1. Cada candidato receberá um caderno de prova que
consta de quatro questões discursivas, bem como uma capa contendo folhas pautadas e em branco. A identificação será feita somente na capa da prova com nº de inscrição, nome e assinatura. Após a identificação na capa da prova, o local indicado será lacrado pelo fiscal.
2. O candidato NÃO deverá se identificar nas folhas da
prova.
3. O caderno de prova possui 02 (duas) páginas
(numeradas de 1 a 2), devendo ser conferido pelo candidato previamente.
4. Nesta prova, o candidato poderá consultar diplomas
normativos desacompanhados de anotações, comentários, exposição de motivos, transcrições jurisprudenciais ou súmulas, sendo permitidos textos de legislação esparsa, impressos em apenas uma face, desde que não ultrapassem 20 (vinte) folhas.
5. Na redação das provas escritas, o candidato usará
caneta de tinta indelével; não será permitido o uso de qualquer tipo de corretivo para apagar ou corrigir eventuais erros de escrita cometidos pelo candidato na prova.
6. A prova terá duração de 04 (quatro) horas
improrrogáveis.
7. Todas as folhas utilizadas pelo candidato deverão ser
devolvidas, inclusive aquelas usadas como rascunho. 1ª QUESTÃO (sugere-se que a resposta seja elaborada em aproximadamente duas laudas):
Discorra sobre a ética da magistratura federal, abordando princípios e
sistemas de controle.
2ª QUESTÃO (sugere-se que a resposta seja elaborada em
aproximadamente duas laudas):
Discorra sobre o conflito de leis no tempo (irretroatividade, direito
adquirido, lei civil e lei penal).
3ª QUESTÃO (sugere-se que a resposta seja elaborada em
aproximadamente duas laudas):
Discorra sobre aposentadoria rural por idade no Regime Geral de
Previdência Social.
4ª QUESTÃO (sugere-se que a resposta seja elaborada em
aproximadamente duas laudas):
Fulano de Tal e Beltrano de Tal, cidadãos peruanos, tiveram a sua
prisão preventiva decretada pelo juiz competente de seu país por crime de tráfico de entorpecentes. Fulano de Tal está sujeito naquele país à prisão perpétua por ser acusado de chefiar organização, e Beltrano de Tal, à pena de 25 (vinte e cinco) anos. Logo depois de presos, ambos fugiram da cadeia furtando, na ocasião, um veículo, razão pela qual também respondem pelos crimes de fuga e furto. Ingressaram clandestinamente no Brasil, onde cometeram outro crime de tráfico, sendo que aqui foram condenados, cada um, em primeiro grau, à pena de 8 (oito) anos e 3 (três) meses de reclusão. Houve pedido de extradição formulado pelo Governo do Peru com base em Tratado em vigor, juntando no pedido todos os documentos necessários. Decretada a prisão preventiva pelo Supremo Tribunal Federal para efeitos de extradição, ambos alegaram:
a) negam a autoria, apresentando cópia de documentos e depoimentos
extraídos do processo penal a que respondem no Peru, bem como vícios de citação e outras nulidades processuais, como incompetência jurisdicional; b) não pode ser concedida a extradição porque temem ter cerceada a sua garantia de ampla defesa e imparcialidade do juiz;
c) não podem ser extraditados porque já foram condenados em 1ª
instância no Brasil por crime análogo; e
d) estão sendo acusados no Peru por fatos que não constituem crime no Brasil.
Beltrano de Tal alega, ainda, em sua defesa, que convive há mais de 3
(três) anos com brasileira com quem tem um filho, razão pela qual não pode ser extraditado. Fulano de Tal, por sua vez, alega em sua defesa que também não pode ser extraditado porque a pena prevista no Peru para o crime pelo qual responde é de prisão perpétua, pena inexistente no Brasil em tempo de paz. Dadas as premissas acima, decida o caso à luz do controle jurisdicional da extradição no Brasil, fundamentando.