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Resumo
O objetivo deste estudo é avaliar o estado atual da gestão da qualidade da indústria de leite
do estado de Mato Grosso do Sul e verificar a utilização das ferramentas da gestão da
qualidade e traçar um perfil das indústrias de leite. Foi realizada uma pesquisa exploratória
e para o levantamento dos dados utilizamos o survey, através de entrevistas pessoais, com 66
unidades industriais de leite do estado de Mato Grosso do Sul. As principais conclusões que
podem ser extraídas deste trabalho referem-se a algumas deficiências na condução de gestão
da qualidade, como a reduzida aplicabilidade das ferramentas de gestão.
Palavras-chave: Gestão da qualidade, Leite, Agroindústria.
1. Introdução
Atualmente, o Brasil é o sexto maior produtor de leite do mundo, com 21,3 bilhões de litros
produzidos em 2004 (FAO, 2005), o que corresponde a 4,5% da produção mundial. O setor é
um dos mais importantes do agronegócio brasileiro, ocupando o quinto lugar em valor bruto
da produção agropecuária (R$ 168.532,98 milhões), com o acréscimo de 5,7% em relação a
2004 (CNA, 2005). É crucial o desenvolvimento e sustentabilidade da cadeia produtiva do
leite, pela sua importância econômica e social, principalmente como geradora de empregos. É
um setor que apresenta alta capacidade de absorção de mão-de-obra com baixa escolaridade.
No segmento da produção existem 3,6 milhões de pessoas ocupadas (CNA, 2002).
Além de nutritivo, a qualidade composicional do leite é favorável também para o
desenvolvimento de microrganismos, a elevada disponibilidade de água e pH próximo à
neutralidade sugerem um substrato para microrganismos, proporcionando o surgimento de
uma variedade de produtos oriundos de processos fermentativos. Por outro lado, este meio
também dá suporte ao crescimento de microrganismos patogênicos e deterioradores, ou
condição de veículo de doenças, caso não haja um conjunto de ações preventivas para seu
consumo.
Há um consenso entre os consumidores que o fator que os leva a escolha de alimentos, além
do preço, é a qualidade e segurança (food safety), ou seja, que o alimento não cause problemas
a sua saúde. Determinantes estes que, atualmente, revolucionam as indústrias de alimentos,
com o reconhecimento das limitações dos programas tradicionais de qualidade,
principalmente de inspeção da produção e testes laboratoriais do produto final.
Gerenciar a qualidade impõe definir metas e objetivos para a qualidade e, em seguida,
planejar e tomar decisões para atingi-los. A empresa deverá integrar-se, pessoas,
equipamentos e setores deverão estar coordenados e sintonizados em objetivos e metas
comuns, passando a qualidade como responsabilidade compartilhada por toda empresa. Nesta
visão gerencial da qualidade, o uso e desenvolvimento de metodologias e ferramentas nas
indústrias, como as Boas Práticas de Fabricação, Monitoramento Integrado de Pragas,
Microbiológicas
Físico-químicas
Qualidade Características
Nutricionais
objetiva ocultas
Qualidade de
produtos Gosto
alimentícios Odor
Qualidade Características Aparência
subjetiva valorizadas pelo Forma
consumidor Viscosidade
Textura
ENFOQUE FOCO
Transcendental Marca
34,8%
27,3%
19,7%
15,2%
3,0%
53%
38%
9%
0%
56%
35%
33%
30%
24% 26%
24%
23%
21%
18%
17% 17%
14%
12% 12%
8% 8% 8%
5%
3% 3% 3%
2%
Desconhece Não tem planos Pretende Fase inicial Fase final Implantada
de implantá-la implantá-la
As principais conclusões que podem ser extraídas deste trabalho referem-se a algumas
deficiências na condução de gestão da qualidade, como a reduzida aplicabilidade das
ferramentas de gestão, principalmente do Sistema APPCC (Análise de Perigos e Pontos
Críticos de Controle). O estudo sugere ainda falta de cooperação entre as indústrias e
produtores, e o trabalho de diagnóstico através de alguns quesitos das BPF (Boas Práticas de
Fabricação) proporcionou um relato significativo de não conformidades das indústrias.
6. Referências Bibliográficas