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RESUMO
O presente artigo oferece um panorama sobre a importância do cuidado pastoral em
suas dimensões bíblica, teológica e psicoterapêutica, focalizado no desenvolvimento
das pessoas e da congregação. Mostra a dimensão conceitual do cuidado, bem
como os seus significados e a prática do aconselhamento como forma de cuidado
pastoral nos dias atuais.
ABSTRACT
The present article offers a panorama on the importance of the pastoral care
in its dimensions biblical, theological and psicotherapeutic, focused in the
development of the people and the congregation. It shows the conceptual dimension
of the care, as well as its meanings attributed for some authors and the practical one
of the counseling as form of pastoral care in the current days.
Key-words: care, pastoral care, ethical.
INTRODUÇÃO
"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos
aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e
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Artigo elaborado a partir das normas da ABNT para a disciplina de Metodologia
Científica II do Curso de Graduação em Teologia da Faculdade Evangélica do
Paraná – FEPAR.
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Graduando em Teologia pela Faculdade Evangélica do Paraná – FEPAR.
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humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é
suave, e meu fardo é leve." (Mateus 11.28). O cristianismo nos apresenta o Deus
Encarnado, Jesus de Nazaré, como alguém que vivenciou cuidados, inclusive
tocando pessoas enfermas, curando-as e colocando as mãos sobre a cabeça das
crianças, abençoando-as. O cuidado de Jesus para com os outros era imensamente
prático.
Cuidar é uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilidade e de
envolvimento afetivo com o outro. O cuidado pastoral é o sinal da presença de
Jesus, e quem concede este cuidado, precisa ser um mensageiro da esperança e da
cura de Cristo.
Sendo assim, na epigênese do cuidado como categoria, é necessário
resgatar o primeiro cuidado, ou seja, o de Deus para com o ser humano.
Para isso, a técnica do aconselhamento pastoral precisa ser organizada. Os
pastores e agentes pastorais precisam resgatar o sentido primevo, que se reflete na
palavra cuidar. O pastor é aquele que provê alimento. Este alimento, que é a
palavra de Deus, unida às ações reais no cotidiano das pessoas, precisa conduzi-las
a formação de Cristo nas suas vidas. O cuidado pastoral vai sempre acontecer em
um campo aberto, onde pensamentos, valores, anseios, sentimentos aflorarão na
medida em que esta pessoa vai se abrindo para a transformação da mente e do
coração.
A FILOLOGIA DO CUIDAR
Conforme Leonardo Boff3 (2001, p. 33), a palavra cuidado tem a mesma raiz
da palavra cura. Em sua forma mais antiga, no latim, cura escrevia-se coera e era
usada num contexto de relações de amor e amizade. No entanto, lembra o próprio
autor, outros pesquisadores consideram-na derivada de cogitare-cogitatus, no latim,
cujo sentido é o mesmo de cura: cogitar, pensar, colocar atenção, mostrar interesse,
revelar uma atitude de desvelo e de preocupação.
O cuidado (cogitatu, ou seja, pensado) somente surge quando a existência
de alguém tem importância pessoal. Cuidado significa, então, desvelo, solicitude,
diligência, zelo, atenção, bom trato. O cuidado tem sido lugar de encontro
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Leonardo Boff é teólogo, filósofo e escritor, autor de numerosas obras.
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(2001) em seu livro “A Arte de Pastorear”, diz que o cuidado pastoral e o ministério
pastoral jamais podem ser dirigidos por tendências contemporâneas como modismo,
tarefas, entre outros. Ele faz uma crítica aos teólogos profissionais que reduziram o
trabalho pastoral em realização de coisas e isso gera uma falta de tempo para a
leitura já que os teólogos profissionais reclamam que pastores quase não lêem. Ele
diz que devemos prestar atenção em duas áreas do ministério de Jesus Cristo que é
importante para esse resgate do excelente: Primeiro o seu “ministério” e segundo o
“roteiro de sua vida”.
O Aconselhamento Pastoral hoje constitui dentro dos princípios e das
práticas cristãs, um dos setores específicos do ministério do Pastor. Pois o
Aconselhamento Pastoral abrange uma área de especialização na teologia pastoral.
Tem como propósito, dentre outros, a re-orientação para a vida, educação, higiene
mental, recondução e a administração da vida espiritual.
Tem como objetivo, ajudar a pessoa a enfrentar eficazmente a situação difícil e
voltar ao seu nível comum de comportamento. Diminuir a ansiedade, a apreensão e
outros tipos de insegurança que possam persistir depois de ter passado a crise.
Ensinar técnicas de solução de crises, a fim de que a pessoa fique melhor preparada
para antecipar e tratar das crises futuras. E considerar os ensinos bíblicos sobre as
crises, a fim de que a pessoa aprenda com as mesmas e cresça como resultados
dessa experiência.
A ÉTICA PASTORAL
Richard L. Mayhue4 mostra quais são as responsabilidades básicas do
pastor baseando na epístola do apóstolo São Paulo aos irmãos de Tessalônica:
Orar (I Ts.1.2,3;3.9-13); Evangelizar (I Ts.1.4,5,9,10); Capacitar (I Ts.1.6-8); Defender
( I Ts. 2.1-6); Amar ( I Ts. 2.7,8); Labutar ( I Ts.2.9); Exemplifica r ( ITs.2.10); Liderar
( I Ts.2.10-12); Alimentar ( I Ts. 2.13); Vigiar ( I Ts.3.1-8); Alertar ( I Ts. 4.1-8); Ensinar
( I Ts. 4.9-5.11); Exortar (I Ts. 5.12-24); Encorajar ( II Ts. 1.3-12); Corrigir ( II Ts. 2.1-
12); Confrontar ( II Ts. 3.6,14) e Resgatar ( II Ts. 3.15).
A comunicação, na prática do aconselhamento pastoral precisa ser
terapêutica, embora o processo de aconselhamento não seja ‘terapia’, em sentido
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Richard L. Mayhue que faz parte do corpo docente do “Máster Seminary” e uns dos colaboradores
do livro “Redescobrindo o ministério pastoral: Moldando o ministério Contemporâneo aos Preceitos
Bíblicos”.
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Isso é um fato importante a ser tratado por que o cuidado pastoral deve ser
elevado á um grau de excelência e não uma peça decorativa na atividade
poimênica. A igreja corpo de Cristo tem que ser cuidada, protegida, amada, curada,
sanada, crescente e isso somente acontecerá a partir de uma visão cristológica.
Como a rainha Ester (Ester 4.16), este é o nosso tempo e não podemos
deixar escapar o sobrenatural de Deus nas vidas das pessoas a partir de um
cuidado pastoral sadio. O Brasil contemporâneo a nível eclesial tem enfrentado
muitos problemas no campo eclesiástico e doutrinal em virtude do pragmatismo e o
afastamento dos princípios da palavra de Deus, porém urge a hora que Deus nos
chama para fazer diferença em épocas nebulosas.
Com a Bíblia nas mãos e com o coração encharcado de misericórdia e
compaixão, é possível celebrar a comunhão como caminho de cura e ação
terapêutica no cuidado pastoral como expressou o Dr. Larry Crabb (2000) em seu
livro “O lugar mais seguro da Terra.
O cuidado pastoral não é feito somente por uma única pessoa e sim pela
comunidade da fé, esse cuidado também não está trancado no chão geográfico
eclesial mais ele se move em busca do aflito em solução de conflito apaziguando as
beligerâncias humanas. Ele se mistura e se envolve no drama do outro e no rosto do
outro contempla a face de Deus.
Esse cuidado pastoral não se move em busca de honra, favor, glória, fama
mais ele se posiciona como se posicionou o bom samaritano que atendeu o ferido
sem pedir nada em troca e viu no outro o seu próximo.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
NOUEWN Henri, O Sofrimento que Cura: Por meio de Nossas próprias feridas,
podemos nos tornar fonte de Vida para o Outro, traduçao Pedro Elyseu Scweitzer,
Sao Paulo: Ediçoes Paulinas, 2001.