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SMS / HST – Módulo I – HIGIENE DO TRABALHO

DEPARTAMENTO V
PROFESSOR: Eduardo Marinho Barbosa

CURSO: ____________________________________________ TURMA: ________

ALUNO (A): _____________________________________________________

ASPECTOS LEGAIS
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – promulgada em 5 de outubro de 1988.

 A Medicina e Segurança do Trabalho são matérias consideradas pela Constituição Federal como
Direitos e Garantias Fundamentais, estando incluída nos Direitos Sociais – Vide título II, capítulo
II, artigo 6º e artigo 7º da Constituição – que dispõe, sobre segurança e saúde dos trabalhado-
res:
Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na for-
ma desta Constituição.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e seguran-
ça;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma
da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

 O Ministério do Trabalho, através da Portaria 3.214 de 08 de Junho de 1978, aprovou as Nor-


mas Regulamentadoras (NRs), de acordo com o Cap. V do Título II da CLT, relativas à Segurança e
Medicina do Trabalho.

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NORMAS REGULAMENTADORAS

NR-1 Disposições Gerais NR-19 Explosivos


NR-2 Inspeção Prévia NR-20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
NR-3 Embargo ou Interdição NR-21 Trabalhos a Céu Aberto
NR-4 SESMT (Serviços Especializados em Engenharia NR-22 Segurança e Saúde Ocupacional na Minera-
de Segurança e em Medicina do Trabalho) ção
NR-5 CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Aci- NR-23 Proteção Contra Incêndios
dentes) NR-24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Lo-
NR-6 EPI (Equipamento de Proteção Individual) cais de Trabalho
NR-7 PCMSO (Programa de Controle Médico de Saú- NR-25 Resíduos Industriais
de Ocupacional) NR-26 Sinalização de Segurança
NR-8 Edificações NR-27 Registro Profissional do Técnico de Segu-
NR-9 PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Am- rança do Trabalho no Ministério do Traba-
bientais) lho (Revogada)
NR-10 Instalações e Serviços de Eletricidade NR-28 Fiscalização e Penalidades
NR-11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e NR-29 Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
Manuseio de Materiais NR-30 Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
NR-12 Máquinas e Equipamentos NR-31 Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espa-
NR-13 Caldeiras e Vasos de Pressão ços Confinados
NR-14 Fornos NR-32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabe-
NR-15 Atividades e Operações Insalubres lecimentos de Assistência à Saúde.
NR-16 Atividades e Operações Perigosas NR-33 Segurança e Saúde no Trabalho em Espa-
NR-17 Ergonomia ços Confinados
NR-18 CMAT (Condições e Meio Ambiente de Traba- NR-34 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
lho na Indústria da Construção) Indústria da Construção e Reparação Naval

CONCEITOS BÁSICOS

 HIGIENE DO TRABALHO: é um ramo de estudo voltado para o reconhecimento, avaliação e contro-


le dos riscos ambientais, originados no local de trabalho, que podem causar doenças ou afetar o bem-
estar dos trabalhadores, ou membros de uma comunidade. O termo HIGIENE vem do grego – “Hy-
geia”. Na mitologia grega era considerada a Deusa da Saúde
 SEGURANÇA DO TRABALHO: é um ramo da engenharia, cuja aplicação numa empresa compreen-
de um conjunto de recursos e técnicas aplicadas, preventiva ou corretivamente, para a proteção do
homem dos riscos de acidentes oferecidos num processo de trabalho ou realização de uma tarefa.
 MEDICINA DO TRABALHO: é um ramo da medicina que tem por objetivo caracterizar o nexo cau-
sal entre a doença e sua relação com a atividade exercida pelo trabalhador, procurando reduzir, ou
mesmo zerar, sua ocorrência no ambiente de trabalho.

OBJETIVOS DA HIGIENE OCUPACIONAL (Conforme Organização Mundial da Saúde – OMS):


 Determinar e combater no ambiente de  Descobrir e corrigir as condições de
trabalho todos os riscos de conhecida e pre- trabalho que possam deteriorar a saúde
sumida nocividade; dos trabalhadores;
 Garantir que o esforço físico e mental, do  Orientar a administração das empre-
trabalhador esteja adaptado às suas ne- sas e os trabalhadores no cumprimento de
cessidades e limitações, técnicas, anatômicas, suas responsabilidades com a proteção e a
fisiológicas e psicológicas; promoção da saúde;
 Adotar medidas eficazes para proteger as  Aplicar nas empresas programas de
pessoas em relação às condições prejudiciais ações sanitárias que englobem todos os
do ambiente de trabalho e reforçar sua capaci- aspectos de saúde, ajudando o serviço pú-
dade de resistência; blico a elevar os padrões mínimos de saúde
e coletividade.

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RISCOS AMBIENTAIS
O risco, onde quer que se encontre, deve e pode Limite de tolerância é a concentração ou
ser facilmente analisado, visando sua eliminação ou intensidade (máxima ou mínima) de um
controle. Desde que um conjunto de ações possa ser determinado agente agressivo e o tempo de
viabilizado, a compreensão de sua natureza pode ser exposição ao mesmo, que não causará dano à
levada a efeito. Esse conjunto de ações recebe o nome saúde do trabalhador, durante sua vida profissional.
de Investigação e Análise Ambiental. A tomada de Os valores do LT não são permanentes e podem
decisão deve ser fundamentada tecnicamente em três ser alterados a partir de novas descobertas
conceitos básicos que são: toxicológicas. Também podem ser adotados valores
diferentes em diferentes países, de acordo com o
a) Reconhecer: identificar, caracterizar, saber a-
nível de exigência de suas normas.
pontar qual dos agentes de risco de dano à saú-
de estão presentes no ambiente de trabalho; É importante salientar que não há proibição de
trabalhos onde excedam esses limites e esses valo-
b) Avaliar: é saber quantificar e verificar, de acor-
res são adotados para caracterizar os ambientes
do com determinadas técnicas, a magnitude do
insalubres para efeito de recebimento dos adicio-
risco. Se ele é maior ou menor, se é grande ou
nais de insalubridade que representam 10, 20 ou
pequeno, comparado com determinados pa-
40% do salário mínimo, de acordo com os graus
drões;
mínimos, médios e máximos de insalubridade, res-
c) Controlar: adotar medidas técnicas ou adminis- pectivamente. A suspensão do trabalho ocorre
trativas, preventivas ou corretivas de diversas quando houver risco grave e iminente à saúde do
naturezas, que tendem a eliminar ou atenuar os trabalhador. O trabalhador que exerce suas funções
riscos existentes no ambiente de trabalho. em ambiente insalubre tem direito a aposentadoria
especial, conforme legislação específica, bem como
O controle dos agentes é alcançado a partir do
ao uso de equipamentos de proteção individual que
momento em que o ambiente não apresenta substân-
o proteja aos respectivos riscos ambientais.
cias que ultrapassem os Limites de Tolerância (LTs)
determinados pela Norma Regulamentadora (NR-15) Consideram-se Riscos Ambientais os agentes fí-
da Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Em- sicos, químicos e biológicos, existente nos ambien-
prego – MTE que trata das atividades e operações tes de trabalho que, em função de sua natureza,
insalubres. Na ausência de alguma substância nesta concentração ou intensidade e tempo de exposição,
norma, pode-se adotar os LTs da ACGIH (American são capazes de causar danos à saúde do trabalha-
Conference of Governamental Industrial Hygienists – dor (NR-09 – PPRA). Além dos três agentes citados,
USA). também são enfatizados os riscos ergonômicos e de
acidentes do trabalho, ilustrado na tabela I da NR-
05 – CIPA, que classifica os Riscos Ocupacionais.

CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5


Verde Vermelho Marron Amarelo Azul
RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS DE
FÍSICOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS ERGONÔMICOS ACIDENTES
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado
Levantamento e transporte manual de Máquinas e equipamentos sem
Vibrações Fumos Bactérias
peso proteção
Radiações Ionizan- Ferramentas inadequadas ou defei-
Névoas Protozoários Exigência de postura inadequada
tes tuosas
Radiações
Neblinas Fungos Controle rígido de produtividade Iluminação inadequada
não-ionizantes
Temperaturas
Gases Parasitas Imposição de ritmo excessivo Eletricidade
Extremas
Probabilidade de incêndio ou explo-
Pressões anormais Vapores Trabalho em turno e noturno
são
Umidade Substâncias compostas Jornadas de trabalho prolongadas Armazenamento inadequado
Bacilos
ou Monotonia e repetitividade Animais peçonhentos
Ultra-som produtos químicos em
Infra-som Outras situações de stress físico
geral Outras situações de risco
e/ou psíquico

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RISCOS FÍSICOS

Ruído
Qualquer tipo de som que impeça ou interfira na atividade humana, de forma a provocar lesão fisio-
lógica ou perturbação psicológica. Em determinadas intensidades e grau de exposição, o ruído pode o-
casionar nervosismo, dor de cabeça, surdez temporária, até atingir a surdez permanente.
Quanto ao tipo, está dividido em ruído contínuo ou intermitente (motores, buzinas, sirenes, etc.) e
ruído de impacto (marteladas, bate-estaca, estamparias, etc.) em que a duração é inferior a 1s com
intervalos superiores a 1s.
Os instrumentos que realizam medições de ruídos (decibelímetros e dosímetros), o fazem em unida-
des de Pressão (Pa, bar, atm) e automaticamente transformam para uma escala logarítmica universal-
mente conhecida por decibel (dB).
De acordo com a NR-15, os LTs para ruído contínuo e intermitente, em função da intensidade e tem-
po de exposição, é dado conforme tabela abaixo:
Nível de Ruído Máx. exposição
No entanto, como estamos continuamente submetidos a
di- dB(A) diária permitida versos tipos e intensidades de ruídos no ambiente de traba-
lho, 85 8 horas é imprescindível que se conheça, além dos LTs, também o
86 7 horas
con- ceito de DOSE.
87 6 horas
88 5 horas
89 4 hs e 30 min. a) Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou
90 4 horas mais períodos de exposição a ruídos de diferentes ní-
91 3 hs e 30 min.
92 3 horas
veis, devem ser considerados os seus efeitos combina-
93 2 hs e 40 min. dos, de forma que, se a soma das seguintes frações
94 2 hs e 15 min. (TE1/TP1)+(TE2/TP2)+ ...+(TEn/TPn), a qual denomina-
95 2 horas mos DOSE de exposição (D), exceder a unidade (D>1),
96 1 h e 45 min.
98 1 h e 15 min.
implica que o LT do período foi extrapolado.
100 1 hora TEn tempo em que o indivíduo esteve exposto a um
102 45 minutos determinado nível de ruído.
104 35 minutos
TPn tempo máximo de permanência que é permitido a
105 30 minutos
106 25 minutos este nível de ruído.
108 20 minutos b) Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de
110 15 minutos 115 dB(A) para indivíduos que não estejam adequada-
112 10 minutos
114 8 minutos
mente protegidos;
115 7 minutos ATENÇÃO: Para ruído de impacto, o LT = 130 dB (line-
ar).

Exercício 1: Chico das Trancinhas trabalha na Boate Mais Gente e recebe comumente a seguinte
exposição diária de ruído:
dB(A) 85 87 90 92
Tempo(H) 2 4 1 1

Qual a DOSE de ruído recebida por Chico Trancinhas durante sua jornada de trabalho? Ultrapassou o
LT?

Sol: D= (2/8) + (4/6) + (1/4) + (1/3) = 1,5 Sim, pois D>1.

Exercício 2: Zé do Batuque recebe comumente a seguinte exposição diária de ruído:


dB(A) 85 80 92 87
Tempo(H) 2 3 1 2

Qual a DOSE de ruído recebida por Zé Cochicho durante sua jornada de trabalho? Ultrapassou o LT?
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Calor
Os três mecanismos principais de transmis- Onde:
são de calor são: TbnTemperatura em termômetro de bulbo úmido natural
Tg Temperatura em termômetro de globo
 Condução: Por meio do contato físico en- TbsTemperatura em termômetro de bulbo seco
tre as partes - quando se toca uma super- No entanto, atualmente existem diversos e-
fície aquecida; quipamentos eletrônicos que realizam integral-
 Convecção: Por meio de correntes de ar mente essas coletas de temperaturas e já apre-
- quando se está próximo de uma superfí- senta em um mostrador digital o resultado do
cie aquecida; IBUTG (figura abaixo). Após obter o valor do
 Irradiação: Por meio de ondas eletro- IBUTG, compara-se com os valores do quadro 1
magnéticas. ou 2 do anexo 3 da NR-15. Se a temperatura
indicada no IBUTG for superior ao indicado nos
Reações do Organismo ao Calor quadros em cada regime de trabalho específico,
 Intermação ou insolação o limite de tolerância terá sido ultrapassado,
 Prostração térmica cabendo ao trabalhador o direito a um adicional
 Câimbras de calor de insalubridade de grau médio (20% do sal.
 Catarata Mínimo)
 Desidratação
 Erupções na pele

A avaliação ambiental de exposição ao calor


é feita por meio do Índice de Bulbo Úmido –
Termômetro de Globo (IBUTG). O valor é calcu-
lado a partir dos dados obtidos de um conjunto
de termômetros (árvore de termômetros) cujos
valores são postos nas seguintes fórmulas:

 Para ambientes internos ou externos sem


carga solar: IBUTG = 0,7 Tbn + 0,3 Tg
 Para ambientes externos com carga solar:
IBUTG = 0,7 Tbn + 0,1 Tbs + 0,2 Tg
Medidor portátil de stress térmico (IBUTG)

Vibrações
A vibração é um agente nocivo presente em tem sido a precursora mundial de estudos médi-
várias atividades laborativas do nosso cotidiano. cos e epidemiológicos em vibração de mãos e
As atividades de mineração e florestal, a indús- braços. Ficou demonstrado, nestes estudos, a
tria química, de móveis, da carne, automotiva e relação de causalidade entre o uso regular de
tantas outras submetem os trabalhadores às ferramentas elétricas manuais com a irreversível
vibrações localizadas (também denominadas de e debilitante condição médica inicial e impropri-
vibração de mãos e braços ou de extremidades) amente denominada Síndrome de Raynaud ou
e vibrações de corpo inteiro, como as que ocor- doença dos dedos brancos, atualmente conheci-
rem em plataformas industriais, veículos pesa- da como síndrome da vibração de mãos e bra-
dos, tratores, retroescavadeiras e até mesmo no ços.
trabalho em embarcações marítimas, fluviais e
O estágio final da síndrome da vibração de
trens.
mãos e braços sempre força os trabalhadores a
Em 1918, uma médica do trabalho america-
deixarem sua ocupação e alguns, face à ameaça
na, Alice Hamilton, elaborou um dos primeiros
de gangrena nos dedos, resultado da perda do
estudos médicos numa pedreira em Indiana,
suprimento de sangue, com possibilidade de
onde trabalhadores utilizavam ferramentas ma-
amputação do membro.
nuais pneumáticas vibratórias. Desde então, ela
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Limites de tolerância
As vibrações são tratadas no anexo nº 8 da
NR-15, o qual não estabelece limites de tolerân-
cia, direcionando (no caso de vibrações de ex-
tremidades) para a norma ISO 5349 ou sua
substituta.
Síndrome do dedo branco – estágio 1
Neste caso, deve-se tomar por referência o
limite da agência americana ACGIH, que apre-
senta os valores a seguir:

Limite de Toletrância para vibrações localizadas


Aceleração do eixo
Exposição diária total (h) dominante (m/s2)
4<t<8 4
2<t<4 6
1<t<2 8
Síndrome do dedo branco – estágio 4 t<1 12

Radiações Ionizantes
Pode-se definir radiação como qualquer dos decorrente entre a exposição e o surgimento de
processos físicos de emissão e propagação de alterações orgânicas detectáveis pode variar de
energia, seja por intermédio de fenômenos on- minutos a vários anos, ou ainda a evidência de
dulatórios, seja por meio de partículas dotadas tais alterações pode nem ocorrer ao longo da
de energia cinética, que se propaga de um pon- vida do indivíduo ou mesmo afetar outras gera-
to a outro no espaço ou num meio material. ções por meio de anomalias genéticas.
A radiação ionizante é aquela cuja energia Os trabalhadores mais expostos são os técni-
é superior à energia de ligação dos elétrons de cos em radiologia, de centrais nucleares, indús-
um átomo com o seu núcleo, suficiente para trias de manutenção mecânica que usa a gama-
arrancá-los de seus orbitais. São as radiações grafia, indústrias químicas e de celulose em que
emitidas pelas partículas  e  e pelos raios-X e há controladores radioativos de níveis e de es-
raios-. São ondas de extraordinária energia, pessura de papel, respectivamente, hospitais e
que podem ionizar átomos, levando à grande clínicas radiológicas, laboratórios, dentre outras
desorganização da matéria, com graves conse- atividades.
qüências quando atingem organismos vivos. Limites de Tolerância
A exposição pode-se dar de duas formas: por  Sievert (Sv), é uma dose equivalente de
meio da irradiação, quando a fonte se localiza radiação de 1 joule por quilograma. Sv =
afastada da vítima, atingindo-a por meio de on- 1J/Kg
das eletromagnéticas e/ou da contaminação, O limite anual máximo admissível (LAMA) é
quando o material radioativo entra em contato de:
direto com o corpo atingido. A gravidade au-  0,05 Sv, para irradiação de corpo inteiro;
menta quando os indivíduos absorvem isótopos  0,5 Sv, para todos os tecidos, exceto o
radioativos e estes emitem radiações no interior cristalino, e
do seu corpo (ex: acidente com o Cs137 ocorrido  0,15 Sv para o cristalino.
em Goiânia). Em qualquer um dos dois casos, o Normas específicas da Comissão Nacional de
indivíduo é incapaz de observar de imediato, Energia Nuclear – CNEN devem ser cumpridas
pelos sentidos normais, do risco a que está nas atividades que façam uso de radiações ioni-
submetido. A depender da dose absorvida da zantes.
radiação pelo organismo, o intervalo de tempo

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Radiações Não-Ionizantes
São radiações eletromagnéticas, de amplo es- agora não conclusivos. Daí as recomendações
pectro de ondas, cujo efeito biológico varia em se limitarem mais aos aspectos preventivos.
função do seu comprimento () e intensidade. O seu maior efeito no homem é sobre os o-
lhos, podendo causar grandes estragos na re-
tina, que é a membrana sensível do olho, em
alguns casos irreversíveis, podendo provocar
cegueira.
c) INFRAVERMELHO: presente nos corpos
incandescentes ou superfícies muito quentes
que ficam da cor laranja e emitem luz
a) RADIOFREQUÊNCIA E MICROONDAS: tem quando superaquecidos, atinge os
um poder energético muito baixo, porém com trabalhadores que atuam com solda
uma grande capacidade de penetração na ma- oxiacetilênica, fundem metais ou vidros e em
téria, produzindo no seu interior campos ele- fornos, fornalhas e processos de secagem de
tromagnéticos com efeitos térmicos. Atinge a- tinta e material úmido causando hipertermia
queles que trabalham próximos a antenas de e catarata. Em trabalhos a céu aberto, o
emissoras de rádio e TV, radares, telefonia por trabalhador fica exposto ao sol, que é uma
microondas e está presente nos seguintes apa- fonte natural emissora de raios infra-
relhos: fornos de microondas, aparelhos de ra- vermelhos. Em doses bem controladas, os
dar em aeroportos, aparelhos de radiocomuni- raios infravermelhos são usados para fins
cação, equipamentos de diatermia para obter medicinais. Mas, quando a intensidade dessa
calor e processos de aquecimento em produção radiação ultrapassa os limites de tolerância,
de plásticos e cerâmicos. A medição ou avalia- atingindo o trabalhador sem nenhuma prote-
ção das microondas pode ser por sistema elé- ção adequada, os raios infravermelhos po-
trico ou térmico, mas não é costumeira e não dem causar sérios danos à saúde.
existem limites nacionais de tolerância defini- d) ULTRAVIOLETA: onda de pequeno com-
dos. primento e grande energia, tendo como prin-
b) LASER Esta sigla, em inglês, vem de “Light cipal fonte o sol. Outra fonte é a luz-negra e
Amplification by Stimulated Emission of Radiati- atividades com solda elétrica, processos de
on”, que em Português pode ser traduzido por: foto-reprodução, esterilização do ar e da á-
amplificação da luz por emissão estimulada de gua, produção de luz fluorescente, trabalhos
radiação. O laser é um feixe de luz direcional com arco-voltaico, atividades da construção
convergente, isto é, que se concentra em um civil e salineiros. Em pequenas doses (mais
só ponto. É muito utilizado em indústrias meta- ou menos 15 minutos diários de exposição ao
lúrgicas para cortar metais, para soldar e tam- sol), a ultravioleta é necessária ao homem
bém em equipamentos para medições a gran- porque é a responsável pela produção da vi-
des distâncias. Tem também aplicações em tamina D no organismo humano. Mas, em
medicina, para modernos processos cirúrgicos. quantidades excessivas, pode causar graves
Os riscos que podem representar os raios laser prejuízos à saúde desde pequenos eritemas
têm sido motivo de estudos e experiências, até até o câncer de pele.

RISCOS QUÍMICOS

Certas substâncias químicas, utilizadas nos pro- ou vapores, com efeitos asfixiantes, irritantes,
cessos de produção industrial, são lançadas no corrosivos ou tóxicos, que pode vir a afetar a
ambiente de trabalho, intencional ou acidental- saúde do trabalhador.
mente – contaminante químico. Estima-se que existam 7 milhões de substân-
Contaminante químico é toda substância orgâ- cias químicas registradas no mundo e a cada
nica ou inorgânica, natural ou sintética, que du- ano são lançadas 6 mil novas substâncias e so-
rante sua fabricação, manuseio, transporte ou mente 1% desse total tem-se conhecimento dos
armazenamento, pode difundir-se no meio ambi- seus efeitos nocivos ainda que muitas vezes
ente em forma de poeiras, fumos, neblinas, gases parcial.
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DESCRIÇÃO DIMENSÃO
POEIRAS Partículas sólidas, geradas mecanicamente, resultantes de operações,
como: serrarias, jateamento, perfuração e beneficiamento de rochas, etc.
São irregulares, não floculam, depositam-se por gravidade. Subdivide-se 1 a 25 m.
em poeiras orgânicas (madeira, lã, algodão, cereais, etc.) e poeiras mine-
rais (sílica, amianto, manganês, etc.).
FUMOS Partículas sólidas de origem físico-química, resultantes da fusão, oxida-
METÁLICOS ção, evaporação e condensação dos metais de certas substâncias. São
partículas esferoidais que se depositam com ar parado e com tendência a 0,1 a 1m
flocular. Estão presentes nos processos de soldagem. Ex: fumos de zinco,
de chumbo, de cloreto de amônia, etc.
NÉVOAS E Suspensão de partículas líquidas no ar, produzidas por ruptura mecânica
NEBLINAS de líquidos (névoas) e de partículas líquidas que são produzidas por con-
densação de vapores de substâncias que são líquidas à temperatura 0,01 μm a 10 μm
normal (neblinas). Ex: névoas ou neblinas de vapor d’água, de ácido
crômico, etc.
GASES Substâncias que se difundem no ar e permanece no estado gasoso em Molecular:
Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP). Ex: CO2, CO, H2S, 0,5 nm a 8 nm
etc.
VAPORES Substâncias que, eventualmente se encontram no estado gasoso, mas Molecular:
que em CNTP são líquidos. Ex: solventes, acetona, tetracloreto de carbo- 0,5 nm a 8 nm
no, etc.

Risco proveniente de algumas substâncias químicas

 MONÓXIDO DE CARBONO (CO): gás combus-  CLORO (Cl2): gás amarelo esverdeado de odor
tível, incolor, inodoro e insípido. Sua densida- característico e densidade superior a do ar. U-
de é menor que a do ar, difundindo-se rapi- sado no tratamento de águas e como matéria
damente no ambiente. Está presente nas fun- prima para se obter derivados clorados e ácido
dições, forjas, caldeiras, alto forno, motores clorídrico. São produtos irritantes e provocam
de combustão interna, etc. Seu efeito sobre o problemas respiratórios.
organismo se deve em função da sua afinida-  SOLVENTES: subdivide-se em orgânicos ou a-
de pela hemoglobina do sangue, em torno de quosos. Os solventes orgânicos, mais perigosos,
300 vezes maior que a do oxigênio do ar, im- são um grupo de substâncias químicas, ou mis-
pedindo o transporte do oxigênio pelo sangue turas delas, capazes de dissolver outros materi-
e provocando uma asfixia química. ais, principalmente os gordurosos ou graxosos.
 DIÓXIDO DE ENXOFRE (SO2): gás incolor de Possuem grande volatilidade e são inflamáveis.
odor irritante, empregado como agente bran- A contaminação pelo homem provoca inibição
queante na obtenção do ácido sulfúrico. Ocor- da atividade do cérebro e da medula espinhal,
re também nos processos de combustão devi- reduzindo a capacidade funcional do Sistema
do a sua presença quase constante nos car- Nervoso Central (SNC). Quanto maior a cadeia
vões e derivados de petróleo. É muito solúvel carbônica do solvente, maior será o risco de da-
em água e causa irritação do sistema no ao trabalhador.
respiratório superior.

Efeitos biológicos dos contaminantes gasosos:

 ASFIXIANTES: Interferem com a inalação,  ANESTËSICOS: Provoca perda da sensibilidade,


transporte ou utilização do O2 no corpo hu- da consciência e até morte. Ex: CCl4 (tetraclore-
mano. Ex: N2 (nitrogênio), CH4 (metanol), CO to de carbono), CHCl3 (clorofórmio), C2H5OC3H5
(monóxido de carbono), etc. (éter), etc.
 IRRITANTES: Causam irritação do sistema  VENENOS SISTÊMICOS: Causam danos aos ór-
respiratório e provocam aparecimento de e- gãos e sistemas vitais do corpo humano (SNC).
demas pulmonares. Ex: NH3 (amônia), Cl2 Ex: Hg (mercúrio), As (arsênico), etc.
(cloro), SO2 (dióxido de enxofre), etc.  CORROSIVOS: Destroem a superfície com a qual
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entra em contato, podendo ser a pele, trato  GENOTÓXICOS: Causam danos ao material ge-
respiratório ou gastrintestinal. nético;
 TÓXICOS: Afetam órgãos ou tecidos, por e-  EMBRIOTÓXICOS: Induzem efeitos adversos no
xemplo: primeiro estágio da gravidez;
CCl4 Causa danos ao fígado (hepatotixicidade);  TERATÓGENO: Não apresentam toxicidade ma-
HgCl Causa danos aos rins (nefrotoxicidade); terna, mas podem causar danos não hereditá-
S2C  Causa danos ao sistema nervoso (neuroto- rios no feto (má formação congênita)
xicidade);
Benzeno  Causa danos às células da medula ós-
sea (hematotoxicidade).

As principais vias de exposição são:

 DÉRMICA  Pode penetrar na pela intacta e brônquios. Se houver contaminantes no ar sob


saudável, essa via de penetração é a mais di- forma gasosa ou de fumos metálicos, neste caso
fícil, mas se o trabalhador estiver desprotegi- a substância atravessa os pulmões, entra na
do e tiver contato com substâncias químicas, corrente sangüínea e vai alojar-se em diferentes
havendo deposição no corpo, serão absorvi- partes do corpo humano, como no sangue, fíga-
das pela pele. A maneira mais comum da pe- do, rins, medula óssea, cérebro, etc.
netração pela pele é o manuseio e o contato  INGESTÃO  Através da ingestão de alimentos
direto com os produtos perigosos, como arsê- contaminados ou se o trabalhador comer ou be-
nico, álcool, cimento, derivados de petróleo, ber algo com as mãos sujas, ou que ficaram
anilina, HCN, mercúrio orgânico, compostos muito tempo exposto a produtos químicos, parte
organofosforados, fenol, etc. que causam das substâncias químicas será ingerida junto
dermatoses de diversos graus, podendo pro- com o alimento, atingindo o estômago e provo-
vocar até o câncer de pele. cando sérios riscos à saúde.
 INALAÇÃO  Gases e vapores são facilmente  VIA OCULAR  alguns produtos químicos que
inalados pelas vias respiratórias. Essa é a permanecem no ar causam irritação nos olhos e
principal porta de entrada dos agentes quími- conjuntivite, o que mostra que a penetração dos
cos porque respiramos continuadamente, e agentes químicos pode ocorrer também por es-
tudo o que está no ar vai direto aos pulmões. sa via. Cabe enfatizar que se os olhos forem a-
Se o produto químico estiver sob forma sólida tingidos por respingos de substâncias ácidas ou
ou líquida, normalmente fica retido nos pul- cáusticas acidentalmente, deve-se promover
mões e provoca, a curto ou longo prazo, sé- uma lavagem abundante do globo ocular duran-
rias doenças chamadas pneumoconioses, co- te 15 minutos, no mínimo, por meio de um la-
mo o edema pulmonar e o câncer dos pul- va-olhos ou mesmo numa torneira ou chuveiro
mões. Poeiras “respiráveis” possuem diâme- com água corrente, antes de transportar a víti-
tros de partículas inferiores a 5 m, e atingem ma a um atendimento médico.
os alvéolos e bronquíolos. As de diâmetro
superiores a 10 m são denominadas de
“não-respiráveis” e atingem no máximo os

Fichas de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ)

É extremamente necessário a todo profissio- de, propriedades fisico-químicas, informações


nal que manuseia ou está em ambiente que ecotoxicológicas, equipamentos de segurança no
apresenta contaminantes químicos, seja em manuseio, dentre outras.
laboratórios ou em processos industriais ou de No Brasil, as fichas devem ser elaboradas
serviços, ter o conhecimento pleno de todas as conforme a norma NBR 14.725 da ABNT, no
informações acerca dessas substâncias. As in- entanto, uma referência confiável quanto às
formações podem ser obtidas a partir das Fichas informações sobre substâncias químicas é o Sis-
de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), ou tema Globalmente Harmonizado de Classificação
em inglês “Material Safety Data Sheets”(MSDS), e Rotulagem de Produtos Químicos – GHS, atu-
pelas quais se obtêm informações sobre a iden- almente adotado pela Comunidade Européia e
tificação do produto, reatividade, inflamabilida- previsto para ser seguido pelo Brasil.
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Caracterização de insalubridade conforme o anexo 11 da NR-15

 A caracterização de insalubridade ocorrerá 20 minutos. Cada uma das concentrações ob-


quando forem ultrapassados os LTs constan- tidas nas referidas amostragens não deverá ul-
tes do Quadro I, cujos valores são válidos a- trapassar o “valor máximo”, conforme a equa-
penas para absorção por via respiratória e pa- ção abaixo, sob pena de ser caracterizado situa-
ra jornadas de trabalho de até 48 h por se- ção e risco grave e iminente.
mana, inclusive;
 Quando a substância for caracterizada como VM = LT x FD
“asfixiante simples”, implica que naquele am- onde: VM = Valor Máximo e
biente a concentração mínima de oxigênio FD = Fator de Desvio, conforme quadro:
deverá ser de 18% em volume; Limite de Tolerância Fator de Des-
 Quando a coluna “valor teto” estiver assinala- (LT) vio
do, implica que aquela substância não poderá (ppm) ou (mg/m3) (FD)
ultrapassar o LT em momento algum da jor- 0 a 1 3
nada de trabalho; 1 a 10 2
 Na coluna “absorção também pela pele” está 10 a 100 1,5
assinalada os agentes químicos que podem 100 a 1000 1,25
ser absorvidos por via cutânea, sendo neces- acima de 1000 1,1
sário o uso de luvas apropriadas;
 A avaliação das concentrações dos agentes
Ex: Para a acetona (LT = 780 ppm), o valor má-
químicos através de métodos de amostragem
ximo será:
instantânea, de leitura direta ou não, deverá
VM = 780 x 1,25 = 975 ppm.
ser feita pelo menos em 10 amostragens,
para cada ponto, ao nível respiratório do tra-
balhador. Entre cada uma das amostragens
deverá haver um intervalo de, no mínimo,

QUADRO I - Tabela de Limites de Tolerância (algumas substâncias)

Absorção
Valor Até 48 h por semana Caracterização do grau
AGENTES QUÍMICOS também
Teto (ppm) ou (mg/m3) de insalubridade
pela pele
Acetaldeído 78 140 máximo
Acetileno Asfixiante simples -
Ácido acético (ácido etanóico) 8 20 médio
Ácido cianídrico + 8 9 máximo
Ácido clorídrico + 4 5,5 máximo
Álcool etílico 780 1.480 mínimo
Amônia 20 14 médio
Brometo de metila + 12 47 máximo
Chumbo - 0,1 máximo
Ciclohexano 235 820 médio
Cloreto de vinila + 156 398 máximo
Cloro 0,8 2,3 máximo
Clorofórmio 20 94 máximo
2,4 Diisocianato de tolueno (TDI) + 0,016 0,11 máximo
Dimetilamina + 8 14 médio
Dióxido de enxofre 4 10 máximo
Éter etílico 310 940 médio
Formaldeído (formol) + 1,6 2,3 máximo
Fosgênio (cloreto de carbonila) 0,08 0,3 máximo
Gás sulfídrico 8 12 máximo
Tetracloreto de carbono 8 50 máximo
Tolueno (toluol) + 78 290 médio
Xileno (xilol) + 78 340 médio

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RISCOS BIOLÓGICOS

Ocorrem nos trabalhos em ambientes hospi- Vírus, bactérias, parasitas, fungos, baci-
talares, em galerias de subsolo, na coleta de los, são exemplos de microorganismos aos quais
lixo, nos laboratórios bioquímicos, produção e freqüentemente ficam expostos médicos, en-
comercialização de alimentos, etc. Em algumas fermeiros, laboratoristas, bioquímicos, garis,
áreas o risco biológico está associado ao risco açougueiros, dentre outras profissões.
de acidentes com materiais perfuro cortantes Além destas profissões que tradicional-
que rompem a barreira da pela e algumas vezes mente estão expostas a riscos biológicos, agora
os equipamentos de proteção individual, expon- também é comum ouvir-se falar em “edifícios
do o profissional aos agentes biológicos. Ocor- doentes”, onde, por causa do ar condicionado e
rência muito comum em hospitais e laboratórios outros elementos de arquitetura, os freqüenta-
clínicos é furar-se com agulhas, vidros ou bistu- dores estão expostos a riscos biológicos.
ris.

Possíveis fontes de poluentes biológicos

AGENTES PRINCIPAIS FONTES EM PRINCIPAIS MEDIDAS DE


BIOLÓGICOS AMBIENTES INTERIORES CORREÇÃO EM AMBIENTES INTERIORES
Bactérias Reservatórios com água estagnada, Realizar a limpeza e a conservação das torres de
torres de resfriamento, bandejas de resfriamento; higienizar os reservatórios e bandejas
condensado, desumidificadores, umidifi-de condensado ou manter tratamento contínuo para
cadores, serpentinas de condicionadoreseliminar as fontes; eliminar as infiltrações; higienizar
de ar e superfícies úmidas e quentes. as superfícies.
Fungos Ambientes úmidos e demais fontes de Corrigir a umidade ambiental; manter sob controle
multiplicação fúngica, como materiais rígido os vazamentos, infiltrações e condensação de
porosos orgânicos úmidos, forros, pare-água; higienizar os ambientes e componentes do
des e isolamentos úmidos; ar externo, sistema de climatização ou manter tratamento contí-
interior de condicionadores de ar e du-nuo para eliminar as fontes; eliminar materiais poro-
tos sem manutenção, vasos de terra sos contaminados; eliminar ou restringir vasos de
com plantas. plantas com cultivo em terra, ou substituir pelo culti-
vo em água (hidroponia); utilizar filtros G-1 na reno-
vação do ar externo.
Protozoários Reservatórios de água contaminada, Higienizar o reservatório ou manter tratamento contí-
bandejas e umidificadores de condicio- nuo para eliminar as fontes.
nadores sem manutenção.
Vírus Hospedeiro humano. Adequar o número de ocupantes por m2 de área com
aumento da renovação de ar; evitar a presença de
pessoas infectadas nos ambientes climatizados.
Algas Torres de resfriamento e bandejas de Higienizar os reservatórios e bandejas de condensado
condensado ou manter tratamento contínuo para eliminar as fon-
tes
Pólen Ar externo Manter filtragem de acordo com NBR-6401 da ABNT.
Artrópodes Poeira caseira. Higienizar as superfícies fixas e mobiliários, especial-
mente os revestidos com tecidos e tapetes; restringir
ou eliminar o uso desses revestimentos.
Animais Roedores, morcegos e aves. Restringir o acesso, controlar os roedores, os morce-
gos, ninhos de aves e respectivos excrementos.

Dentre as doenças resultantes dos riscos bio- Para controlar o risco nos trabalhadores que se
lógicos, podemos citar: AIDS, hepatite B, tuber- expõem a estes agentes, pode-se tomar as se-
culose, brucelose, tétano, sinusites etc. Eviden- guintes medidas:
temente, tais doenças só devem ser considera-  Vacinação;
das ocupacionais quando estiverem diretamente  Esterilização de produtos possivelmente con-
relacionadas com exposições no ambiente de taminados;
trabalho onde há os microorganismos patológi-  Rigorosa higiene pessoal e ambiental
cos.  Uso de EPIs apropriados;
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 Controle médico permanente; dos em cirurgias e a utilização de agulhas de
 Utilização de dispositivos vasculares com sutura de ponta romba, são medidas eficazes
mecanismos de segurança ou sem agulhas, na prevenção de acidentes, sem criarem dano
substituição dos bisturis por eletrocautérios, ou riscos para o paciente ou dificuldades técni-
novos projetos de materiais cortantes usa- cas para realização do procedimento.

RISCOS ERGONÔMICOS

Ergonomia é a ciência que busca alcançar o te de Lesões por Esforços Repetitivos – LER.
ajustamento mútuo ideal entre o homem e o As doenças que se enquadram nesse grupo
seu ambiente de trabalho. Entretanto, se não caracterizam-se por causar fadiga muscular, que
existir esse ajuste, teremos a presença de agen- gera fortes dores e dificuldade de movimentar
tes ergonômicos que causam doenças e lesões os músculos atingidos.
no trabalhador. A Norma Regulamentadora – NR São exemplos de doenças causadas por es-
17, aprovada pela Portaria 3.214/78 do Ministé- forços repetitivos: bursite (inflamação da bursa,
rio do Trabalho, trata desse assunto. que é uma cápsula contendo líquido lubrificante
Você já viu em seu interior, que reveste algumas articula-
como funciona ções); miosite (inflamação de músculo); tendini-
uma guilhotina te (inflamação dos tendões, que são fibras que
manual que unem os músculos) e tenossinovite (inflamação
serve para cor- dos tendões e das articulações).
tar chapas de Há registros de que essas doenças já ataca-
aço? A haste de vam os escribas e notários, há séculos. Hoje
movimentação afetam diversas categorias de profissionais:
da guilhotina, bancários, metalúrgicos, costureiros, pianistas,
que tem conta- telefonistas, digitadores, empacotadores, enfim,
to com as mãos do trabalhador, deve ter uma todos os profissionais que realizam movimentos
forma adequada, de modo a permitir que todos automáticos e repetitivos.
os dedos nela se apoiem, conforme mostra a Contra os males provocados pelos agentes er-
ilustração acima. Essa forma respeita a anato- gonômicos, a melhor arma, como sempre, é a
mia das mãos, proporcionando conforto ao tra- prevenção: rodízios e descansos constantes;
balhador. exercícios compensatórios freqüentes para tra-
Os agentes ergonômicos presentes nos am- balhos repetitivos; exames médicos periódicos;
bientes de trabalho estão relacionados a: exi- evitar esforços superiores a 25 kg para homens
gência de esforço físico intenso, levantamento e e 12 kg para mulheres; postura correta sentada,
transporte manual de peso, postura inadequada em pé, ou carregando e levantando peso, como
no exercício das atividades, exigências rigorosas mostra a ilustração.
de produtividade, jornadas de
trabalho prolongadas ou em tur-
nos, atividades monótonas ou
repetitivas, etc.
Movimentos repetitivos dos de-
dos, das mãos, dos pés, da cabeça
e do tronco produzem monotonia
muscular e levam ao desenvolvi-
mento de doenças inflamatórias,
curáveis em estágios iniciais, mas
complicadas quando não tratadas
a tempo, chamadas genericamen-

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