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2º.Ano Licenciatura em Letras - Habilitação Português e Literatura Brasileira.


Atividade Prática - Graduação/DGLE-LETRAS L.L. PORT./DGLE0801SPOJ
Disciplina: Literaturas de Língua Portuguesa III: Romantismo
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a) Título da aula: um revival do romantismo-saudade em letra de Roberto e Erasmo (como


Canção do Exílio de Gonçalves Dias, reunindo poesia à música), entre outras...

b) Indicação do Movimento Literário em estudo: Romantismo poético da primeira geração,


ufanista, valorizando as coisas do Brasil.

c) Transcrição do Textos literários que estarão em debate:

Canções da poesia romântica.

Canção: poema leve e gracioso, com musicalidade a vibrar a alma do poeta,


uma vibrância poética e musical, uma singeleza dorida nos versos cantantes, um quê de
dorido no qual se exalça, se engrandece um ser por suas qualidades. Pode abarcar
expressão de conteúdo militar, patriótico (saudades da terra amada e amor pela pátria),
filosófico, satírico ou humorístico, sentimental, amoroso, guerreiro, ou conter temas
religiosos ou morais. Em geral compõe-se de quadras e/ou sextilhas ou oitavas, ou mesmo
de tercetos e quintilhas, seguindo um esquema regular ou mais ou menos regular de rimas.
Às vezes se acrescenta um estribilho ou versos que se repetem.

Exemplo: De Gonçalves Dias, Canção do Exílio:

“Minha terra tem palmeiras, (A


Onde canta o Sabiá; (B
As aves, que aqui gorjeiam, (A
Não gorjeiam como lá. (A B

Nosso céu tem mais estrelas, (C


Nossas várzeas têm mais flores, (D
Nossos bosques têm mais vida, (E
Nossa vida mais amores. (E D

Em cismar, sozinho, à noite, (F


Mais prazer encontro eu lá; (B
Minha terra tem palmeiras, (A
Onde canta o Sabiá. (B

Minha terra tem primores, (D


Que tais não encontro eu cá; (B
Em cismar – sozinho, à noite - (F
Mais prazer encontro eu lá; (B
Minha terra tem palmeiras, (A
Onde canta o Sabiá. (B

Não permita Deus que eu morra, (D


Sem que eu volte para lá; (B
Sem que desfrute os primores (D
Que não encontro por cá; (B
Sem qu’inda aviste as palmeiras, (A
Onde canta o Sabiá.” (B

De Casimiro de Abreu, Canção do Exílio, Agir Editora, p. 14:

“Eu nasci além dos mares: (A


Os meus lares, (A
Meus amores ficam lá! (B
- Onde canta nos retiros (C
Seus suspiros, (C
Suspiros o sabiá! (B

Oh! que céu, que terra aquela, (D


Rica e bela (D
Como o céu de claro anil! (E
Que seiva, que luz, que galas, (F
Não exalas, (F
Não exalas, meu Brasil! (E

Oh! que saudades tamanhas


Das montanhas,
Daqueles campos natais!
Daquele céu de safira
Que se mira,
Que se mira nos cristais!

Não amo a terra do exílio,


Sou bom filho,
Quero a pátria, o meu país,
Quero a terra das mangueiras
E as palmeiras,
E as palmeiras tão gentis!

Como a ave dos palmares


Pelos ares
Fugindo do caçador;
Eu vivo longe do ninho,
Sem carinho,
Sem carinho e sem amor!

Debalde eu olho e procuro...


Tudo escuro
Só vejo em roda de mim!
Falta a luz do lar paterno
Doce e terno,
Doce e terno para mim.

Distante do solo amado


- Desterrado -
A vida não é feliz.
Nessa eterna primavera
Quem me dera,
Quem me dera o meu país!”
De Casimiro de Abreu, Minha Terra, Agir Editora:

“Todos cantam sua terra, (A


Também vou cantar a minha, (B
Nas débeis cordas da lira (C
Hei de fazê-la rainha; (B
- Hei de dar-lhe a realeza (D
Nesse trono de beleza (D
Em que a mão da natureza (D
Esmerou-se em quanto tinha. (B

Correi pr’as bandas do sul: (E


Debaixo dum céu de anil (F
Encontrareis o gigante (G
Santa Cruz, hoje Brasil; (F
- É uma terra de amores (H
Alcatifada de flores (H
Onde a brisa fala amores (H
Nas belas tardes de Abril. (F

Tem tantas belezas, tantas,


A minha terra natal,
Que nem as sonha um poeta
E nem as canta um mortal!
- É uma terra encantada
- Mimoso jardim de fada -
Do mundo todo invejada,
Que o mundo não tem igual.

Não, não tem, que Deus fadou-a


Dentre todas – a primeira:
Deu-lhe esses campos bordados,
Deu-lhe os leques da palmeira,
E a borboleta que adeja
Sobre as flores que ela beija,
Quando o vento rumoreja
Na folhagem da mangueira.
(etc...)”

d) Transcrição de letras de música que dialogam com os textos literários escolhidos:

Debaixo dos caracóis dos seus cabelos


(Letra e Música: Roberto Carlos e Erasmo Carlos; a Caetano, exilado na Inglaterra)

Um dia a areia branca seus pés irão tocar


E vai molhar seus cabelos a água azul do mar
Janelas e portas vão se abrir prá ver você chegar
E ao se sentir em casa, sorrindo vai chorar

| Debaixo dos caracóis dos seus cabelos


refrão | Uma história prá contar de um mundo tão distante
| Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
| Um soluço e a vontade de ficar mais um instante

As luzes e o colorido que você vê agora


Nas ruas por onde anda, na casa onde mora
Você olha tudo e nada lhe faz ficar contente
Você só deseja agora, voltar prá sua gente

Debaixo dos caracóis...

Você anda pela tarde e o seu olhar tristonho


Deixa sangrar no peito uma saudade, um sonho
Um dia vou ver você chegando num sorriso
Pisando a areia branca que é seu paraíso

(Fonte: http://www.mpbnet.com.br/musicos/roberto.e.erasmo/letras/debaixo_dos_caracois.htm,
acessado em 17/05/09)

Vídeo Youtube:
Caetano Cantando: http://www.youtube.com/watch?v=Ur4KW83CviQ&feature=related
Com Roberto Carlos, especial 2008; ao final chama Caetano Veloso para homenageá-lo:
http://www.youtube.com/watch?v=UnUssvOhA7E&feature=related ou
http://br.truveo.com/roberto-carlos-especial-2008-debaixo-dos/id/3896357698
versão antiga: http://www.youtube.com/watch?v=DzJXvEPzxLM&feature=related
Com Nara Leão: http://www.youtube.com/watch?v=5u90a9LYoIg&feature=related

Canção do Marinheiro (Cisne Branco)


de Benedito Xavier de Macedo, apud Música na Escola Primária, MEC:

Cisne Branco além de Canção é também um hino, ou seja, poema acompanhado de


música em honra, em homenagem a um símbolo da pátria, à nação, a um grupo, time ou ideal a
que se defenda com determinação e amor. De acordo com o objeto ou ser homenageado
classifica-se em: patriótico, militar, sagrado, guerreiro, profano, futebolístico, etc.

“Qual cisne branco que em noite de lua


Vai deslizando num lago azul,
O meu navio também flutua,
Nos verdes mares de Norte a Sul.

Linda galera que em noite apagada


Vai navegando no mar intenso,
Nos faz saudades da terra amada,
Da Pátria minha em que tanto penso.

Estribilho: Qual linda garça que aí vai cortando os ares...


Vai navegando sob um belo céu de anil,
Nossa galera também vai cortando os mares...
Os verdes mares, os mares verdes do Brasil.

Quanta alegria nos traz a volta,


À nossa Pátria do coração,
De justo orgulho nossa alma envolta,
Temos cumprido nossa missão.

Linda galera que em noite apagada


Vai navegando no mar intenso,
Nos faz saudades da terra amada,
Da Pátria minha em que tanto penso.

Estribilho: Qual linda garça que aí vai cortando os ares...


etc.”

Vídeo Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=I40nGj5kg10
http://www.youtube.com/watch?v=HBuNIzAk5tY

Canção do Expedicionário
(cantada na II Guerra Mundial pelos soldados brasileiros a lembrar a pátria distante), de
Guilherme de Almeida, Livr. Martins Editora, apud “Comunicação em língua nacional”, J.
Milton Benemann e Myrian Zahur Elias, 5a. série, p. 170):

“Você sabe de onde eu venho?


Venho do morro, do engenho,
das selvas, dos cafezais,
da boa terra do coco,
da choupana onde um é pouco,
dois é bom, três é demais.

Venho das praias sedosas,


das montanhas alterosas,
do pampa, do seringal,
das margens crespas dos rios,
dos verdes mares bravios,
da minha terra natal.

Estribilho: Por mais terras que eu percorra,


não permita Deus que eu morra
sem que eu volte para lá;
sem que eu leve por divisa
esse “V” que simboliza
a Vitória que virá:

Nossa Vitória final,


que é a mira do meu fuzil,
a ração do meu bornal,
a água do meu cantil,
as asas do meu ideal,
a glória do meu Brasil!

Eu venho da minha terra,


da casa branca da serra
e do luar do sertão;
venho da minha Maria
cujo nome principia
na palma da minha mão.

Braços mornos de Moema,


lábios de mel de Iracema
estendidos para mim!
Ó minha terra querida
da Senhora Aparecida
e do Senhor do Bonfim!

Estribilho: Por mais terras...

Você sabe de onde eu venho?


É de uma pátria que eu tenho
no bojo do meu violão;
que de viver no meu peito
foi até tomando jeito
de um enorme coração.

Deixei lá atrás meu terreiro,


meu limão, meu limoeiro,
v meu pé de jacarandá,
minha casa pequenina
lá no alto da colina
onde canta o sabiá.

Estribilho: Por mais terras...

Venho de além desse monte


que ainda azula no horizonte,
onde nosso amor nasceu;
do rancho que tinha ao lado
um coqueiro que, coitado,
de saudade já morreu.

Venho do verde mais belo,


do mais dourado amarelo,
do azul mais cheio de luz,
cheio de estrelas prateadas
que se ajoelham, deslumbradas,
fazendo o Sinal da Cruz!

Estribilho: Por mais terras...”

Canção do Soldado, Alberto Augusto Martins, apud Música na


Escola Primária, MEC:
“Nós somos da Pátria a guarda, (A
Fiéis soldados (B
Por ela amados. (B

Nas cores da nossa farda (A


Rebrilha a glória, (C
Fulge a vitória. (C
Em nosso valor se encerra (D
Toda a esperança (E
Que um povo alcança; (E

No peito em que ela impera (D


Rebrilha a glória, (C
Fulge a vitória. (C

A paz queremos com fervor,


A guerra só nos causa dor;
Porém, se a Pátria amada
For um dia ultrajada,
Lutaremos com valor!

Como é sublime
Saber amar
Com a alma adorar
A terra onde se nasce!
Amor febril
Pelo Brasil
No coração
Não há quem passe!”

Vídeo Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=BGrs5mP1kY0&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=azUbVZx9vlA,
http://www.youtube.com/watch?v=5l7WXUYOKeY&feature=related

e) Análise literária que contenha considerações acerca dos elementos que aproximam os textos
comparados:

Na comparação nota-se o tom ufanista e de saudades, características da primeira


geração romântica, e também a construção poética melodiosa em forma de canção.
A letra e música Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos de Roberto e Erasmo é um
neo-romantismo tropicalista de saudades da terra amada e distante, a sua pátria, forçado a deixá-
la em exílio pelo regime militar presente e avesso à liberdade de pensamento e expressão.

f) Referências bibliográficas:

1. Curso Prático de Português (Literatura, Gramática, Redação), 2o. grau – programa completo, Luís
Agostinho Cadore, Editora Ática.
2. Enciclopédia Ginasial Ilustrada, volume de Português, Editora Formar, Amílcar Monteiro Varanda e
Assis Figueiredo S. Silva de Andrade.
3. Aprenda a Fazer Versos, Manoel Macedo, Ediouro/98073 Grupo Coquetel.
4. Casimiro de Abreu, Agir Editora.
5. Música na Escola Primária, MEC.
6. Benemann, J. Milton & Elias, Myrian Zahur. Comunicação em língua nacional - 5a. série. Livr.
Martins Editora.

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