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CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

1. Origem e finalidade do Direito

O Direito nasceu junto com a civilização. Sua história é a história da própria vida. Por mais que
mergulhemos no passado sempre vamos encontrar o Direito, ainda que em estágio rudimentar, a regular as relações
humanas. É que os homens, obrigados ao convívio, labutando uns ao lado dos outros, carecem de certas regras de
conduta, de um mínimo de ordem e direção. Daí a atualidade do velho ditado: ubi homo, ibi jus (onde está o homem
está o Direito). Essas regras de procedimento, disciplinadoras da vida em sociedade, recebem o nome de Direito.

Portanto, a finalidade do direito se resume em regular as relações humanas, a fim de que haja paz e
prosperidade no seio social, impedindo a desordem ou o crime. Sem o Direito estaria a sociedade em constante
processo de contestação, onde a lei do mais forte imperaria sempre, num verdadeiro caos.

2. Conceito de Direito

Vulgarmente, costuma-se dizer que o Direito não passa de um “sentimento”, algo assim como o
amor, que nasce no coração dos homens. “Não é exagero mesmo afirmar-se que todos sentem o Direito e que, de
certo modo, todos sabem que o Direito é. Vocábulo corrente, empregado a todo instante nas relações da vida diária
para exprimir sentimento que todos já experimentamos, está gravado na mente de cada um, representando idéia
esboçada em traços mais ou menos vagos e obscuros. “Isto é direito”, “o meu direito foi violado”, “o juiz reconheceu
o nosso direito”, são expressões cotidianas ouvidas, que envolvem a noção vulgar a respeito do fenômeno jurídico”.
Os especialistas, entretanto, dada a precariedade dessa noção vulgar, buscam, incessantemente, um conceito mais
aprofundado do que seja Direito.

Na verdade, para não adentrarmos ao estudo da filosofia jurídica, à qual pertence a questão,
diremos que o Direito é um complexo de normas reguladoras da conduta humana, com força coativa. Sim, a vida
em sociedade seria impossível sem a existência de um certo número de normas reguladoras do procedimento dos
homens, por estes mesmos julgadas obrigatórias, e acompanhadas de punições para os seus transgressores. A
punição é que torna a norma respeitada. De nada adiantaria a lei dizer, por exemplo, que matar é crime, se,
paralelamente, não impusesse uma sanção àquele que matasse. A coação, ou possibilidade de constranger o
indivíduo à observância da norma, torna-se inseparável do Direito. Por isso, como mostra conhecida imagem, a
justiça sustenta numa das mãos a balança em que pesa o direito, e na outra a espada de que se serve para defender.
A espada sem a balança é a força brutal; a balança sem a espada é a impotência do Direito.

3. Direito objetivo e Direito subjetivo

A palavra Direito tem diferentes acepções, tornando-se praticamente impossível reuni-las numa
única fórmula significativa. As mais importantes são as traduzidas pelas expressões direito objetivo e direito
subjetivo.

Direito objetivo é o conjunto de regras vigentes num determinado momento, para reger as relações
humanas, impostas, coativamente, à obediência de todos. Os Códigos Penal, de Processo, Civil etc., bem como
qualquer uma de suas regras, são exemplos de direito objetivo. O direito subjetivo é faculdade ou prerrogativa do
indivíduo de invocar a lei na defesa de seu interesse. Assim, ao direito subjetivo de uma pessoa corresponde sempre
o dever de outra, que, se não o cumprir, poderá ser compelida a observá-lo através de medidas judiciais.

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A Constituição Federal garante o direito de propriedade, ao dispor no art. 5.º, XXII, que “é garantido
o direito de propriedade”. Essa regra é um preceito de direito objetivo. Agora, se alguém violar a minha propriedade,
poderei acionar o Poder Judiciário para que a irregularidade seja sanada. Essa faculdade que tenho de movimentar a
máquina judiciária para o reconhecimento de um direito que a lei me garante é que constitui o direito subjetivo.
Disso resulta que o direito objetivo é o conjunto de leis dirigidas a todos, ao passo que o direito subjetivo é a
faculdade que tem cada um de invocar essas leis a seu favor sempre que houver violação de um direito por elas
resguardado.

4. Direito e Moral

A vida social só é possível uma vez presentes regras determinadas para o procedimento dos homens.
Essas regras, de cunho ético, emanam da Moral e do Direito, que procuram ditar como deve ser o comportamento
de cada um. Sendo ambos – Moral e Direito – normas de conduta, evidentemente apresentam um campo comum.
Assim, aquele que estupra uma donzela viola, a um tempo, normas jurídica (art. 213 do CP) e moral (neminem
laedere = não prejudicar a ninguém). Assim sendo, poder-se-ia representar o Direito e a Moral por um único círculo,
já que comum o campo de ação de ambos.

A Moral, em regra, dizem os adeptos dessa doutrina, é cumprida de maneira espontânea, mas como
as violações são inevitáveis, é indispensável que se impeça, com mais vigor e rigor, a transgressão dos dispositivos
que a comunidade considerar indispensáveis à paz social”.

Essa teoria, chamada do “mínimo ético”, pode ser reproduzida por dois círculos concêntricos, sendo
o círculo maior o da Moral, e o círculo menor o do Direito. Haveria, portanto, um campo de ação comum, sendo mais
amplo o da Moral. De acordo com essa imagem poderíamos dizer que “tudo o que é jurídico é Moral, mas nem tudo
o que é Moral é jurídico”.

DIREITO MORAL
a) Quanto ao campo de ação
Atua no foro exterior Atua, predominantemente, no foro interior
b) Quanto a intensidade da sanção
Sanções mais enérgicas, de natureza material, Sanções mais brandas, de natureza interna ou de
consubstanciadas em punições legais reprovação social
c) Quanto aos efeitos das normas
Bilateral Unilateral

a) Sob o aspecto do campo de ação, tem-se que a Moral atua, predominantemente, no foro íntimo do indivíduo,
enquanto o Direito se interessa apenas pela ação exteriorizada do homem, ou seja, aquilo que ele fez ou deixou de
fazer no mundo social. Assim, a maquinação de um crime, conquanto indiferente ao Direito, é repudiada pela Moral,
encontrando reprovação na própria consciência. Já a exteriorização desse pensamento, com a efetiva prática do
crime, importa em conduta relevante para o Direito, que mobiliza o aparelho repressivo do Estado para recompor o
equilíbrio social.

b) Quanto à intensidade da sanção, a Moral estabelece sanções individuais e internas (remorso, arrependimento,
desgosto) ou de reprovação social (ex.: a prostituta é colocada a margem da sociedade). O Direito estabelece sanção
mais enérgica, consubstanciada em punição legal (ex.: aquele que mata fica sujeito a uma pena que varia de 6 a 20
anos de reclusão).
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c) Quanto aos efeitos, observa-se que da norma jurídica decorrem relações com um lance bilateral, ao passo que da
regra moral deriva conseqüência unilateral, isto é, “quando a Moral diz a um que ame o seu próximo, pronuncia-o
unilateralmente, sem que ninguém possa reclamar aquele amor; quando o Direito determina ao devedor que pague,
proclama-o bilateralmente, assegurando ao credor a faculdade de receber”.

5. Direito Internacional e Direito Nacional

Direito Internacional vem a ser o complexo de normas aplicáveis nas relações entre países (Direito
Internacional Público), e aos particulares que tenham interesse em mais de um país (Direito Internacional Privado).
Exemplificando: se o Brasil e Paraguai, na exploração da Usina Hidrelétrica de Itaipu, construída por ambos, tiverem
alguma divergência, a questão será resolvida por meio de aplicação de normas de Direito Internacional Público. Já o
inventário de um falecido que tenha deixado bens em vários países cria problemas de Direito Internacional Privado,
por isso que em jogo estão interesses de particular em mais de um país.

Direito Nacional é o que existe dentro das fronteiras de um país.

6. Direito Público e Direito Privado

Observa-se que o Direito Nacional, assim como o Internacional, se desdobra em dois grandes ramos:
o Direito Público e o Direito Privado. O Direito Público disciplina aos interesses gerais da coletividade, e se
caracteriza pela imperatividade de suas normas, que não podem nunca ser afastadas por convenção dos particulares
(efeito erga omnes). Já o Direito Privado versa sobre as relações dos indivíduos entre si, tendo na supletividade de
seus preceitos a nota característica, isto é, vigora apenas enquanto a vontade dos interessados não disponha de
modo diferente que o previsto pelo legislador. Para melhor compreensão, tomemos dois exemplos:

a) Empregado e patrão celebram um contrato de trabalho, convencionando que o primeiro ganhará 2/3 do salário
mínimo, visto que não tem mulher nem filho. É válido o acordo? Obviamente, não. O patrão terá que pagar de
qualquer forma o salário mínimo, por se tratar de uma norma de ordem pública, de proteção ao trabalhador.

b) Peço emprestadas 20 sacas de arroz. O art. 1.256 do CC diz que sou obrigado a restituir coisas do mesmo gênero,
qualidade e quantidade. No entanto, quem me emprestou aceita que eu faça a devolução com sacas de milho. É
válido o acordo? Sim, porque aqui estamos no terreno do Direito Privado, onde o particular pode exigir ou deixar de
exigir o cumprimento da lei. A lei lhe dará a faculdade de agir, ou o direito subjetivo de agir, deixando-lhe porém a
iniciativa da ação.

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CAPÍTULO 02
DIREITO TRIBUTÁRIO

O Direito Tributário é ramo autônomo do Direito que tem por escopo a instituição, arrecadação e
fiscalização de tributos.
O Estado, como sociedade política, tem um fim geral, constituindo-se em meio para que os indivíduos e as
demais sociedades possam atingir os seus respectivos fins particulares.
Por intermédio de sua atividade financeira, o Estado desenvolve diversas ações para obter, gerir e aplicar os
meios próprios para satisfazer as necessidades da coletividade e realizar seus fins.

1. Tributos: é a principal espécie de receita derivada obtida pelo órgão tributante e tem como melhor conceito o
descrito no próprio Código Tributário Nacional, em seu artigo 3º: “tributo é toda prestação pecuniária compulsória e
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constituída sanção de ato ilícito, instituída por lei, cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
Numa análise cuidadosa desse conceito, é fácil encontrar todos os ingredientes que distinguem um tributo
de qualquer outro tipo de receita estatal:
a) é um encargo financeiro de natureza pecuniária e compulsória, no qual o contribuinte é obrigado a entregar
dinheiro, ao Estado;
b) o tributo deve ser pago em valor monetário direto (moeda, cheque, ou vale postal), não podendo alguém
liquidar uma dívida tributária mediante a utilização de efeitos patrimoniais ou simbólicos diversos, salvo se a
lei tributária expressamente o autorizar;
c) o tributo não pode ser confundido com punição por comprometimento de ato ilícito. A sanção ou apenação
por ato ilícito é representada pela penalidade pecuniária, que caracteriza uma outra modalidade de receita
derivada estatal;
d) somente a lei pode instituir ou aumentar o tributo (princípio da legalidade);
e) a dívida constituída em relação aos tributos deverá ser cobrada por autoridade administrativa competente,
que atuará atendendo ao que estabelece legislação específica;
f) tributo não se confunde com tarifa ou preço público, como é o caso da conta de luz residencial, conta de
telefone, passagem de ônibus, e, outros preços públicos.

1.1. Função dos Tributos:

 Fiscal  quando seu principal objetivo é a arrecadação de recursos financeiros para o Estado;
 Extrafiscal  quando seu objetivo principal é a interferência do domínio econômico, buscando um efeito
diverso da simples arrecadação de recursos financeiros;
 Parafiscal  quando seu objetivo é a arrecadação de recursos para o custeio de atividades que, em
princípio, não integram funções próprias do Estado, mas este as desenvolve através de entidades
específicas.

1.2. Natureza Jurídica: é determinada pelo seu fato gerador, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação, a
destinação legal. Assim, o imposto é imposto se tiver fato gerador próprio de imposto e não de taxa ou
contribuição. A análise do fator gerador não é suficiente, sendo necessária a base de cálculo. As taxas não poderão
ter base de cálculo própria de impostos.

1.3. Nascimento da Obrigação Tributária: o tributo nasce quando se verifica, no mundo em que vivemos, o fato
lícito (diferente de multa) e não-voluntário (decorre da vontade da lei) descrito na hipótese de incidência da norma
jurídica tributária (é a lei da pessoa política competente).

1.4. Elementos do Tributo: hipótese de incidência, sujeito ativo e passivo, base de cálculo e alíquota.

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 hipótese de incidência: é o fato descrito na lei que acontecido faz nascer a relação jurídica tributária (o dever
de pagar tributo) que tem por objeto a dívida tributária. Existe no mundo abstrato, é o tipo tributário, é o
elemento diferenciador dos tributos (fato gerador in abstrato). Cuidado com a expressão fato gerador – é
equívoca;

OBSERVAÇÂO: Fato imponível: é a ocorrência do fato que já era previsto em como apto a gerar uma obrigação
tributária. É a ocorrência real da descrição abstrata, é o fato típico do tributo (fato gerador in concreto).

 base de cálculo: é a dimensão legal da materialidade do tributo. Deve guardar correlação lógica com a
Hipótese de Incidência (está embutida na Hipótese de Incidência), se houver descompasso entre ambas nada
poderá ser cobrado. (é elemento quantitativo). Ex.: IR = a Hipótese de Incidência é obter rendimentos e a
base de cálculo é o quanto do rendimento;
 alíquota: é o critério legal, normalmente expresso em %, que, conjugado à base de cálculo permite que se
chegue ao quantum debeatur. Não pode ser confiscatória (tributo confiscatório é o que retira do
contribuinte o mínimo necessário para sua sobrevivência). A base de cálculo e a alíquota são fixadas pela
pessoa política tributante.

1.5. Classificação Jurídica dos Tributos:

a) Quanto às ordens jurídicas podem ser:


a) federais (art. 153 e 154) ,
b) estaduais (art. 155),
c) municipais (art. 156) e
d) distritais.
b) Quanto ao fato estar ou não vinculado à atuação estatal :
a) impostos,
b) taxas;
c) contribuições de melhoria.

1.6. Sujeito Ativo: é o credor do tributo, é a pessoa que tem a titularidade do crédito tributário, que tem o direito
subjetivo de cobrar, de arrecadar o tributo. Capacidade tributária ativa é o direito subjetivo de cobrar o tributo. O
sujeito ativo é, normalmente, uma pessoa política, aquela que cria em abstrato o tributo (quase sempre).
Normalmente a mesma pessoa que exerce a competência tributária (aptidão para criar tributos) também tem a
capacidade tributária (aptidão para cobrar o tributo).

1.7. Sujeito Passivo: é o devedor do tributo, é a pessoa que tem o dever jurídico de efetuar o pagamento do tributo,
é a que tem capacidade tributária passiva. Qualquer pessoa tem capacidade tributária passiva, inclusive as pessoas
políticas, as jurídicas (autarquias, sociedade de economia mista, empresas públicas, empresas privadas) ou físicas,
independentemente de ter ou não capacidade civil. As pessoas políticas e as autarquias são imunes somente aos
impostos, podendo ter que pagar outro tipo de tributo.

2. Espécies de Tributos: a CF/88 no artigo 145 e o CTN no artigo 5º relacionam, como tributos, impostos, taxas e
contribuições de melhoria; ademais, em dispositivos subseqüentes, ambos se referem aos empréstimos
compulsórios e às contribuições parafiscais, incluindo-os, pois, no sistema tributário e sujeitando-os às regras e
tributação.

2.1. Taxas (arts. 77 a 82, CTN): ate de estudarmos os dispositivos constitucionais e do CTN a respeito de taxa, é
importante que se faça uma distinção entre esse tipo de tributo e as tarifas ou preços públicos:

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TAXA PREÇO PÚBLICO (TARIFA)


# Regime jurídico tributário (legal) # Regime jurídico contratual
# Regime jurídico de direito público # Regime jurídico de direito privado
# Compulsoriedade, não havendo autonomia de # Decorre de autonomia de vontade do usuário
vontade
# Não admite rescisão # Admite rescisão
# Pode ser cobrada pela utilização potencial do # Só a utilização efetiva enseja cobrança
serviço
# Cobrança não proporcional à utilização # Pagamento proporcional à utilização
# Sujeição aos princípios tributários # Não sujeito aos princípios tributários

Da interpretação do artigo 77 do CTN ressalta-se o fato e que as taxas são tributos vinculados, isto é, aqueles
que revelam no aspecto material do fato gerador a presença de atividade diretamente vinculada ao sujeito passivo.

2.1.1 Taxas de Polícia: são taxas cobradas pelo exercício regular do poder de polícia pela autoridade competente. O
artigo 78 do CTN define o que vem a ser o poder de polícia e seu exercício regular:

“Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando
ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes e concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao
respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo Único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do
processo legal e,tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou
desvio de poder.”

Assim, como exemplo de taxas cobradas pelo exercício regular do poder de polícia, podemos enumerar:
a) Taxa de Inspeção Sanitária (TIS): cobrada por vários Municípios dos estabelecimentos que possuem
instalações sanitárias, como restaurantes, bares, etc.;
b) Taxa de Obras em Logradouro Públicos (TOLP): cobradas das empreiteiras que realizam obas pública pelo
controle do poder público no que diz respeito ao cronograma e das normas de segurança;
c) Taxa de Alvará (TA): cobrada em função da autorização que o município concede para que um
estabelecimento possa se instalar em determinado local.

2.1.2. Taxas de Serviços: diz respeito à taxa cobrada em virtude da utilização de serviços públicos, o CTN dedica o
artigo 79, explicando o que vem ser serviço específico e divisível, como também a diferença entre utilização efetiva
e potencial.

# Utilização efetiva: ocorre quando o serviço de fato é utilizado pelo contribuinte;


# Utilização potencial: quando mesmo não utilizado efetivamente o serviço, considera-se potencialmente utilizado
pelo contribuinte. Desta forma, o fato do proprietário de um imóvel nunca ter efetivamente utilizado o serviço do
Corpo de Bombeiros não dispensa o pagamento da taxa de incêndio, já que o serviço foi colocado à disposição.

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# Serviço específico: quando puderem ser destacados em unidades autônomas de atuação da administração. Como
por exemplo, a existência do Corpo de Bombeiros para o risco potencial de fogo. Em outras palavras, o contribuinte
sabe exatamente por qual atividades estatal específica ele está pagando o tributo.
# Serviço divisível: segundo o Código Tributário Nacional, quando puderem ser utilizados pelos usuários,
individualmente.

Diz o Código Tributário que os serviços são específicos quando possam ser destacados em unidades
autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas, e divisíveis quando suscetíveis de utilização,
separadamente, por parte de cada um de seus usuários (art. 79, II e III).
Não obstante estejam tais definições contidas em dispositivos separados, cuida-se de duas definições
inseparáveis, no sentido de um serviço não poder ser divisível se não for específico. Não tem sentido prático,
portanto, separar tais definições, como a indicar que a taxa pode ter como fato gerador a prestação de um serviço
público específico, ou de serviço público indivisível. Aliás, isso decore do próprio dispositivo constitucional, que se
refere a serviço específico e divisível.
Desta forma, o Supremo Tribunal Federal, tem decidido pela inconstitucionalidade de taxas cobradas pelo
serviço de iluminação pública por diversos municípios, em virtude de o serviço ser inespecífico, não mensurável,
indivisível e insuscetível de utilização separadamente pelos usuários.
No .tocante ao serviço de iluminação pública, é importante salientar que foi aprovada em 20 de dezembro
de 2002 a Emenda Constitucional n.º 39, criando o artigo 149 A da CF/88 e seu parágrafo único, que autorizam a
cobrança, pelos municípios e Df, de contribuição para custeio deste serviço público.
Como exemplo de taxas cobradas pela utilização de serviços, podemos citar:
 Taxa para expedição de certidões;
 Taxa de conservação de estradas quando o serviço for prestado diretamente pelo Poder Público, cuja
constitucionalidade está confirmada pela Súmula 348 do STF;
 Taxa de incêndio (TI) cobrada pelos Estados pelo serviço de ataque e prevenção de incêndio.
Assim podemos concluir o seguinte sobre as taxas:
a) as taxas se caracterizam pela criação de um nexo direto de atenção entre credor e devedor. Portanto, ao
contrário dos impostos, o contribuinte sabe exatamente o motivo pelo qual está pagando, caracterizando
um tributo vinculado;
b) são criadas pela União, pelos Estados ou pelo Distrito Federal e pelos Municípios, conforme as atribuições de
cada um, resultando do exercício do poder de polícia ou da prestação (efetiva ou potencial) de serviços
públicos;
c) o seu fato gerador é, pois, uma interferência determinada da entidade estatal credora na vida do
contribuinte;
d) a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto, nem ser
calculada em virtude do capital das empresas (art. 145, §2º, CF/88 e art. 77, § único, CTN).

2.2. Contribuições de Melhoria (arts. 81 e 82 do CTN): estas também estão previstas no artigo 145, III da CF/88. a
legislação brasileira impõe um limite máximo individual e um total para a cobrança, adotando como critério para o
primeiro a valorização de cada imóvel e para o segundo o custo da obra realizada.
O nosso Código Tributário Nacional dedicou os arts. 81 e 82 a este tipo especial de tributo. Como podemos
observar, a legislação brasileira impõe um limite máximo individual e um total para a cobrança, adotando como
critério para o primeiro a valorização de cada imóvel e para o segundo o custo da obra realizada.
As contribuições de melhoria, ainda tem, as normas gerais para sua instituição reguladas pelo Decreto-Lei n.º
195, de 24 e fevereiro de 1967, recepcionado pelos posteriores sistemas constitucionais naquilo que não lhes foi
conflitante.
Assim, podemos tirar as seguintes conclusões a respeito e contribuição de melhoria:

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 é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização direta ou indireta do
imóvel, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da
obra resultar para cada imóvel beneficiado;
 as contribuições de melhoria, como as taxas, também se revestem da condição de competência comum às
três áreas tributantes e apresentam como característica principal a sua vinculação a uma determinada
atividade estatal, caracterizando também um tributo vinculado;
 cada entidade poderá instituí-la por obras públicas realizadas dentro de suas respectivas atribuições;
 a contribuição de melhoria poderá ser cobrada depois da obra pública realizada ou quando realizada em
parte suficiente para valorizar determinado imóvel;
 responde pela contribuição de melhoria o proprietário na época do lançamento do tributo e esta
responsabilidade se transmite aos adquirentes e sucessores, a qualquer título, do domínio do imóvel.

2.3. Impostos (art. 16 do CTN): a CF/88 cria a competência para instituir os impostos no seu art. 145,I. Já o parágrafo
primeiro do mesmo dispositivo, determina que os impostos sempre que possível terão caráter pessoal e serão
calculados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte. Embora seja uma orientação ao legislador e não
uma imposição, representa uma significativa tendência que deverá orientar o nosso sistema tributário.
Nos casos em que a incidência é direta e pessoal, é fácil identificar quais as pessoas que serão tributadas,
como no imposto de renda; mas se o imposto é real e tem incidência indireta, como no IPI ou do ICMS, a
transferência do ônus financeiro para outra peoa dificulta a graduação na medida exata à capacidade de contribuir.
De modo que, o ICMS ou IPI, incidente sobre determinado produto, têm o mesmo valor quando tal produto
é adquirido por alguém muito pobre ou muito rico.
Pode-se deduzir, portanto, que o imposto é um tributo não vinculado por excelência, já que o seu fato
gerador é uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte.
Não há portanto a existência de uma atuação específica que justifique a sua cobrança por parte do estado,
sendo seu objetivo a pura e simples captação de riqueza para a fazenda Pública.
Esse caráter de não ser contraprestacional é ainda mais evidente no art. 167, IV da CF/88 que proíbe, salvo
em algumas exceções, a vinculação da receita e impostos a órgão, fundo ou despesa.
O imposto pode ser considerado o tributo por excelência, não apenas por representar a mais importante e
significativa das tre espécie, mas também por ter como característica principal a simples exigência de transferência
compulsória de recursos da comunidade para os cofres públicos, a partir de ocorrência de situação prevista em lei.
Quanto às outras duas espécies, elas envolvem vantagem econômica ou prestação de retorno para seus pagadores.
Os doutrinadores classificam os impostos de acordo com vários critérios: quanto à base econômica, quanto à
sua alíquota, quanto à forma de percepção, e, quanto ao objeto de incidência.
O CTN adotou a classificação quanto à base econômica, tratando-se portanto da única que tem atualmente
fundamento jurídico.

2.4. Empréstimos Compulsórios (art. 148, CF/88): são um tipo de receita atípica, com característica e
restituibilidade, já que terão que ser devolvidos dentro de determinado prazo. Este fato faz com que terão que
surjam enormes discussões doutrinárias a respeito do fato de considerá-lo ou não como tributos.
Os empréstimos compulsórios, conforme determinam os artigos 148 e 150, §1º da CF/88, serão submetidos
ao princípio da anterioridade e da anterioridade nonagesimal, quando instituídos por motivo de investimento
público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

2.5. Contribuições Parafiscais (art. 148, CF/88): essas contribuições, citando a definição de Rubens Gomes de Souza,
“correspondem ao emprego das finanças públicas com objetivos extrafiscais, não visando precipuamente à obtenção
de receitas, mas objetivando regular ou modificar a distribuição da riqueza nacional, equilibrar os níveis de preços
utilidades ou de salários, bem como outras finalidades econômicas ou sociais semelhantes”.

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Tais contribuições, também denominadas especiais, são classificadas em três tipos, conforme artigo 149 da
Cf/88, com redação dada pelas Emendas Constitucionais n.º 41 e n.º 42, ambas de 2003. De acordo, portanto com
este dispositivo constitucional, podemos montar o quadro a seguir com as três espécies de contribuições parafiscais:
a) Sociais: que são contribuições para o Inss, contribuições tais como PIS, PASEP, CPMF e outras;
b) De Intervenção do Domínio Econômico: contribuições para controle da produção agrícola, da
comercialização de combustíveis, da navegação de cabotagem, como o adicional de frete para renovação da
Marinha Mercante e outras;
c) De Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas: contribuições sindicais, contribuições para CREA,
OAB, CRM, CRC, e, outras.
Importante chamar a atenção para o fato de que somente a União poderá instituir contribuições parafiscais
em geral, só cabendo aos Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme artigo 149, § 1º, da CF/88, instituir
contribuições sociais em benefício dos seus servidores, para o regime previdenciário de que tratar o artigo 40 da
mesma carta magna (previdência de caráter contributivo e solidário).
As contribuições parafiscais são criadas como regra geral por lei ordinária respeitando as normas gerais
previstas em lei complementar (art. 146, II, CF/88).
Também como regra geral, a instituição das contribuições parafiscais tem que respeitar os princípios da
legalidade, irretroatividade e anterioridade da lei tributária previstos no artigo 150, I e III, a,b, CF/88.

2.5.1 Contribuições Sociais: são as contribuições para o INSS, PIS, FINSOCIAL, COFINS, FGTS, contribuições cobradas
dos seus servidores para custeio em benefício destes sistemas de previdência e assistência social por Estados,
Distrito Federal ou Municípios. Compõem o grupo maior e mais importante das contribuições parafiscais (art. 195,
CF/88).
O constituinte criou, ainda, novas possibilidades de contribuições para a manutenção ou expansão da
seguridade social. Estas novas contribuições deverão obedecer ao artigo 154, I, da CF/88, que dentre outras
exigências prevê lei complementar para a instituição.

OBSERVAÇÃO: uma característica marcante que difere as contribuições sociais das outras contribuições parafiscais é
o fato de que não obedecem ao princípio da anterioridade, podendo ser cobradas 90 dias após a publicação da lei
que a instituir, conforme determina o artigo 195, § 6º da CF/88.

2.5.2. Contribuições de Intervenção do Domínio Econômico: muitas vezes a União tem que intervir no domínio
econômico com o objetivo de controlar a produção de determinados gêneros a fim de manter, por exemplo, os seus
preços estáveis no comércio exterior (art. 177, CF/88).

2.5.3. Contribuições de Interesse de Categorias Profissionais e Econômicas: são contribuições compulsórias criadas
pela União e destinadas a sindicatos, conselhos como CREA, CRM, CRO, organizações como OAB, OEB e ainda
aquelas cobradas em prol de entidades privadas vinculadas ao sistema sindical como SENAI, SENAC, SESC, SESI,
SENAR, e outras. Para efeitos didáticos, podemos dividi-las em dois grupos:
a) Contribuições Sindicais: destro deste grupo estão todas aquelas cobradas em prol de entidades sindicais ou
representativas de categorias profissionais ou econômicas. Importante chamar a atenção para o fato de que
coexistem no sistema sindical brasileiro dois tipos de contribuições. Uma facultativa e outra compulsória, só se
enquadrando como contribuição parafiscal aquela obrigatória (art. 8º da CF/88 c/c art. 217, I, CTN).
b) Contribuições destinadas a entidades privadas ligadas ao sistema sindical: o artigo 240 da CF/88 separa
nitidamente as contribuições destinadas a entidades privadas ligadas ao sistema sindical daquelas classificadas como
sociais, previstas no artigo 195 da mesma constituição.

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# LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR #

As limitações de competência tributária, que também podem ser denominadas princípios jurídicos de
tributação, não são apenas as referidas nos artigos 150 a 152 da CF/88; como o próprio caput do artigo 150 ressalva
(“sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte...”), existem ainda outras limitações escondidos sob
o comando mais amplo em incisos dos direitos e deveres individuais (art. 5º), mas também, aludindo expressamente
a impostos, nos parágrafos que especificam e esclarecem os artigos que discriminam as competências federal,
estadual e municipal (artigos 153 a 156, CF/88). Assim, doutrinariamente, temos a seguinte tabela:

PRINCÍPIOS GERAIS PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS


Federativo NÃO utilização de confisco
Anterioridade ou anualidade NÃO limitação de tráfego
Noventena NÃO concessão de privilégios a títulos federais
Legalidade NÃO concessão de isenção
Irretroatividade da lei NÃO diferenciação
Isonomia ou igualdade NÃO cumulatividade
Uniformidade Seletividade
Petição diante dos poderes públicos

01. Princípios Limitadores: sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

1.1. Princípio da legalidade dos tributos: é vedado exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.

1.2. Princípio da igualdade: é proibido instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.

1.3. Princípio da anterioridade: é vedado cobrar tributos: em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; e, no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada
a lei que os instituiu ou aumentou;

1.4. Princípio da irretroatividade: a lei que cria ou aumenta tributos não pode ser retroativa.

OBSERVAÇÃO: é proibido utilizar tributo com efeito de confisco. Estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou
bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de
vias conservadas pelo Poder Público. Imunidade recíproca das pessoas jurídicas de direito público com respeito ao
patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, ou seja, uma PJDP não pode cobrar imposto de outra PJDP. Proibida a
adoção de base de cálculo própria dos impostos para as taxas. Proibição de serem criados pela União, novos
impostos que sejam cumulativos ou tenham base de cálculo ou fato gerador próprios dos discriminados na CF.
Proibição de serem criados outros impostos pelos Estados, DF e Municípios, além daqueles outorgados pela CF.
Proibição de serem criados ou instituídos empréstimos compulsórios pelos Estados, DF e Municípios.

2. Outras limitações:

 imunidade de impostos aos templos de qualquer culto;

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 imunidade aos impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
 imunidade aos impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;
 qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
remissão, relativo a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica,
federal, estadual ou municipal;
 a lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de
imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada à imediata e
preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.

3. É Proibido à União:
 uniformidade dos tributos federais, ou seja, instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município,
em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
 tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem
como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar
para suas obrigações e para seus agentes;
 instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

4. É Proibido aos Estados, Distrito Federal e aos Municípios:


 estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência
ou destino.

5. Poderes das Leis: matérias reservadas exclusivamente à lei, tais como:


 instituir, extinguir, reduzir ou majorar tributos;
 definir fato gerador da obrigação tributária principal;
 fixar alíquotas ou base de cálculo de tributos;
 cominar penalidades;
 excluir, suspender ou extinguir crédito tributário.

# SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL #

1. Conceito: o Sistema Tributário Nacional acha-se embasado em dois pressupostos fundamentais:


 consolidação dos impostos de idêntica natureza em figuras unitárias, levando-se em conta suas bases
econômicas;
 coexistência de 4 sistemas tributários autônomos: federal, estadual, municipal e do Distrito Federal.

2. Composição: o Sistema Tributário Nacional compõe-se de:

 impostos
 taxas
 contribuições de melhoria
 contribuições parafiscais
 contribuições especiais
 empréstimos compulsórios
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3. Tributo: é toda prestação pecuniária compulsória (obrigatória), em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, constituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa, plenamente
vinculada.
A receita proporcionada pela arrecadação de tributo é da espécie derivada. Todavia, nem toda receita
derivada provém de tributos. Ex.: multas
O tributo fiscal quando sua imposição objetiva tão somente propiciar a arrecadação de recursos financeiros à
pessoa jurídica de direito público.
Já o tributo extra-fiscal quando sua imposição não visa unicamente à arrecadação de recursos financeiros,
mas, também, corrigir situações econômicas ou sociais anômalas.

3.1. Imposto: é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade
estatal, obtendo competência residual que é a permissão dada pela CF à União para a criação de novos impostos.
Tipos de Impostos:
 sobre o comércio exterior;
 sobre o patrimônio e a renda;
 sobre a produção e a circulação;
 sobre operações relativas a combustíveis, lubrificantes, energia elétrica e minerais e impostos
extraordinários;

3.2. Taxas: podem ser criadas e exigidas ela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, mas
limitados ao âmbito de suas respectivas atribuições. Têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia
ou a utilização efetiva ou potencial de serviço público específico ou posto a sua disposição.
Tipos de Taxas:
 taxas de polícia
 taxas de serviços

3.3. Contribuições de Melhoria: podem ser criadas e exigidas pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal, no
âmbito de suas respectivas atribuições, tendo em vista obras públicas de que decorram benefícios aos proprietários
de imóveis.

3.4. Contribuições “Parafiscais”: são certos tributos que ora são verdadeiros impostos, ora taxas, e às vezes, um
misto destas duas categorias e que por delegação, são arrecadadas por entidades beneficiárias. Ex.: as contribuições
arrecadadas pelo INSS, pelos Sindicatos, pela OAB e outras entidades profissionais ou econômicas.

3.5. Empréstimos Compulsórios: são tributos criados no caso de investimento público; possuem natureza
contratual.

# COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA #

01. Conceito: é a capacidade que têm União, estados, Distrito federal e Municípios, dada pela Constituição Federal,
de instituírem seus respectivos tributos. É a aptidão para criar in abstrato tributos, descrevendo legislativamente
(lei) todos os seus elementos (hipótese de incidência, sujeito ativo e passivo, base de cálculo e alíquota). Exercitar a
competência é dar nascimento, no plano abstrato, a tributos. Inclui a competência para aumentá-los, isentá-los,
diminuí-los, etc. Só as pessoas políticas tem competência tributária.

02. Características:

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 estabelecer um tratamento tributário especial pra os atos cooperativos praticados pelas sociedades
cooperativas;
 dirimir conflitos tributários entre as áreas federal, estadual e municipal;
 estabelecer normas sobre legislação tributária, definindo tributos e suas espécies, prefixando fato gerador,
contribuinte e base de cálculo de cada imposto, e delimitando as regras e procedimentos aplicáveis às
obrigações e ao crédito tributário;
 definir tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para empresas de pequeno porte,
inclusive regimes especiais ou simplificados;
 instituir regime único opcional de arrecadação dos impostos e contribuições da União, Estados, Distrito
federal e Municípios;
 estabelecer critérios especiais de tributação, com objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem
prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.

Segue, ainda, outras características inerentes à competência tributária, tais quais as abaixo relacionadas.

 privativa, cada pessoa política tem seus próprios tributos;


 incaducável, não está submetida a prazo para ser validamente exercitada (ex. impostos sobre grandes
fortunas);
 exercício facultativo, a pessoa política é livre para criar ou não o tributo – exceção ICMS que é de exercício
obrigatório;
 inaplicável, não pode ir além das raias constitucionais, só é possível alargamento por força constitucional,
admita por emenda;
 irrenunciável, pode deixar de exercitar mas, não pode abrir mão em definitivo. O legislador de hoje não pode
criar entraves para o de amanhã.
 Indelegável, não pode delegar o que recebeu por delegação, na verdade, o que se delega é a capacidade
tributária.

03. Competência da União: tem a competência para criar taxas, impostos e contribuições de melhoria.
 TAXAS – poderão ser cobradas tendo em vista o poder de polícia ou serviços prestados aos contribuintes ou
postos à sua disposição, no âmbito das respectivas atribuições da entidade;
 CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA – poderão ser cobradas dos proprietários de imóveis beneficiados por obras
públicas, no âmbito das respectivas atribuições;
 IMPOSTOS - são impostos federais :
• I I – Imposto de Importação;
• I E – Imposto de Exportação;
• I R – Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza;
• I P I – Imposto sobre Produtos Industrializados;
• I O F – Imposto sobre Operações Financeiras;
• I T R – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural;
• Impostos extraordinários de guerra;
• Novos impostos, pelo exercício da competência residual;

04. Competência dos Estados: competência para instituir taxas, impostos e contribuições de melhoria.

 são impostos estaduais:


• I C M S - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre prestações de Serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação;
• Imposto sobre a transmissão “causa mortis” e doação, de quaisquer bens ou direitos;
• I P V A – Imposto sobre a propriedade de Veículos automotores;
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• Imposto adicional de imposto de renda do que for pago à União;

05. Competência dos Municípios: competência para cobrar taxas, impostos e contribuições de melhoria.

 são impostos municipais:


• I P T U - Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana;
• Imposto sobre transmissão “inter vivos” a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis;
• I V V – Imposto sobre vendas a varejo de combustíveis e gasosos;
• I S S – Imposto sobre serviços de qualquer natureza;

06. Competência do Distrito Federal: este é também unidade federada e não apresenta divisão em municípios. Ele
mostra configuração própria e tem direito aos impostos estaduais e municipais. Pode instituir taxas e contribuições
de melhoria.

07. Ingresso Público: é todo aquele valor que entre para os cofres da União, dos Estados, Distrito Federal e
Municípios.

08. Receitas Públicas


8.1. Originárias: são aquelas obtidas através da exploração do próprio patrimônio da administração, por meio de
venda de bens ou serviços. Neste caso a administração atua sem exercer seu poder de soberania, não havendo, pois,
obrigatoriedade no seu pagamento elo particular. São portanto, receitas contratuais de direito privado, também
chamadas receitas patrimoniais.
8.2. Derivadas: são receitas que, para auferi-las, o Estado aciona sua condição de soberania, exigindo-as de forma
compulsória, explorando financeiramente bens pertencentes ao patrimônio de particulares. São coercitivamente
impostas aos cidadãos, construindo receitas obrigatórias de direito público.
Portanto, os tributos são ingressos públicos próprios derivados (receitas derivadas) que para alguns
doutrinadores são definidos como impostos, taxas e contribuições de melhoria e para outros também os
empréstimos compulsórios e as contribuições parafiscais.
Ressalta-se ainda a criação de novos tipos de contribuições que começam a surgir, como aquela criada pela
Emenda Constitucional n.º 39, de 19/12/2002, para o custeio do serviço de iluminação pública, a ser cobrada pelos
Municípios e pelo Distrito Federal, conforme artigo 149-A da CF/88.
O estudo dessas receitas tributárias ganhou tamanha importância e significado que acabou por fazer com
que surgisse, através de uma especialização dentro do Direito Financeiro, um novo ramo de direito público que é o
nosso Direito Tributário.

09. SUPER SIMPLES: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das
Empresas de Pequeno Porte. – Lei 9317/96, modificado pela Lei Complementar 126 de 2007. O super simples não é
um novo tributo, mas apenas uma forma simplificada, facultativa e favorecida de pagamento de impostos e
contribuições.
 PIS/PASEP
 CSSL - contribuição social sobre o lucro líquido;
 COFINS - contribuição para financiamento da Seguridade Social;
 contribuições para a Seguridade Social, referentes às parcelas devidas pelas empresas;
 e os impostos federais - IRPJ e IPI;
O ICMS e o ISS também poderão vir integrar o simples, mediante convênio entre a União e o Estado ou
Município interessado. Alíquotas: os percentuais a serem pagos sobre o movimento de cada mês variam de 3% a
7%. O percentual é fixado de acordo com a receita bruta auferida no ano-calendário até o Mês em referência. Se a
empresa é contribuinte de IPI acrescenta-se 0,5%. No caso de ICMS e ISS há também acréscimo de 0,5% até 2,5%. Os

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participantes do simples não podem se valer de incentivos fiscais, nem de créditos relativos ao IPI e ICMS. Também
não podem parcelar impostos.

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CAPÍTULO 03
Direito Comercial Empresarial
As Sociedades Empresárias e o Código Civil

O Novo Código Civil que passou a vigorar em nosso Ordenamento Jurídico, desde 10 de janeiro de 2003,
trouxe importantes modificações no âmbito do Direito Comercial e Empresarial, uma vez que revogou
expressamente a primeira parte do Código Comercial de 1850, restando vigente apenas a segunda parte que regula
o comércio marítimo.

Portanto, o Direito da Empresa passa a ser regulado pela codificação civil, na Parte Especial, no Livro II, dos
artigos 966 à 1.195. Este livro, por sua vez, é assim dividido:
a)Título I – Do empresário;
b)Título II – Da Sociedade;
c)Título III – Do Estabelecimento;
d)Título IV – Dos Institutos Complementares.

01. Definição de empresa:

"Empresa é a organização técnico-econômica que se propõe a produzir mediante a combinação dos diversos
elementos, natureza, trabalho e capital, bens ou serviços destinados à troca (venda), com esperança de realizar
lucros, correndo os riscos por conta do empresário, isto é, daquele que reúne, coordena e dirige esses elementos
sob sua responsabilidade."

02. Registro das Empresas: é regulado pela Lei 8.934/94 e pelo Decreto 1.800/96. NÃO É OBRIGATÓRIO. Registro de
empresas compreende o SINREM (Sistema Nacional de Registro de Empresas mercantis),o qual é composto dos
seguintes órgãos:

 o DNRC - Departamento Nacional de Registro de Comércio – subordinado ao MICT, com função de


supervisionar, fiscalizar e corrigir as Juntas Comerciais;
 Juntas Comerciais, órgãos da administração estadual com função executiva que inscrevem e registram os
comerciantes, nomeiam tradutores públicos e intérpretes comerciais.

03. Definição de empresário:

"Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção
ou a circulação de bens ou de serviços."
O empresário, pessoa física ou jurídica, é, destarte, o sujeito de direitos que organiza a empresa e assume o
risco do empreendimento, com profissionalidade.

3.1. Atividade rural como atividade empresarial:

Os artigos 970 e 971 dizem que a lei assegurará tratamento diferenciado e simplificado no tocante à inscrição e aos
efeitos, onde o empresário rural poderá requerer sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis
E terminante é o artigo 984, que assegura ao empresário rural inscrito no Registro Público de Empresas Mercantis de
sua sede, equiparação às sociedades empresárias, para todos os efeitos.

3.2. Atividade Intelectual, literária ou artística como atividade empresarial:

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O parágrafo único, do artigo 966, do Código Civil, dispõe não se considerar empresário "quem exerce profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo
se o exercício da profissão constituir elemento de empresa."

04. Capacidade para ser empresário:


No artigo 972, diz que "podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade
civil e não forem legalmente impedidos."

4.1. Capacidade para ser Empresário:

São aquelas pessoas capazes que realizam atos de comércio profissionalmente com intuito de lucro. São
requisitos:

 Capacidade Jurídica, ter capacidade legal para contratar;


 Exercer atos de comércio;
 Executar esse exercício em nome próprio (Comerciante Individual);
 Fazer do comércio sua profissão habitual.
 Maiores de 18 anos;
 Registrar o comércio na Junta Comercial.

Entretanto, são proibidos de se tornarem Empresários Individuais (firma individual):


 os militares;
 os magistrados;
 os médicos, através das farmácias, drogarias e laboratórios farmacêuticos;
 os funcionários públicos;
 os falidos, enquanto não forem legalmente reabilitados;
 os auxiliares do comércio;
 os proibidos legalmente, que são os: absolutamente incapazes – loucos de todo o gênero, surdos e mudos, os
ausentes declarados judicialmente e os menores de 16 anos; e, relativamente incapazes – pródigos, maiores
de 16 e menores de 18 anos e os silvícolas.

05. Atividades próprias do Empresário:

 Atividade industrial – destinada a produção de bens e serviços;


 Atividade intermediária - na circulação de bens;
 Atividade de transporte - terra, água e ar.
 Atividade bancária;
 Atividade seguradora.

06. Espécies de Empresário:

 Individual - atualmente a firma individual é denominada firma mercantil individual ou empresa individual. O
Empresário Individual é a própria pessoa física, respondendo com seus bens pelas obrigações que assumir em
nome da empresa. Ele exerce o comércio em nome próprio;
 Coletivo – são as sociedades comerciais ou empresa coletiva.

07. Perda da Condição de Empresário:

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 Morte – os bens do “de cujus” são arrolados, podendo ser decretada a falência do espólio (não tem
personalidade jurídica);
 Desistência Voluntária ou abandono – não se eximindo das conseqüências;
 Revogação da Autorização - por que a concedeu;
 Interdição - loucos, pródigos e prisioneiros;
 Falência.
08. Da responsabilidade dos sócios:

O Código Civil de 1.916 adotou essencialmente o princípio do "universitas distat a singulis", contemplando no
seu artigo 20 que "as pessoas jurídicas têm existência distinta da dos seus membros".

Neste contexto, o artigo 135, do Código Tributário Nacional, abrangia a responsabilidade pelos débitos
tributários aos sócios, diretores, gerentes e representantes das sociedades.

E, mais recentemente, o artigo 28, do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, trata expressamente da
desconsideração da personalidade jurídica da sociedade, quando, em linhas gerais, for obstáculo ao ressarcimento
dos prejuízos causados aos consumidores.

8.1. Sociedade entre cônjuges

Há ainda muita discussão sobre a possibilidade de cônjuges formarem uma sociedade comercial, tendo em
vista implicações quanto ao regime de bens. A lei 10.406/02 soterra tais discussões, ao dispor:
"Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham
casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória."

09. Estabelecimento empresarial e seus desdobramentos:

"Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por
empresário, ou sociedade empresária."

Os Estabelecimentos Comerciais, também chamados de Fundos de Comércio ou Aziendas, não são portanto o
local da atividade do comerciante, mas sim toda a construção intelectual das atividades, os equipamentos
(corpóreos e incorpóreos) que o empresário utiliza para desenvolver a sua atividade. São os móveis, utensílios,
marca, logotipo etc.

9.1. Nome Empresarial


"Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este
Capítulo, para o exercício de empresa.”
“Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das
sociedades simples, associações e fundações".

O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: somente pode adotar firma que deverá ter como base o seu nome civil, podendo ser
abreviado ou não na composição do nome empresarial, agregando-se ou não o ramo de atividade do mesmo.

A SOCIEDADE EM NOME COLETIVO: somente poderá adotar a firma, que deverá ter como base o nome civil de um,
alguns ou todos os sócios, por extenso ou abreviadamente, agregando-se o ramo de atividade ou não, sendo certo
que, se não utilizar-se o nome de todos os sócios, deverá ser finalizada a firma, com a expressão "e companhia" ou "&
Cia."

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AS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS LIMITADAS: poderão adotar quer firma, quer denominação, sendo que adotando
firma, seguir-se-á as mesmas regras anteriores, ou seja, base nome civil de um ou todos os sócios, com agregação do
ramo de atividade e a expressão "e companhia" ou "& Cia.", porém, no caso deste tipo societário deve-se inserir no
nome empresarial, quer firma, quer denominação a expressão "Limitada" ou sua abreviação "Ltda.". Se, a sociedade
limitada omitir em seu nome empresarial a expressão "limitada" terão seus sócios, responsabilidade solidária e
ilimitada na forma da lei.

A SOCIEDADE ANÔNIMA: só pode utilizar-se de denominação que deve, ainda, constar referência ao objeto social da
mesma, mais a locução "sociedade anônima" ou "S/A", no início, no meio ou ao final do nome empresarial, podendo
na forma da lei, adotar o nome civil do fundador.

ALTERAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL: pode o mesmo ser alterado a qualquer tempo, pela simples vontade dos
sócios, sendo certo que o Novo Código Civil determina quando esta alteração é obrigatória :

- Saída, retirada, exclusão ou morte de sócio cujo nome civil constava da firma social (Art. 1.165, Novo
Código Civil) ;
- Alteração da categoria do sócio, quanto à sua responsabilidade pelas obrigações sociais, se o seu nome
integrava o nome empresarial (art. 1.157, Novo Código Civil) ;
- Alienação do estabelecimento empresarial (o nome empresarial é alienável – art. 1.164);
- Alteração do tipo societário ;
- Pela homonímia de nomes empresariais já registrados (art. 1.163, Novo Código Civil).

CONSTITUIÇÃO DAS SOCIEDADES: DO CONTRATO SOCIAL

As sociedades empresárias nascem do encontro de vontade das pessoas, através do seguinte:


 "affectio societatis" (sociedade de pessoas);
 "pactum est duorum consensus atque convenio" ;
 da pluralidade de sócios.

Neste contexto o nosso Ordenamento Jurídico determina alguns requisitos de validade do Contrato Social,
elencados no art. 104 do Código Civil que reza :
"Art. 104 – A validade do negócio jurídico requer:
I – agente capaz ;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável ;
III – forma prescrita ou não defesa em lei”.

Desta feita, são cláusulas contratuais obrigatórias:

Tipo societário: devem os sócios, adequar-se a um dos tipos societários que o Novo Código Civil determina, sendo
pois, taxativo o rol (sociedade simples, sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade
limitada, sociedade anônima, sociedade em comandita por ações).

Objeto Social: devem os sócios determinar qual a atividade explorada economicamente pela sociedade empresária.

Capital Social: deverá ser especificado no contrato social como será formado o capital da sociedade, se por dinheiro
ou por bens suscetíveis de avaliação pecuniária.

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Responsabilidade dos Sócios: a responsabilidade dos sócios decorre do texto legal, deve ser mencionada no
contrato social para um melhor esclarecimento e conhecimento de todos os sócios que da sociedade façam parte e,
da mesma forma, para terceiros que contratarem com a sociedade.

Qualificação dos sócios: deve-se individualizar as partes qualificando-as civilmente transcrevendo, principalmente o
nome, nacionalidade, estado civil, domicílio e residência, numeração de RG e CPF de cada sócio pessoa física e, dos
sócios pessoas jurídicas, CNPJ e inscrição específica, se houver.

Nomeação do Administrador: item importante para os efeitos com terceiros, deve ser determinado no contrato
social quem administrará e responderá extra ou judicialmente em nome da sociedade. Poderá ser qualquer pessoa,
mesmo não sócio (administrador profissional), relembrando que, havendo sócio menor, este não poderá figurar
como administrador, e, nos tipos de sociedade como nome coletivo e comandita simples, não poderão ser
administradores pessoas estranhas ao quadro societário.

Nome empresarial: deve ainda, o contrato social trazer em seu bojo por qual nome empresarial a sociedade girará
relembrando os tipos firma ou denominação como visto anteriormente e na forma da lei.

Local da sede e foro: deverá ser mencionado no contrato social onde será a sede da sociedade empresária, bem
como o foro de eleição para dirimir de quaisquer questões oriundas ao contrato social.

Classificação das Sociedades Comerciais:

# Quanto à pessoa dos sócios:

a) Sociedades de Pessoas: são aquelas em que as qualidades pessoais dos sócios são imprescindíveis, são mais
importantes para a existência da sociedade do que a contribuição material por eles prestada. Em geral, estas
sociedades cercam-se de menor formalismo constituindo-se por meio de contratos particulares. São desta categoria:
a sociedade em nome coletivo, sociedade em conta de participação, sociedades por cotas de responsabilidade
limitada e sociedade em comandita simples. O sucessor, herdeiro ou cônjuge sobrevivente, passa à condição de
sócio, desde que com a concordância dos demais sócios. Não havendo concordância, opera-se a dissolução parcial
da sociedade.

b) Sociedades de Capital: o interesse nestas reside, não nas qualidades pessoais dos sócios, mas no quanto cada um
participa no capital social da empresa. Vige nelas o princípio da livre circulação da participação societária. Em se
tratando das sociedades de capital, destacam-se: sociedades em comandita por ações e sociedade anônima.

c) Sociedades Híbridas Ou Mistas: as sociedades mistas valorizam tanto as qualidades pessoais dos sócios, quanto o
capital que os mesmos trazem a sociedade. Quanto à sociedade mista, cita-se o exemplo da sociedade de capital e
indústria.

# Quanto ao regime de constituição e dissolução em :

a) Sociedades Contratuais: o ato constitutivo é o contrato social, realizado entre os sócios e devidamente registrado
na Junta Comercial. Para sua dissolução existem outras causas além da vontade da maioria. Os herdeiros do sócio
que faleceu entram na sociedade se assim o quiserem. Cita-se o exemplo das sociedades de pessoas e cotas limitada.

b) Sociedades Institucionais: o seu instrumento disciplinar das relações sociais é o Estatuto Social. Os herdeiros do
sócio que faleceu, necessariamente passam a integrar o quadro de acionistas. São deste tipo a sociedade anônima e
a comandita por ações.

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# Quanto à responsabilidade dos sócios em:

a) Sociedade Ilimitada: os sócios respondem ilimitadamente e solidariamente pelas obrigações sociais. Neste caso,
revela-se a chamada sociedade solidária, pois todos os sócios obrigam-se perante terceiros com os seus patrimônios
pessoais. Desta classe temos a sociedade em nome coletivo.

b) Sociedade Limitada: a responsabilidade do sócio é limitada e subsidiária ao total do capital social não integralizado
que ele subscreveu. Quando um sócio ingressa numa sociedade comercial ele deve contribuir para os fundos sociais.
Ao prometer pagar determinada quantia, o sócio está subscrevendo uma parte do capital social. Na medida em que
for pagando o que subscreveu, diz-se que ele está integralizando a sua participação societária. São desta categoria a
sociedade por cotas de responsabilidade limitada e a sociedade anônima.

c) Sociedade Mista: há tanto um como outro tipo de sócio, isto é, uma parte dos sócios têm responsabilidade
limitada e subsidiária, a outra parte ilimitada e solidária. São exemplos: a comandita simples, de capital e indústria,
comandita por ações.

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