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Magazine Luiza capta R$ 926 mi em

abertura de capital
Apesar da demanda pelas ações da empresa ter sido 50% superior à oferta, papéis
saíram no patamar mínimo de preço, a R$ 16
Jornal O Estado de São Paulo
29 de abril de 2011 | 0h 00

A varejista Magazine Luiza protagonizou ontem a segunda maior oferta pública inicial
de ações de 2011, com a captação de R$ 925,785 milhões. O preço por ação definido
no IPO (na sigla em inglês) ficou em R$ 16 - o piso da faixa indicativa, que ia até R$ 21.
Mas, ao contrário da maior parte das aberturas de capital realizadas neste ano, a
empresa não teve dificuldades para viabilizar a oferta, que contou com uma demanda
pelo menos 50% maior que a oferta, conforme apurou a Agência Estado.

A participação dos estrangeiros no IPO, no entanto,


acabou frustrando as expectativas. Ao contrário do que
ocorre na maioria das ofertas, até terça-feira os
estrangeiros respondiam por apenas 30% das reservas,
segundo uma fonte. No último dia, segundo uma outra
fonte, essa participação subiu para 50% - ainda assim,
abaixo da média das aberturas de capital no País.
Como as últimas apresentações da companhia foram
feitas nos Estados Unidos, esperava-se uma entrada
muito grande de pedidos nos últimos dias, o que
acabou não acontecendo. Com isso, a projeção de que o
preço por ação sairia pelo menos no centro da faixa
indicativa não se concretizou.

Sergio Neves/AE
Expansão. Nos últimos dois anos, o número de lojas do Magazine Luiza subiu de 444
para 604

Para o coordenador do Programa de Administração do Varejo (Provar) da USP, Cláudio


Felisoni, a rede teve dificuldades para atingir o volume esperado, de R$ 1,4 bilhão,
porque a abertura de capital, tentada há tanto tempo pela empresa, acabou saindo
num momento pouco favorável. "Estamos num período em que existem algumas
incertezas em relação ao curso do mercado de consumo, com uma clara tendência de
desaceleração", diz o consultor. "O outro aspecto pode estar relacionado a episódios
anteriores, em que o Magazine não se mostrou bem-sucedido em ações de aquisição."
Isso, segundo ele, pode ter suscitado certa desconfiança por parte dos investidores.

Planos. O Magazine Luiza pretende usar os recursos captados no IPO para investir em
abertura e reforma de lojas e aquisições de empresas do setor de varejo e de comércio
eletrônico, além de reforçar o capital de giro. A operação inclui ainda a venda de parte
das ações que pertencem aos atuais sócios, entre eles o fundo Capital International.

A empresa promoveu um grande esforço para atrair o pequeno investidor para o IPO,
com direito a campanhas publicitárias estreladas por Luiza Helena e um pedido na
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para reduzir o valor mínimo de investimento,
de R$ 3 mil para R$ 1 mil. A companhia também ofereceu um incentivo para que os
funcionários participassem da oferta, concedendo um desconto de 15% sobre o preço
da ação.

Na avaliação de uma analista, as ações do Magazine Luiza chegam ao mercado


atrativas em relação às demais companhias do setor, como Pão de Açúcar. "Mas, como
a empresa opera principalmente com produtos da chamada linha branca, é mais
suscetível a eventuais medidas de restrição ao crédito", diz.

São Paulo. Durante as apresentações, restritas a grandes investidores, a companhia


destacou o potencial de crescimento da rede em São Paulo e a consolidação na Região
Nordeste.

Nos últimos dois anos, o número de lojas do Magazine Luiza subiu de 444 para 604.
Além da expansão esperada para os próximos anos, a companhia possui margens
superiores à média do setor, segundo a analista. O Magazine Luiza estreia no pregão
da BM&FBovespa com valor de mercado de R$ 3 bilhões. Além do lote principal, a
empresa registrou o suplementar, que, se não for exercido em até 30 dias, reduzirá o
valor da oferta para R$ 805 milhões.

O início das negociações com as ações da companhia está previsto para segunda-feira,
sob o código "MGLU3". O Itaú BBA é o coordenador líder do IPO. O banco atua na
operação ao lado de BTG Pactual e BB Banco de Investimento.

A primeira loja Magazine Luiza foi fundada pelo casal Luiza Trajano e Pelegrino José
Donato em 1957, na cidade de Franca, interior de São Paulo. Hoje, a rede possui 604
lojas e oito centros de distribuição em 16 Estados.

A atual diretora-presidente do Magazine Luiza é sobrinha da fundadora e assumiu a


empresa por seu conhecimento e interação com a cultura da tia. Luiza Helena
trabalhou desde os 12 anos de balconista e cresceu dentro da empresa. Em 1991,
quando a fundadora demonstrou vontade de deixar a gestão, não teve dúvida em
indicar Luiza Helena para tomar a frente dos negócios.

O segredo da expansão da rede é o profissionalismo que toma frente aos negócios.


Quando a sobrinha assumiu o papel da fundadora não permitiu que os egos familiares
se sobressaltassem e fez com que seus funcionários tivessem presença ativa nas
decisões dos cargos de todos os parentes.

Há nove anos a rede de lojas Magazine Luiza está na lista dos dez melhores lugares
para se trabalhar no Brasil.

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