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Helen Campos Ferreira (Enfermeira, Doutora em Enfermagem / USP; Profª. Adjunta da Escola de
Enfermagem Aurora de Afonso Costa / UFF; Professora do Curso de Especialização Enfermagem
Home Care- UFF; Presidente do Comitê de Ética da SOBEHC.
Introdução
Desenvolvimento
O Sistema Único de Saúde (SUS) para poder garantir acesso universal e cobertura
para todos precisa passar por um rápido redirecionamento no seu curso, de forma que
sejam desenvolvidas as atividades de saúde não só nos níveis mais básicos do cuidado,
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Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho em Assistência Domiciliar, Ministério da Saúde, Brasília,
21/05/01. Publicado na revista Enfermagem Atual, v. 1, n.4, p. 35-8, 2001.
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mas também nos mais complexos. Neste sentido, a implantação de serviços de saúde
domiciliar pode ser, no nosso entendimento, a estratégia que possibilitará um maior
aproveitamento dos leitos hospitalares e um melhor atendimento das necessidades
terapêuticas dos grupos humanos na comunidade.
Para que o hospital deixe de ser tanto a porta de entrada quanto a principal
instituição do sistema de saúde, entendemos que não basta a implantação, em nível
nacional, do Programa Saúde da Família (PSF), em que pese a sua finalidade de
promoção da saúde, prevenção da doença no cliente e sua família e o tratamento da
doença no âmbito do domicílio.
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Para que o plano de cuidados seja implementado pelo cuidador familiar faz-se
necessário o treinamento quanto aos procedimentos simples necessários ao cuidado.
Neste nível são enfatizadas as ações educativas. Os cuidados de média complexidade,
se necessários, são executados pelo enfermeiro, assim como a supervisão do cuidado e
a avaliação do resultado, por meio das visitas domiciliares. Assim, o enfermeiro
especialista em Home Care e o serviço de saúde domiciliar tornam-se a interface entre a
unidade básica e a rede hospitalar, implementando as terapias médicas, no próprio
domicílio do cliente ou, quando necessário, nos locais para cuidados primários:
consultórios de enfermagem, clínicas comunitárias, entre outros.
ATRIBUIÇÕES
No nível do domicílio:
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No nível da administração
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Ainda que haja muitos impostos incidindo sobre os salários, podemos adiantar
que as despesas com uma equipe de enfermagem, constituída por seis enfermeiros e
técnicos especialistas em Home Care, são sobejamente compensadas pela economia de
70% trazida pelo cuidado domiciliar quando comparado às despesas com a internação
hospitalar2.
LIMITES
No nível do domicílio:
RESPONSABILIDADES:
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No Brasil, o maior salário médio para o enfermeiro é pago no estado de São Paulo (R$1.200,00). O valor
médio de uma diária para internação em unidade de cliníca médica é de R$ 350,00. As despesas referentes
a um dia de trabalho de seis enfermeiros de uma unidade de assistência domiciliar, em nível básico,
compreendem R$ 240,00, bem menos do que a diária de R$350,00 para a internação em clínica médica de
um dos 78 clientes (em média) atendidos pelo serviço. Por um dia de internação para os 78 clientes, a
sociedade gastaria R$ 27.300,00 pela diária. Este cálculo simplório nos dá uma pálida idéia da mais-valia
no setor saúde.
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LIMITAÇÕES
No nível da comunidade:
Cabe observar ainda que com os avanços tecnológicos tanto na área da saúde,
quanto na área de comunicação, inúmeros cuidados hospitalares podem ser prestados
no domicílio do cliente, à distância do hospital. Vários estudos já comprovaram os
benefícios da internação domiciliar. Porém, reiteramos que esta modalidade de
assistência coloca o enfermeiro numa posição de destaque profissional exigindo dele
capacidade de decisão e autonomia. Para tanto, ele deve ter uma preparação muito
sólida, em nível de pós-graduação, tendo em vista que a maior parte das decisões sobre
os cuidados será tomada por sua iniciativa e sob sua responsabilidade técnica e legal.
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Cabe ressaltar que para a realização das atribuições neste nível intermediário de
assistência, o COFEN (1996) determina uma média de 4,9 horas de enfermagem,
mantendo a mesma proporção do nível primário para a composição da equipe de
enfermagem. Neste nível, a razão enfermeiro/cliente deve ser de 1:8 para a assistência
domiciliar.
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Considerações finais
Em síntese, a análise dos níveis de atenção à saúde nos faz compreender porque
80% das ações de saúde devem acontecer fora da instituição hospitalar. Diante do fato
de que estas ações são dirigidas à resolução das respostas dos indivíduos (homens,
mulheres), famílias, grupos humanos (trabalhadores, escolares, etc), nas diversas fases
do ciclo vital (recém-nato, adolescentes, gestantes, idosos, etc), a u problema de saúde
ou a uma alteração no processo vital, vemos que o enfermeiro especialista em Home
Care tem muito a propor e a desempenhar, seja vinculado à uma instituição de saúde,
pública ou privada, seja autonomamente ou em cooperativa.
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É bem verdade que não temos ainda no âmbito da profissão uma cultura
referente ao exercício liberal e a autonomia. Mas a demanda da sociedade pode, em
pouco tempo, mudar o antigo comportamento. As empresas de enfermagem que já
atuam no setor podem atestar sobre o potencial de mercado de trabalho na área de
saúde domiciliar. Neste sentido, incluímos no currículo do curso de especialização de
enfermagem em Home Care um módulo sobre empreendedorismo empresarial com o
objetivo de sensibilizar o enfermeiro para a atividade liberal.
Conclusão
Para finalizar, quanto aos conceitos e terminologias, vimos que a saúde domiciliar
deve prestar serviços especializados no domicílio do cliente para tratamento de sua
doença ou problema de saúde. Conforme o nível de atenção, o enfermeiro realiza a visita
domiciliar (primário), o seguimento ou internação domiciliar para os clientes com
problemas de pequena complexidade (secundário) e a internação domiciliar (terciário)
para os clientes de média complexidade.
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Referências Bibliográficas
BARROS, S.R.T.P. de; BRÁZ, M.G.; CRUZ, I.C.F. da Pós-graduação em Home Care: uma
exigência pela qualidade. Revista Brasileira de Home Care, , p. 34-36, dezembro, 1999.
BRENAN, S.; COCHRAN, M. Differentiating Community Healthcare and Home Health Care.
Home Healthcare Nurse, v. 16, n5, 1998. Disponível na www.nursingcenter.com,
12/05/01.
CRUZ, I.C.F. da; BARROS, S.R.T.P. de. Atendimento Domiciliar na Ótica do Enfermeiro
Especialista.Apresentado no 3o. Encontro COREN-SP e Sociedades de Especialistas em
Enfermagem, São Paulo, 2000.
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