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Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui
crime mais grave.
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)
Tem sua tipificação no artigo 325 do Código Penal e objetiva a proteção de assuntos ou fatos que
devam permanecer em segredo, uma vez que a sua revelação importa em riscos ou prejuízos para a
Administração Publica ou mesmo para outras pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas.
Podemos citar como exemplo a quebra do sigilo econômico-fiscal de uma pessoa, cujo ato poderá lhe
causar prejuízos irreparáveis, como também atingir a confiabilidade que o cidadão deposita na Administração.
Imagine-se que a Polícia Federal vem há tempos desenvolvendo processo investigatório para
desbaratar uma quadrilha que lesa o Fisco mediante a prática de contrabando. A revelação de tal segredo põe
em risco o sucesso da operação, causando prejuízos à Administração Pública que investiu recursos naquele
processo, além de submetê-la ao descrédito perante a sociedade, a qual será também atingida por se ver
obrigada a conviver com uma prática ilícita e nociva à ordem econômica, por ferir o princípio da livre
concorrência, como é o caso do comércio de produtos contrabandeados.
Eis porque o tipo penal busca punir não apenas àquele que REVELA, mas também a quem facilita
que um determinado fato sigiloso seja revelado.
Não obstante, o alcance do tipo, no que concerne ao sujeito ativo do delito, restringe-se ao funcionário
público, conceituado, para efeitos penais no artigo 327 mesmo código, conforme segue:
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Por REVELAR deve-se entender uma ação comissiva do próprio agente, no sentido
de divulgar, de ele mesmo tornar conhecido por terceira pessoa o fato sobre o qual
deveria manter sigilo.
Essa revelação dá-se de forma espontânea e gratuita pelo próprio agente. Caso
contrário, o crime poder-se-á dá mediante concurso com outro delito, a exemplo da
concussão ou da corrupção passiva, caso exija (concussão), solicite ou receba
(corrupção passiva), para si ou para outrem, vantagem indevida, em troca da
revelação do segredo.
Os dois verbos fazem surgir duas formas de revelação: Revelação Direta e Revelação
Indireta.
A análise mais apurada do tipo penal nos leva ainda às seguintes ilações:
a) O conhecimento do fato pelo agente se deve ao cargo por ele ocupado, a exemplo
do policial federal, civil ou militar que sabe a hora e o lugar em que será
deflagrada uma operação especial para prender algum criminoso. Caso esse
conhecimento não tenha qualquer vinculação com o cargo ou função do agente e
este venha a revelar ou facilitar a revelação do fato, poderá incidir em outro tipo
penal, mas não naquele contido no artigo 325, uma vez que a sua ciência não se
deu em razão de seu cargo;
b) Para que haja a subsunção do fato à violação de sigilo funcional exige-se-lhe que
seja um fato sobre o qual o sigilo deva ser mantido;
c) Para a configuração do delito basta que o fato seja revelado ou que a sua
revelação seja facilitada a uma única pessoa, ainda que esta não tenha qualquer
interesse imediato com relação mesmo. Também ficará configurado o delito se o
conhecimento do fato for dado, seja direta ou indiretamente, a outro funcionário
público não autorizado a dele conhecer;
1.2 - Classificação Doutrinária
Elemento Classificação
Sujeito Ativo Crime Próprio, uma vez exigir uma qualificação especial do
agente: Ser funcionário público.
Sujeito Passivo Rogério Greco considera crime comum, uma vez que que tanto a
Administração Pública como qualquer pessoa (física ou jurídica)
pode sofrer os prejuízos da ação do agente.
Isto lhe dá o caráter de crime próprio uma vez somente poder ser praticado por
que possua uma qualidade especial. No caso em tela, ser funcionário público.
Portanto, somente o funcionário público, ainda que aposentado ou em
disponibilidade, na visão de Guilherme de Sousa Nucci, poderá figurar como
sujeito ativo do crime de violação de sigilo.
1.4 - Objeto Material: É o assunto ou fato que deva permanecer sob sigilo.
1.6 - Elemento Subjetivo: Dolo. Este delito somente existe na forma dolosa. Não há
previsão legal para sua modalidade culposa.
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
O artigo 326 do Código Penal encontra-se revogado pelo artigo 94, da Lei n° 8.666,
de 21 de junho de 1993 o qual diz:
Não obstante a nova lei haver optado pelo conceito de processo licitatório, bem mais
abrangente do que o de concorrência, não alterou as condutas proibidas que permanecem
“Devassar o sigilo de proposta” ou “proporcionar a terceiro o ensejo de devassa-lo”.
Por “Devassar o sigilo de proposta” devemos entender como uma ação comissiva
praticada pelo próprio agente que abre o envelope contendo uma proposta de procedimento
licitatório e dela passa a conhecer, qualquer que seja a sua modalidade (concorrência,
tomada de preços, convite, concurso ou leilão).
Elemento Classificação
Sujeito Ativo Crime Próprio, uma vez exigir uma qualificação especial do
agente: Ser funcionário público.
Sujeito Passivo Crime comum uma vez que que tanto a Administração Pública
como qualquer pessoa (física ou jurídica) pode sofrer os prejuízos
da ação do agente. (Rogério Greco).
Comissivo quanto à conduta for DEVASSAR.
Omissivo próprio quanto se tratar de PROPORCIONAR a
Conduta
terceiros a oportunidade para que o sigilo do procedimento
licitatório seja devassado.
Modo como é Delito de forma livre.
praticado
Instantâneo, pois se consuma no exato instante em que o sigilo é
Momento
devassado ou em que seja oportunizado que seja devassado por
Consumativo
terreiros.
Quantidade de Monossubjetivo. Pode ser praticado por um único agente.
Agentes
Iter criminis Plurissubsistente. Admite, pois, a tentativa.
Vestígios Transeunte
Observe-se, ainda, que a referida Lei não revogou o artigo 327 do Código Penal.
Assim, continua equiparado a funcionário público aquele que exerce suas
atividades em quaisquer daquelas entidades mencionadas no parágrafo único do
artigo 1° da lei 8.666/1993, ainda que através de vinculo empregatício com
empresa contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública.
3.6 - Elemento Subjetivo: Dolo. Este delito somente existe na forma dolosa. Não há
previsão legal para sua modalidade culposa.