Roteiro de aula (Data: ___/___/_____)
Biologia (Profa Cleide Leite)
Módulo 5
Assunto Herança dos grupos sanguíneos
1. Sistema ABO
É um exemplo de alelos múltiplos na
espécie humana, por possuir os alelos (IA, IB
e i), havendo codominância (entre os
alelos IA e IB) e dominância completa (do
alelo IA sobre o alelo i; e do alelo IB sobre o
alelo i).
No Sistema ABO há quatro tipos (ou
grupos) de sangue A, B, AB e O que são
caracterizados pela presença ou não de
certas substâncias: aglutinogênios (do tipo
A e B, na membrana das hemácias) e
aglutininas (do tipo anti-A e anti-B, no
plasma sanguíneo).
Há incompatibilidade entre os grupos
sanguíneos devido a uma reação
imunológica entre substâncias dissolvidas
no plasma sanguíneo e substância
presentes na membrana das hemácias: As
aglutininas (substâncias aglutinadoras no
plasma) e os aglutinogênios (substâncias
aglutinógenas na membrana das hemácias).
As aglutininas são anticorpos capazes de
reagir com certos polissacarídeos da
membrana plasmática das hemácias, os
aglutinogênios.
Grupo Genótipo Aglutinogênio Aglutinina
(fenótipo) (nas (no
hemácias) plasma)
A IAIA; IAi; A Anti-B
B IBIB; IBi; B Anti-A
AB IAIB; AB ----
O ii ---- Anti-A
Anti-B
Relação de dominância: IA = IB > i
AB positivo é o receptor universal;
O negativo é o doador universal;
OBS.: O alelo IA codifica uma enzima que
catalisa a reação de conversão da
substância precursora H no aglutinogênio A;
O alelo IB codifica uma enzima ligeiramente
diferente, que catalisa a reação de
conversão da substância precursora H no
aglutinogênio B; O alelo i é inativo e não
consegue transformar o precursor H em
nenhum componente da membrana das
hemácias.
A síntese do precursor H depende de
outro gene que possui alelo recessivo raro
h, não funcional. Pessoas homozigotas hh
não produzem o precursor H e, na ausência
deste, não há produção de nenhum dos
aglutinogênios (A, B e AB) mesmo que a
pessoa seja portadora dos alelos IA ou IB.
Desta forma, elas são erroneamente
classificadas como pertencentes ao grupo
O, mas geneticamente, elas não pertencem
a esse grupo.
Aparentar ser do grupo O pelo fato de
não produzir o precursor H é conhecido
como “Efeito BOMBAIM” ou “Fenótipo
BOMBAIM”, por ter sido descrito
originalmente nessa cidade da Índia
(Bombaim).
2. Sistema MN
Grupo Genótipo antígenos nas
(fenótipo) hemácias
M AgMAgM Antígeno M
N AgNAgN Antígeno N
MN AgMAgN Antígeno M e N
OBS.: Não há restrições de transfusões,
pois as pessoas não possuem aglutininas
contra os antígenos M e N, naturalmente
em seu plasma sanguíneo.
Na transfusão sanguínea a
sensibilização é praticamente nula, com
uma produção muito baixa de anticorpos.
Em geral não ocorrem problemas maiores.
Entretanto a pesquisa do Sistema MN tem
maior valor na medicina legal, como na
exclusão de paternidade
3. Sistema Rh
Ao injetar hemácias do macaco reso
(Macaca rhesus ou Macaca mullata) em
coelhos, obteve-se um anticorpo anti-Rh
(anti-rhesus). Ao ser testado em humanos,
esse anticorpo “anti-Rh” provocava
aglutinação das hemácias em 85% das
pessoas, as Rh+ (Rh positivas), que
apresentavam antígenos semelhantes ao
dos macacos, nas suas hemácias e 15%
das pessoas testadas não reagiam aos
anticorpos “anti-Rh”, eram as Rh- (Rh
negativas).

Os grupos sanguíneos do Sistema Rh
(Rh e Rh-) são condicionados por dois
+
alelos (R e r) com dominância completa.
Logo, as pessoas portadoras de pelo menos
um alelo dominante R (com genótipos RR
ou Rr) apresentam o fator Rh em suas
hemácias e possuem o fenótipo Rh+.
Pessoas homozigóticas recessivas rr não
têm o fator Rh e possuem o fenótipo Rh-.
Logo, uma pessoa Rh- só produz anticorpos
anti-Rh se for sensibilizada (se receber
hemácias portadoras do fator Rh, ou seja
hemácias de pessoas Rh+).
3.1 Eritroblastose fetal/ Doença hemolítica
do recém-nascido (DHRN)
Uma pessoa Rh- só produz anticorpos
“anti-Rh”, se for sensibilizada (transfusão
ou parto de uma criança Rh+). A próxima
criança gerada Rh+ terá hemácias fetais
destruídas, processo que continua no
recém-nascido, levando ao acúmulo de
bilirrubina no sangue, que resulta em
icterícia (pele amarelada) e, por ser
lipossolúvel, ainda pode acarretar danos ao
sistema nervoso da criança.
Para compensar as hemácias destruídas
pelos anticorpos “anti-Rh”, ocorre a
produção e liberação de eritroblastos
(hemácias imaturas) na circulação do
recém-nascido, por isso a doença é
chamada Eritroblastose fetal ou Doença
Hemolítica do Recém-nascido (DHRN)
referindo-se à destruição de hemácias
(hemólise) causada pelo anti-Rh.
Hoje, a mulher que vai dar a luz a uma
criança Rh+ recebe até as primeiras 72h
após o parto, uma injeção intravenosa de
anticorpos “anti-Rh” (gamaglobulina anti-
Rh, Mathergan, Partogama, Rhophylac ou
RhoGAM), os quais destroem as hemácias
fetais Rh+ que penetram na circulação
materna, durante o parto, evitando que elas
causem sensibilização na mulher e
complicações nas gestações seguintes.
Grupo Genótipo antígenos nas
(fenótipo) hemácias
Rh + RR; Rr Tem o fator Rh
Rh - rr Não tem o fator Rh
Assunto: Noções de probabilidade
Probabilidade: Chance de um evento
ocorrer, entre dois ou mais eventos
possíveis.
Ex.1.: A probabilidade de uma moeda cair
com a face “cara” é 50% e com a face
“coroa” é 50%.
Ex.2.: A probabilidade de um dado cair com
a face número 6 é 1/6; número 5 é 1/6;
número 4 é 1/6; número 3 é 1/6; número 2 é
1/6 e número 1 é um 1/6, pois o dado tem
seis faces.
Ex. 3: A probabilidade de sortear um “ás de
ouro” em um baralho é 1/52, pois o conjunto
de possibilidades é formado por 52 cartas,
cada uma com igual chance de ser
sorteada.
Evento aleatório: É a ocorrência de um
dos eventos possíveis.
Ex.1: Obtenção de “cara” no lançamento de
uma moeda.
Ex.2: Sorteio de um “ás de ouro” no
baralho.
Ex.3: Obtenção da “face 6” no lançamento
de um dado.
Eventos independentes: Quando a
ocorrência de um evento não afeta a
probabilidade de outro evento ocorrer.
Ex1.: Obter “cara” ao lançar uma moeda
não aumenta nem diminui a chance de sair
“cara” em um novo lançamento da mesma
moeda, ou de outra moeda qualquer.
Ex2.: O nascimento de uma criança com
determinado genótipo é um evento
independente do nascimento de outros
filhos.
Regra do “E”: A probabilidade de dois ou
mais eventos independentes ocorrerem
conjuntamente é igual ao produto das
probabilidades de eles ocorrerem
separadamente.
Ex.1: A probabilidade de obtermos duas
vezes a face “cara” (ou seja, sair a face
“cara” no primeiro lançamento e a face
“cara” no segundo lançamento) é 1/2 x 1/2=
1/4.
Ex.2: A probabilidade de um casal ter dois
filhos do sexo masculino é 1/2 x 1/2= 1/4
Regra do “OU”: A probabilidade de dois
eventos mutuamente exclusivos ocorrerem
(ou seja, ocorrendo um, o outro não ocorre)
é igual a soma das probabilidades de
ocorrer cada um dos eventos isoladamente.
Ex.1: A probabilidade de ocorrer a “face 1”
ou a “face 6” no lançamento de um dado é
1/6 + 1/6 = 2/6 = 1/3.
Exercício de treinamento:
1- Qual a probabilidade de se obter “cara” e
“coroa” no lançamento de duas moedas?
2- Qual a probabilidade de um casal, que
quer ter dois filhos, ter uma menina e um
menino?
3- Qual a probabilidade de uma casal, que
quer ter três filhos, ter dois meninos e uma
menina?
4- O albinismo tipo I, na espécie humana, é
condicionado por um alelo recessivo. Pedro
apresenta pigmentação normal na pele e
seus pais também são normais. Sua avó
materna e seu avô paterno, porém são
albinos. Maria também apresenta
pigmentação normal na pele e por parte de
mãe nunca houve, nem na mais remota
ancestralidade, qualquer caso de albinismo.
O pai de Maria também é normal, mas seu
avô paterno é albino. Pedro e Maria
procuram um geneticista para pedir
esclarecimento e aconselhamento genético.
O casal tinha as seguintes perguntas:
a) Há alguma chance de termos um filho
albino?
b) Se tivermos um filho albino qual a
probabilidade de termos um outro, também
albino?