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Apresentação

Annateresa Fabris
Cacilda Teixeira da Costa

Se internacionalmente os livros de verificamos que o mais coerente seria patrocinou este catálogo, cuja
artista constituem uma das áreas mais montar uma exposição abrangente, publicação teria sido impossível
desconhecidas e “fechadas” das artes mostrando, pela primeira vez em sem seu apoio.
plásticas, no Brasil são quase conjunto, a considerável variedade de
inacessíveis. Embora numerosos, não enfoques e “estilos” em que os livros L’Atelier ofereceu o mobiliário de
são vistos regularmente; sua foram concebidos. bilbioteca necessário à apresentação
publicação é rara e a apreciação A surpreendente quantidade de adequada dos livros.
dificilmente ultrapassa um reduzido livros encontrados impôs uma seleção
círculo de iniciados, artistas, poetas e difícil. Nela levamos em conta não Gabriel Borba acolheu nosso
bibliófilos. só a qualidade como a originalidade projeto com grande receptividade.
Assim, nosso objetivo, ao realizar dos trabalhos; além disso ao optarmos Wesley Duke Lee, com generosidade
esta exposição, é, sobretudo introduzir pela exibição de livros de todos os e o usual talento, desenhou o catálogo.
o público a estas obras pouco tipos, acabamos reduzindo Colecionadores como Erico Stickel,
familiares, proporcionando-lhe a forçosamente o número de obras para Mônica Filgueiras de Almeida e
oportunidade de vê-las fora dos ateliês cada artista. Mas este método, no Bruno Musatti devem ser citados pela
e coleções particulares. nosso entender, torna a exposição particular simpatia e apoio. Roberto
As dificuldades para encontrar e mais consistente em relação à Teixeira da Costa contribuiu em
conseguir exemplares de livros de realidade estudada. Procuramos diferentes momentos trazendo
artista também decorreram, em parte, também obras inéditas, nunca soluções bem-humoradas aos
deste caráter de semiclandestinidade. mostradas ao público, no intuito de problemas mais inesperados.
Enquanto conseguíamos sem esforço aumentar o interesse da exposição. Mariarosaria Fabris encarregou-se da
a história, os textos críticos e os revisão do texto. Muitos detalhes
No preparo de Tendências do administrativos foram resolvidos por
comentários das obras européias e
Livro de Artista no Brasil, contamos Arnaldo Martins Cotta.
norte-americanas, das brasileiras quase
com a colaboração de instituições e As complexas tarefas de montagem
nada: alguns artigos esparsos, dois ou
pessoas. foram levadas, com a graça e o
três catálogos e só.
De início a inestimável ajuda de Julio entusiasmo de sempre, pela equipe do
Plaza, que não só doou sua coleção Centro Cultural São Paulo.
Recolhemos os dados diretamente
particular como nos forneceu todas as
dos autores, através de cartas e entre- Todos os artistas, que responderam
informações de que dispunha sobre o
vistas que realizamos durante mais de às cartas, enviaram trabalhos e
assunto, facilitando nossa pesquisa.
um ano, juntamente com o incentivaram a iniciativa, merecem
A Bolsa de Valores de São Paulo,
levantamento das obras. nosso melhor agradecimento.
através de seu presidente, Eduardo da
No decorrer deste processo,
Rocha Azevedo, generosamente

1
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O livro de artista pode ser conceituado fazer em colaboração com escritores e
Tendências do a partir de duas vertentes: poetas), os álbuns de gravura, de
- uma, mais abarcadora, baseada, num reproduções, etc. E, muito embora,
Livro de Artista primeiro momento, na interação entre
arte e literatura e que termina por
neste caso, se possa falar em
"ilustração", é necessário, porém,

no Brasil abranger livros ilustrados,


livros-objetos, livros únicos,
definir o significado peculiar que o
termo adquire em obras que não têm
encadernações artísticas, sem por isso como objetivo estabelecer uma relação
deixar de levar em consideração aquela mecânica, descritiva, entre texto e
tendência que começa a delinear-se nos imagem.
anos 60 e acaba por modificar
radicalmente a prática e o significado A partir dos conceitos de "ilustração
do termo; abstrata" de Breon Mitchell, ou de
- outra, mais restritiva, que só "iluminar" de Riva Castlemann, que,
considera livro de artista aquelas baseada em homologias de ordem
produções de baixo custo, formato estética, se refere a um diálogo
simples, típicas da geração equilibrado entre texto e imagem2,
minimalista-conceitual, a qual, na primeira categoria podemos incluir:
freqüentemente, tem no livro o único
veiculo de registro e divulgação de suas 1. um precursor como William Blake;
bras. São porta-vozes desta categoria 2. as inúmeras parcerias do século XIX
críticos como Richard Francis, Martin e XX - Fausto (1828), de Goethe/
Attwood, Tim Guest, Germano Celant, Delacroix; O Corvo (1875), de Poe/
além de Françoise Woimant, Anne Mallarme/Manet; Saint Matorel (1911),
Moeglin Delcroix as quais chegam até de Jacob/Picasso; La Fin du Monde
mesmo a propor uma diferenciação (1919), de Cendrars/Léger; Poésies
semântica entre "livro de bibliófilo", (1932), de Mallarmé/Matisse; À Toute
correspondente ao primeiro grupo, e Épreuve (1958), de Eluard/Miró;
"livro de artista", marco definidor Escrito en el Aire (1964), de Alberti/
da atitude conceitual e minimalista1. León Ferrari; Último Round (1969),
de Cortazar/Virginia Silva; Foirades
Mesmo,na acepção mais ampla, o livro (Fizzles) (1976), de Becket/Johns,
de artista constitui um veículo para só para citar alguns exemplos que se
idéias de arte, uma forma de arte em definem quase sempre com base em
si, apresentando pouca ou nenhuma afinidades no processo estrutural da
relação com as monografias, os criação, em intercâmbios fecundadores,
livros-museu imaginário, as edições que fazem da expressão gráfica o
de luxo (que muitos artistas costumam equivalente plástico da palavra.

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No caso brasileiro, isso é demonstrado descreve seu processo de criação. A
pela colaboração de Tarsila do Amaral essa primeira oposição imagem/texto,
com Cendrars em Feuilles de Route3 o artista acrescenta um ulterior
e com Oswald de Andrade em Pau tratamento diferenciador: as linhas
Brasil, que data de 1924-25, e mais pretas ondulantes do texto manuscrito
recentemente, por dois livros-objeto: "chocam-se" com as cores vivas das
Escritura e Trilogia, ambos editados ilustrações, gerando um contraponto
em 1973. No primeiro, organizado por contrastivo e integrativo ao mesmo
Gastão de Holanda e Cecília Jucá, tempo.
oito gravadores interpretam oito
pequenos textos de escritores e Se o exemplo de Matisse aponta para
artistas, criando oito cadernos um tipo de estrutura em que escrita e
independentes, mas que articulam sua imagem se fecundam reciprocamente
leitura de maneira lúdica; no segundo, sem relações de subordinação, um outro
de autoria de Péricles Eugênio da Silva veio poderia ter sido aberto por O Livro
Ramos e Sérvulo Esmeraldo, os de Mallarmé, do qual só conhecemos
módulos terra, céu, água são realizado seu esboço, Um Lance de
interpretados pelo artista plástico Dados. Primeiro "poema-estrutura",
como objetos, concebidos, dum lado, nos dizeres de Augusto de Campos,
literalmente (terra, água) e, do outro, Um Lance de Dados (1897) desdobra-se
como estruturas cinéticas; em torno duma tipografia funcional,
capaz de dar conta das metamorfoses,
3. Obras como Klänge (1912),de dos "fluxos e refluxos das imagens",
Kandinsky; Les Enfants Terribles caracterizando-se pelo uso de tipos
(1929), de Cocteau; Cirque de diversos, por uma nova disposição das
L'Étoile Filante (1938), de Rouault; linhas, pelos "brancos", por uma
Jazz (1947), de Matisse, em que o concepção inovadora da página, em
artista e simultaneamente autor de que as palavras formam um todo e,
texto e imagem. Jazz pode ser ao mesmo tempo, se separam em dois
considerado o ponto de chegada desta grupos, determinados pela prega
tendência e o elemento germinal da central, sem perder, porem, o caráter
atual concepção de livro de artista: dum ideograma único.4
utilizando a técnica do pochoir
(estencil colorido com pincel), Matisse A revolução de Um Lance de Dados
dispõe livremente texto e imagem, os teria sido radicalizada ainda mais se
quais raras vezes se relacionam entre si. o projeto de O Livro tivesse sido
Enquanto muitas gravuras retratam o levado a cabo. Nele, Mallarmé não
mundo do circo, no texto, Matisse propunha a circularidade e a pluralidade
semântica de seu poema-partitura, e as páginas -,o tempo que é
sim, uma verdadeira “obra em necessário para vira-las, o gesto do
movimento”, que tinha na permutação leitor e a intimidade que estabelece
sua lei estrutural. As paginas de o Livro entre o livro e a pessoa que o manipula.
não seguiriam uma ordem fixa: Por mais variadas que possam ser as
permutáveis, poderiam ser deslocadas, técnicas, por mais variadas que
lidas como constelações combinatórias possam ser as diretrizes estéticas, o livro
determinadas pelo autor, que negava de artista explora sempre as caracterís-
todo e qualquer tipo de direção unívoca, ticas estruturais do livro: a obra não é
de seqüência obrigatória, sem cada página e sim a soma de todas elas,
abrir mão, entretanto, dum significado percebidas em diferentes momentos. O
subjacente ao “jogo móvel”5. livro de artista configura-se, portanto,
como uma seqüência espaço-temporal,
Embora o projeto radical de Mallarmé determinada pela relação cinética
não chegue a ser realizado, é inegável entre página e página, ou, como diria
que o exemplo de liberdade sugerido Mirella Bentivoglio pela “página, em seu
por Um Lance de Dados fundamenta diálogo com o contexto da página, o
boa parte da práxis artística livro”6.
contemporânea, não ultima a renova-
ção da concepção de livro por parte No caso brasileiro, se já existe uma
das vanguardas históricas que, ao certa bibliografia sobre o livro de arte,
produto anônimo da indústria editorial, que permite determinar sua fisionomia e
contrapõem “criações pessoais”, fruto suas principais vertentes editoriais 7, é
do trabalho conjunto de artista, escritor, difícil ainda, porém, determinar
diagramador. como nossos artistas se envolveram
com aquela concepção criadora do
Nos exemplos até agora apontados, o
livro como “arquitetura”, própria do
livro de artista configura-se como uma
livro de artista. Pode-se, entretanto,
unidade expressiva que veicula uma
destacar o papel pioneiro de Vicente
determinada idéia de arte e que
do Rego Monteiro, cuja escrita
incorpora em seu processo estrutural o
ideogramática cria um percurso
elemento fundamental na construção do
particular pela capital francesa em
livro: sua natureza seqüencial.
Quelques Visages de Paris (1925):
Assim como o pintor que, ao fazer um
não ilustração e sim leitura outra,
quadro, explora dados inerentes à
transcriação do poema. Ou, ainda,
natureza deste suporte - superfície, en-
lembrar as pesquisas de Aloísio
quadramento, dimensão, etc. - ao fazer
Magalhães nas oficinas do Gráfico
um livro, o artista trabalha com
Amador de Recife, que privilegiam o
uma seqüência coerente de espaços -
caráter plástico, visual do “fazer expressivo” por parte do leitor
livro” como demonstra Aniki Bobó como condição de existência, experiência
(1958), em que o texto de João Cabral que será aprofundada em 1960 pelo
de Mello Neto surge como uma espécie Livro Infinito, de Reynaldo Jardim,
de “ilustração” da forma plástica, à volume com dois dorsos e dois
qual é posterior. começos, logo, sem começo nem fim,
estrutura circular, contínua, cujas
Nos anos 50, momento em que se páginas, “trabalhadas em vista da
firma no Brasil a concepção de livro totalidade do livro, recebem, geram e
de artista, os artistas plásticos serão transferem o movimento e o significado
precedidos pelos poetas concretos e que por elas se propaga,
neoconcretos, os quais, privilegiando silenciosamente, através de cortes,
a imagem gráfico-espacial como forma, dobras e desdobras”. “Construção
enfatizam a presença de elementos contínuo-descontínua”, o livro de
visuais em seus poemas-objeto. Se a Reynaldo Jardim propicia uma
poesia concreta revaloriza a palavra experiência multi-sensorial, em que
como estrutura significante essencial, tato e olho, corpo e mente participam
colocando-a num espaço específico, duma “operação imediata, concreta,
concebido como agente estrutural - o sem fuga”8.
espaço gráfico - se leva a um novo
tipo de interação, de identidade entre Embora o livro-poema se refira
“forma” e “conteúdo”, se a partir dela geralmente a experiências poéticas, que
é possível, no Brasil, pensar numa tem na dimensão cinético-temporal um
tipografia criadora, sua influência elemento fundamental, requerendo,
numa nova idéia de livro será mais portanto, a colaboração ativa do leitor
reflexa do que efetiva, pois suas - como em Aumente sua Renda
realizações não requerem (1969), de Marco Antonio Amaral
necessariamente o suporte livro, Resende, no qual a leitura é
podendo extrinsecar-se em outras determinada pelo duplo ato de
formas, como o cartaz, o filme, etc. rasgar as folhas coladas: destruição
semântica da atividade leitora e
Mais radical será a experiência levada destruição concreta do objeto-poema9
a cabo pelos neoconcretos com os -, há casos em que este tipo de
“livros-poemas” (Ferreira Gullar, realização consubstancia claramente o
Theon Spanudis, Lygia Pape, entre processo da poesia visual como
outros), nos quais os elementos inter-relação necessária entre palavra e
plásticos e os elementos gráficos são imagem num contexto único,
igualmente determinantes. Os livros- simultâneo e inscindível. É o que se
poemas requerem o “manuseio
percebe nas experimentações de Edgar Vitalidade, Polem, as paulistas Artéria,
Braga: Algo (1971), Tatuagem (1976), Qorpo Estranho, Muda, a baiana
que fazem explodir as fronteiras Código, a gaúcha Nervo Óptico.
convencionais entre poesia e artes Experiências udigrudi as editadas no
plásticas, dando vida a uma poética Rio de Janeiro, projetos intersemióticos
que explora intensamente a visualidade, aquelas publicadas em São Paulo
uma visualidade que evoca, no primeiro e Salvador, especificamente vinculada
caso, os frottages surrealistas ou a liber- às poéticas visuais a de Porto Alegre,
dade gestual da action-patining; de Villari que circula, geralmente, como folha
Herrmann, cujo poema única. Como contraponto às
Oxigênesis (1977) propõe uma leitura experiências dos poetas, mas ainda no
circular, deflagrada pelas palavras da âmbito do livro-poema, Lygia Pape
página central, as quais remetem a produz, em 1959, o Livro da Criação,
ritmos, formas geométricas, formas no qual a linguagem não-verbal
orgânicas, que têm seu feixe determina, nos dizeres da autora, uma
ideogramático na imagem subseqüente, narrativa verbal10. Feito só de formas
anterior ao texto, evocadora da idéia e cores, o livro é uma estrutura móvel
do orgasmo; de Régis Bonvicino, que, que evolui do plano para o espaço,
em Régis Hotel(1978), compõe uma construído à medida que o leitor
“reportagem” de sabor pop pela vai armando suas páginas e delas
escolha de alguns signos-objetos da extraindo inúmeras sugestões
paisagem contemporânea; de Walter metafísicas, lúdicas, que percorrem
Silveira, que, em Pin-Up (1979), cria dois eixos principais de leitura: a
uma escrita próxima do graffiti em que criação do mundo, a criação artística
texto e imagem se fundem e se através de elementos genuinamente
confundem; de Lenora de Barros, a plásticos.
qual, em Onde se Vê (1983), explora a Lygia Pape realiza também livros-
ambigüidade do moderno significado de poemas combinando poemas e imagens,
leitura através de seqüências como é o caso do Livro Poema nº 4
verbo-visuais que, nos fotogramas, se (1959), cujas páginas, cortadas
transformam em verdadeiras circularmente, revelam as palavras
performances. graças a um movimento de pulsação,
e dos Poemas-Xilogravuras (1960), nos
A poesia visual terá, no decorrer dos quais a realidade verbal e a realidade
anos 70, um terreno de experimentação visual se fecundam reciprocamente,
e divulgação numa série de revistas integrando-se não à guisa de texto/
independentes como as cariocas ilustração e sim através duma solução
Navilouca, Almanaque Biotônico global que já se esboça a partir da capa.
Em 1968, Julio Pacello, um dos mais - estudos formais, os primeiros; um
ativos editores de livros de arte, delicado jogo de transparências que
publica Objetos, de Julio Plaza e se modificam ao virar as páginas de
Augusto de Campos, livro-poema que papel de seda e de arroz tingidas
nega a linearidade do processo pela artista, o segundo, pesquisa
habitual de leitura, pois sua visualização esta que, posteriormente, será
vai se configurando à medida que o retomada e aprofundada num livro
leitor projeta suas páginas no espaço, com pequena tiragem: Divino
criando uma sintaxe puramente Maravilhoso (1971); O Caderno Que
plástica. Respira (1970), de Wesley Duke Lee, no
qual as páginas desiguais, ao serem
viradas sugerem um aprofundamento
Os mesmos autores prosseguem sua não apenas no livro, mas no próprio
pesquisa em Poemobiles (1974): mundo mental e psicológico do leitor,
escrita e imagem constituem uma graças ao uso de imagens que vão se
dimensão única, resultando na criação tornando cada vez mais densas; História
de móbiles, que exploram intensamente da Arte (1984), museu imaginário
todos os componentes da estrutura peculiar, que espelha o processo de
espacial. Formas, cores, relevos criação de Wesley Duke Lee,
integram-se numa leitura lúdica, fruto entremeado com elementos de
do dinamismo conjunto de gesto atualidade, para terminar na figura
construtor e visão, única condição emblemática de Marcel Duchamp,
possível de existência da obra. presente sintomaticamente na anotação
Nem sempre as pesquisas com livro tem do endereço.
como resultado final uma edição,
o que acabou levando alguns críticos Os anos 60 vão conferir um novo
a falar de objetos ou esculturas status à prática e ao significado do
portáteis. Entretanto, como seus livro de artista, devendo-se tomar como
autores exploram as peculiaridades do ponto de referência aquilo que Daniel
livro, pode-se detectar a criação Fendick define a “cultura ubíqua do
de inúmeros livros únicos no paperback”11.
panorama brasileiro: Casulo (1959),
de Lygia Clark, em que cada página A concepção de livro de artista amplia-
é considerada como um plano sobre se, passando a designar a obra de arte
o qual se realizam dobraduras no existente na estrutura formal do livro.
espaço, dentro da mesma linha de Opondo-se ao caráter elitista e
pensamento que levará aos Bichos exclusivo do “livro de bibliófilo”,
de 1960; Livros-Objetos (1959) e o livro de artista afirma-se como uma
Semente (1960), de Amélia Toledo obra de comunicação que se dirige a
um público mais vasto, enfatizando processo analítico e filosófico.
a dimensão da leitura, o predomínio Em 1968, a formação do grupo “Art
do conceito, do processo intelectual, and Language”, que desloca o eixo
transformando-se no registro e na da investigação artística da feitura do
“exposição pública” dos procedimentos objeto para o conceito do objeto, vai
do fazer arte. modificar radicalmente a noção do
O livro de artista passa a cobrir a vasta suporte em prol de todos os veículos
área da “arte-nao-objetual”, da escrita impressa.
documentando performances, É neste contexto que o catálogo
trabalhos conceituais, experiências adquire um novo significado. Seth
de land art, etc., desenvolvendo-se, Siegelaub, dona duma galeria
freqüentemente na dimensão especializada em “atividades
intermídia, explorando duas diretrizes da informativas” (livros, catálogos,
estrutura do livro: a natureza serial, fotografias, cartões postais, arte pelo
o fluxo informativo propiciado pelo telefone), organiza, em 1969, três
virar da página. exposições que se realizam de fato
A edição definitiva de Silence (1961), no catálogo: “5-31 January”,
de John Cage, é o marco inicial desta “March 1969”, “Summer
nova atitude perante o livro de artista. Exhibition”13.
A obra é uma coletânea de manifestos, O catálogo, desta maneira, passa a ser
artigos, conferências, uma exposição uma obra de arte. Não mais
de processos criativos, que seguem, o documental e/ou informativo como na
mais das vezes, na escrita, a forma das prática tradicional, tanto pode
composições musicais do autor, sua es- constituir a exposição em si, quanto
trutura rítmica, colocando o leitor em ser uma criação autônoma em relação
relação direta com a experiência de a exposição, feita com material
Cage. totalmente inédito, que estabelece um
A tendência propriamente conceitual diálogo estimulante com o primeiro
começa a configurar-se em 1966 numa nível de apresentação.
atividade como Art and Culture, de Nos anos 70, multiplica-se a
John Latham, que transforma em publicação de livros conceituais com o
líquido a obra homônima de Clement objetivo fundamental de estabelecer
Greenberg 12, tendo prosseguimento no um canal de produção e distribuição
ano seguinte, com a exposição “15 que escape do circuito artístico
Pessoas Apresentam seus Livros estabelecido. Publicado pelos próprios
Preferidos”, organizada por Joseph artistas, por algumas galerias, por
Kosuth, na qual o livro aparece como pequenas editoras, o livro conceitual
pura informação e a arte como um ramifica suas vertentes, abarcando a
expressão política, a poesia visual, as de maneira sistemática seu processo de Gráficas, Arte Global, Múltipla, em
seqüências fotográficas ou gráficas, produção, transformando-os em São Paulo), sem encontrar, entretanto,
inventários, pesquisas seriais, registros de exposições-ações, parte grande acolhida por parte da crítica.
experimentações intersemióticas, etc. dum trabalho mais complexo, que As poucas exceções nesse sentido
o surgimento das novas tendências continua tendo seu traço definidor na parecem ser a resenha de Sérgio
pictóricas nos fins da década leva a experimentação precária, na mutação. Amaral a Outra Pedra de Rosetta,
uma revisão do "ascetismo" de Daniel Santiago e Paulo Bruscky,
A polêmica com o mercado de arte,
conceitual. Começa a despontar publicada pelo revista Vozes, em
que caracteriza a produção jovem de
novamente o livro "sensual" que usa novembro de 1975; a de Paulo
fins dos anos 60, vai se tomar mais
abundantemente a cor, escolhe Leminski a Poética-Política, de Julio
radical no início da década seguinte,
formatos e diagramações rebuscadas, Plaza, (Diário do Paraná, 31 de julho
impulsionada pelo desenvolvimento da
realça a tatilidade do material, se de 1977); o ensaio de Julio Plaza:
arte postal com sua ênfase nas mídias
vale de técnicas como a colagem, o "O livro como forma de arte",
não convencionais, das pesquisas
recorte. Nesta tendência destacam-se tentativa de estabelecer parâmetros e
conceituais e intermediais, que
artistas como Luciano Bartolini, categorias de classificação a partir de
oferecerão um campo de atuação
Antonio Violetta, Eugenia Balcells, uma análise semiológica, divulgada por
bastante amplo para o livro de artista,
Paula Hocks, Judith Levy. Arte em São Paulo, em abril-maio de
não obstante as dificuldades de
Um dos primeiros marcos da nova 1982.
circulação e divulgação públicas.
concepção de livro de artista no Brasil 1973 pode ser considerado o
será a série de CadernosLivros que Apesar da atuação do Museu de Arte ano-chave para a sedimentação dos
Barrio começa a desenvolver desde Contemporânea de São Paulo, processos intermediais no Brasil, graças
1966, cadernos que vão além do sobretudo através das mostras também a radicação em São Paulo de
registro de idéias ou de trabalhos em "Prospectiva 74" e "Poéticas visuais" Julio Plaza e Regina Silveira após uma
andamento para abarcarem in toto (1977), ou de eventos como "Poucos estada em Porto Rico, que lhes
o significado de sua produção. Se, por e Raros" (1978, 1980, organizados permitiu entrar em contato com os
um lado, é possível acompanhar, no pela Poesia e Arte, com o patrocínio meios de produção não convencional.
Cadernos Livros, o processo de da sede paulista do Instituto Goethe, o Se estes processos darão um novo
elaboração da poética de Barrio, do livro de artista tem poucas impulso a produção de livros de
outro estas obras adquirem uma oportunidades de apresentação como artista, não se pode esquecer,
dimensão conceitual, feita de pulsões suporte autônomo, auto-suficiente. entretanto que, dois anos antes, Mira
orgânicas e de reflexão, da busca duma Caberá aos artistas divulgar sua Schendel realizara uma série de 49
estética do precário, próxima da arte produção em livro pelo correio, cadernos, nos quais se fazia patente
povera e da necessidade de seu registro, distribuí-la a críticos, instituições, a uma investigação de caráter semântico,
dando vida a uma série de painéis ao um pequeno publico interessado, realizada pela busca de puros valores
mesmo tempo caóticos e estruturados, tentar comercializá-la através de espaciais na inter-relação
a um exercício de plena liberdade algumas livrarias (Cultura, Duas signo/página.
criadora fora das categorias artísticas Cidades, Bux, Kairós, em São Paulo; Das novas idéias trazidas por Julio
tradicionais. Muro, no Rio de Janeiro; Livros-7, no Plaza e Regina Silveira nasce a série
Nos livros posteriores, Barrio ordenará Recife) e galerias (Gabinete de Artes On-Off (1973-1974), organizada por

4
Mario Ishikawa com o concurso Ninguém te Ouvirá no País do todo e qualquer caráter fisico-sensorial,
daqueles artistas que se destacarão nas Indivíduo, de Mario Ishikawa, Outra impõem-se como modelos puramente
novas concepções de livro, Pedra de Rosetta, de Daniel Santiago reflexivos; Executivas e a série Brazil
publicação em que o caráter seqüencial e Paulo Bruscky, que lançam, no Today (1977), de Regina Silveira,
é determinado não pelo "conteúdo" e mesmo período, o livro-objeto Como trabalhos em que o registro fotográfico
sim pelo diálogo entre as várias Ler, "composto e impresso em massa se imbrica com a projeção de espaços
modalidades de código utilizadas pelos de pão", conforme os dizeres do geométricos, numa operação de
participantes e cuja divulgação segue convite, Testarte, de Vera Barcellos, semantização do recorte "natural"
aquela estratégia da "guerra" Nearer, de Anna Bella Geiger, entre pela aplicação da malha perspectivista;
preconizada por Gabriel Borba, que outros. Carimbos (1977-78) e Malha (1981),
quer com isso designar uma forma de de Carmela Gross, os primeiros,
Entre esta data e o início dos anos 80,
distribuição da informação artística, configurações tachistas do ato de
multiplica-se a edição de livros de
voluntariamente marginal, avessa aos pintar reduzido a sua gestualidade
artista nos mais diferentes materiais,
esquemas tradicionais do mercado14. primária, a segunda, uma seqüência
técnicas e formatos, explorando as
É com esse objetivo que são fundadas novidades do xerox e do computador, espaço-temporal de números, que
a Granato Productions (7973), voltada abordando toda sorte de temas - desafia a todo momento, a percepção
para um sistema de divulgação através discussões sobre a natureza da arte, do espectador por sua configuração
da arte postal, e a Cooperativa Geral problemas de critica, documentação regular, contradita pelos vários eixos de
para Assuntos de Arte, idealizada, em de performances, jogos de palavras, leitura potenciais; Cuadro Escrito
1976, por Gabriel Borba e Maurício reflexões políticas, pesquisas e Imagens (1984), de León Ferrari,
Fridman, que virá editar diversos intersemióticas, etc. que exploram vários códigos e
livros de artista - Em 4 Desentende-se registros numa intrigante poética visual
Alguns dos resultados mais que, ora cria "narrativas", ora isola
Melhor, Träma, Rebustéia, Orbe, estimulantes são alcançados
Receita de Arte Brasileira, Artista a imagem em toda sua nitidez.
justamente com reflexões sobre a
Profissional (sua primeira edição fora De caráter político, são Outra Pedra de
questão artística, como Sobre a Arte
um caderno que dava conta do Rosetta, em que seus autores articulam
(1976), de Anna Bella Geiger, Matéria
processo burocrático desencadeado um discurso irônico sobre a sociedade de
de Uso (1978), de Essila Paraíso, os
pela cessão do lote de Radha Abramo massa, servindo-se dos mais variados
cadernos de desenho de Maria Luiza
a Gabriel Borba na "6ª Exposição tipos de papel, de diferentes idiomas,
Saddi e Rute Gusmão, The Art of
Jovem Arte Contemporânea", (1972). livro "único", montado aleatoriamente
Drawing (1981), de Regina Silveira.
O ano de 1974 parece ser decisivo na (os exemplares da tiragem diferem
consolidação do livro de artista como Ao lado destas publicações, que todos entre si); Poética-Política
expressão autônoma, pois são editados focalizam os sistemas de reprodução (1977), de Julio Plaza, livro que se estru-
da linguagem artística, devem ser tura a partir da justaposição de fragmen-
Poemobiles e Reduchamp, de Julio lembradas investigações centradas nos tos - cadeados e manchas que definem
Plaza e Augusto de Campos; Situação processos de construção próprios de as siluetas de vários países
Executiva e Interferências, de Regina cada artista, como The Illustration sul-americanos -, fragmentos que,
Silveira, o terceiro On-Off, a segunda of Art: Art e The Illustration of Art: somados, compõem o mapa da
edição de La Phenomena, organizada Society (1973), de Antonio Dias, América Latina, alem daqueles dos
por Artur Matuck e Gabriel Bonduki, obras que, ao serem despojadas de Estados Unidos e do Oriente Médio,

5
e que possui duas seqüências de da razão humana transformada pela realizado com a técnica xerox pareça
leitura, conforme sua abertura à ética. ser Viva 1 (1972-1973),de Aloísio
maneira ocidental ou oriental; Lituras Outros artistas usam o livro como Magalhães, as publicações que utilizam
(1982-1984), de Mario Ishikawa, registro de performances: Gretta, que a linguagem do "meio multiplicador"
leitura impossível da Declaração coloca em xeque os mitos da avultam sobretudo no final da década,
Universal dos Direitos do Homem feminilidade e a visão objetual do podendo ser lembrados os nomes de
pelos vários processos de intervenção, corpo da mulher; Ivald Granato, que Hudinilson Jr, que elabora uma
obliterativa realizados pelo artista; elabora uma performance lingüística "poética do corpo", a princípio, quase
O Olho Prisioneiro (1975) e Ars em O Domador de Boca (1978), mimética e, progressivamente,
Memoria (1977), de Artur Matuck. concebido juntamente com Ulises abstratizante, até alcançar em Narcisse
Se em La Phenomena, que já tinha Carrión. Ou se valem dele como (1984) valores puramente abstratos
como eixo "a arte manifestando seu reflexão sobre a condição feminina, pela destruição progressiva da imagem;
processo social", Matuck se como demonstram os cadernos de Benardo Krasniansky, que estrutura
preocupara com a "alquimia moderna ': Anésia Pacheco Chaves, espécie de singulares montagens de caráter
isto é, com os sistemas de informação diários íntimos, em que são negados pós-moderno, quer pelo uso da
e reprodução de imagens, formulando os limites entre o privado e o público, "citação diferente", quer pelo
o "Semion", o símbolo da informação e The Rite of Words (1980) de Mary aproveitamento criativo dos signos do
liberada, esta idéia será retomada em O Dritschel, em que sac destacados museu imaginário, mediados pelos
Olho Prisioneiro, no qual se ironicamente alguns dos chavões meios de comunicação de massa, com
configura seu oposto, o "copy right", lingüísticos sobre a mulher e o amor, os quais estabelece um diálogo ativo
caracterizado por uma tarja preta. totalmente esvaziados de significado graças a justaposições, a intervenções
Pela seleção das imagens, que se pela seqüência casual em que são apre- "tonais", que trazem a marca dum
referem ao mundo da política e aquele sentados e pelas poses, freqüentemente registro pessoal; Mario Ramiro e
da arte, percebe-se que a intenção do antitéticas, de seus modelos, que não Rafael França, que iniciam suas
artista é por em discussão o problema "representam" os conceitos que lhes são pesquisas junto com Hudinilson Jr.,
da censura aliado ao do direito autoral, confiados. interessados sobretudo na xerox-arte
ambos instrumentos da concepção como forma de especulação sobre a
O desenvolvimento das pesquisas com
mercantilista da informação. seqüencialidade, sobre o tempo como
o xerox, que, no Brasil, coincide com o
Em Ars Memoria, no qual Matuck estrutura cinemática, "fílmica";
interesse pela arte postal e pelos
busca a definição do "interlinguo", Renato Brancatelli, que elabora
processos conceituais (inicio da década
espécie de linguagem universal, o pesquisas de caráter semiológico a
de 70), propiciara o aparecimento de
centro do debate é constituído pelo partir dos signos da comunicação
diversos livros de artista, que utilizam
direito de propriedade que o homem social.
a técnica de reprodução, tanto em
exerce sobre o animal, Os processos conceituais, que estão na
termos conceituais quanto como
consubstanciado em imagens de base da nova concepção de livro de
experimentação e exploração da
massacre. O livro procede por três artista e aos quais se vincula a maior
dialética do "meio multiplicador",
movimentos - "Tra-Daemon", parte da produção que utiliza tal
incapaz de produzir cópias
"Tra-Daemon" /" Ra tioethica ", suporte entre nós na década de 70,
absolutamente idênticas.
"Ratioethica" - tendo sua chave de informam também a concepção do
leitura na palavra identidade e na idéia Embora o primeiro livro de artista catálogo como projeto, como uma

6
outra exposição, paralela àquela que para aqueles que deveriam ser os Inversamente, multiplicam-se as
tem lugar nos espaços delegados do objetivos lúdicos da Escola Brasil, exposições: em 1979, Tadeu Junges e
circuito artístico, mas autônoma, graças ao jogo transparência/opacidade, Walter Silveira organizam, na Escola
autocontida, uma vez que as páginas que desvela e encobre ao mesmo de Comunicações e Artes da
seqüenciais substituem as quatro tempo uma parte das informações. Universidade de São Paulo, a mostra
paredes dos museu/galeria. "Multimídia Internacional", enquanto
Os primeiros ensaios de catálogos E, embora o catálogo criador não seja Paulo Bruscky é curador da "primeira
criadores surgem no âmbito da Escola uma constante no panorama brasileiro, exposição internacional de livro de
Brasil. Baravelli, Fajardo, Nasser, vários artistas dedicam-se, porém, à sua artista", realizada no Recife; em 1983, o
Resende estimulam seus alunos a produção: Antonio Dias (Política: mesmo artista organiza, sempre no
organizarem álbuns, a manterem Ele não Acha mais Graça no Público Recife, a "Primeira exposição nacional
cadernos de apontamentos, propõem a das Próprias Graças, 1979), Barrio de livro de artista", enquanto o Espaço
criação de "narrativas" diferentes, (Registro de Trabalho, 1981), Paulo NO de Porto Alegre organiza, para o
como, por exemplo, aquela que Herkenhoff (Geometria Anárquica, a Má Museu de Arte Moderna do Rio
deveria estruturar uma historia num Vontade Construtiva e mais Nada, 1980), Grande do Sul, a mostra "Arte Livro
caderno em branco, empregando Tunga (os catálogos das mostras do Mu- Gaúcho (1950-1983)':' em 1984, são
apenas furos, recortes, dobras, seu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realizadas duas exposições coletivas no
grampos, fita adesiva15. Rio de Janeiro: na Biblioteca da PUC
e da Galeria Luisa Strina em 1975) criam
É dentro deste espírito de adequação da e na Livraria Espetáculo (Universidade
registros de seu processo de trabalho,
forma a idéia, da concepção da solução Cândido Mendes).
gerando uma contra-exposição
gráfica como relação Se diminuem as publicações
auto-reflexiva; Wilson Alves (Vênus e o
intrínseca entre "forma" e conceituais, nos fins da década de 70,
Menino Mágico, Mesmo, 1976) que, ao
"conteúdo", processo deflagrado pelo o interesse pelo livro de artista
transformar a documentação de suas
exemplo de Wesley Duke Lee, que artesanal conhece um novo impulso,
peças numa espécie de baralho,
os artistas da Escola Brasil produzem como demonstram as "Edições João
permite ao espectador "montar" um
os primeiros catálogos conceituais Pereira" (São Paulo, 1979) e a
sem número de mostras imaginárias.
entre nós: Baravelli Fajardo Nasser "Oficina Goeldi" (Belo Horizonte,
Resende (1968), colagem coletiva de 1980).
O arrefecimento das tendências
imagens oriundas do imaginário cole- Tal como acontece na Europa e nos
conceituais, nos fins dos anos 70, a
tivo; C.A.Fajardo, por Frederico Jayme Estados Unidos, a orientação estética
Nasser, José Resende, que dificuldade de divulgação de
dos anos 80 não deixa de se refletir
acompanham a mostra dos quatro produções alheias aos suportes
numa concepção mais sensorial do
artistas no Museu de Arte Moderna do tradicionais,o desinteresse das livro de artista, patente nas pesquisas
Rio de Janeiro e no Museu de Arte editoras16, repercutem na prática do livro gráficas de Luise Weiss,
Contemporânea de São Paulo, em de artista, que vai sendo paulatinamente voluntariamente evocadoras do sentido
agosto-outubro de 1970, diários de abandonado e, em certos casos, lúdico dos desenhos infantis; nas
bordo que revelam o lado oculto do substituído por experimentações com "naturezas noires" de Luciano
processo de criação; Arte É Muitas microfichas e videotexto, propiciadores Figueiredo, desencarnações do caráter
Coisas (1970), que propõe um de "livros compactos", "livros táteis", informativo da imprensa diária graças
percurso de leitura dinâmico e jocoso dirigidos especificamente ao olho17. a sutis jogos cromáticos, que criam

7
uma outra leitura, feita de NOTAS 11. D. Fendick, The Book as Art II
transparências e manchas, de 1. Cfr. com Artist's Book (London, 1976); (Washington, 1977), s.p.
elementos puramente espaço-visuais. Books by Artists XIIe Biennale de Paris 12. Latham toma emprestado o livro de
(Paris, 1982). Greenberg da biblioteca da St. Martins
2. B. Mitchell, Beyond Illustration: the Livre School of Art e organiza, junto com o
Uma vertente peculiar do livro de escultor Barry Flanagan, o evento
d'Artista in Twentieth Century
artista é representada pela "biblioteca "Acalme-se e mastigue", do qual participam
Bloomington, 1976), p. 6; R. Castleman,
virtual" de Otávio Roth: pequenos artistas, estudantes, críticos de arte. Cada
Artistas Modernos Enquanto lIustradores
cadernos, cujas folhas em branco (Nova lorque, 1981), p. 17.
convidado deve mastigar uma página de
funcionam como mensagens de si Art and Culture: o produto é, a seguir,
3. A relação criadora entre Cendrars e Tarsila
mesmas e nos quais cada página, dissolvido em ácido sulfúrico até
é justamente notada por um crítico contem-
transformar-se numa espécie de açúcar,
apesar da similitude aparente, guarda porâneo, Francisco Martins de Almeida, que
neutralizado pelo bicarbonato de sódio.
marcas do processo de trabalho e de afirma na abertura de sua resenha: À solução é acrescentado fermento para
"acidentes de percurso" (manchas, "A nova coleção de poesias de Blaise torná-la borbulhante. Quando a biblioteca
furos, rebarbas, espessuras, etc). Cendrars vem comentada pela ingenuidade solicita a devolução do livro, Latham tenta
construtiva do traço sólido e tranquilo de convencer a bibliotecária a aceitar o líquido,
Se o livro de artista não teve condições Tarsila do Amaral. Não se pode deixar de que é o livro, o que provocara sua demissão
notar a correlação que existe entre a arte da da faculdade. Cfr. com: L. Lippard, Six
de conquistar um público mais vasto
pintora brasileira e a do poeta francês. Há em Years: the Dematerialization of the Art
no Brasil, por estar essencialmente
ambos a calma arquitetônica da linha precisa. Object (London, 1973), p. 14-6.
associado a pesquisas que não tiveram Feuilles de Route são desenhos simplificados 13. Dirá a esse respeito Siegelaub:
grande penetração no mercado, é das paisagens por onde Cendrars passou "o emprego de catálogos e livros para
inegável, entretanto, que divulgou a arte ( ... )" M. de A, "Feuilles de Route". comunicar (e estudar) a arte é o meio mais
contemporânea junto a uma nova faixa A Revista, I (1),jul. 1925,p.54. neutro de apresentação da nova arte. Agora
de fruidores, os quais não 4. A de Campos, "Poesia, Estrutura", in o catálogo pode servir como informação
concebem mais a obra a partir de Mallarmé (São Paulo, 1974), p. 178-9. primária da exposição, e digo primária em
5. Cfr. com: U. Eco, Opera Aperta (Milano, oposição a informação secundária sobre arte
categorias técnicas restritivas, sendo
1967), p. 39-42; H. de Campos, A Arte no que aparece em revistas, catálogos, etc.; em
capazes de apreciar o processo, de alguns casos, a 'exposição' pode ser também
estabelecer uma relação mais íntima Horizonte do Provável (São Paulo, 1969),
o 'catálogo"'. Apud: G. Battcock, ed.,
p.17-9.
com o objeto artístico, propiciada pela La Idea como Arte (Barcelona, 1977), p.129.
6. M. Bentivoglio, "Parola immagine e
dimensão cinético-temporal do livro, 14. Depoimento às autoras. São Paulo,
oggetto". D'Ars, XVI/(80), lug. 1976, p.157.
cujo ritmo de leitura estabelecem 11 abr. 1984.
7. Vide entre outros: C. Teixeira da Costa - A
livremente. 15. Depoimento de Frederico Nasser às
Fabris, "O livro de arte no Brasil: entre o luxo autoras. São Paulo, 15 maio 1984.
e a indigência': Comunicações e Artes, (11), 16. Massao Ohno, um dos poucos editores
O leitor torna-se, dessa forma, o 1982, p. 21-30; C.H. engajados na publicação de livros de artista,
programador duma espécie particular de Knychala, O Livro de Arte Brasileiro (Rio de afirma que os trabalhos por ele coordenados
museu, um museu no limiar da Janeiro, 1983). foram feitos com sobras de orçamento,
exposição real e daquela imaginária, 8. Ferreira Gullar, "Palavra, humor, invenção", sobras de material, tendo sido
mediado, em grande parte, pelo in Projeto Construtivo Brasileiro na Arte especificamente ideados para ter um baixo
universo das técnicas de reprodução, (1950-1962) (Rio de Janeiro - São Paulo, custo. Depoimento às autoras. São Paulo,
1977), p. 157-60. 12 dez. 1984.
propostas como a obra em si e não
9. J. Plaza, "O livro como forma de arte (I)". 17. Depoimentos de Regina Silveira e Julio
como o simulacro benjaminiano, Plaza às autoras. São Paulo, 25 abr. 1984;
Arte em São Paulo, (6), abr. 1982, s.p.
destruidor da aura. 10. "Livro da criação", in Lygia Pape (Rio de 18 abr. 1984.
Janeiro, 1983), p. 46.

8
RELAÇÃO DE OBRAS EXPOSTAS

1. A L.M.Andrade. O Sacrifício do Sentido. 12. Anésia Pacheco Chaves.O Caderno do


Salvador, Fundação Cultural do Estado/ eu, 2 v. São Paulo, ed. do A, s.d.
Museu de Arte Moderna da Bahia, 1980. Tiragem: 1 exemplar.
Tiragem: sem indicação.
13. Anésia Pacheco Chaves. (Resíduos). São
2. A L.M.Andrade.Obscuridades do riso. Paulo, ed. do A, s.d. Tiragem:
Salvador, ed. do A, 1982. Tiragem: 1 exemplar.
600 exemplares.
14. Anésia Pacheco Chaves.Um mimoso
3. Affonso Ávila / Evandro Salles. Delírio lencinho bordado. São Paulo, ed. do
dos Cinquent’anos. Brasília, Barbárie, A, s.d. Tiragem: 1 exemplar.
1984. Tiragem: 350 exemplares.
15. Anna Bela Geiger. Sobre a Arte.
4. Alex Vallauri / Caíto (Luiz Carlos Rio de Janeiro, ed. do A, 1976. Col. Mônica
Martinho) 3 crianças vão ao dentista, Filgueiras de Almeida. Tiragem: sem
9 minutos para cada uma, 3 x 9:27. indicação.
São Paulo, Edições 27, 1982. Tiragem:
sem indicação. 16. Anna Bela Geiger. Os Dez Mandamentos
Ilustrados. Rio de Janeiro, ed. do A,
5. Alex Vallauri / Caíto (Luiz Carlos 1975. Col. Mônica Filgueiras de
Martinho)/ texto – Paulo Yutaka. Almeida. Tiragem: 30 exemplares
A rainha do frango assado ou pic-nic numerados e assinados.
no Glicério. São Paulo. Edições 27,
1982. Tiragem: 192 exemplares 17. Antonio Dias. The Illustration of Art: The
numerados e assinados. Social Strategy (model).
Heidelberg, Tangente, 1971. Col. Mônica
6. Alex Vallauri / Mauricio Villaça. Filgueiras de Almeida.
Sintonize o Canal 27. São Paulo. Art Tiragem: 80 exemplares e 20 provas de
Brut, 1984. Tiragem 127 exemplares. artista numeradas e assinadas.

7. Almanaque Biotônico Vitalidade. 1, 18. Antonio Dias. The Illustration of Art:


Rio de Janeiro, Nuvem Cigana, 1976. ART. Buenos Aires, CAYC, 1973. Col
Tiragem: sem indicação. Annateresa Fabris. Tiragem:
2000 exemplares.
8. Almanaque Biotônico Vitalidade 2,
Rio de Janeiro. Nuvem Cigana, 1976. 19. Antonio Dias. The Illustrationof Art:
Tiragem: sem indicação. Society. Buenos Aires. CAYC, 1973
Col. Annateresa Fabris. Tiragem:
9. Amélia Toledo. Semente. São Paulo, ed. 2000 exemplares.
do A, 1960. Tiragem: 1 exemplar
20. Antonio Dias. Teatro. São Paulo. Mônica
10. Amélia Toledo. Divino Maravilhoso. Filgueiras de Almeida. Gal. De Arte, 1980.
São Paulo. Ed. do A, 1971. Tiragem: Tiragem: sem indicação.
10 exemplares.
21. Antonio Dias. Política: ele não acha
11. Anésia Pacheco Chaves. A Cama. São mais graça no público das próprias
Paulo, ed. do A, s.d. Tiragem: graças. João pessoa, FUNARTE/
1 exemplar. UFPb, 1979. Tiragem: sem indicação.
9
22. Antonio Lizárraga. Infâmiainfância São 34. Augusto de Campos/Julio Plaza. 45. Carmela Gross. Carimbos. São Paulo,
Paulo, ed. do A., 1985. Tiragem: 3 Poemobiles. São Paulo, Brasiliense, ed. do A., 1978. Tiragem: 12
exemplares. 1985. Tiragem. 1 000 exemplares. exemplares (diferentes).

23. ARTERIA. 1. Pirajuí, Nomuque, 1975. 35. Baravelli Fajardo Nasser Resende. 46. Carmela Gross. Carimbos. São Paulo,
Tiragem: sem indicação. Rio de Janeiro, Petite Galerie, 1968, ed. do A., 1978. Tiragem: 12
Col. L.P. Baravelli. Tiragem: sem exemplares (diferentes).
24. Artur Alípio Barrio. Áreas Sangrentas indicação.
1ª parte. S.1. e, ed. do A., 1975. Col. 47. Carmela Gross. Malha. São Paulo, ed.do
Galeria Arco. Tiragem: sem indicação. 36. Bene Fonteles. Sem Título. Cuiabá, ed. A., 1981. Tiragem: 50 exemplares.
do A., 1984. Col. Walter Zanini.
25. Artur Alípio Barrio. Áreas Sangrentas Tiragem: sem indicação. 48. Cláudio Goulart. A stamp is. Amsterdam
2ª parte. S.1. e., ed. do A., 1975. ed. do A., 1981. Tiragem: 12
Col. Gal. Arco. Tiragem: sem indicação. 37. Bernardo Krasniansky. O Mito do Labirinto. exemplares numerados e assinados.
Série I. São Paulo, ed. do A., 1981.
26. Artur Alípio Barrio. Projeto Batatas. Tiragem: 1 exemplar assinado. 49. Cláudio Goulart. Sem titulo. S. 1. e., s.e.,
S. 1. e., ed. do A., 1977. Col. Gal. Arco. s. d. Vol. Julio Plaza. Tiragem: sem
Tiragem: sem indicação. 38. Bernardo Krasniansky. O Mito do Labirinto. indicação.
Série "Retratos". São Paulo, ed. do A.,
27. Artur Alípio Barrio. Uma observação, 1983. Tiragem: 1 exemplar assinado. 50. Claudio Kuperman, org. O espaço
6 aproximações, 1 recuo. S. 1.e., ed. tridimensional móvel: a areia. Rio de
do A., 1977, Col. Gal. Arco. Tiragem: 39. Bernardo Krasniansky. O Mito do Janeiro, FUNARTE, 197'8. Tiragem:
sem indicação. Labirinto. Série II. São Paulo, ed. do A., sem indicação.
1983. Tiragem: 1 exemplar assinado.
28. Artur Alípio Barrio. Rodapés de Carne. 51. Código. 2, Salvador, s.e., 1975. Tiragem:
Nice, ed.do A., 1978. Col. Gal. Arco. 40. Betty Leimer. Squares of Light. São Paulo, sem indicação.
Tiragem: sem indicação. Massao Ohno, 1978. Col. Ibiraci V. Pinto.
Tiragem: 1 000 exemplares. 52. Código. 3, Salvador, s.e., 1978. Tiragem:
29. Artur Alípio Barrio. Livre de Viande. sem indicação.
S.1.e., ed. do A., 1979. Col. Gal. 41. Blaise Cendrars/Tarsila do Amaral.
Arco. Tiragem: sem indicação. Feuilles de Route. Paris, Sans Pareil, 1924. 53. Código. 4, Salvador, s.e., 1980. Tiragem:
Seção de livros raras da sem indicação.
30. Artur Alípio Barrio. Registro de Biblioteca Mario de Andrade.
Trabalho. Rio de Janeiro, Tiragem: sem indicação. 54. Corpo Extranho. 3, São Paulo,
FUNARTE, 1981. Alternativa, 1982. Tiragem: sem indicação.
Tiragem:sem indicação. 42. C.A. Fajardo. São Paulo, Matra, 1970.
Tiragem: 3 000 exemplares. 55. Daniel Santiago/Paulo Bruscky. Outra
31. Artur Matuck. O olho prisioneiro. The Pedra de Rosetta. Recife, ed. do A.,
imprisoned eye. São Paulo, ed. do A., 43. Carlos Fajardo/Gabriel Borba/Julio Plaza / 1974. Tiragem: 161 exemplares
1975. Tiragem: 5 000 exemplares. Leonhard Ouch /Maurício numerados e assinados.
Fridman/Regina Silveira. Encarte
32. Artur Matuck.' Ars Memoria' Lei-Seca. São Paulo, s.e., 1979. 56. Edgar Braga. Algo. São Paulo, Invenção,
'profanatio' 'emanatio'. Iowa-Paris· Tiragem: sem indicação. 1971. Col. Julio Plaza. Tiragem:
Sao Paulo, ed. do A., 1977. Tiragem: sem indicação.
1 000 exemplares. 44. Carlos Saldan. Gazetta das Phynanças.
S. 1.e., ed. do A., sem data. Tiragem: 57. Edgar Braga. Tatuagens. São Paulo,
33. Augusto de Campos/Julio Plaza. sem indicação. Invenção, 1976. Col. Julio Plaza.
Reduchamp. Sao Paulo, STRIP, 1976. Tiragem: sem indicação.
Tiragem: 1 000 exemplares.

10
Depoimentos
de Artistas

Iniciei este trabalho em 1975, usando como material páginas de cadernos com lições escolares,
que se organizaram na série Caderno de Lições. Depois disso realizei outra série - Blocos de
Desenho. Continuo desenvolvendo ainda estas duas series e iniciando uma outra Cadernos de
Educação Artística. Nos cadernos me interessam a própria idéia e forma do caderno - os elementos
gráficos, registros, quadros, anotações; o discurso, os textos; a sucessão de páginas que revela,
em etapas, estabelece continuidade; os
métodos, as normas, as c1assificações; as relações entre experiência e saber, etc.
Enfim, a possibilidade de com estes elementos formais e conceituais já existentes, criar outro
objeto, diferente e semelhante, criar uma linguagem. Trabalho interferindo com desenhos, esta-
belecendo outras relações entre textos e desenhos, dando outras ordens; modificando sentidos.
Nos blocos, as questões são semelhantes, mas trabalho com menor interferência gráfica e verbal, e
maior interferência na própria estrutura dos blocos (rodapés, dobraduras, etc).

Maria Luiza Sabóia Saddi


Rio de Janeiro, setembro 1984

11
58. Essila Paraíso. Matéria de Uso. Rio de 68. por Frederico Jayme Nasser. São Paulo,
Janeiro, ed. do A., 7978. Matra, 1970. Tiragem: 3 000
Tiragem: sem indicação. exemplares.

59. Feu Zanforlin. Projeto Crux. São Paulo, 69. Gabriel Borba/Mauricio Fridman.
ed. do A., Tiragem: 7 exemplar Träma. São Paulo, Cooperativa Geral
assinado. para assuntos de arte, 1976.
Tiragem: 200 exemplares.
60. Fernando Barata. Tatuagens industriais.
Rio de Janeiro, ed. do A. 7979. 70. Gabriel Borba. Rebustéia. São Paulo,
Col. Cacilda T. da Costa. Cooperativa Geral para assuntos
Tiragem: sem indicação. de arte, 1977. Tiragem: 502
exemplares.
61. Fernando Barata. Aspectos de uma Arte
Latino-Americana. Rio de 71. Gabriel Borba, coord. Receita de Arte
Janeiro, ed. do A., 7979. Col. Brasileira. São Paulo, Cooperativa
Cacilda T. da Costa. Tiragem: Geral para assuntos de arte, 1977.
sem indicação. Tiragem: sem indicação.

62. Fernando Tavares/Mario Drumond. 72. Gabriel Borba/Guinter Parschalk


Calco. Belo Horizonte, Oficina Marcelo Nitsche/Mauricio Fridman.
Goeldi, 1984. Tiragem: 99 Em quatro desentende-se melhor. São
exemplares numerados e assinados. Paulo, Cooperativa Geral para assuntos
de arte, 1978. Tiragem: 200 exemplares.
63. Fernando Tavares/Mario Drumond.
Escapulário. Belo Horizonte, 73. Gabriel Borba. Artista Profissional. São
Oficina Goeldi, 7984. Tiragem: 33 Paulo, Cooperativa de Artistas Plásticos de
exemplares numerados e assinados. São Paulo, 1980.
Tiragem: sem indicação.
64. Flavio L. Motta. Tudo novo. São Paulo,
Fernando Millan, 7974. Col. 74. Gastão de Holanda, coord. Escritura.
Virginia Ferraz Navarro. Tiragem: Rio de Janeiro, Gastão de Holanda e
sem indicação. Cecília Juca Ed., 1973. Col. Erico Stickel.
Tiragem: 225 exemplares numerados
65. Flavio L. Motta. Love Story. São Paulo, e assinados.
FAU/USP, 7974. Col. Virginia Ferraz
Navarro. Tiragem: 80 exemplares 75. Gerty Saruê. Burocráticas. São Paulo,
numerados e assinados. ed. do A., 1985. Tiragem: 5 exemplares.

66. Flavio L. Motta. Sem titulo. São Paulo, 76. Glauco Mattoso. Jornal Dobrabil.
João Pereira & Adolfo Neves, São Paulo, ed. do A., 1981.
1974. Col. Virginia Ferraz Navarro. Tiragem: 500 exemplares.
Tiragem: sem indicação.
77. Gretta. Auto-photos. São Paulo, Massao
67. Flavio Pons. Sobjects. Paris-Amsterdam, Ohno, 1978. Tiragem: 1000
ed. do A., 7976. Col. Julio Plaza. exemplares.
Tiragem: sem indicação.
O meu interesse pelo livro de artista como forma de arte data do início dos anos 60, como decorrência da minha experiência como artista gráfico (comercial)
aliada a mania de sempre desenhar em pequenos cadernos, onde também registrava idéias, textos autônomos ou simplesmente seqüências de imagens.
Tenho cadernos feitos assim desde aquela época, embora não tenha chegado a produzir nenhum deles industrial mente. Com a vinda para a Europa e o con-
seqüente acesso a tecnologias tipo xerox, radex, mini-offset, etc., o meu interesse por este tipo de trabalho foi muito acentuado. Em 1968 consegui fechar um
projeto para um livro de 10 paginas (imagens) que seria acompanhado por textos meus e do Helio Oiticica (Project-book / Probjects). Depois de mil promessas
e mudanças de editor, o trabalho foi arquivado ate 1977, quando finalmente imprimi o trabalho em Kathmandu, em forma de portfólio, com um novo titulo -
Trama - e sem o texto do HO, 50 exemplares numerados e assinados, impressa manual mente com xilografias.
Acho que o primeiro livro de artista que vi foi um trabalho de Franz Masereel, publicado no Brasil pelo Ministério da Educação e Cultura (um reprint tipográfico
do original em xilografia) graças a genialidade do meu conterrâneo Jose Simeão Leal, artista e divulgador de grande modernidade. Fiquei tão admirado que 20
anos depois fiz questão de comprar um livro original de Masereel (História sem palavras, não sei a data, pois o livro esta no Brasil) só como memória daquele
momento. Daí para frente conheci uma infinidade de outros livros de artista, nas mais variadas formas. Devo confessar que tenho uma certa predileção por
aqueles que são projetados com um bom conhecimento das técnicas de reprodução gráfica, embora a minha pequena coleção contenha também peças
únicas. Aprecio uma certa esperteza em utilizar material de péssima qualidade (porque barato como produção), tipo resíduos gráficos, papel jornal, cartão,
etc. Dentro desta economia e que projetei, para a casa de edições Tangente (Heidelberg), em 1971,o livro The Illustration of Art / The Social Strategy (Model).
Cartão da sapateiro e serigrafia, 80 exemplares mais 20 provas de artista. O livro está hoje esgotado, mas você poderá ver um exemplar aí em SP com a
Mônica F. de Almeida. Do mesmo período de trabalho foi o livro (em 2 volumes) The Illustration of Art / Art (Model) e The Illustration of Art / Society (Model)
editado em 1973 pelo CAYC, Buenos Aires, em 3.000 exemplares. Também só tenho um exemplar, seria necessário que você escrevesse ao Jorge Glusberg
para receber uma cópia.
Em 1974 foi publicado Some Artist Do, Some Not, Edizione Nuovi Strumenti, Brescia, que é constituído por extratos dos meus cadernos, rearranjados de modo
a criar uma leitura paralela (e cômica) dos meus trabalhos de então. Considero também um livro de artista (embora acompanhado de texto crítico de Ronaldo
Brito e não assinalado na monografia Funarte) o catálogo que fiz para a individual de ambientes realizada no MAM / Rio em 1974. Aliás, a monografia Funarte
dá os dados relativos a todos os livros que produzi ate 1979. Fora da lista estão: o livrinho que produzi para a individual na Mônica F. de Almeida, Bocas de
Fogo / Palavras de Furno (Teatro), São Paulo 1980 (offset, 1.000 exemplares); o livro feito em schablon (stencil, pouchoir) em 30 exemplares assinados e
numerados, intitulado AD (no sentido de à, em latim) realizado para o Frankfurter Kunstverein, 1981; e ainda The Book Has Six Sides (1981), edição minha,
12 cópias manuais numeradas e assinadas (esgotado, mas com quase todas as cópias no Rio e São Paulo).
Como você vê, eu digo uma coisa e faço outra: a maior parte dos livros que produzi até agora são extremamente artesanais, com pouquíssimas cópias e nível
de múltiplo. Culpa das circunstâncias. O trabalho de encontrar um editor que financie a fabricação do livro e se ocupe da distribuição pode, às vezes, durar
alguns anos. Desde 1972 trabalho num projeto ligado a 10 Galáxias do Haroldo de Campos, já consultei vários editores, todos se assustam com o excesso
de técnicas gráficas necessárias a realização. Há 2 anos que um editor italiano promete publicar outro trabalho, Napalm Blues (um texto do Antonio Carlos
Fontoura, nosso diretor de cinema); e desde 77 junto material para outro livro tipo Some Artist Do, imagens e textos meus, sem ter conseguido, até agora,
fazer uma idéia de quem poderá editá-lo. Daí, para não ficar marcando passo na maior parte das vezes, me decido por uma realização em próprio, faço tudo
em casa. O resultado e positivo do ponto de vista econômico (é relativamente fácil encontrar compradores para livros feitos a mão, assinados e numerados),
mas e negativo do ponto de vista difusão de idéias. No caso de um livro produzido industrialmente existem vários problemas, mas o maior e a distribuição em
livrarias. Certo, aqui na Europa, como nos Estados Unidos, existe um circuito de livrarias e galerias quase que exclusivamente dedicado ao livro de artista.
Mas o publico em geral fica sem saber do assunto, pois a economia deste tipo de produção não comporta gastos de publicidade nem as tiragens chegam a
interessar os distribuidores. É preciso ser uma superstar para interessar escritores mais preparados (como no caso dos livros fotográficos de Hockney). Sem
contar que quase todos vêem o trabalho como algo que não precisa ser pago, imprimem o livro sem pagar nada ao artista.
Não quero dizer que é uma atividade sem futuro. As técnicas de reprodução são aperfeiçoadas dia-a-dia, basta ver o caso das novas máquinas tipo xerox que
já tem um preto sem falhas, podem reduzir ou ampliar, organizar fascículos. Mas resta o problema da distribuição. E não é um assunto que atinge apenas o
livro de artista; a pequena monografia de arte contemporânea sofre do mesmo modo. Como também o livro de poesia. É uma trabalheira divulgar um trabalho
assim. Só com muita paciência e organização, coisa não muito freqüente entre artistas. Os micro-computer têm facilitado a compilação de listas de publi-
cações e o acesso às mesmas, bancos de dados tem transferido informações de pais a pais, mas não vejo ainda perspectivas muito diferentes das atuais.
Mesmo assim, eu continuarei trabalhando no assunto. Diverte e da satisfação.

Antonio Dias
Milão, 24 novembro 1984

12
78. Gretta / Becheroni. Greta & Becheroni 89. Ivald Granato. Ai que bochecha gostosa
modificazione e appropriamento di una ah ah ah. São Paulo, Mônica Filgueiras de
identitei autonoma. Milano, Prearo, 1980. Almeida Gal. de Arte, 1980. Tiragem: sem
Tiragem: 2 000 exemplares. indicação.

79. Haroldo de Campos/Regina Silveira. 90. Ivald Granato. Elementos. Sao Paulo,
Il M AGO DELL' OMEGA/ Massao Ohno/João Farkas, s.d.,
Labirinti. S.1.e., s.e., 1971. Col. Julio Plaza. Tiragem: sem
Tiragem: sem indicação. indicação (2 vol.J.

80. Hudinilson Jr. Exercício de me ver. 91. J. Medeiros. Imagine. Natal, Timbre,
São Paulo, ed. do A., 1980. 1985. Tiragem: 1 exemplar.
Tiragem: 5 exemplares.
92. José de Barros/Fernando Tavares/
81. Hudinilson Jr. Sem titulo. São Paulo, Mario Drummond.
ed. do A., 1980. Tiragem:sem indicação. Navegarbrasíliaterra. Belo
Horizonte, Oficina Goeldi, 1985.
82. Hudinilson Jr. Xerox Action. São Tiragem: exemplares numerados
Paulo, Pinacoteca do Estado, e assinados.
1978/79/80/81. Tiragem:
500 exemplares numerados. 93. José Resende. São Paulo, Matra, 1970.
Tiragem: 3 000 exemplares.
83. Hudinilson Jr. Exercício de me ver II
A. São Paulo, ed. do A., 1982. 94. José Resende/Rodrigo Naves. Sem
Tiragem: sem indicação. título. São Paulo, ed. do A.,
1979. Col. Mônica Filgueiras de
84. Hudinilson Jr. Narcisse. São Paulo, Almeida. Tiragem: sem indicação.
ed. do A., 1984. Tiragem: sem indicação.
95. Jose Roberto Aguilar. A Divina Comédia
85. I. Belo Horizonte, s.e. 1977. Tiragem: Brasileira. São Paulo, Cultura, 1981.
sem indicação. Tiragem: sem indicação.

86. Ibiraci Vieira Pinto. O Corpo como 96. Jose Roberto Aguilar. A Canção de Blue
princípio. São Paulo, ed. do A., 1983. Brother. São Paulo, Nobel, 1983.
Tiragem: 5 exemplares. Tiragem: sem indicação.

87. Ivald Granato/Ulisses Carrion. O domador 97. Julio Plaza/Augusto de Campos.


de boca. São Paulo, Massao Ohno, 1978. Objetos. São Paulo, Pacella, 1969. Col.
Tiragem: sem indicação. Erica Stickel. Tiragem: 100 exemplares.

88. Ivald Granato. Ivald Granato art 98. Julio Plaza/Augusto de Campos.
performance. São Paulo, Ed. Ivald Caixa Preta. São Paulo, Invenção. 1975.
Granato·Massao Ohno, 1978. Tiragem: 1000 exemplares.
Tiragem: sem indicação.
99. Julio Plaza. Poética-Política. São Paulo,
STRIP, 1977. Tiragem: sem indicação.
Questionário P - O que é UM LIVRO DE ARTISTA?
para um P - Você considera este seu trabalho 'UM
R - 'UM LIVRO DE ARTISTA'.

LIVRO DE ARTISTA? R - Não, ele é 'UM LIVRO DE ARTISTA'.


'Livro de Artista' P - Então para você 'UM LIVRO DE AR-
TISTA' não é 'UM LIVRO DE
ARTISTA? R - Não foi o que eu disse.

P - Então para você 'UM LIVRO DE AR-


TISTA' é 'UM LIVRO DE ARTISTA? R - Também não foi o que eu disse.

P - Então para você 'UM LIVRO DE


ARTISTA' é e não é 'UM LIVRO DE
ARTISTA? R - Também não foi o que eu disse.

P - Então o que foi que você disse? R - O que você me perguntou?

P - Perguntei o que é 'UM LIVRO DE


ARTISTA? R - 'UM LIVRO DE ARTISTA'.

P - Você considera este seu livro 'UM R - Não, ele é 'UM LIVRO DE ARTISTA'.
LIVRO DE ARTISTA?

P - Então para você 'UM LIVRO DE AR- R - Não foi o que disse.
TISTA' não é 'UM LIVRO DE ARTISTA?
R - Também não foi o que eu disse.
P - Então para você 'UM LIVRO DE AR-
TISTA' é 'UM LIVRO DE ARTISTA?·

P - Então para você 'UM LIVRO DE R - Também não foi o que eu disse.
ARTISTA' é e não é 'UM LIVRO DE
ARTISTA? R - O que você me perguntou?

P - Então o que foi que você disse?

P - Perguntei o que é 'UM LIVRO DE


ARTISTA?
..........................................................................................................................
Nelson Leirner
São Paulo, 1984
(Recolhido por Cláudia Neverovskys)

13
100. Julio Plaza. I Ching Change. São Paulo, 111. Luciano Figueiredo. Jornais 123. Maria Luiza Saddi. Caderno de Lições.
STRIP, 1978. Tiragem: 300 Imaginários. Rio de Janeiro, ed. do A., Genética-Problemas. Rio de Janeiro,
exemplares. 1984. Tiragem: 5 exemplares (diferentes). ed. do A., 1980. Tiragem: 200 exemplares
numerados e assinados.
101. Katia Mesel. Folhas. Recife, ed. do A., 112. Luise Weiss. Ocultos. São Paulo,
1984. Tiragem: 500 exemplares. ed. do A., 1978. Tiragem: 1 exemplar. 124. Maria Luiza Saddi. Caderno de Lições.
Ciências - o Ar. Rio de Janeiro, ed. do A.,
113. Luise Weiss. Sem titulo. São Paulo, 1984. Tiragem: sem indicação.
102. L. P. Baravelli/F.J. Nasser/J. M. Resende/
ed. do A., 1980. Tiragem:1 exemplar.
C.A. Fajardo. Arte e muitas coisas. São
125. Maria Luiza Saddi. Bloco Prancha A4,
Paulo, Escola de Arte Brasil, 1970.
114. Luise Weiss. A Morte ou a dança da nº 1, Além dos rodapés. Rio de Janeiro,
Tiragem: sem indicação.
morte. São Paulo, ed. do A., 1982. ed. do A., 1984. Tiragem: 1 exemplar
Tiragem: 1 exemplar. assinado.
103. Leda Catunda. Pretos Pretos. São
Paulo, ed. do A., 1983, Col. Julio Plaza. 115. Luise Weiss. Sem titulo. São Paulo, 126. Maria Luiza Saddi. Bloco Prancha
Tiragem: sem indicação. ed. do A., sem data. Tiragem: 1 exemplar. A4, nº 2, Rodapé além das normas
técnicas. Rio de Janeiro, ed. do A., 1984.
104. Lenora de Barros. Onde se vê. São 116. Lygia Clark. Meu Doce Rio. Rio de Janeiro, Tiragem: 1 exemplar assinado.
Paulo, Klaxon, 1983. Tiragem: sem Gal. Paulo Klabin, 1984. Tiragem:
indicação. sem indicação. 127. Mario Noburo Ishikawa, coord. On/Off 1.
São Paulo, s.e., 1973. Tiragem:
105. Léon Ferrari. Xadrez. São Paulo, 117. Lygia Clark. Livro·obra. Rio de sem indicação.
Licopodio,1980. Tiragem:sem Janeiro, ed. do A., 1983. Tiragem:
indicação. 25 exemplares. 128. Mario Noburo Ishikawa, coord. On/Off 2.
São Paulo, s.e., 1973. Tiragem:
118. Lygia Pape. Livro da Criação. Rio de sem indicação
106. Léon Ferrari. Cuadro Escrito. São Paulo·
Janeiro, ed. do A., 1959.
Buenos Aires, Licopodio, 1984. Tiragem: 200
Tiragem: 2 exemplares. 129. Mario Noburo Ishikawa, coord. On/Off 3.
exemplares numerados e assinados.
São Paulo, s.e., 1974. Tiragem: sem
119. Lygia Pape. Poemas Xilogravuras. indicação.
107. Léon Ferrari (texto de José Teixeira Rio de Janeiro, Coleção Espaço 5, 1960.
Coelho Neto). Imagens. São Paulo, Tiragem: sem indicação. 130. Mario Noburo Ishikawa. Ninguem te ouvirá
Licopodio, 1984. Tiragem: 2 exemplares no pais do individuo. São Paulo, ed. do A.,
numerados e assinados. 120. Marco Antonio Amaral Rezende. 1974. Tiragem: sem indicação.
Aumente sua renda. São Paulo, Invenção,
108. Léon Ferrari. Livro de Arte. São Paulo, 1969. Col. Julio Plaza. Tiragem: 131. Mario Noburo Ishikawa. Lituras s/ a
ed. do A., 1984. Tiragem: 10 exemplares sem indicação. Declaração Universal dos Direitos do
numerados. Homem. São Paulo, ed. do A., 1982-84.
121. Marco do Valle. (Xerox da TV) Tiragem: sem indicação.
109. Léon Ferrari. Hombres. São Paulo· contribuição na pré-história
Buenos Aires, Licopodio, 1984. Tiragem: xerox. São Paulo,ed. do A.,1979. 132. Mario Ramiro. Deglutição de um plano.
200 exemplares numerados e assinados. Tiragem: 10 exemplares. São Paulo, ed. do A., 1979. Tiragem: 1
exemplar.
122. Maria do Carmo Secco (texto: Maria de
110. Luciano Figueiredo. Livro de Sombras.
Lourdes Coimbra). Caixa Casa 133. Mario Ramiro. Jogo de Cartas.
Rio de Janeiro, ed. do A., 1975/78.
Corpo. Rio de Janeiro, ed. do A.,1984. São Paulo, ed. do A., 1979. Tiragem:
Tiragem: 1 exemplar.
Tiragem: 500 exemplares. 1 exemplar.

14
134. Mary Dritschel. The rite of words. 147. Paulo Bruscky / Daniel Santiago.
São Paulo, ed. do A., 1981. Tiragem: Sem título. Recife, ed. do A., 1971.
sem indicação. Tiragem: 51 exemplares assinados e
datados.
135. Mary Dritschel. Thumbprints.
São Paulo, ed. do A., 1981. Tiragem: 148. Paulo Bruscky. Rubber Book.
sem indicação. Amsterdam, Stempelplaats, 1979.
Tiragem: 100 exemplares.
136. Mira Schendel. Sem titulo. São Paulo,
ed. do A., 1971. Tiragem: sem indicação. 149. Paulo Bruscky. Intersigne. Recife, ed.
do A., 1984. Tiragem: 1 exemplar
137. Muda. São Paulo, s.e., 1977. numerado e assinado.
Tiragem: sem indicação.
150. Paulo Bruscky. Orcidente. Recife, ed.
138. Navilouca. Rio de Janeiro, Gernasa, s.d., do A., 1984. Tiragem: 1 exemplar
Tiragem: sem indicação. numerado e assinado.

139. Nelson Leirner. Livro-objeto-magia. 151. Paulo Giordano. Semiologia Nativa.


São Paulo, ed. do A., 1968. Tiragem: 1 Belo Horizonte, Oficina Goeldi,
exemplar. 1983, Col. Erico Stickel. Tiragem:
20 exemplares (protótipo assinado).
140. Nelson Leirner. Baco. São Paulo, ed.
do A., 1984. Tiragem: 1 exemplar. 152. Paulo Herkenhoff. Geometria
Anárquica, a Má Vontade Construtiva e
141. Nervo Optico. 11, Porto Alegre, s.e., 1978. mais Nada. Rio de Janeiro, FUNARTE,
Tiragem: sem indicação. 1980. Tiragem:sem indicação.

142. Omar Khouri. Puer-eri. São Paulo, ed. do 153. Péricles Eugenio da Silva Ramos /
A., 1977. Tiragem: sem indicação. Sérvulo Esmeraldo. Trilogia.
São Paulo, Gabinete de Artes Gráficas,
143. Omar Khouri. Facturas. São Paulo, ed. 1976. Col. Erico Stickel. Tiragem: 70
do A., s.d. Tiragem: sem indicação. exemplares numerados e assinados.

144. Oswald de Andrade / Tarsila do Amaral. 154. Poesia em G. São Paulo, Greve, 1975.
Pau Brasil: cancioneiro de Oswald de Tiragem: sem indicação.
Andrade. Paris, Sans Pareil, 1925. Seção
de livros raros da Biblioteca Mario de 155. Polem.l, 1, Rio de Janeiro, lidador, 1974.
Andrade. Tiragem: sem indicação. Tiragem: sem indicação.

145. Oswaldo Medeiros. Frestas dos Fatos, 156. Qorpo Estranho. " São Paulo, s.e.,
Fôlego do Fogo. Belo Horizonte, Oficina 1976. Tiragem: sem indicação.
Goeldi, 1982. Tiragem: 50 exemplares
numerados e assinados. 157. Qorpo Estranho. 2., São Paulo, s.e.,
1976. Tiragem: sem indicação.
146. Otávio Roth. Cadernos em branco,
37 V., São Paulo, ed. do A., s.d. 158. Rafael França. Sem titulo. São Paulo,
Tiragem: 50 exemplares. ed. do A., 1979. Tiragem: 1 exemplar.
159. Regina Silveira. Brazil Today. Brazilian 171. Renato Brancatelli. A primavera. 183. Tadeu Jungle / Walt B. Blackeberry.
Birds. São Paulo, ed. do A., 1977. São Paulo, ed. do A., 1984. Tiragem: O passaporte do rei. São Paulo, Escrita,
Tiragem: 40 exemplares assinados. 1 exemplar. 1984. Tiragem: 3.000 exemplares.

160. Regina Silveira. Brazil Today. The 172. Renato Brancatelli. O Verão. São Paulo, 184. Ted Jungle (Tadeu Junges). Freqüência
Cities. São Paulo, ed. do A., 1977. ed. do A., 1984. Tiragem: 1 exemplar. das aranhas. São Paulo, Bacana, 1981.
Tiragem: 40 exemplares assinados. Tiragem: 490 exemplares.
173. Renato Brancatelli. O outono.
161. Regina Silveira. Brazil Today. Indians São Paulo, ed. do A., 1984. Tiragem:
1 exemplar. 185. Tunga. Transparência do Desejo.
from Brazil. São Paulo, ed. do A., 1977.
Rio de Janeiro, MAM, 1975. Tiragem:
Tiragem: 40 exemplares assinados.
174. Renato Brancatelli. O inverno. sem indicação.
162. Regina Silveira. Brazil Today. Natural São Paulo, ed. do A., 1984. Tiragem:
Beauties. São Paulo, ed. do A., 1977. 1 exemplar. 186. Tunga. A área de ação do trabalho e o
Tiragem: 40 exemplares assinados. desejo. São Paulo, Gal. Luisa Strina, 1975.
175. Ricardo Mendes. Am-ar-te. São Paulo, Tiragem: sem indicação.
163. Regina Silveira. Executivas. São Paulo, ed. do A., s.d. Col. Tadeu Chiarelli.
ed. do A., 1977. Col. Annateresa Fabris. Tiragem: sem indicação. 187. Vera Chaves Barcellos. Epidermic
Tiragem: sem indicação. Scapes. Porto Alegre. ed. do A., 1977.
176. Ronaldo Azeredo. É dificílimo Col. Erico Stickel. Tiragem: 180 exemplares
predizer o destino disso talvez cresça numerados e assinados.
164. Regina Silveira. Topografia. São Paulo,
talvez morra, mas o que é certo é que
ed. do A., 1978. Tiragem: sem indicação.
sempre o seu desenvolvimento será 188. Vera Chaves Barcellos. da capo. Porto
anormal. São Paulo, Invenção, 1972. Col. Alegre, ed. do A., 1979. Tiragem: 130
165. Regina Silveira. Anamorfa. São Paulo, Julio Plaza.Tiragem: sem indicação. exemplares numerados.
Aster, 1979. Tiragem: 100 exemplares.
177. Ronaldo Azeredo. Sem título. 189. Vera Chaves Barcellos. Momento Vital.
166. Regina Silveira. The Art of Drawing. São Paulo, Invenção, 1973. Col. Julio Plaza. Porto Alegre, ed. do A., 1979. Tiragem:
São Paulo, ed. do A., 1981. Col. Cacilda T. Tiragem: sem indicação. ilimitada.
da Costa. Tiragem: 80 exemplares.
178. Rute Gusmão. Uma escolha entre 190. Vicente do Rego Monteiro. Quelques
167. Regina Vater. O que é Arte? São Paulo infinitas possibilidades. Rio de visages de Paris. Paris, Juan Dura, 1925.
responde. São Paulo, Massao Ohno / Janeiro, ed. do A., 1980. Tiragem: Col. Erico Stickel. Tiragem: 300 exemplares.
Eduardo M. Carvalho Filho, 1978. 17 exemplares.
Tiragem: 700 exemplares.
191. Villari Herrmann. Oxigênesis. São Paulo,
179. Rute Gusmão. Treze escolhas
STRIP, 1977. Col Julio Plaza. Tiragem:
168. Regis Bonvicino. Régis Hotel. arbitrárias. Rio de Janeiro, ed. do A., 1981.
sem indicação.
São Paulo, Groovie, 1978. Col. Julio Plaza. Tiragem: 17 exemplares.
Tiragem: 500 exemplares.
192. Zuca Sardana. Mulher Bomba. S. 1.e., ed.
180. Rute Gusmão. Trapézios. Rio de Janeiro,
do A., 1978. Tiragem: sem indicação.
169. Renata Alves de Souza. Livro Agenda. ed. do A., 1982. Tiragem: 17 exemplares.
São Paulo, ed. do A., 1979/82. 193. Zuca Sardana. As de Colete. S.1.e., ed.
Tiragem: 2 exemplares. 181. Rute Gusmão. ABC dos triângulos.
Rio de Janeiro, ed. do A., 1984. Tiragem: do A., 1979. Tiragem: sem indicação.
170. Renato Brancatelli. Viagem ao deserto 17 exemplares.
194. Zuca Sardana. Visões do Bardo. S. 1.e.,
branco. São Caetano do Sul, ed. do A.,
182. Tadeu Junges. Suruba. São Paulo, ed. do A., 1980. Tiragem: sem indicação.
1981. Tiragem:sem indicação.
Bacana, 1980. Tiragem: 500 exemplares.
16
195. Zuca Sardana. Os Mystérios. Créditos
S.1.e., ed.do A., 1980. Tiragem: sem
Centro Cultural Sao Paulo
indicação.
Divisao de Artes Plásticas
196. Walt. B. Blackberry (Walter Silveira). Diretor Gabriel Borba
Fissuras. Sao Paulo, ed. do A.,1980.
Tiragem: sem indicação.
Assistente de Direção Artur Ferreira Cole
Seção de Programação
197. Walter Silveira. Pin Up. São Paulo, ed. Chefe Cacilda Teixeira da Costa
do A., 1979. Tiragem: sem indicação.
Coordenação da Sala Expressão Nova
198. Wesley Duke Lee. O caderno que Renata Alves de Souza
respira. São Paulo, ed. do A., 1970.
Tiragem: 1 exemplar.
Equipe
199. Wesley Duke Lee. História da Arte. Ana Helena Curti
São Paulo, ed. do A., 1984. Tiragem: Carmen S. G. Aranha
1 exemplar.
Denise Grinspun
200. Wilson Alves. Vênus e o menino Djemile de Castro Andrade
mágico, mesmo - o libreto. São Paulo,
Ibiraci Vieira Pinto
ed. do A., 1976. Tiragem: sem indicação.
João Eudes Piral
Lucia Lambertini Tozzi
* As obras que nao trazem referência de
Lucitânia Verotti Ferreira
coleção foram cedidas pelos artistas ou pelas
editoras. Milton de Biasi Costa
Norma Cardoso
Ricardo B. Laterza
Os números ao lado das fotos Wlamir Bello
correspondem ao mesmo número da
relação de obras.
Divisao de Difusão Cultural
Fotos
Luís Paulo Pires de Lima
Mirian Peixoto

Prefeitura do Município de São Paulo


Prefeito Mário Covas

Secretaria Municipal de Cultura


Secretario Gianfrancesco Guarnieri

Centro Cultural São Paulo


Diretor José Geraldo Martins de Oliveira

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Deste catálogo, desenhado per Wesley
Duke Lee, assessorado por Ibiraci
Vieira Pinto, foi feita uma tiragem de
2.000 exemplares em papel couché.
Composicao: Editora do C. C. S. P.
Arte: Marco Aurélio Storelli de Mello

São Paulo, maio de 1985.

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