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PRAÇA DA REPÚBLICA, 80 – SALA 408
7399 9873
Classificação dos atos administrativos
Hely Lopes Meirelles.
1. Quanto aos seus destinatários
a. Atos Gerais: Também chamados de atos regulamentares. São aqueles expedidos sem destinatários
determinados, com finalidades normativas, alcançando todos os sujeitos que se encontrem na mesma
situação de fato abrangida por seus preceitos. São atos de comando abstrato e impessoal, semelhantes aos
da lei, e, por isso mesmo, revogáveis a qualquer tempo pela administração, mas inatacáveis por via
judicial, a não ser pelo questionamento da constitucionalidade. Somente quando os preceitos abstratos dos
atos gerais são convertidos pela administração em providências concretas e específicas de execução é que
se tornam impugnáveis por quem se sentir lesado pela atuação administrativa. Ex: Regulamentos,
instruções normativas, circulares ordinatórias de serviços. Os atos gerais prevalecem sobre os atos
individuais. Quando de efeitos externos dependem de publicação no órgão oficial para entrar em vigor e
produzir seus resultados jurídicos.
b. Atos Individuais (especiais): São todos aqueles que se dirigem a destinatários certos, criando‐lhes
situação jurídica particular. O mesmo ato pode abranger um ou vários sujeitos, desde que sejam
individualizados. Tais atos, quando de efeitos externos, entram em vigência pela publicação no órgão
oficial, e, se de efeitos internos ou restritos a seus destinatários, admitem comunicação direta, para início
de sua operatividade ou execução. Ex: Decretos de desapropriação, de nomeação, de exoneração.
2. Quanto ao seu alcance:
a. Internos: São os destinados a produzir efeitos no recesso das repartições administrativas, e por isso
mesmo incidem, normalmente sobre os órgãos e agentes da administração. Ex: Portarias e instruções
ministeriais. Os atos internos podem ser gerais ou individuais. Não dependem de publicação oficial para
sua vigência.
b. Externos: São todos aqueles que alcançam os administrados, os contratantes e, em certos casos os
próprios servidores, provendo sobre seus direitos, obrigações, negócios e conduta perante a
administração.
3. Quanto ao seu objeto os
a. Atos de Império ou de Autoridade: São todos aqueles que a administração pratica usando de sua
supremacia sobre o administrado ou servidor. Impõe obrigatório atendimento. Ex: É o que ocorre nas
desapropriações, nas interdições de atividade. Podem ser gerais ou individuais, internos ou externos, mas
sempre unilaterais.
b. Atos de Gestão: São os que a administração pratica sem usar de supremacia sobre os destinatários.
Tal ocorre nos atos puramente de administração dos bens e serviços públicos e nos negociais com
particulares, que não exige coerção sobre os interessados. Esses atos serão sempre “de administração”, mas
nem sempre “administrativos típicos”.
c. Atos de Expediente: São todos aqueles que se destinam a dar andamento aos processos e papéis que
tramitam pelas repartições públicas. São atos de rotina interna, sem caráter vinculante e sem forma
especial.
4. Quanto ao seu regramento
a. Atos Vinculados ou Regrados: São aqueles para os quais a lei estabelece requisitos e condições de sua
realização. Por imposição legal, absorvem quase por completo a liberdade do administrador, uma vez que
sua ação fica adstrita aos pressupostos estabelecidos pela norma legal para a atividade administrativa.
Desatendido qualquer requisito, compromete a eficácia do ato praticado. Tratando‐se de atos vinculados
ou regrados, impõe‐se à administração o dever de motivá‐los, no sentido de evidenciar a conformação de
sua prática com as exigências de requisitos legais.
b. Atos Discricionários: São os que a administração pode praticar com liberdade de escolha de seu
conteúdo, de seu destinatário, de sua conveniência, de sua oportunidade e do modo de sua realização. A
rigor, a discricionariedade não se manifesta no ato em si, mas no poder de a administração praticá‐lo pela
maneira e nas condições que se repute mais convenientes ao interesse público. O poder discricionário não
autoriza nem legitima medidas arbitrárias.
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AULAS DE EXERCÍCIOS PARA CONCURSOS ‐ DIREITOS
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5. Quanto à formação
a. Ato Simples: É o que resulta da manifestação de vontade de um único órgão unipessoal ou colegiado.
Ex: Despacho de um chefe.
b. Ato Complexo: É o que se forma pela conjugação de vontade de mais de um órgão administrativo. O
essencial nesta categoria de atos é o concurso de vontades de órgãos diferentes para a formação de um
único ato. Ex: A investidura de um funcionário é ato complexo consubstanciado na nomeação feita pelo
chefe do executivo e complementado pela posse e o exercício dado pelo chefe da repartição em que vai
servir o nomeado
c. Ato Composto: É o que resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação por parte
de outro, para se tornar exeqüível. Ex: Uma autorização que dependa do visto de uma autoridade
superior. Em tal caso a autorização é o ato principal e o visto é o complementar.
6. Quanto ao conteúdo
a. Ato Constitutivo: É o que cria uma nova situação jurídica individual para seus destinatários em
relação à administração. Ex: Licenças, nomeações de funcionários, sanções administrativas.
b. Ato Extintivo ou Desconstitutivo: É o que põe termo a situações jurídicas individuais. Ex: Cassação
de autorização, Encampação de serviço de utilidade pública.
c. Ato Declaratório: É o que visa preservar direitos, reconhecer situações pré‐existentes ou, mesmo,
possibilitar seu exercício. Ex: Expedição de certidões.
d. Ato Alienativo: É o que opera a transferência de bens ou direitos de um titular a outro.
e. Ato Modificativo: É o que tem por fim alterar situações pré‐existentes, sem suprimir direitos ou
obrigações, como aqueles que alteram o horário, percursos, locais de reunião.
f. Ato Abdicativo: É aquele pelo qual o titular abre mão de um direito.
7. Quanto à eficácia
a. Ato Válido: É o que provém de autoridade competente para praticá‐lo e contém todos os requisitos
necessários à sua eficácia. O ato válido pode, porém, ainda não ser exeqüível, por pendente de condição
suspensiva ou termo não verificado.
b. Ato Nulo: É o que nasce afetado de vício insanável por ausência ou defeito substancial em seus
elementos constitutivos ou em seu procedimento. A nulidade pode ser explícita ou virtual. Explicita:
quando a lei a culmina expressamente, indicando os vícios que lhe dão origem. É virtual quando a
invalidade decorre da infringência de princípios específicos de direito público, reconhecidos por
interpretação das normas concernentes ao ato. Em qualquer desses casos não produz efeito válido entre as
partes. A nulidade deve ser reconhecida e proclamada pela administração ou pelo judiciário, não sendo
permitido ao particular negar exeqüibilidade ao ato administrativo ainda que nulo. A declaração de
nulidade ou invalidade opera “EX TUNC”, isto é, retroage à sua origem e alcança todos os seus efeitos
passados presentes e futuros em relação às partes, só se admitindo exceção para com os terceiro de boa fé.
A Lei 9784/99 admite a convalidação do ato administrativo: “em decisão na qual se evidencie não
acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis
poderão ser convalidados pela própria administração”.
c. Ato Inexistente: É o que apenas tem aparência de manifestação regular da administração, mas não
chega a aperfeiçoar‐se como ato administrativo. Ex: Ato praticado por um usurpador de função pública.
Equipara‐se ao ato nulo.
8. Quanto a sua exeqüibilidade
a. Ato Perfeito: É aquele que reúne todos os elementos necessários à sua exeqüibilidade ou
operatividade, apresentando‐se apto e disponível para produzir seus efeitos regulares.
b. Ato Imperfeito: É o que se apresenta incompleto na sua formação ou carente de um ato
complementar para tornar‐se exeqüível e operante.
c. Ato Pendente: É aquele que, embora perfeito, por reunir todos os elementos de sua formação, não
produz seus efeitos, por não verificado o termo ou condição de que depende sua exeqüibilidade ou
operatividade. O ato pendente pressupõe sempre o ato perfeito.
d. Ato Consumado: É o que produziu todos os seus efeitos tornando‐se, por isso mesmo, irretratável ou
imodificável por lhe faltar objeto.
9. Quanto a retratabilidade
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a. Ato Irrevogável: É aquele que se tornou insuscetível de revogação, por ter produzido seus efeitos ou
gerado benefício subjetivo ao beneficiário ou, ainda, por resultar de coisa julgada administrativa.
b. Ato Revogável: É aquele que a administração, e somente ela, pode invalidar, por motivo de
conveniência, oportunidade ou justiça (mérito administrativo). Nesses atos devem ser respeitados todos os
efeitos já produzidos. A revogação ela ocorre “EX NUNC” (não retroage).
c. Ato Suspensível: É aquele em que a administração pode cessar seus efeitos, em determinadas
circunstâncias ou por certo tempo, embora mantendo o ato, para oportuna restauração de sua
operatividade.
10. Quanto ao modo de execução
a. Auto‐Executório: É aquele que traz em si a possibilidade de ser executado pela própria administração,
independentemente de ordem judicial.
b. Não Auto‐Executório: É o que depende de pronunciamento judicial para produção de seus efeitos
finais, tais como ocorre com a divida fiscal quando a execução é feita pelo poder judiciário, quando
provocado pela administração interessada na sua efetivação.
11. Quanto ao objetivo visado pela administração
a. Ato Principal: É o que encerra a manifestação de vontade final da administração.
b. Ato Complementar: É o que aprova ou ratifica o ato principal para dar‐lhe exeqüibilidade.
c. Ato Intermediário ou preparatório: É o que concorre para formação de um ato principal e final.
d. Ato‐Condição: É todo aquele que se antepõe a outro para permitir a sua realização. Destina‐se a
remover o obstáculo a pratica de certas atividades. Ex: O concurso é ato‐condição da nomeação efetiva.
e. Ato de Jurisdição ou Jurisdicional: É todo aquele que contém decisão sobre matéria controvertida.
12. Quanto aos efeitos
a. Ato Constitutivo: é aquele pelo qual a administração cria, modifica ou suprime um direito do
administrado ou seus servidores.
b. Ato Desconstitutivo: É aquele que desfaz uma situação jurídica pré‐existente.
c. Ato de Constatação: É aquele que a administração verifica e proclama uma situação fática ou jurídica
ocorrente
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