x) B( x) + R2 ( x)
Temos:
Q1 ( x) B( x) + R1 ( x) = Q2 ( x) B( x) + R2 ( x)
(Q1 ( x) − Q2 ( x)) B( x) = R2 ( x) − R1 ( x)
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Exemplo:
Vamos dividir A(x)= 3x 4 + 2 x 3 − x 2 + 3x − 5 por B(x)= x 2 + 1 .
Assim temos que:
R1 ( x) = A( x) − 3x 2 B( x)
= (3 x 4 + 2 x 3 − x 2 + 3x − 5) − 3x 2 ( x 2 + 1)
= 2 x3 − 4 x 2 + 3x − 5
R2 ( x) = R1 ( x) − 2 xB( x)
= (2 x 3 − 4 x 2 + 3 x − 5) − 2 x( x 2 + 1)
= −4 x 2 + x − 5
R3 ( x) = R2 ( x) − (−4) B( x)
= (−4 x 2 + x − 5) + 4( x 2 + 1)
= x −1
Demonstração:
Aplicando o Teorema 2.1.1 podemos escrever:
P(x)=A(x)Q(x)+R(x)
Onde A( x) = x − x0 , então
P ( x) = ( x − x0 )Q( x) − R( x)
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Assumindo que x = x0 , temos
P ( x0 ) = 0 + R( x0 )
P ( x0 ) = R ( x0 )
Assim, pela definição de raiz de um polinômio:
P ( x0 ) = 0 ⇔ R( x0 ) = 0
Demonstração:
Como o grau do divisor ( x − x0 )( x − x1 ) é dois, então o grau do resto R(x), pelo
consideramos R ( x) = ax + b .
Desta forma, temos:
P ( x) = ( x − x0 )( x − x1 )Q( x) + (ax + b) ∀ x∈C
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Dada a equação algébrica
P ( x) = a n x n + a n −1 x n −1 + K + a1 x + a 0 = 0
A resolução desta equação pode ser facilitada se for decomposta em fatores
x − k onde k é raiz da equação.
Vimos que se k é raiz de P ( x) = 0, então P(x) é divisível por x − k , isto é,
P ( x) = ( x − k ) ⋅ Q( x)
onde Q(x) é o quociente da divisão de P(x) por x − k e possui grau n − 1, ou seja,
uma unidade inferior ao grau de P(x) .
Assim, de posse da raiz de P ( x) = 0, pode-se reduzir a equação original e a
busca passa a ser pelas raízes de Q( x) = 0.
Desta forma, a questão é determinar uma raiz de P ( x) = 0. Contudo, pode
ocorrer de recair numa nova equação Q( x) = 0, cuja resolução pode não ser tão simples.
Exemplos:
1) Resolver a equação x 4 − 5 x 3 + 10 x 2 − 10 x + 4 = 0.
Solução:
Note que a soma dos coeficientes da equação é igual a zero, ou seja, 1 é raiz da
equação.
Logo, podemos dividir a equação por x − 1.
24
Assim, obtemos Q2 ( x) = x 2 − 2 x + 2. Resolvendo Q2 ( x) = 0, obtemos
1 + i e 1 − i como raízes.
Todo polinômio complexo de grau maior ou igual a 1 possui pelo menos uma
raiz complexa.
Demonstração:
Embora este Teorema seja fundamental para a Álgebra, é na Análise que
buscaremos elementos para a sua demonstração. Para isto nos basearemos na
continuidade das funções polinomiais complexas.
A idéia utilizada aqui é a mesma empregada para provar que toda função
polinomial de grau ímpar tem ao menos uma raiz real. Pois, se uma função é contínua
num intervalo, então ela assume todos os valores entre os valores assumidos nas
extremidades.
Seja P : C → C uma função polinomial complexa dada por:
P ( x) = an x n + an −1 x n −1 + K + a1 x + a0 ∀ x∈C
25
fechada. Mas isto não implica que a curva imagem seja uma curva simples, ou seja, ela
pode se cruzar.
Vejamos o que acontece com a imagem de um círculo x = r através do
polinômio:
P ( x) = x 2 + x + 2
Escrevendo x na forma trigonométrica dos números complexos temos:
P ( x) = (r (cosθ + i sen θ )) 2 + r (cosθ + i sen θ ) + 2
= r 2 (cos 2θ + i sen 2θ ) + r (cosθ + i sen θ ) + 2
Quando x percorre o círculo de raio r, θ varia de 0 a 2 π , enquanto que 2 θ
varia de 0 a 4 π . Assim, enquanto x percorre uma vez o círculo de raio r, x 2 percorre
duas vezes o círculo de centro na origem e raio r 2 .
Embora não seja simples descrever o comportamento desta soma, é fácil ver o
que acontece nos extremos, quando r é muito pequeno ou muito grande.
Quando r está próximo de zero, r 2 é muito menor que r, logo x dita o
comportamento de P(x). Assim, a curva descrita por P(x) é um círculo de centro 2 e
levemente desvia do pela ação de x 2 .
Para r grande, o comportamento de P(x) é ditado por x 2 , assim a curva descrita
por P(x) é um círculo de centro na origem e raio r 2 , percorrido duas vezes, e
ligeiramente perturbado pelos outros dois termos da equação.
1
Tomando dois exemplos: r = e r = 3 , temos:
2
26
Para valores de r próximos de zero, a curva é fechada em torno do complexo
2+0i. Assim, para valores pequenos de r, a origem fica externa à curva descrita por P(x).
Para valores grandes de r, a curva se comporta como um círculo de centro na origem,
logo a origem está interna à curva. Mas, sabemos pela continuidade que, a curva
descrita por P(x) evolui continuamente quando r cresce, portanto, podemos concluir que
para passar do exterior para o interior da curva, a origem tem que pertencer à curva para
algum r. Na equação dada, isto ocorre para r = 2 . Ou seja, existe um complexo x0 de
Demonstração:
Seja P ( x) = an x n + an −1 x n −1 + K + a2 x 2 + a0 x 0 , x∈C . Pelo Teorema
Fundamental da Álgebra (TFA), P(x) admite ao menos uma raiz complexa; logo se x1 é
raiz da equação P(x)=0, então P(x) é divisível por ( x − x1 ) . Desta forma,
P ( x) = ( x − x1 )Q1 ( x) (1)
onde Q1 ( x) é um polinômio de grau (n-1), e se (n − 1) ≥ 1 , então Q1 ( x) possui pelo
menos uma raiz complexa, logo se x2 é raiz da equação Q1 ( x) = 0 , então temos que:
27
Q1 ( x) = ( x − x2 )Q2 ( x) (2)
Substituindo (2) em (1) obtemos:
P ( x) = ( x − x1 )( x − x2 )Q2 ( x)
onde Q2 ( x) possui grau (n-2). Aplicando sucessivamente o TFA temos:
P ( x ) = Q n ( x )( x − x1 )( x − x 2 ) K ( x − x n )
onde Qn (x) tem grau nulo. Da identidade
Qn ( x)( x − x1 )( x − x2 )K( x − xn ) = an x n + K a1 x + a0
P ( x) = an ( x − x1 )( x − x2 )( x − x3 )K( x − xn )
Demonstração:
Supondo que o polinômio P ( x) = an x n + an −1 x n −1 + K + a2 x 2 + a0 x 0 , admita duas
decomposições, ou seja,
P ( x) = an ( x − x1 )( x − x2 )( x − x3 )K( x − xn ) (1)
P( x) = bm ( x − r1 )( x − r2 )( x − r3 )K( x − rm ) (2)
Aplicando a distributiva em ambos os polinômios, obtemos:
P ( x) = an [ x n − ( x1 + K + xn ) x n −1 + ( x1 x1 + K + xn −1 xn ) x n − 2 + K + (−1) k S k x n − k + (−1) n ( x1 x2 K xn )]
ou seja,
P ( x) = an x n − an S k x n − k + an [(−1) n ( x1 x2 K xn )]
e, analogamente para (2) temos:
P ( x) = bm x m − bm S k x m − k + bm [(−1) m ( x1 x2 K xm )]
Assim, obtemos a seguinte igualdade:
an x n − an S k x n − k + an [(−1) n ( x1 x2 K xn )] = bm x m − bm S k x m − k + bm [(−1) m ( x1 x2 K xm )]
Da identidade de polinômios temos que
n=m e an = bm
Desta forma,
28
( x − x1 )( x − x2 )K( x − xn ) = ( x − r1 )( x − r2 )K( x − rm ) (3)
Adotando x = x1 temos:
0 = ( x1 − r1 )( x1 − r2 )K( x1 − rm )
( x1 − rj ) = 0 j ∈ {1,2,K, n}
Observação:
Na decomposição do polinômio P(x), x ∈ C pode ocorrer de um mesmo fator
( x − α ) se repetir m vezes. Neste caso diz-se que α é uma raiz de multiplicidade m do
polinômio P(x) ou da equação P(x)=0. Se o fator ( x − α ) , aparece uma única vez, diz-se
que α é uma raiz simples da equação P(x)=0.
Além disso, P(x) é divisível por cada um de seus fatores.
Exemplos:
1) Fatorar o polinômio P ( x) = x 4 − 5 x 3 + 5 x 2 + 5 x − 6 sabendo que suas raízes são –
1, 1, 2 e 3.
Solução:
Sabemos que P(x) pode ser escrito da seguinte forma:
P( x) = an ( x − x1 )( x − x2 )( x − x3 )( x − x4 ) , assim temos,
P( x) = 1( x − (−1))( x − 1)( x − 2)( x − 3)
29
Solução:
P( x) = an ( x − x1 )( x − x2 )( x − x3 )( x − x4 )
P ( x) = ( x − 1) 2 ( x − 3)( x − 5)
30
b
x1 + x2 = −
a
c
x1 x2 =
a
que correspondem às relações de Girard para a equação do 2º grau.
31
an ( x − x1 )( x − x2 )K( x − xn −1 )( x − xn ) = 0 an ≠ 0
Assim obtemos a identidade:
an x n + an −1 x n −1 + K + a1 x + a0 = an ( x − x1 )( x − x2 )K( x − xn −1 )( x − xn )
an −1 n −1 a a
xn + x + K + 1 x + 0 = ( x − x1 )( x − x2 )K( x − xn −1 )( x − xn )
an an an
Aplicando a distributiva no 2º membro, temos:
an −1 n −1 a a
xn + x + K + 1 x + 0 = x n − ( x1 + x2 + K + xn −1 + xn ) x n −1 + ( x1 x2 + x1 x3 + K + xn −1 xn ) x n − 2 −
an an an
− ( x1 x2 x 3 + x1 x2 x4 + K + xn − 2 xn −1 xn ) x n − 3 + K + (−1) k S k x n − k + K + (−1) n ( x1 x2 K xn ) ∀ x∈C
Exemplos:
1) Resolver a equação x 3 − 4 x 2 + 5 x − 2 = 0 , sabendo que uma das raízes é o
inverso da outra.
Solução:
Sendo x1 , x2 e x3 as raízes, temos:
(i ) x1 + x2 + x3 = 4
(ii ) x1 x2 + x1 x3 + x2 x3 = 5
(iii ) x1 x2 x3 = 2
32
1
Do enunciado temos que x2 = . Assim em (iii) temos:
x1
1
x1. .x3 = 2 ⇒ x3 = 2
x1
Como x3 = 2 é uma das raízes da equação, podemos baixar o grau desta equação
1
Como x2 = , então, x1 = x2 = 1 .
x1
Assim, as raízes da equação dada são 1 (raiz dupla) e 2 (raiz simples).
S={1, 2}
33
30 x 3 − 37 x 2 + 15 x − 2 = 0 ? De pronto ele respondeu corretamente. Qual foi a sua
resposta?
Solução:
“O homem que calculava” certamente notou que o sistema de equações que lhe
foi apresentado correspondia às relações de Girard da equação do terceiro grau
30 x 3 − 37 x 2 + 15 x − 2 = 0 . Então, ligando os fatos e já tendo descoberto as raízes,
bastava elevar cada uma ao seu quadrado e depois soma-las, ou seja,
2 2 2
1 1 2
x12 + x22 + x32 = + +
3 2 5
469
obtendo como resposta o valor de .
900
Demonstração:
Por hipótese, temos que ( p q ) é uma raiz não nula de P ( x). Logo,
n n −1
p p p p
P = a n + a n −1 + K + a1 + a0 = 0 (1)
q q q q
a n p n + a n −1 p n −1 + K + a1 pq n −1 + a 0 q n = 0 (2)
(
a n p n = − q a n −1 p n −1 + a n − 2 p n − 2 + K + a 1 pq n − 2 + a 0 q n −1 )
(3)
34
Como a 0 , a1 ,K, a n , p, q ∈ Ζ , então
k1 = (a n −1 p n −1 + a n − 2 p n − 2 + K + a1 pq n − 2 + a0 q n −1 ) ∈ Ζ ;
k 2 = (a n p n −1 + a n −1 p n − 2 + K + a1 q n −1 ) ∈ Ζ
Retomando (3) e (4), respectivamente, temos
an p n a0 q n
= − k1 ∈ Ζ e = −k 2 ∈ Ζ
q p
primos entre si e, também, q n e p são primos entre si, segue que q é divisor de a n e
p é divisor de a 0 .
Exemplos:
1) Determinar a raiz racional da equação polinomial
P ( x) = x 4 + 2 x 3 + x 2 − x − 6 = 0.
Resolução:
Pelo teorema, se p q for uma solução da equação, então p é um divisor de
a 0 = −6 e q é
p
um divisor de a 4 = 1. Ou seja, p ∈ {± 1, ± 2, ± 3} e q ∈ {± 1}. Assim, ∈ {± 1, ± 2, ± 3}.
q
Substituindo cada possível raiz p q no polinômio P( x) , obtemos:
P (1) = 14 + 2(1) 3 + 12 − 1 − 6 = −3
P (2) = 2 4 + 2(2) 3 + 2 2 − 2 − 6 = 28
2) Resolver a equação P ( x) = 2 x 3 + 9 x 2 + 13 x + 6 = 0.
Solução:
35
p
Pelo teorema das raízes racionais,se existir uma raiz racional , temos que
q
p
p ∈ {± 1, ± 2, ± 3} e q ∈ {± 1, ± 2}. Logo, ∈ {± 1, ± 2, ± 3, ± 3 2}.
q
Como todos os coeficientes de P( x) são positivos, então podemos excluir as
p
possíveis raízes p q positivas. Assim, ∈ {− 1, − 2, − 3, − 3 2}.
q
Verificando se uma delas é raiz de P( x) , temos
solução S = {− 1, − 2, − 3 / 2} .
36
Seja P( x) = a n x n + a n −1 x n −1 + K + a1 x + a 0 = 0 (a n ≠ 0), com coeficientes
reais.
Da hipótese, temos z = a + bi (b ≠ 0) é raiz da equação, isto é, P ( z ) = 0. Logo,
a n z n + a n−1 z n−1 + K + a1 z + a0 = 0
Assim,
a n z n + a n−1 z n −1 + K + a1 z + a0 = 0
a n z n + a n−1 z n−1 + K + a1 z + a0 = 0
a n z n + a n −1 z n −1 + K + a 1 z + a 0 = 0
a n ( z ) n + a n −1 ( z ) n −1 + K + a1 z + a0 = 0
Exemplo:
Determinar as raízes da equação x 3 + 4 x = 0.
Solução:
Fatorando a equação, temos
x( x 2 + 4) = 0 ⇔ x = 0 ou x 2 + 4 = 0 ⇔ x = 0 ou x = ±2i
Logo, S = {0, 2i, − 2i}.
37
disso, na demonstração da unicidade da decomposição de P( x) em fatores de 1° grau,
provou-se que são apenas x1 , x 2, x3 ,K, x n −1 , x n as raízes da equação P ( x) = 0 .
38
Assim,
2) x 2 + 4 x + 20 = 0 ⇒ x 2 + 4 x = −20
Novamente a equação não é um TQP, para que o primeiro membro seja um
TQP, devemos somar 4 em ambos os membros da equação, obtendo assim,
x 2 + 4 x + 4 = −20 + 4 que podemos escrever como ( x + 2) 2 = −16 , que é um TQP.
Assim, extraindo as raízes em ambos os membros temos que:
x + 2 = 4i ou x + 2 = −4i
Ou seja, x = −2 + 4i ou x = −2 − 4i
Logo, S = {−2 + 4i, − 2 − 4i} .
39
2.6.2 Fórmula de Báskara
2 2
b b c b
x + x+ = − +
2
a 2a a 2a
Assim,
2
b b 2 − 4ac
x + =
2a 4a 2
Extraindo as raízes quadradas dos dois lados da equação, obtemos:
b b 2 − 4ac
x+ =±
2a 4a 2
Ou seja,
− b ± b 2 − 4ac
x=
2a
Vale lembrar que é comum denotar o termo b 2 − 4ac por ∆, e desta forma
teremos:
−b± ∆
x=
2a
a famosa fórmula de Báskara.
As equações de 2° grau foram fundamentais na resolução de vários problemas,
dentre eles um clássico: encontrar dois números x e y conhecendo-se sua soma (S) e seu
produto(P). Isto é,
40
Adotando y = S − P e substituindo na segunda equação, temos:
x( S − x) = P
Sx − x 2 + P = 0
Aplicando a fórmula de Báskara, temos
S ± S 2 − 4P
x=
2
Como y = S − P , então
S ± S 2 − 4P S m S 2 − 4P
y = S − =
2 2
Exemplos:
1) Resolva pela fórmula de Báskara a equação x 2 − 12 = 4 x.
Solução:
Temos x 2 − 4 x − 12 = 0, onde a = 1, b = −4 e c = −12.
Aplicando a fórmula de Báskara,
Logo, S={-2, 6}
41
2.7 Trinômio do 2° grau (Estudo do sinal)
Exemplos:
1) x + 5 x + 6 é um trinômio do 2° grau, o qual admite − 2 e − 3 como raízes.
2
pois:
(−2) 2 + 5(−2) + 6 = 0 e (−3) 2 + 5(−3) + 6 = 0
(−5) 2 + 10(−5) + 25 = 0
Como –5 é a única raiz do trinômio, dizemos que ela tem multiplicidade 2, pois
o trinômio pode ser escrito como:
( x + 5)( x + 5) = ( x + 5) 2
Exemplos:
1) Vimos que − 2 e − 3 são raízes do trinômio x + 5 x + 6 , quando este é
2
42
2) De maneira análoga podemos escrever o trinômio x + 10 x + 25 na forma
2
43
b b 2 − 4ac
x + =± ,
2a 2a
ou seja,
−b+ b 2 − 4ac
x1 =
− b ± b − 4ac
2 2a
x= , isto é,
2a −b− b 2 − 4ac
x 2 = 2a
Assim, para b 2 − 4ac > 0, a equação de 2° grau admite duas raízes reais e
distintas.
b b b
x + = 0 ⇒ x + x + = 0,
2a 2a 2a
ou seja,
−b
x= , (com multiplicidade 2)
2a
Assim, para b 2 − 4ac = 0, a equação admite duas raízes reais e iguais.
• Se b 2 − 4ac < 0, então não existem raízes reais, pois caímos no cálculo
da raiz quadrada de um número negativo, e isto não está definido nos
reais, mas no conjunto dos complexos.
Vejamos, agora, como prosseguir na análise do estudo do sinal da função
quadrática com relação ao coeficiente a e o discriminante b 2 − 4ac, através do esboço
do gráfico e sua respectiva representação no varal.
f ( x) = 0, quando x = x1 ou x = x2
f ( x) > 0, quando x < x1 ou x < x2
44
f ( x) < 0, quando x1 < x < x 2
f ( x) = 0, quando x = x1 ou x = x2
f ( x) > 0, quando x1 < x < x 2
f ( x) < 0, quando x < x1 ou x < x2
f ( x) = 0, quando x = x1 = x 2
f ( x) > 0, quando x ≠ x1 = x 2
f ( x) < 0, não existe x ∈ ℜ
f ( x) = 0, quando x = x1 = x 2
f ( x) > 0, não existe x ∈ ℜ
f ( x) < 0, quando x ≠ x1 = x 2
45
Se a > 0 e b − 4ac < 0, temos:
2
•
Não existe x ∈ ℜ / f ( x) = 0
Não existe x ∈ ℜ / f ( x) = 0
Para todo x ∈ ℜ, f ( x) > 0
Não existe x ∈ ℜ / f ( x) = 0
Não existe x ∈ ℜ / f ( x) > 0
Para todo x ∈ ℜ, f ( x) < 0
• b 2 − 4ac = 0, então,
46
• b 2 − 4ac < 0, então,
Exemplos:
Estudar o sinal das funções de 2° grau abaixo:
a) f ( x) = x − 5 x + 6 d) f ( x) = − x − 6 x + 9
2 2
b) f ( x) = − x − 5 x + 6 e) f ( x) = x − 2 x + 5
2 2
c) f ( x) = x − 6 x + 9 f) f ( x) = − x − 2 x + 5
2 2
Solução:
47
Analisando o sinal de f(x), temos:
• Se x < 2 ou x > 3 ⇒ f ( x) < 0
• Se x = 2 ou x = 3 ⇒ f ( x) = 0
• Se 2 < x < 3 ⇒ f ( x) > 0
48
e) Temos a > 0 e b 2 − 4ac < 0. Logo,
• Não existe x ∈ ℜ / f ( x) = 0
• Não existe x ∈ ℜ / f ( x) = 0
49
No intuito de eliminar o termo de grau 2 da eq.(1) vamos definir x=y+m, e
substituindo na eq.(1) temos:
a ( y + m) 3 + b( y + m) 2 + c ( y + m) + d = 0
ay 3 + y 2 (3am + b) + y (3am 2 + 2bm + c) + (am 3 + bm 2 + cm + d ) = 0 eq.(3)
Para resolvermos a eq.(4), vamos supor que y é a soma de duas parcelas, ou seja,
y = A + B , logo:
y 3 = ( A + B) 3 = A 3 + 3 A 2 B + 3 AB 2 + B 3 = A 3 + B 3 + 3 AB( y )
y 3 − 3 ABy − ( A 3 + B 3 ) = 0 onde:
p3
p = −3 AB ⇒ A B = − 3 3
27
− q = A 3 + B 3 ⇒ B 3 = −(q + A 3 ) , logo
− p3 p
A B = A (−q − A ) =
3 3 3
⇒ A6 + A3 q −
3
= 0 , (bi-quadrada), ou seja,
27 27
(A )
3 2
+ q( A ) −
3 p3
27
=0
50
4 p3 q 2 p 3
∆=q + 2
= 4 +
27 2 3
2 3 2 3
q q p q q p
∴A = − ± +
3
e B =− m +
3
−1+ i 3 −1− i 3
x1 = 1, x 2 = e x3 =
2 2
mas apenas x = 1 é raiz da equação original, o mesmo ocorre com a fórmula de
Cardano, vejamos um exemplo do que acontece na resolução de uma equação cúbica
pela fórmula de Cardano.
Exemplo:
Seja x 3 − 6 x − 9 = 0 , verificar que apenas 3 combinações das raízes da fórmula
de Cardano são solução da equação.
51
Como sabemos que qualquer equação completa do 3º grau pode ser reduzida a
uma deste tipo, basta verificarmos o que acontece com uma desta forma. Assim,
aplicando a fórmula de Cardano, temos que:
2 3 2 3
9 9 −6 9 9 −6
x= 3 + + +3 − +
2 2 3 2 2 3
9 49 3 9 49
x=3 + + −
2 4 2 4
9 7 3 9 7
x=3 + + −
2 2 2 2
x =3 8+3 1
z 0 = −1 + i 3
temos então três raízes cúbicas de 8, ou seja, 3
8 = z1 = −1 − i 3
z = 2
2
−1+ i 3
z0 ' =
2
−1− i 3
e também três raízes cúbicas de 1, 3 1 = z1 ' =
2
z2 ' = 1
Assim temos as seguintes possibilidades para x:
z 0 '+ z 0 z1 '+ z 0 z 2 '+ z 0
z 0 '+ z1 z1 '+ z1 z 2 '+ z1
z '+ z z '+ z z '+ z
0 2 1 2 2 2
Vamos então verificar cada uma delas.
− 1 + i 3 − 3 + 3i 3
• z 0 '+ z 0 = − 1 + i 3 + =
2 2
3
− 3 + 3i 3 − 3 + 3i 3 − 3 + 3i 3
f =
− 6
−9
2 2 2
f ( z 0 '+ z 0 ) = 27 − 9i 3
−1− i 3 − 3 + i 3
• z 0 '+ z1 = − 1 + i 3 + =
2 2
52
3
−3+i 3 −3+i 3 −3+i 3
f =
− 6
−9
2 2 2
f ( z 0 '+ z1 ) = 0
• z 0 '+ z 2 = −1 + i 3 + 1 = i 3
( ) ( ) ( )
f i 3 = i 3 −6 i 3 −9
3
f ( z 0 '+ z 2 ) = −9 − 9i 3
−1+ i 3 − 3 − i 3
• z1 '+ z 0 = − 1 − i 3 + =
2 2
3
−3−i 3 −3−i 3 −3−i 3
f =
− 6
−9
2 2 2
f ( z1 '+ z 0 ) = 0
− 1 − i 3 − 3 − 3i 3
• z1 '+ z1 = − 1 − i 3 + =
2 2
3
− 3 − 3i 3 − 3 − 3i 3 − 3 − 3i 3
f =
− 6
−9
2 2 2
f ( z1 '+ z 0 ) = 27 + 9i 3
• z1 '+ z 2 = − 1 − i 3 + 1 = −i 3
( ) (
f −i 3 = −i 3 −6 −i 3 −9 ) (
3
)
f ( z 0 '+ z 2 ) = −9 + 9i 3
−1+ i 3 3 + i 3
• z 2 '+ z 0 = 2 + =
2 2
3
3+i 3 3+i 3 3+i 3
f = − 6
2 2 −9
2
f ( z 2 '+ z 0 ) = −18
−1− i 3 3 − i 3
• z 2 '+ z1 = 2 + =
2 2
3
3−i 3 3−i 3 3−i 3
f = − 6
2 2 −9
2
f ( z 2 '+ z1 ) = −18
• z 2 '+z 2 = 2 + 1 = 3
53
f (3) = (3) − 6(3) − 9
3
f ( z 2 '+ z 2 ) = 0
Portanto, apenas três das nove possíveis combinações para x são raízes da
−3+i 3 −3−i 3
equação e seu conjunto solução é: S = 3, , .
2 2
p = ab − (a + b) 2 e q = ab(a + b)
Aplicando a Fórmula de Cardano, temos:
2 3 2 3
−q q p −q q p
x= 3 + + +3 − +
2 2 3 2 2 3
2 3
ab(a + b) ab(a + b) ab − (a + b) 2
x= −3 + + +
2 2 3
2 3
ab(a + b) ab(a + b) ab − (a + b) 2
+3 − − +
2 2 3
54
Observamos agora que:
2 3
q p
∆= +
2 3
2 3
ab(a + b) ab − (a + b)
∆= +
2 3
55
1) {a, b, c} ∈ ℜ * com a ≠ b ≠ c ⇒∆ < 0
2) {a + bi, a − bi, c} com a, b, c ∈ ℜ ⇒ ∆ > 0
*
Mas podemos observar que as recíprocas também são verdadeiras. Supondo que
∆ < 0 não implicasse em três raízes reais distintas, teríamos uma raiz complexa a + bi
e conseqüentemente sua conjugada a − bi e assim estaríamos no 2º caso, que implica
em ∆ > 0 , o que é uma contradição. Logo podemos concluir que ∆ < 0 implica em três
raízes reais distintas.
De maneira análoga se prova que ∆ > 0 implica em duas raízes complexas e
uma raiz real. Assim podemos concluir que:
1)∆ < 0 ⇔ as três raízes são reais e distintas
2)∆ = 0 ⇔ as raízes são reais sendo 2 ou 3 iguais
3)∆ > 0 ⇔ uma raiz é real e 2 são complexas
a b 6 x3
ab = 6 , e também = . Assim , Ferrari tomou a = , b = x e c = , obtendo:
b c x 6
6 x3
+x+ = 10 ,
x 6
que é equivalente a x 4 + 6 x 2 + 36 = 60 x (eq. 1)
56
Para resolver, Ferrari completou quadrados, somando 6x 2 nos dois membros,
obtendo:
6 x 2 + x 4 + 6 x 2 + 36 = 60 x + 6 x 2 ⇔ x 2 + 6 ( ) 2
= 60 x + 6 x 2
( )
segundo membro y 2 + 2 y + y 2 + 6 para manter a igualdade, teremos:
(x 2
+ 6 + y ) = y 2 + 2 y + ( y 2 + 6) + 6 x 2 + 60 x
2
(x 2
) (
+ 6 + y = (2 y + 6)x 2 + 60 x + y 2 + 12 y
2
) (eq. 2)
Observe que existe uma equação quadrática no segundo membro. Logo podemos
calcular y de modo a obtermos um quadrado perfeito. Para isso, basta fazermos com que
o discriminante seja igual a zero( i é, se ∆ = 0 em (2 y + 6)x 2 + 60 x + y 2 + 12 y = 0 ( )
então teremos uma equação da forma (x + k ) ).
2
Vejamos:
(2 y + 6)x 2 + 60 x + (y 2 + 12 y ) = 0, ∆=0
( )
602 − 4(2 y + 6 ) y 2 + 12 y = 0 ⇒ 302 − (2 y + 6) y 2 + 12 y = 0( )
Desenvolvendo a equação, temos:
y 3 + 15 y 2 + 3 y = 450
Dessa forma Ferrari conseguiu calcular um y, através do método Tartaglia-
( )
Cardano, tal que (2 y + 6)x 2 + 60 x + y 2 + 12 y = 0 seja um quadrado perfeito na forma
(x + k )2 .
Dessa forma, da equação (eq. 2) teremos:
(x 2
+ 6 + y ) = ( x + k ) ⇒ x 2 + (6 + y ) = x + k ⇒ x 2 + k1 = x + k
2 2
Portanto:
x 2 − x + k = 0 (eq. 3),
onde as raízes da (eq. 3) coincidem com duas das raízes de (eq. 1).
Com o método criado por Ferrari para resolver o problema de Da Coi,
conseguimos encontrar duas raízes de qualquer polinômio de grau quatro.
57
2.9.2 Resolução geral para um polinômio do quarto grau:
4
Seja o polinômio P4 ( x ) = ∑ ai x i = a4 x 4 + a3 x 3 + a2 x 2 + a1 x + a0 , a4 ≠ 0
i =0
a2 a2 a 3 ab − 3a 4 ba 2 ac
t 4 + − + b t 2 + − + c t + + − + d = 0
8 2 8 2 256 16 4
Que é equivalente a:
t 4 + pt 2 + qt + r = 0 , chamada de equação reduzida onde:
a2 a2 a 3 ab − 3a 4 ba 2 ac
p = − + b , q = − + c e r = + − + d
8 2 8 2 256 16 4
58
∴ (t 2 + p ) = pt 2 + p 2 − qt − r
2
( )
2
[
∴ t 2 + p + y = pt 2 + p 2 − qt − r + y 2 + 2 y t 2 + p ( )] (eq. 4)
Note que a equação (eq. 4) é equivalente à (eq. 2), logo podemos resolvê-la
como vimos no problema de Da Coi, utilizando as passagens da (eq. 2) para (eq. 3).
escrevê-la na forma x 4 + px 2 + qx + r = 0 .
Fazendo x = v +u + z, temos
x 2 − (v 2 + u 2 + z 2 ) = 2(uv + uz + vz )
[ ]
2
∴ x 2 − (v 2 + u 2 + z 2 ) = 4(uv + uz + vz ) 2 ⇔
x 4 − 2 x 2 (v 2 + u 2 + z 2 ) + (u 4 + v 4 + z 4 ) + 2(u 2v 2 + u 2 z 2 + v 2 z 2 ) =
4(u 2v 2 + u 2 z 2 + v 2 z 2 ) + 8(u 2vz + uv 2 z + uvz 2 ) = 4(u 2v 2 + u 2 z 2 + v 2 z 2 ) + 8uvz (u + v + z )
59
Relacionando os coeficientes da equação com v, u e z :
p
− 2(v + u + z ) = p ⇒ (v + u + z ) = − 2
2 2 2 2 2 2
q2
− 8(uvz ) = q ⇒ [− 8(uvz ) ]2
= q 2
⇒ u 2 2 2
v z =
64
(v 2 + u 2 + z 2 ) 2 − 4(u 2v 2 + u 2 z 2 + v 2 z 2 ) = r ⇒ u 2v 2 + u 2 z 2 + v 2 z 2 = p − 4r
2
142p 43 16
−
2
Assim fica claro que v 2 , u 2 , z 2 são raízes de uma equação cúbica (resolvente) tal
que suas raízes sejam α , β e γ .
p 2 p 2 − 4r q2
y4 + y + y + =0
2 16 64
α = u 2 , β = v2 e γ = z 2 ⇔ u = α , v = β e z = γ
q
Como z = − , temos que z é uma das raízes da P4 ( x ) = 0, x = u + v + z ;
8uv
raízes de P4 ( x ) = 0 .
x1 = α + β + γ
x2 = α − β − γ
x3 = − α + β − γ
x4 = − α − β + γ
60
CAPÍTULO III
61
3.1. APROXIMAÇÃO DE RAÍZES DE UMA EQUAÇÃO POLINOMIAL
POR MÉTODOS NUMÉRICOS
an ≤ x ≤ bn ∀ n ∈ Ν .
Além disso, pela continuidade de f temos que:
lim f (an ) = y lim f (bn ) = y e f (an ) ≤ y ≤ f (bn ) ∀n ∈ Ν
n → +∞ n →+∞
62
3.1.1 Métodos iterativos para aproximação de zeros reais de funções
São vários os métodos iterativos que podem ser utilizados para encontrar raízes
reais de funções polinomiais, mas como o objetivo do trabalho não é estudar tais
métodos, escolhemos dois deles para mostrar apenas que é possível encontrar estas
raízes. O primeiro método que escolhemos foi o da Bissecção, por se basear numa idéia
bastante simples e fácil de entende, já o segundo foi o método de Newton, que
escolhemos por ser um método mais eficiente e rápido, mas ambos os métodos
fornecem os mesmos resultados.
63
f (a1 ) < 0 x ∈ ( x1 , b1 )
a +b
x1 = 1 1 f (b1 ) > 0 ⇒ a 2 = x1
2 f (x ) < 0 b = b
1 2 1
f (a 2 ) < 0 x ∈ ( x2 , b2 )
a +b
x2 = 2 2 f (b2 ) > 0 ⇒ a3 = x2
2 f (x ) < 0 b = b
2 3 2
M M M
x -5 -2,5 0 2,5 4 6
f(x) -3360 46,41 -180 15,47 -84 864
I1 = −{5, −
{ 2.5 f (−5) < 0 e f (−2.5) > 0
a0 b0
1ª iteração:
a0 + b0
x0 = ⇒ x0 = −3.75 f ( x0 ) = −445.74 < 0 , logo
2
x0 = a1 e b0 = b1 b1 − a1 = 1.25 > ε
2ª iteração:
a1 + b1
x1 = ⇒ x1 = −3.125 f ( x1 ) = −35.87 < 0 , logo
2
x1 = a2 e b1 = b2 b2 − a 2 = 0.625 > ε
3ª iteração:
a2 + b2
x2 = ⇒ x2 = −2.8125 f ( x2 ) = 33.29 > 0 , logo
2
a3 = a 2 e b3 = x2 b3 − a3 = 0.3125 > ε
4ª iteração:
a3 + b3
x3 = ⇒ x3 = −2.9688 f ( x3 ) = 7.15 > 0 , logo
2
64
a3 = a 4 e b4 = x3 b4 − a4 = 0.1562 < ε
I 2 = −{2.5, 0{ f (0) < 0 e f (−2.5) > 0
a0 b0
1ª iteração:
a0 + b0
x0 = ⇒ x0 = −1.25 f ( x0 ) = −113.31 < 0 , logo
2
x0 = a1 e b0 = b1 b1 − a1 = 1.25 > ε
2ª iteração:
a1 + b1
x1 = ⇒ x1 = −1.875 f ( x1 ) = −18.26 < 0 , logo
2
x1 = a2 e b1 = b2 b2 − a 2 = 0.625 > ε
3ª iteração:
a2 + b2
x2 = ⇒ x2 = −2.1875 f ( x2 ) = 23.79 > 0 , logo
2
a3 = a 2 e b3 = x2 b3 − a3 = 0.3125 > ε
4ª iteração:
a3 + b3
x3 = ⇒ x3 = −2.03125 f ( x3 ) = 4.32 > 0 , logo
2
a3 = a 4 e b4 = x3 b4 − a4 = 0.1562 < ε
I 3 = 0{ , 2{
.5 f (0) < 0 e f (2.5) > 0
a0 b0
1ª iteração:
a0 + b0
x0 = ⇒ x0 = 1.25 f ( x0 ) = −67.98 < 0 , logo
2
a1 = x0 e b1 = b0 b1 − a1 = 1.25 > ε
2ª iteração:
a1 + b1
x1 = ⇒ x1 = 1.875 f ( x1 ) = −8.30 < 0 , logo
2
65
a 2 = x1 e b2 = b1 b2 − a 2 = 0.625 > ε
3ª iteração:
a2 + b2
x2 = ⇒ x2 = 2.1875 f ( x2 ) = 9.31 > 0 , logo
2
a3 = a 2 e b3 = x2 b3 − a3 = 0.3125 > ε
4ª iteração:
a3 + b3
x3 = ⇒ x3 = 2.03125 f ( x3 ) = 1.82 > 0 , logo
2
a 4 = a3 e b4 = x3 b4 − a4 = 0.1562 < ε
I 4 = 2{.5, 4{ f (4) < 0 e f (2.5) > 0
a0 b0
1ª iteração:
a0 + b0
x0 = ⇒ x0 = 3.25 f ( x0 ) = −17.94 < 0 , logo
2
a1 = x0 e b1 = b0 b1 − a1 = 0.75 > ε
2ª iteração:
a1 + b1
x1 = ⇒ x1 = 2.875 f ( x1 ) = 6.66 > 0 , logo
2
a 2 = a1 e b2 = x1 b2 − a 2 = 0.375 > ε
3ª iteração:
a2 + b2
x2 = ⇒ x2 = 3.875 f ( x2 ) = 3.95 < 0 , logo
2
a3 = x 2 e b3 = b2 b3 − a3 = 0.1875 < ε
I 5 = 4{ , 6{ f (4) < 0 e f (6) > 0
a0 b0
1ª iteração:
a0 + b0
x0 = ⇒ x0 = 5 f ( x0 ) = 0
2
portanto x = 5 é uma raiz de f (x) .
66
As raízes aproximadas de f (x) encontradas utilizando o método da bissecção
são: x1 = −2.9688 , x2 = −2.03125 , x3 = 2.03125 , x4 = 3.0625 e x5 = 5 com precisão
ε = 0,2 . Se exigíssemos uma precisão maior, chegaríamos mais próximo do valor exato
das raízes que são: x1 = −3 , x2 = −2. , x3 = 2 , x4 = 3 e x5 = 5 .
Rk ( x) = f ( xk ) + f ' ( xk ).( x − xk )
Fazendo Rk ( x) = 0 , temos:
− f ( xk )
x= + xk
f ' ( xk )
Graficamente temos:
Iniciando com a aproximação inicial x0 , a aproximação x1 é o valor em que a
67
Exemplo:
Encontrar todas as raízes reais de f ( x) = x 5 − 6 x 4 − 20 x 3 + 120 x 2 + 64 x − 384 ,
com precisão ε = 0.1 .
x -5 -3 -1 0 1 3 5 7
f (x) -2079 315 -315 -384 -225 105 -189 1485
− f ( xk ) f ( x0 )
x k +1 = x k + ⇒ x1 = x 0 −
f ' ( xk ) f ' ( x0 )
f ( x1 )
x 2 = x1 − ⇒ x 2 = −4.1 e f ( x 2 ) = 108 > ε
f ' ( x1 )
f ( x2 )
x3 = x 2 − ⇒ x3 = −4.01 e f ( x 3 ) = 9.7 > ε
f ' ( x2 )
f ( x3 )
x 4 = x3 − ⇒ x 4 = − 4.0 e f ( x4 ) = 0
f ' ( x3 )
68
e portanto x = −4 é uma raiz de f (x) .
f ( x0 )
x1 = x0 − ⇒ x1 = −2.52 e f ( x1 ) = 193.82 > ε
f ' ( x0 )
f ( x1 )
x 2 = x1 − ⇒ x 2 = −1.94 e f ( x3 ) = 21.30 > ε
f ' ( x1 )
f ( x2 )
x3 = x 2 − ⇒ x3 = −2.0 e f ( x3 ) = 0
f ' ( x2 )
e portanto x = −2 é uma raiz de f (x) .
x0 = 1 .
f ( x0 )
x1 = x0 − ⇒ x1 = 2 e f ( x1 ) = 0
f ' ( x0 )
e portanto x = 2 é uma raiz de f (x) .
f ( x0 )
x1 = x0 − ⇒ x1 = 3.3 e f ( x1 ) = 95.33 > ε
f ' ( x0 )
f ( x1 )
x 2 = x1 − ⇒ x 2 = 4.73 e f ( x3 ) = 149.28 > ε
f ' ( x1 )
f ( x2 )
x3 = x 2 − 3 ⇒ x3 = 3.90 e f ( x3 ) = 18.2 > ε
f ' ( x2 )
f ( x3 )
x 4 = x3 − ⇒ x 4 = 4.0 e f ( x4 ) = 0
f ' ( x3 )
e portanto x = 4 é uma raiz de f (x) .
69
I 5 = [5,7] , vamos fazer a aproximação inicial da raiz deste intervalo tomando
x0 = 7 .
f ( x0 )
x1 = x0 − ⇒ x1 = 6.42 e f ( x1 ) = 399 > ε
f ' ( x0 )
f ( x1 )
x 2 = x1 − ⇒ x 2 = 6.11 e f ( x3 ) = 80.20 > ε
f ' ( x1 )
f ( x2 )
x3 = x 2 − ⇒ x3 = 6.01 e f ( x3 ) = 6.95 > ε
f ' ( x2 )
f ( x3 )
x 4 = x3 − ⇒ x 4 = 6.0 e f ( x4 ) = 0
f ' ( x3 )
e portanto x = 6 é uma raiz de f (x) .
Neste caso chegamos às raízes exatas da função e estas são: x1 = −4 , x 2 = −2. ,
x3 = 2 , x 4 = 4 e x 5 = 6 .
Como sabemos, as equações de grau superior a cinco, exceto alguns casos
particulares, não podem ser resolvidas pelos métodos algébricos usuais, mas podem ser
resolvidas através destes métodos que acabamos de apresentar, a seguir apresentaremos
alguns exemplos de aplicações das equações das quais falamos até o presente momento.
70
3.2. APLICAÇÕES
2) Dados os polinômios A( x) = (a − 1) x 2 + (b + 2) x + 4 e
71
Pelo Corolário 1, vimos que se A(x) é divisível por x − 2 e por x + 1 , então 2 e
–1 são raízes, respectivamente. Assim, temos:
A(2) = 4 p + q + 2 = 0
A(−1) = p + q + 5 = 0
Resolvendo o sistema nas incógnitas p e q, temos:
4 p + q = −2 q = −6
⇒
p + q = −5 p =1
Logo, p = 1 e q = −6.
− 3 ± 3 2 − 4.1.(−10)
x= ⇒ {x1 = −5 ou x 2 = 2
2
Logo, o conjunto-solução de P ( x) = 0 é S = {−5, 2, 2i, − 2i}.
72
6) Considere o polinômio A( x) = x 3 + x 2 + ax + b. Calcule a e b sabendo que os
restos das divisões de A(x) por ( x − 1) e por ( x − 2), são iguais a 5 e –3,
respectivamente.
Solução:
A partir da divisão de A(x) por ( x − 1) , obtemos quociente x 2 + 2 x + (2 + a) e
resto 2 + a + b . Como nos foi informado o valor do resto, temos 2 + a + b = 5, ou seja,
a+b =3 (1).
Através da divisão de A(x) por ( x − 2), obtemos quociente x 2 + x + (2 + a ) e
resto 12 + 2a + b. Como o valor dor resto e –3, neste caso, teremos 2a + b = −15 (2).
De (1) e (2), temos o seguinte sistema:
a + b = 3
de onde vem a = −18 e b = 21.
2a + b = −15
x1 x 2 = m + 12 ( 4)
Substituindo (4) em (3), temos
− 3(m + 12) = −21
⇒ −3m = −21 + 36
∴ m = −5
73
8) (FUVEST-2001) O polinômio P ( x) = x 4 + x 2 − 2 x + 6 admite 1 + i como
− 2 ± 4 − 12 − 2 ± 2i 2
x= ⇒x=
2 2
Ou seja, − 1 + i 2 e − 1 − i 2 são raízes.
74
1 + b + c = 3 b + c = 2
⇔ de onde vem b = c = 1.
4 − 2b + c = 3 − 2b + c = 1
Assim, P ( x) − 3 = x 2 + x − 2. Admitindo que x1 e x 2 são as raízes deste
polinômio, então, pelas relações de Girard, a soma das raízes é dada por x1 + x 2 = −1 .
Portanto, alternativa (c).
A(1) = 13 − 2(1) 2 − 1 + 2 = 0
A(−1) = (−1) 3 − 2(−1) 2 − (−1) + 2 = 0
A(2) = 2 3 − 2(2) 2 − 2 + 2 = 0
A(−2) = (−2) 3 − 2(−2) 2 − (−2) + 2 = −12
Portanto, 1, -1 e 2 são raízes de A(x)=0, e são únicas conforme Teorema
Fundamental da Álgebra.
75
Desta forma, k+p=3. Portanto, alternativa (d).
11) Um terreno quadrado tem lados medindo 30m. Uma parte deste terreno,
também quadrada, com lados de 24m, estava destinada a um armazém (fig. 1). Contudo,
o dono do terreno resolveu mudar seus planos e construir o armazém na forma de um T
(fig.2), mas ocupando a mesma área anterior. Desta forma, calcule o valor de x.
Solução:
Sabendo que as áreas do quadrado e do retângulo são dadas pelo produto da base
pela altura, temos:
Na fig.1, temos:
• Área do Armazém= 24 × 24
Na fig.2, temos:
• Área do Armazém= 30 x + (30 − x) x
Como a área nas duas figuras deve ser igual, então:
24 × 24 = 30 x + (30 − x) x
⇒ x 2 − 60 x + 576 = 0
Pela fórmula de Bháskara, temos
60 ± 60 2 − 4.1.(576)
x= ⇒ x = 12 ou x = 48
2
Contudo, desprezamos x=48, uma vez que ao substituí-lo em (30-x), lado de um
retângulo da fig.2, teremos um valor negativo para uma medida, o que não convém.
Logo, x=12.
76
Solução:
Sabemos que a área do retângulo é dada pelo produto entre o comprimento e a
altura. Assim,
• Área Total do Quadro= 4200 cm 2
Ou seja,
4200 = (60 + 2 x)(50 + 2 x)
⇒ x 2 + 55 x − 300 = 0
Pela fórmula de Bháskara, temos:
− 55 ± 55 2 − 4.1.(−300)
x= ⇒ x = −60 ou x=5
2
Como não convém uma medida com valor negativo, temos x=5 cm.
13) A receita mensal (em reais) de uma empresa é dada pela função
R( p) = 20000 p − 2000 p 2 , onde p é o preço de venda de cada unidade (0 ≤ p ≤ 10).
a) Qual o preço p que deve ser cobrado para uma receita de R$ 50.000,00?
b) Determine os valores de p para o qual a receita é nula, positiva ou negativa.
Solução:
a) Para R ( p ) = 50.0000 temos:
− 10 ± 10 2 − 4.(−1).(−25)
p= ⇒ p = 5 (multiplicidade 2)
2(−1)
b) A receita é nula quando R( p) = 0, ou seja,
20000 p − 2000 p 2 = 0
⇔ − p 2 + 10 p = 0
77
Colocando p em evidência, obtemos p=0 e p=10 como raízes.
Esboçando o gráfico de R(p), temos:
14) (FGV) O lucro mensal (em unidades monetárias) de uma empresa é dado
por L( x) = − x 2 + 30 x − 5, em que x é a quantidade mensal vendida.
a) Qual o lucro mensal máximo possível?
b) Entre que valores deve variar x para que o lucro mensal seja no mínimo igual
a 195 u.m.?
Solução:
a) Como a função lucro é uma função polinomial do tipo ax 2 + bx + c , então
podemos usar a relação do vértice dada por x = −b / 2a , o qual determina o pico
positivo nesta parábola (ver HOFFMANN, p. 15-16).
Calculando o vértice, temos:
30
x=− ⇒ x = −15
2(−1)
Desta forma, para determinar o lucro máximo mensal, basta substituir x = −15 ,
na função lucro:
L(15) = −(15) 2 + 30(15) − 5 ⇒ L(15) = 220
Ou seja, o lucro mensal máximo é de 220 u.m.
78
− x 2 + 30 x − 5 = 195
⇒ − x 2 + 30 x − 200 = 0
Pela fórmula de Bháskara, temos:
− 30 ± 30 2 − 4.(−1).(−200)
x= ⇒ x = 10 ou x = 20
2(−1)
Ou seja, para 10 ≤ x ≤ 20 tem-se um lucro mensal de no mínimo 195 u.m.
Portanto, V paralelepípedo = 2 x 3 .
Portanto, V prisma = x.
Vsólido = 2 x 3 − x
Portanto, alternativa (c).
79
16) Uma livraria pode encomendar um certo livro a uma editora por um preço
de R$3,00 o exemplar. A livraria vende o livro a R$15,00 e por esse preço tem vendido
200 exemplares por mês. Pretendendo aumentar as vendas, a livraria decidiu reduzir o
preço e calcula que para cada R$1,00 de redução no preço, conseguirá vender mais 20
exemplares por mês. Expresse o lucro mensal da livraria com a venda desse livro em
função do preço de venda e, em seguida, estime o preço ótimo de venda.
Solução:
Temos que:
Lucro = (n° de exemplares vendidos)(lucro por exemplar )
Seja x o preço de venda e L(x) o lucro mensal correspondente. Das informações
do problema temos:
• 200 exemplares são vendidos por mês quando o preço é de R$15,00.
• 20 exemplares são vendidos a mais por mês para cada R$1,00 de redução
no preço. Como o número de reais de redução é igual a diferença (15-x) entre o antigo
preço de venda e o novo preço, temos:
n° de exemplares vendidos = 200 + 20(n° de redução de R$1,00)
= 200 + 20(15 − x)
= −20 x + 500
O lucro por exemplar é simplesmente a diferença entre o preço de venda, x, e o
custo R$3,00. Assim,
Lucro por exemplar = x − 3
Desta forma, o lucro mensal total é dado por:
L( x) = (−20 x + 500)( x − 3)
= −20 x 2 − 560 x − 1500
O vértice da parábola, isto é, o preço ótimo de venda é dado por:
(−560)
x=− = 14
2(−20)
Portanto, o preço ótimo de venda é R$14,00.
17) Uma caixa sem tampa é feita a partir de um pedaço quadrado de cartolina,
de 18 cm por 18 cm, removendo-se um pequeno quadrado de cada canto e dobrando as
abas resultantes para formar os lados. Expresse o volume da caixa em função do lado x
dos quadrados removidos.
80
Solução:
Temos que o volume é dado pelo produto da área pela altura, ou seja:
V = x(18 − 2 x) 2
Em Física para uma melhor compreensão das aplicações que serão aqui
abordadas, faremos uma breve introdução sobre Movimento Uniformemente Variado
(MUV).
Nos estudos dos MUV, a função horária que descreve como os espaços s variam
no decorrer do tempo é uma função polinomial do 2° grau em t, dado por:
aα 2
s (t ) = s 0 + v 0 t + t
2
onde s 0 é o espaço inicial, v 0 a velocidade inicial e α a aceleração escalar constante
do MUV.
2 α
− v0 ± v0 − 4.s 0 .
2 ⇒ t = − v0 ± v0 − 2.s 0 .α
2
t=
α α
2
2
A função horária dos espaços do MUV, também é utilizada nos estudos de
lançamentos vertical e lançamentos oblíquo no vácuo, de modo que a aceleração escalar
α passa a ser chamada de aceleração da gravidade ( g ≅ 10m / s 2 ). No estudo do
81
lançamento oblíquo (ver RAMALHO, p.180-182), sua aplicação se dá na análise da
componente vertical, ou seja,
α
y = v0 y t + t2
2
onde v0 y corresponde a velocidade inicial vertical.
9 ± 9 2 − 4.(3)(6) 9±3
t= ⇒t = ⇒ t = 2 ou t = 1
2(3) 6
Ou seja, o móvel passa pela origem dos espaços nos instantes: 1s e 2s.
g 2
s = s0 + v0 t + t
2
10
⇒ s = 20t − t 2
5
⇒ s = 20t − 5t 2
82
c) Quando o móvel atinge o solo, seu espaço volta a ser nulo. Logo, s = 0 m,
isto é,
20t − 5t 2 = 0
t = 0 s (inst. inicial )
⇒ t (20 − 5t ) = 0 ⇒
t = 4 s (chegada ao solo)
20) Dois corpos são lançados verticalmente para cima do mesmo ponto e com
velocidades iniciais iguais a 30m/s. O segundo corpo é lançado 3s depois do primeiro.
Desprezando-se a resistência do ar e considerando g = 10m / s 2 , determine o instante e a
posição de encontro.
Solução:
Logo, s A = 30t − 5t 2 .
• Corpo B: s 0 = 0 m; v0 = 30 m / s e partiu 3s depois de A.
83
21) Uma bola é lançada verticalmente de baixo para cima com velocidade
inicial de 60m/s. Três segundos depois, lança-se uma segunda bola com velocidade
inicial de 80m/s. Calcule o tempo gasto pela segunda bola até encontrar a primeira e a
altura do encontro.
Solução:
Seja A e B, respectivamente, a primeira e a segunda bola. Temos um MUV, cuja
função horária dos espaços (altura) é dada por:
g 2
h = h0 + v0 t + t
2
Orientando a trajetória para cima, teremos g = −10m / s 2 . Assim,
• Em A, temos: h A = 60t − 5t 2
84
Orientando a trajetória para cima, teremos g = −10m / s 2 . Assim,
g 2
A altura máxima é dada pela direção vertical, logo: H = H 0 + v 0 y t + t .
2
Como, H 0 = 0, v0 y = 80m / s; g = −10m / s 2 e t = 8s (instante em que atinge o ponto
kx 2
• EE = , onde k: constante elástica da mola/elástico e x: elongação do
2
elástico/mola.
85
Onde:
N.R: nível mais baixo atingido pelo saltador
A: antes do salto
B: elástico não esticado (comprimento natural)
C: elongação do elástico
Solução:
• Em A, temos v A = 0, ha = h0 . Logo,
E MA = ECA + EGA + E EA
⇒ E MA = 0 + mgh0 + 0 ⇒ E MA = mgh0 (1)
• Em B, temos hB = h0 − L . Assim,
E MB = ECB + EGB + E EB
2 2
mv B mv B
⇒ E MB = + mg (h0 − L) + 0 ⇒ E MB = mg (h0 − L) (2)
2 2
• Em C, temos hC = 0, vC = 0, x = h0 − L . Assim,
86
E MC = ECC + EGC + E EC
k (h0 − L) K (h0 − L)
⇒ E MC = 0 + 0 + ⇒ E MC = (h0 − L) (3)
2 2
Como o sistema é conservativo, temos E MA = E MB = E MC . Analisando
E MA = E MB , temos:
2
mv B
mgh0 = mg (h0 − L) ⇒ 2mgh0 = k (h0 − L) 2
2
Das informações do problema, temos m=60 kg, L=10m e k=50 N/m. Logo, a
altura mínima h0 é dada por:
2
2.(60).(10)h0 = 50(h0 − 10) 2 ⇒ h0 − 44h0 + 100 = 0
Pela fórmula de Bháskara, temos:
44 ± 44 2 − 4.(100)
h0 = ⇒ h0 = 41,6m ou h0 = 2,40 m
2
Como a altura h0 = 2,40 m não é conveniente nesta situação em estudo, então
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEZERRA, Manoel J. Matemática para o ensino médio. São Paulo: Scipione, 2001.
496p.
LIMA, Elon Lages. Et all. Meu professor de matemática e outras histórias. Rio de
Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática, 1991. pp. 13-25.
SITES:
http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2002/icm105/abel.htm
http://www.searadaciencia.ufc.br/especiais/matematica/eulergauss/eulergauss9.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_de_Galois
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