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Identificação

Acórdão 1941/2006 - Plenário

Número Interno do Documento


AC-1941-42/06-P

Ementa
LEVANTAMENTO DE AUDITORIA. FISCOBRAS 2006. CONSTRUÇÃO DO
COMPLEXO DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 20ª REGIÃO. CONTRATO. LIMITES E
CRITÉRIOS PARA SUBCONTRATAÇÃO. TERMO INICIAL DO PRAZO DE REAJUSTE
CONTRATUAL. DETALHAMENTO DA PROPOSTA DE PREÇOS. DISPENSA DE LICITAÇÃO E
PESQUISA DE PREÇOS. CRITÉRIOS PARA CÁLCULO DO PERCENTUAL DE ALTERAÇÃO
CONTRATUAL. DETERMINAÇÕES. ARQUIVAMENTO.
1. Os editais para contratação de obra, serviço ou fornecimento devem prever
os limites admissíveis e os critérios para subcontratação parcial do objeto.
2. Os reajustes de preços, de acordo com a variação do índice previsto no
edital, devem abranger o período de somente um ano, contado a partir da data da
apresentação das propostas ou da data do orçamento a que ela se referir.
3. É obrigatória a previsão, no edital de licitação, dos critérios de aceitabilidade
dos preços ofertados, permitida a fixação de preços máximos, devendo a proposta do
licitante apresentar a composição dos preços unitários dos serviços, bem como o
detalhamento do Bônus por Despesas Indiretas – BDI e dos encargos sociais.
4. Nos casos de dispensa de licitação fundamentadas no artigo 24, inciso VII,
da Lei 8.666/1993, deve a Administração proceder à devida pesquisa de preços, a fim de
demonstrar a equivalência entre o preço contratado e os praticados pelo mercado,
especificando-se os produtos a serem entregues pela empresa contratada.
5. No cumprimento dos limites estabelecidos no art. 65 da Lei 8.666/1993, o
cálculo do percentual de alteração contratual deve ser obtido a partir de comparação dos
valores acrescidos/suprimidos com o valor inicialmente contratado, ambos referentes à
mesma data.

Grupo/Classe/Colegiado
Grupo I / Classe V / Plenário

Processo
013.474/2006-2

Natureza
Relatório de Levantamento de Auditoria.

Entidade
Órgão: Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região.

Interessados
Interessado: Congresso Nacional.

Sumário
FISCOBRAS/2006. RELATÓRIO DE LEVANTAMENTO DE AUDITORIA. PROGRAMA
DE TRABALHO N. 02122057111760101. CONSTRUÇÃO DO COMPLEXO DO TRT - 20ª
REGIÃO. INEXISTÊNCIA DE IRREGULARIDADES GRAVES QUE JUSTIFIQUEM A PARALISAÇÃO
DA OBRA OU O BLOQUEIO DOS RECURSOS. DETERMINAÇÕES AO ÓRGÃO. ARQUIVAMENTO.
1. No Levantamento de Auditoria realizado em 2006, não foram constatados
indícios de irregularidades graves que obstaculizem a liberação dos recursos orçamentários.
2. Desnecessidade de comunicação específica à Comissão Mista de Planos,
Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, uma vez que a entrega do
relatório consolidado das auditorias Fiscobras/2006 (TC 005.275/2006-4) à Presidência do
Senado Federal foi autorizada em 20/09/2006, pelo Acórdão n. 1.731/2006 -TCU - Plenário.

Assunto
Relatório de Levantamento de Auditoria.

Ministro Relator
MARCOS BEMQUERER

Unidade Técnica
SECEX-SE - Secretaria de Controle Externo - SE

Dados Materiais
(com 2 anexos e 2 volumes).

Relatório do Ministro Relator


Cuidam os autos do Relatório de Levantamento de Auditoria realizado pela
Secex/SE, no período de 30/06 a 28/07/2006, em cumprimento ao Acórdão n. 2.308/2005 -
TCU - Plenário (Fiscobras 2006), referente aos recursos alocados ao PT 02122057111760101
- Construção do Complexo do Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região, no Município de
Aracaju - SE.
2. A importância socioeconômica do empreendimento decorre do fato de que o
Órgão, atualmente, ocupa quatro prédios antigos e isolados, que têm espaço físico e
instalações elétricas e lógicas deficientes, necessitam de constantes reformas e não contam
com depósito judicial.
3. A integração dos prédios em um único local possibilitará economia nos gastos
com malotes, telefones, energia elétrica e combustíveis, a implantação de uma rede
informatizada única, em lugar de linha de transmissão de dados, além de oferecer a
servidores e clientes um espaço adequado para a prestação dos serviços jurisdicionais. Para
tanto, o projeto básico prevê a construção de um prédio de 16.464,08 m2 em um terreno de
25.708,53 m2, expandindo as instalações atuais, que totalizam 6.639,26 m2 (fl. 19/20).
4. Ao apreciar a auditoria executada em 2005, objeto do TC 006.398/2005-0,
este Plenário, por meio do Acórdão n. 1.625/2005, não detectou falhas que representassem
óbice à liberação dos recursos orçamentários consignados à execução de serviços. Não
obstante, efetuou as seguintes determinações ao TRT da 20ª Região:
“9.2.1. abstenha-se de executar quantitativos de serviços não amparados
contratualmente, por constituir infração ao art. 60, parágrafo único, da Lei n. 8.666/1993,
devendo ser providenciada, previamente à execução, a celebração de termo aditivo,
observados os limites e as condições estabelecidas na referida lei, evitando, assim, o
ocorrido no Contrato n. 24/2004;
9.2.2. retifique o instrumento celebrado com o Departamento Estadual de
Habitação e Obras Públicas/SE, substituindo o Termo de Convênio n. 006/2004 por termo de
contrato, em vista das disposições do art. 48 do Decreto n. 93.872/1986, nele incluindo o
preço e as condições de pagamento, e promova o respectivo registro no Siasg - Sistema
Integrado de Administração de Serviços Gerais;
9.2.3. justifique expressamente em processo licitatório na modalidade convite a
existência de eventual limitação de mercado ou manifesto desinteresse dos convidados
quando não for possível a obtenção do mínimo de três propostas válidas, ou, não sendo o
caso, proceda à repetição do certame, atentando para o fato de que o mero não-
comparecimento de alguns, dentre poucos convidados, não constitui justificativa plausível
para a contratação imediata, nos termos do art. 22, §§ 3º, 6º e 7º, da Lei n. 8.666/1993
(Súmula TCU n. 248);”
5. Em sede de pedido de reexame apreciado por meio do Acórdão n. 842/2006,
este Plenário tornou insubsistente o item 9.2.1 acima transcrito, por perda do seu objeto, em
face da comprovação que o termo aditivo para execução de serviços de elevação da cota de
terraplanagem fora assinado anteriormente à mencionada determinação.
6. No decorrer da auditoria tratada nestes autos, a equipe de fiscalização
identificou, a princípio, alguns indícios de irregularidades consideradas graves
(irregularidades ns. 1, 2, 5, 6 e 7). No entanto, após a oitiva do responsável, tais
irregularidades foram reclassificadas para “outras irregularidades”, com proposta de
determinação da adoção de medidas corretivas (fl. 49). Passo a descrever os achados de
fiscalização registrados e preliminarmente avaliados às fls. 31/48:
6.1 - Irregularidade n. 1 (fls. 31/33)
6.1.1 - Descrição
O Contrato n. 24/2004 e o Edital da Concorrência n. 3/2004 são omissos
quanto aos limites e critérios para a subcontratação.
O art. 72 da Lei n. 8.666/1993 permite a subcontratação de partes da obra,
desde que previamente autorizada pela Administração. O art. 78, inciso VI, daquele diploma
legal estabelece que qualquer forma de transmissão de direitos e obrigações
(subcontratação, cessão, transferência, fusão, cisão e incorporação) deve estar prevista no
instrumento convocatório e no contrato.
O Edital da Concorrência n. 3/2004 não contém referência à subcontratação. O
Contrato n. 24/2004, em sua Cláusula Oitava, itens III e IV, veda a subcontratação total dos
serviços e prevê a subcontratação parcial, desde que previamente autorizada pela
Administração.
O procedimento utilizado pelo TRT - 20ª Região para autorizar a subcontratação
constitui-se, tão-somente, na declaração de sua concordância nas comunicações à empresa
contratada, ou nas anotações realizadas no diário de obra, sem que os respectivos limites
estejam previamente estabelecidos e definidas no edital da licitação, contrariando o disposto
no art. 72 da Lei n. 8.666/1993.
6.1.2 - Manifestação do Órgão
O Edital de Concorrência não é omisso quanto à subcontratação, pois a minuta
de contrato vedou-a na modalidade total e admitiu-a na modalidade parcial, atendendo ao
que dispõe o art. 78, VI, da Lei n. 8.666/1993.
Ao autorizar a subcontratação, a Comissão de Fiscalização da Obra - CFO
examina vasta documentação, no tocante à qualificação da empresa, histórico de obras
realizadas, atestados de capacidade técnica e qualidade de materiais empregados.
Relativamente aos serviços para os quais tenha sido exigida qualificação técnica da licitante,
é requerido, da empresa subcontratada, atestado emitido pelos órgãos competentes. Dessa
forma, a CFO delimita quais os serviços podem ser realizados mediante subcontratação.
6.1.3 - Avaliação Preliminar
A manifestação do Órgão não infirma a ausência, no edital de licitação, da
definição dos limites para subcontratação exigido pelo art. 72 da Lei n. 8.666/1993, cuja
obrigatoriedade é reconhecida nos Acórdãos n. 1.045/2006 e 2.297/1995, ambos do
Plenário.
O Órgão não tem formalizado adequadamente a análise da capacidade das
empresas subcontratadas, muito embora, nas manifestações acerca da irregularidade
constatada, tenha apresentado documentação pertinente às empresas subcontratadas pela
Empresa Uchôa Construções Ltda., tais como atestados de capacidade e de responsabilidade
técnica, histórico de obras realizadas e relatório de inspeção às instalações da fábrica da
empresa subcontratada.
Por essa razão será proposta determinação ao Órgão, no sentido de que
fundamente adequadamente os atos de aceitação ou rejeição das empresas subcontratadas,
em conformidade com os limites e condições previamente estabelecidos nos editais de
licitação, mormente quando as subcontratações referirem-se a partes da obra para as quais
foram exigidas, no instrumento convocatório, qualificação técnica da empresa licitada.
6.2 - Irregularidade n. 2 (fl. 33/35)
6.2.1 - Descrição
O 3º Termo Aditivo ao Contrato n. 24/2004 não observou a Cláusula Décima
Oitava do ajuste, com redação dada pelo 2º Termo Aditivo, segundo a qual “havendo
acréscimo de itens com preços manifestamente superiores aos orçados pelo Tribunal
Regional do Trabalho, deverão ser estabelecidas, por entendimento prévio entre as partes,
novas bases condizentes com os preços de mercado, de forma a manter o equilíbrio
econômico-financeiro do contrato”.
Esse dispositivo foi inserido no Contrato em virtude de determinação do TCU,
uma vez que o Edital não estabeleceu critérios de aceitabilidade dos preços unitários, com
fixação de preços máximos (art. 40, inciso X, da Lei n. 8.666/1993, e LDO), nem exigiu a
apresentação do orçamento analítico, incluindo as composições de custos unitários dos
serviços e o detalhamento do BDI e dos encargos sociais.
O 3º Termo Aditivo teve por objeto o acréscimo de terraplanagem e a
supressão de instalações hidráulicas, resultando na redução do valor total. Todavia, embora
tenha havido diminuição do valor devido, para atender à Cláusula Décima Oitava do
Contrato, os custos unitários dos itens deveriam ter sido avaliados um a um, e não
agrupados. A inexecução de cláusulas avençadas caracteriza o descumprimento do art. 66 da
Lei n. 8.666/1993.
Para obtenção do valor de mercado dos cinco itens que sofreram acréscimo
quantitativo no 3º Termo Aditivo, a equipe utilizou o programa Orçamento de Obras de
Sergipe - ORSE, disponibilizado pelo Departamento Estadual de Habitação e Obras Públicas -
DEHOP, considerando a data-base da proposta contratada. Concluiu a equipe que o
cumprimento dos termos contratuais implicaria na redução do valor aditado de R$ 14.881,73
para R$ 8.573,88, referente a setembro/2004.
6.2.2 - Manifestação do Órgão
Ao se eliminar grandes trechos de tubulação, 290 m de tubos do trecho
remanescente tiveram que ser substituídos por outros de menor diâmetro, porque o volume
de água diminuiu. Logo, não houve acréscimo de tubulações, e sim substituição.
Não seria correto utilizar parâmetros distintos para avaliar os preços dos itens,
quando se trata de correção do quantitativo de preços.
6.2.3 - Avaliação Preliminar
De fato, entre acréscimos e supressões, o item instalações hidráulicas sofreu
uma redução de R$ 71.386,27. Considerando que não foram reavaliados os itens que a
empresa Uchôa havia cotado abaixo do preço de mercado, e que é pequena a diferença de
R$ 6.307,85 apurada na fiscalização relativamente aos itens que tiveram acréscimo, a
equipe de auditoria considera justificada a irregularidade.
A equipe de auditoria propõe determinação ao Órgão no sentido de que, quando
da realização de aditivos, passe a observar rigorosamente o que determina a Cláusula
Décima Oitava do Contrato, e que, nos próximos editais de licitação, faça constar critérios de
aceitabilidade dos preços unitários ofertados, em observância ao disposto no art. 40, inciso
X, da Lei n. 8.666/1993, permitida a fixação de preços máximos, bem como a necessidade
de apresentação do orçamento analítico, incluindo as composições de custos unitários dos
serviços e do detalhamento do BDI e dos encargos sociais (arts. 7º, § 2º, II, e 6º, IX, f, da
Lei n. 8.666/1993).
6.3 - Irregularidade n. 3 (fl. 35/42)
6.3.1 - Descrição
O reajuste adotado na celebração do 4º Termo Aditivo ao Contrato n. 24/2004
contrariou o art. 40, inciso XI, da Lei n. 8.666/1993 e o art. 3º da Lei n. 10.692/2001, pois
considerou um período de treze meses e adotou data-base anterior à apresentação das
propostas. As cláusulas do Contrato e do referido Termo Aditivo não estabelecem com
clareza os parâmetros de cálculo adotados. O índice foi aplicado sobre os serviços previstos a
partir do 13º mês do cronograma físico-financeiro inicial da obra, e não sobre os serviços
efetivamente remanescentes por ocasião do ajuste.
A Cláusula específica prevê que “os valores fixados no cronograma físico-
financeiro poderão ser reajustados após o curso de 12 meses, contados do início da
execução dos serviços, e terão como indexador o Índice Nacional da Construção Civil -
INCC”.
No 4º Termo Aditivo, o órgão considerou um intervalo de 13 meses para o
cálculo do índice, incluindo a defasagem de um mês existente entre a data da proposta
(setembro/2004) e o início da execução dos serviços (outubro/2004). Como o INCC de
outubro de 2005 ainda não havia sido publicado na época do reajuste, formalizado em
27/10/2005, foi adotado o intervalo de agosto/2004 a setembro/2005 para calcular a
variação do índice.
Segundo definição constante do art. 3º, inciso VI, do Decreto n. 1.054/1994,
periodicidade é o intervalo de tempo entre dois reajustes sucessivos do preço. O art. 28 da
Lei n. 9.069/1995, que instituiu o Plano Real, determinou que os contratos celebrados ou
convertidos em Real, com cláusula de correção monetária por índice de preço, deveriam ter
periodicidade de um ano. O art. 3º, § 1º, da Lei n. 10.192/2001 alterou o marco inicial para
o cômputo do reajustamento, estabelecendo-o como a data limite para apresentação da
proposta ou do orçamento a que essa se referir, mantendo o período de um ano para seu
cálculo e implementação.
A lei não vincula o reajustamento do contrato à data de sua assinatura ou o
início da execução dos serviços, mas sim à data da proposta ou do orçamento a que se
referir e à periodicidade anual. Portanto, o período apropriado deveria abranger o período de
setembro/2004, data da apresentação da proposta e do orçamento, a setembro/2005,
término do interstício de 12 meses, no qual o INCC teve variação de 8,72%. Foi incorreta a
utilização de 13 variações do Índice Nacional da Construção Civil - INCC para o cálculo do
reajuste, no percentual de 9,14%, com o qual a planilha atualizada totalizou R$
20.870.574,06.
6.3.2 - Manifestação do Órgão
A data-base adotada foi setembro/2004, data da apresentação da proposta,
conforme determina a Lei. O índice de 9,14 foi apurado considerando o período de
setembro/2004 a setembro/2005. A norma legal não teria sido contrariada pela apuração do
índice de reajuste em um período de 13 meses, pois só é vedado o reajuste de periodicidade
inferior à anual, a teor do art. 5º do Decreto n. 10.254/1994, do art. 28, § 1º, da Lei n.
9.069/1995 e do art. 2º, § 3º, da Lei n. 10.192/2001.
Quanto à base de cálculo do reajuste, o cronograma físico-financeiro reflete
exatamente o quantitativo de serviços a ser executado, uma vez que, a teor do art. 66 da Lei
n. 8.666/1993, o contrato deverá ser executado fielmente pelas partes. O procedimento
adotado também encontra paralelo no que estabelece o art. 6º, inciso I, alínea a, do Decreto
n. 1.054/1994.
6.3.3 - Avaliação Preliminar
A ausência de critérios específicos de reajuste contraria o art. 40, inciso XI, da
Lei n. 8.666/1993. O edital deve estabelecer, além do indexador, se a data-base para o
período de reajustamento de um ano é a data da apresentação das propostas ou a data do
orçamento. Nesse sentido, pelo item 9.2.1 do Acórdão n. 1.707/2003 - TCU - Plenário
determinou-se ao Dnit que “estabeleça, já a partir dos editais de licitação e em seus
contratos, de forma clara, se a periodicidade dos reajustes terá como base a data-limite para
apresentação da proposta ou a data do orçamento.”
A periodicidade do reajuste não pode ser inferior nem superior a um ano,
conforme preceituam o art. 28 da Lei n. 9.069/1995 e o art. 3º, § 1º, da Lei n. 10.192/2001.
No Voto que fundamentou o Acórdão n. 474/2005, proferido em sede de Consulta formulada
pelo Ministério dos Transportes (TC 003.671/2005-0), o Ministro Augusto Sherman
Cavalcanti levou a cabo a seguinte conclusão:
“O procedimento correto, portanto, é aquele em que o reajuste seja referente à
data em que se completou um ano daquela apresentação da proposta ou da data do
orçamento a que ela se referir. Devendo os reajustes seguintes obedecer à mesma
periodicidade anual, tendo como referência sempre a mesma data-base. Assim, também
manter-se-á o equilíbrio econômico-financeiro estabelecido quando da realização do certame,
respeitando-se o princípio da vinculação editalícia e a manutenção das condições originais da
proposta (art. 55, XI, da Lei n. 8.666/1993).”
Portanto, é necessário determinar ao TRT da 20ª Região que corrija o
procedimento adotado.
Já no que se refere à possibilidade de o reajuste ser efetuado com base no
cronograma físico-financeiro, assiste razão ao Órgão. O art. 6º, inciso I, alínea a, do Decreto
n. 1.054/1994 estabelece que, em caso de atraso atribuível ao contratado, se os índices
aumentarem prevalecerão aqueles vigentes nas datas previstas para a realização do
fornecimento ou execução da obra ou serviço. Esse procedimento afasta atrasos propositais,
pela contratada, na execução da obra, com o fito de obter vantagens com a aplicação de
índices superiores aos que seriam obtidos com o andamento regular do cronograma.
6.4 - Irregularidade n. 4 (fls. 42/45)
6.4.1 - Descrição
O reajuste do Contrato n. 24/2004 foi formalizado por meio do 4º Termo
Aditivo e a planilha orçamentária teve seus preços unitários atualizados. A existência de duas
planilhas orçamentárias, com diferentes datas de referência de preços, ocasionou falhas nos
cálculos do 6º, 7º e 9 º Termos Aditivos. Usualmente, a planilha orçamentária com os preços
unitários refere-se à data-base da proposta e deve ser mantida como referência para as
medições e os aditamentos, sendo o reajuste calculado separadamente a cada fatura,
aplicando-se a variação do índice sobre os valores medidos.
O 6º Termo Aditivo promoveu modificações na composição dos revestimentos
de piso que, tendo como base a planilha atualizada para outubro/2005, acarretaram
acréscimo de R$ 1.274,71. Todavia, o cálculo do valor aditado com base nos preços unitários
da planilha original, relativa a setembro/2004, resultaria num acréscimo de R$ 1.227,87.
O 7º Termo Aditivo, celebrado em fevereiro de 2006, teve por objeto o
acréscimo de serviços para implantação da rede de drenagem de esgotos sanitários e águas
pluviais. Os novos itens de serviço (serviços preliminares/locação e infraestrutura) foram
cotados com base nos preços da época do termo aditivo. Dentre os itens preexistentes na
planilha, foram utilizados preços unitários com diferentes datas de referência. As alterações
no serviço de movimentação de terra foram cotadas com base nos preços constantes da
proposta (setembro/2004), e as instalações hidráulicas, com base nos preços reajustados
para setembro/2005.
O 9º Termo Aditivo destinou-se a corrigir quantitativos cotados em duplicidade
na planilha orçamentária (entrada de energia e ramal de alta tensão do prédio). Novamente
foram relacionados valores com datas de referência distintas. O valor dos serviços
suprimidos, calculados com base na planilha orçamentária reajustada em outubro/2005
resultou no valor de R$ 192.122,35. A retificação da supressão, utilizando os preços unitários
de setembro/2004, resultaria em R$ 179.031,58.
6.4.2 - Manifestação do Órgão
No decorrer do contrato, subsiste apenas uma planilha orçamentária válida: até
setembro/2005, a planilha original com os preços da licitação; a partir de outubro/2005, a
planilha atualizada com base no índice de reajuste previsto. Os aditivos celebrados tomam
como referência uma ou outra planilha, a depender apenas da data de sua celebração.
O procedimento adotado não gerou dano ao erário. As diferenças apontadas
pela equipe de auditoria não se confirmam, porque os cálculos tomam como referência os
preços da planilha de setembro/2004, sem computar o reajuste.
6.4.3 - Avaliação Preliminar
Considerando que os percentuais efetivamente alterados não superam os
limites previstos no art. 65, § 1º, da Lei n. 8.666/1993 e que as diferenças de valores são
pouco expressivas, não se vislumbram irregularidades graves decorrentes dos erros de
cálculo em questão. Entretanto, cabe ao TRT da 20ª Região corrigir e reavaliar seus
procedimentos, visando a alcançar maior transparência e precisão na execução dos
contratos.
O cálculo do percentual alterado pelos termos aditivos, em relação ao valor
inicialmente contratado, é necessário para demonstrar que estão sendo cumpridos os limites
estabelecidos no mencionado dispositivo legal. Porém, no caso do 6º, 7º e 9º aditamentos,
computou-se o reajuste como alteração contratual, ao totalizar os acréscimos e supressões
com os preços unitários reajustados (outubro/2005) e relacioná-los ao valor inicial do
contrato (setembro/2004), o que não é correto.
6.5 - Irregularidade n. 5 (fl. 45/46)
6.5.1 - Descrição
Ausência de justificativa de preço no processo de contratação do Departamento
Estadual de Habitação e Obras Públicas/SE - DEHOP, por dispensa de licitação, em
contrariedade ao exigido pelo art. 24, VIII, da Lei n. 8.666/1993.
De acordo com a Cláusula Quinta do Contrato n. 28/2005, o valor de R$
730.470,09 compreende desembolsos periódicos correspondentes a 3,5% de cada medição.
Esse valor foi obtido por meio orçamento apresentado pelo Contratado, sem verificação de
sua adequação aos preços de mercado.
Além disso, há indícios de que os serviços dependentes dos recursos materiais
discriminados na planilha de curso não estariam sendo executados. Não ficou evidenciado
que os custos previstos com fotografias, cópias, plotagens e demais materiais de consumo
tenham gerado qualquer documento para o TRT - 20ª Região.
Também há indícios de que o valor das atividades de fiscalização é excessivo. O
orçamento contempla valores consideráveis no custo mensal de cada profissional envolvido
na equipe, mas o contrato não exige a sua dedicação integral. Durante a vistoria não havia
qualquer profissional do DEHOP presente no local da obra.
6.5.2 - Manifestação do Órgão
A taxa de 3,5% está plenamente justificada nos autos do processo. A Lei
Estadual n. 4.189/1999 estabeleceu o limite para cobrança da taxa em 5%. O convênio
firmado entre o Ministério Público do Estado de Sergipe e a CEHOP para fins correlatos fixou
uma taxa de 5%. A taxa de 3,5 % reflete a estimativa de custo de pessoal e insumos
apresentadas pelo DEHOP. Não obstante, o contrato esta sendo reavaliado, oportunidade em
que serão definidos novos parâmetros para adequá-lo ao novo prazo de execução da obra.
6.5.3 - Avaliação Preliminar
O Órgão não contestou a afirmação de que alguns serviços dependentes de
recursos materiais discriminados na planilha de custos do DEHOP não estariam sendo
executados nem encaminhou qualquer justificativa a respeito dos elevados valores cobrados
pelos profissionais envolvidos na equipe de fiscalização. Por essa razão, a equipe de auditoria
reputa como verdadeiros os fatos por ela apontados.
No tocante ao preço contratado, foram acostados documentos que comprovam
as justificativas encaminhadas, exprimindo a razoabilidade do preço contratado.
Pela ausência de pesquisa de mercado, não se pode excluir a hipótese de que
outras empresas pudessem ofertar os mesmos serviços a um custo inferior. Nesse sentido, é
cabível determinação para que, em futuras contratações por dispensa de licitação, o Órgão
efetue pesquisa de preços, a fim de demonstrar a equivalência do preço contratado àqueles
praticados pelo mercado, conforme determina o art. 24, inciso VIII, da Lei n. 8.666/1993.
6.6 - Irregularidade n. 6
6.6.1- Descrição
Ausência de clareza e precisão na definição do objeto do Contrato n. 28/2005,
com infringência aos arts. 54 e 55 da Lei n. 8.666/1993.
De acordo com a Cláusula Primeira do referido Contrato, o seu objeto consiste
na prestação de serviços de assessoramento técnico, concernente ao apoio durante a
realização do procedimento licitatório (análise das planilhas orçamentárias que acompanham
os projetos executivos, montagem do edital de concorrência pública e assessoramento no
julgamento das propostas), bem como a fiscalização, o acompanhamento e o controle dos
serviços executados. Não foram identificados os profissionais que comporiam a equipe de
fiscalização, as horas a serem prestadas ou os serviços a serem executados.
O referido contrato não gerou relatórios ou boletins de fiscalização
6.6.2 - Manifestação do Órgão
O objeto contratual parece clara e precisamente determinado na Cláusula
Primeira do Contrato em questão. Para execução da avença, o contratado destacou dois
profissionais para fiscalização e assessoria durante a execução da obra.
6.6.3 - Avaliação Preliminar
O Órgão não enfrentou os pontos abordados na descrição da irregularidade. No
entanto, como ele se comprometeu a repactuar os termos de contrato em questão, conforme
será visto na irregularidade n. 7, a equipe de auditoria entende suficiente a determinação
para que seja aditado o contrato firmado com o DEHOP, com a finalidade de definir, com a
adequada precisão, o objeto da contratação, e que seja indicado, em cláusula específica, a
necessidade de que a fiscalização seja formalizada por meio da elaboração de relatórios ou
boletins periódicos, bem como sejam estabelecidos o número de profissionais que compõem
a equipe de fiscalização e de horas a serem prestadas na execução dos serviços.
6.7 - Irregularidade n. 7 (fl. 47/48)
6.7.1 - Descrição
A vigência do Contrato secundário n. 28/2005 ultrapassa o prazo de execução
da obra. O prazo do Contrato principal (Contrato n. 24/2004) foi reduzido, com conclusão
prevista para o dia 30/11/2006. Contudo, o Contrato n. 28/2005 não foi aditado,
apresentando vigência até 18/10/2007. Essa falha influencia diretamente o valor do
contrato, uma vez que a planilha de custos levou em consideração o prazo de construção de
36 meses para fixar os recursos humanos e materiais.
6.7.2 - Manifestação do Órgão
Essa circunstância foi relatada à Presidência do TRT da 20ª Região, que
determinou procedimentos para adequação do contrato ao novo prazo da obra.
6.7.3 - Avaliação Preliminar
É suficiente que se determine ao órgão que repactue os termos do ajuste
firmado com o DEHOP, de modo a refletir não somente o novo prazo de execução da obra,
mas também os itens descritos nas demais irregularidades relatadas.
6.8 - Irregularidade n. 8
6.8.1 - Descrição
Não-exigência da apresentação das Anotações de Responsabilidade Técnica -
ART´s dos profissionais que compõem a equipe de fiscalização do DEHOP, em discordância
com os artigos 1º e 2º da Lei n. 6.496/1997.
6.8.2 - Manifestação do Órgão
O órgão apresentou a ART do Engenheiro responsável pela fiscalização a cargo
da DEHOP.
6.8.3 - Avaliação Preliminar
A apresentação do documento sana a irregularidade.
7. Por fim, a equipe de auditoria registrou que 50% da obra já foram
executados, de acordo com a 21ª medição, de 23/06/2006, observando-se uma defasagem
em relação ao percentual programado até junho de 2006, sem que esse fato constitua
irregularidade. Questionados pela equipe, os técnicos do TRT afirmaram que já chamaram a
atenção da construtora, e que é possível a recuperação dos atrasos, garantindo o término da
obra dentro do limite estimado para 30/11/2006 (fl. 22)
8. Em face do exposto, a equipe de fiscalização propôs (fls. 50/52), com a
anuência do Diretor e da Titular da Unidade Técnica (fls. 53/55), o encaminhamento de cópia
integral do Relatório e do Voto que vierem a ser proferidos, bem como a realização das
seguintes determinações ao Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região:
8.1 - estabeleça, nos instrumentos convocatórios, os limites para
subcontratação de obra, serviço ou fornecimento, de modo a evitar riscos para a
Administração Pública, conforme disciplina o art. 72 da Lei n. 8.666/1993;
8.2 - fundamente adequadamente os atos de aceitação ou rejeição das
empresas subcontratadas, em conformidade com os limites e condições que devem ser
estabelecidos previamente nos editais de licitação, em consonância com o disposto no art. 72
da Lei n. 8.666/1993, mormente quando as subcontratações referirem-se a partes da obra
para as quais foi exigida, no instrumento convocatório, qualificação técnica da empresa
licitante;
8.3 - observe rigorosamente o que determina a Cláusula Décima Oitava do
Contrato n. 24/2004, de forma que, havendo acréscimo de itens com preços manifestamente
superiores aos orçados pelo Tribunal Regional do Trabalho, deverão ser estabelecidas novas
bases condizentes com os preços de mercado, de forma a manter o equilíbrio econômico
financeiro, evitando, dessa forma, falhas como a ocorrida na elaboração da planilha do 3º
Termo Aditivo;
8.4 - faça constar dos próximos editais de licitação, em observância ao disposto
nos arts. 40, caput e inciso X, e 43, inciso IV, da Lei n. 8.666/1993, critérios de
aceitabilidade dos preços unitários ofertados, permitida a fixação de preços máximos;
8.5 - faça constar dos próximos editais exigência para que os licitantes
apresentem as composições dos preços unitários dos serviços, bem como o detalhamento do
BDI e dos encargos sociais, em conformidade com os arts. 7º, § 2º, inciso II, e 6º, inciso IX,
f, da Lei n. 8.666/1993 (Acórdão n. 615/2004 - 2ª Câmara);
8.6 - estabeleça, a partir dos próximos editais de licitação e em seus contratos,
de forma clara, se a periodicidade dos reajustes terá como base a data-limite para
apresentação da proposta ou a data do orçamento a que ela se referir, conforme determina o
art. 40, inciso XI, da Lei n. 8.666/1993;
8.7 - altere, no prazo de 30 dias, a Cláusula Décima Sétima do Contrato n.
24/2004, estabelecendo novos parâmetros de reajuste coerentes com a periodicidade anual
dos contratos administrativos, ressaltando que a contagem do prazo deve se iniciar em
setembro de 2004, data da apresentação da proposta e do orçamento pela licitante,
conforme determina o art. 3º da Lei n. 10.192/2001;
8.8 - proceda, no prazo de 30 dias, à correção dos cálculos de reajuste já
realizado no Contrato n. 24/2004 e, por conseqüência, aos ajustes financeiros
eventualmente necessários, considerando que foi adotado um percentual indevido de 9,14%,
quando o correto seria 8,52%, resultante da variação do INCC entre os meses de
setembro/2005 (I = 324,164) e setembro/2004 (I = 298,722), consoante fórmula
estabelecida no art. 5º do Decreto n. 1.054/1994;
8.9 - adote, no prazo de 30 dias, a data-base do Contrato n. 24/2004 como
referência para obtenção de preços unitários de serviços novos da planilha orçamentária e
também para os acréscimos de serviços preexistentes, devendo incidir sobre eles, para fins
de pagamento, o índice de reajuste vigente, de forma a manter as mesmas condições dos
itens originalmente contratados;
8.10 - em futuras contratações por dispensa de licitação efetuadas com base no
art. 24, inciso VII, da Lei n. 8.666/1993 proceda à devida pesquisa de preços, a fim de
demonstrar a equivalência do preço contratado àqueles decorrentes do mercado;
8.11 - proceda, no prazo de 30 dias, a alterações no Contrato n. 28/2005,
firmado com o Departamento Estadual de Obras Públicas de Sergipe, de modo que seja
indicada, em cláusula específica, a necessidade de que a entidade concretize sua fiscalização
por meio da elaboração de relatórios ou boletins periódicos, bem como seja estabelecido o
número de profissionais que compõem a equipe de fiscalização e de horas a serem prestadas
na execução dos serviços;
8.12 - observe, no prazo de 30 dias, para efeito do cumprimento dos limites
estabelecidos no § 1º do art. 65 da Lei n. 8.666/1993, que o cálculo do percentual de
alteração contratual deve ser obtido a partir de comparação dos valores
acrescidos/suprimidos com o valor inicialmente contratado, ambos referentes à mesma data,
e proceda aos ajustes necessários nos cálculos dos percentuais dispostos nos 6º, 7º e 9º
Termos Aditivos do Contrato n. 24/2004, conforme orientação acima;
8.13 - efetue, no prazo de 30 dias, o ajuste nos preços unitários dos serviços
constantes dos itens 01.04.02, 04.01.08 e 04.01.09 da planilha do 7º Termo Aditivo
referente ao Contrato n. 24/2004, uma vez que foram cotados preços com data-base diversa
da data-base do contrato (§§ 1º e 3º do art. 65 da Lei n. 8.666/1993);
8.14 - estude, no prazo de 30 dias, a possibilidade de, em comum acordo com
o Departamento Estadual de Obras Públicas de Sergipe, reduzir o preço do Contrato n.
28/2005, considerando que os custos previstos com fotografias, cópias e demais materiais
de consumo cobrados pelo DEHOP não foram efetivamente realizados, e que não se vê
justificado o nível de remuneração atual dos profissionais envolvidos nos trabalhos de
fiscalização da obra, considerando que ficou constatada, durante a auditoria, a ausência de
dedicação em tempo integral desses profissionais;
8.15 - repactue, no prazo de 30 dias, o preço do Contrato n. 28/2005, firmado
com o Departamento Estadual de Obras Públicas de Sergipe, adaptando-o ao prazo
estabelecido para a obra;
8.16 - observe atentamente o que dispõe a Cláusula Décima Nona do Contrato
n. 24/2004 e art. 6º, § 1º, do Decreto n. 1.054/1994, tendo em vista que atrasos
injustificados na execução da obra caracterizam descumprimento da obrigação assumida,
sujeitando a contratada às penalidades legal e contratualmente previstas.
É o relatório.

Voto do Ministro Relator


Em exame as constatações apontadas no Relatório de Levantamento de
Auditoria efetuado pela Secex/SE nas obras de construção do complexo do Tribunal Regional
do Trabalho da 20ª Região, no Município de Aracaju - SE, no âmbito do Fiscobras/2006.
2. Na auditoria realizada em 2005 (TC n. 006.398/2005-0) não foram
detectadas falhas que representassem óbice à liberação dos recursos orçamentários
consignados à execução dos serviços. Após a apreciação de pedido de reexame interposto
pelo Órgão contratante, remanesceram as determinações constantes nos itens 9.2.2 e 9.2.3
do Acórdão n. 1.625/2005 - TCU - Plenário, no sentido de que o Termo de Convênio n.
6/2004, celebrado com o Departamento Estadual de Habitação e Obras Públicas do Estado
de Sergipe - DEHOP, fosse substituído por contrato, e de que fosse justificada, nos futuros
processos licitatórios na modalidade de convite, a impossibilidade de obter no mínimo três
propostas válidas, ou repetido o certame.
3. As constatações da auditoria versada nos presentes autos permitem concluir
que a primeira determinação acima descrita foi atendida, tendo sido celebrado, entre o TRT -
20ª Região e o DEHOP, o Contrato n. 28/2005. Não foi observada qualquer ocorrência
contrária à segunda determinação.
4. Quanto à fiscalização realizada neste exercício de 2006, a equipe de auditoria
detectou as seguintes irregularidades:
a) não-fixação, no Edital da Concorrência n. 3/2004 e no Contrato n. 24/2004,
dos limites e critérios para subcontratação;
b) não-realização do exame de aceitabilidade do valor unitário dos itens que
sofreram acréscimo quantitativo no 3º Termo Aditivo ao Contrato n. 24/2004;
c) adoção de periodicidade de reajuste indevida no 4º Termo Aditivo ao
Contrato n. 24/2004, superior a 13 meses;
d) existência de duas planilhas orçamentárias, referentes aos valores originais
do Contrato n. 24/2004 e aos valores reajustados, acarretando falhas no 6º, 7º e 9º Termos
Aditivos, devido à utilização de datas-base diversas;
e) ausência de justificativa de preço no processo de contratação direta do
Departamento Estadual de Habitação e Obras Públicas do Estado de Sergipe - DEHOP, que
levou à celebração do Contrato n. 28/2005;
f) falta de clara e precisa definição do objeto do Contrato n. 28/2005, celebrado
com o DEHOP;
g) vigência do Contrato n. 28/2005, referente à fiscalização da obra, excedente
ao prazo de execução do contrato principal;
h) não-exigência da apresentação das Anotações de Responsabilidade Técnicas
- ARTs dos profissionais que compõem a equipe de fiscalização do DEHOP (Contrato n.
28/2005).
5. Em princípio, as constatações descritas nas alíneas a, b, e, f e g foram
consideradas “irregularidades graves”, para efeito de classificação no Sistema Fiscobras.
Após a oitiva do órgão contratante, todas as falhas foram tipificadas como “outras
irregularidades”, que, na sistemática de avaliação adotada pelo TCU, não ensejam
recomendação de paralisação da obra ou de bloqueio de recursos orçamentários,
entendimento com o qual ponho-me de acordo.
6. No que diz respeito à subcontratação verificada em relação ao Contrato n.
24/2004, que tem por objeto a execução da nova sede do TRT - 20ª Região, vale dizer que
constou da minuta de contrato que acompanhou o edital da concorrência, bem como da
Cláusula Oitava do Contrato, a previsão da possibilidade de subcontratação parcial, desde
que autorizada pela Administração Contratante. Todavia, não foram especificados os limites
admissíveis, contrariando a disposição do art. 72 da Lei n. 8.666/1993. E, embora o órgão
contratante tenha tido acesso a documentos referentes à qualificação técnica da empresa
subcontratada, não cuidou de formalizar, no processo, a avaliação efetuada, mostrando-se
pertinentes as determinações propostas nos itens 8.1 e 8.2 do Relatório precedente.
7. Relativamente às modificações de quantitativos promovidas pelo 3º Termo
Aditivo ao Contrato n. 24/2004, a equipe de auditoria registra o acréscimo de 5 itens em
valores superiores ao orçamento elaborado pelo TRT - 20ª Região, resultando em uma
diferença a maior no montante de R$ 6.307,85 em relação à base de cálculo por ela
utilizada. Todavia, a própria equipe esclarece que o conjunto de acréscimos e supressões
resultou numa redução contratual de R$ 71.386,27 (fl. 35). Tratando-se de valor ínfimo
diante do montante do empreendimento, inicialmente orçado em R$ 19.644.825,82 (fl. 24),
torna-se desnecessário determinar ao Órgão a correção desse termo aditivo (item 8.3 do
Relatório), bastando que o TRT - 20ª Região adote, nos próximos editais de licitação,
critérios de aceitabilidade dos preços unitários (item 8.4 do Relatório), bem como a descrição
da composição dos preços unitários dos serviços (item 8.5 do Relatório).
8. Quanto à periodicidade de reajustamento dos contratos administrativos, este
Tribunal, por meio do item 9.1.2 do Acórdão n. 474/2005 - Plenário, esclareceu que os
reajustes de preços, de acordo com a variação do índice previsto no edital, devem abranger
o período de somente um ano, contado a partir da data da apresentação das propostas ou da
data do orçamento a que ela se referir, devendo os demais reajustes ser efetuados quando
se completarem períodos múltiplos de um ano, contados sempre desse marco inicial.
9. Conforme se extrai do Voto proferido pelo Ministro Augusto Sherman
Cavalcanti, a periodicidade anual fixada no art. 28 da Lei n. 9.069/1995 c/c o art. 3º, § 1º,
da Lei n. 10.192/2001 não é apenas o interstício mínimo para a realização dos reajustes. É
também o período máximo de defasagem de preço que o contratado deve suportar, sob pena
de implicar a quebra do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, constitucionalmente
assegurado.
10. Ademais, como consignou o Relator ao examinar qual deve ser o marco
inicial desse período, a padronização dos critérios de reajustamento assegura a isonomia e a
impessoalidade entre os contratantes, evitando a adoção de parâmetros que poderiam
beneficiar desigualmente os licitantes. Ao se estabelecer precisamente o momento em que o
cálculo do reajuste deve ser efetuado, evita-se a escolha de um mês de reajustamento mais
favorável, após o 12º a partir do marco inicial, que permitiria ao contratado obter efeitos
financeiros superiores durante os doze meses subseqüentes ao reajuste.
11. Uma vez que o reajustamento do Contrato n. 24/2004 levado a efeito pelo
TRT da 20ª Região contemplou o período de 13 meses, resultando na aplicação do
percentual de 9,14%, quando a variação do INCC no período anual compreendido entre
setembro/2004 a agosto/2005 fixou-se em 8,72%, mostram-se pertinentes as propostas da
unidade técnica no sentido de que se determine ao Órgão a adoção das providências
necessárias à correção do teor do Contrato n. 24/2004, no tocante à periodicidade de
reajuste (item 8.7 do Relatório) e ao recálculo dos valores devidos em função desse
instrumento (item 8.8 do Relatório), bem como a fixação de prazos específicos de reajuste
nos editais e contratos que vierem a ser celebrados (item 8.6 do Relatório).
12. Vale frisar que, com essa providência, não se tem em mira a redução dos
valores já despendidos, pois não se conhece a repercussão financeira da aplicação do
primeiro índice de correção ao pagamento devido no 13º mês, assim como da redefinição do
segundo índice de correção. O que se busca, no presente caso, é o estabelecimento de
critérios precisos de reajustamento, em prol da isonomia e da impessoalidade na
contratação.
13. No que diz respeito à realização de cálculos com valores unitários referidos
a diferentes datas-bases, para efeito de determinação do volume de acréscimos e
supressões, por ocasião da celebração do 6º, 7º e 9º Termos Aditivos ao Contrato n.
24/2004, é relevante ressaltar que essa inconsistência não põe em risco a observância dos
limites previstos no art. 65, § 1º, da Lei n. 8.666/1993, uma vez que os percentuais de
alteração são pouco expressivos, conforme declarou a própria equipe de auditoria (fl. 45). A
falha em questão não causará distorções no valor a ser pago, uma vez que os valores
referidos à planilha original, para efeito de cálculo dos limites de alteração, devem sofrer
correção pelos percentuais de reajuste eventualmente incidente, para efeito de pagamento.
14. Nessa linha de raciocínio, considero despicienda a realização de acertos na
planilha orçamentária e nos termos aditivos, propostas nos itens 8.9, 8.12 e 8.13 do
Relatório, em virtude do volume de trabalho que essa providência poderia requerer. Mostra-
se mais proveitoso determinar ao TRT da 20ª Região que, em relação aos futuros contratos,
o cálculo do percentual de alteração seja obtido a partir de comparação dos valores
acrescidos/suprimidos com o valor inicialmente contratado, ambos referentes à mesma data.
15. No tocante ao Contrato n. 28/2005, que tem por objeto a prestação de
serviços de assessoramento técnico durante a realização do procedimento licitatório, de
fiscalização, acompanhamento e controle dos serviços executados, a equipe de auditoria
consigna que o processo de contratação não contém justificativa para o pagamento de 3,5%
do valor do contrato principal, correspondente a R$ 730.470,09, em favor ao Departamento
Estadual de Habitação e Obras Públicas do Estado de Sergipe - DEHOP, contratado sem
licitação.
16. Afirma a equipe que, embora outros órgãos tenham pago percentuais ainda
maiores, não há evidências de que a contratada tenha incidido em custos que compuseram o
seu orçamento, tais como fotografias, cópias, plotagens e materiais de consumo, uma vez
que o Contratado não cuidou de formalizar a fiscalização que lhe cabe por meio de relatórios
e boletins periódicos. Também considera excessivo os custos referentes à mão-de-obra, pois
não foi especificado o quantitativo de técnicos envolvidos na fiscalização ou das horas de
serviço, tendo sido afastada, durante a auditoria, a hipótese de dedicação integral.
17. Por essa razão, a equipe propõe que seja determinada ao TRT - 20ª Região
a alteração do referido contrato, com vistas à inserção de cláusula referente à necessidade
de apresentação de relatórios ou boletins periódicos, à definição do número de profissionais
dedicados à prestação do serviço (item 8.11 do Relatório) e à possibilidade de repactuação
do valor do contrato, em virtude de custos não verificados (8.14 do Relatório).
18. Ressalvada a necessidade de ajuste do prazo do Contrato n. 28/2005, em
decorrência da antecipação do término do Contrato n. 24/2004 para 30/11/2006 (item
8.15), entendo que a revisão de preço acima cogitada somente teria cabimento em caso de
inexecução dos serviços pactuados ou de superfaturamento. Não havendo nos autos
evidência de nenhuma dessas hipóteses, a reformulação preconizada nos itens 8.11 e 8.14
do Relatório, a um mês de seu término, poderá gerar custos administrativos superiores à
economia esperada. Por conseguinte, acolho a proposta de determinação no sentido de que,
nas futuras contratações diretas, seja justificada a razoabilidade do preço contratado em
comparação com os preços de mercado (item 8.10 do Relatório), especificando os produtos a
serem entregues pela contratada.
19. Tendo sido constatado atraso no cronograma físico até a medição efetuada
em 23/06/2006, é pertinente a determinação de observância do prazo pactuado na Cláusula
Décima Nona do Contrato n. 24/2004 (item 8.16 do Relatório).
20. Por fim, compreendo que não se faz necessária a comunicação específica à
Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, sobre
a presente deliberação, uma vez que este Plenário, em Sessão de 20/09/2006, por meio do
Acórdão n. 1.731/2006, autorizou a entrega do relatório consolidado das auditorias
Fiscobras/2006, tratado no TC 005.275/2006-4, à Presidência do Senado Federal.
Ante o exposto, Voto por que seja adotada a deliberação que ora submeto a
este Colegiado.
T.C.U., Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2006.
MARCOS BEMQUERER COSTA
Relator

Acórdão
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Relatório de Levantamento de
Auditoria realizado pela Secex/SE, no período de 30/06 a 28/07/2006, em cumprimento ao
Acórdão n. 2.308/2005 - TCU - Plenário (Fiscobras 2006), referente aos recursos alocados ao
PT 02122057111760101 - Construção do Complexo do Tribunal Regional do Trabalho da 20ª
Região, no Município de Aracaju - SE.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão
Plenária, ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1. determinar ao Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região que:
9.1.1. relativamente ao Contrato n. 24/2004:
9.1.1.1. adote as providências necessárias, no prazo de 30 (trinta) dias, a
contar da ciência desta Deliberação, para a implementação das seguintes medidas:
9.1.1.1.1. alteração da Cláusula Décima Sétima, de modo que a contagem do
prazo anual de reajuste se inicie em setembro/2004, data do orçamento e da apresentação
da proposta pela empresa licitante, conforme determina o art. 3º da Lei n. 10.192/2001,
calculando-se os reajustes em períodos múltiplos de um ano, contados sempre desse marco
inicial; (Tornado insubsistente pelo AC-0872-18/08-P.)
9.1.1.1.2. correção dos cálculos de reajuste já realizados e, por conseqüência,
aos ajustes financeiros eventualmente necessários, considerando que foi adotado um
percentual indevido de 9,14%, quando o correto seria 8,52%, resultante da variação do
INCC entre os meses de setembro/2005 (I = 324,164) e setembro/2004 (I = 298,722),
consoante fórmula estabelecida no art. 5º do Decreto n. 1.054/1994; (Tornado insubsistente
pelo AC-0872-18/08-P.)
9.1.1.2. observe atentamente o prazo fixado na Cláusula Décima Nona e o
disposto no art. 6º, § 1º, do Decreto n. 1.054/1994, tendo em vista que atrasos
injustificados na execução da obra caracterizam descumprimento da obrigação assumida,
sujeitando a contratada às penalidades legal e contratualmente previstas;
9.1.2. relativamente ao Contrato n. 28/2005, no prazo de 30 (trinta) dias a
contar da ciência desta Deliberação, repactue a cláusula de vigência, adaptando-a ao prazo
estabelecido para o término da obra;
9.1.3. relativamente aos futuros procedimentos licitatórios e aos contratos que
vierem a ser celebrados:
9.1.3.1. faça constar dos editais:
9.1.3.1.1. exigência para que os licitantes apresentem as composições dos
preços unitários dos serviços, bem como o detalhamento do BDI e dos encargos sociais, em
conformidade com os arts. 7º, § 2º, inciso II, e 6º, inciso IX, f, da Lei n. 8.666/1993
(Acórdão n. 615/2004 - 2ª Câmara);
9.1.3.1.2. critérios de aceitabilidade dos preços unitários ofertados, permitida a
fixação de preços máximos, em observância ao disposto nos arts. 40, caput e incisos X, e 43,
inciso IV, da Lei n. 8.666/1993;
9.1.3.1.3. limites para subcontratação de obra, serviço ou fornecimento, de
modo a evitar riscos para a Administração Pública, conforme disciplina o art. 72 da Lei n.
8.666/1993;
9.1.3.2. estabeleça, nos editais e contratos, de forma clara, se a periodicidade
dos reajustes terá como base a data-limite para apresentação da proposta ou a data do
orçamento a que esta se referir, conforme determina o art. 40, inciso XI, da Lei n.
8.666/1993;
9.1.3.3. nos casos de dispensa de licitação fundamentadas no art. 24, inciso
VII, da Lei n. 8.666/1993, proceda à devida pesquisa de preços, a fim de demonstrar a
equivalência entre o preço contratado e os praticados pelo mercado, e especifique os
produtos a serem entregues pela empresa contratada; (Vide AC-0872-18/08-P. onde se lê
“art. 24, inciso VII”, leia-se “art. 24, inciso VIII”.)
9.1.3.4. observe, para efeito do cumprimento dos limites estabelecidos no art.
65, § 1º, da Lei n. 8.666/1993, que o cálculo do percentual de alteração contratual deve ser
obtido a partir de comparação dos valores acrescidos/suprimidos com o valor inicialmente
contratado, ambos referentes à mesma data;
9.1.3.5. fundamente adequadamente os atos de aceitação ou rejeição das
empresas subcontratadas, em conformidade com os limites e condições que devem ser
estabelecidos previamente nos editais de licitação, em consonância com o disposto no art. 72
da Lei n. 8.666/1993, mormente quando as subcontratações referirem-se a partes da obra
para as quais forem exigidas, no instrumento convocatório, qualificação técnica da empresa
licitante;
9.2. arquivar o presente processo após o cumprimento das determinações
indicadas nos subitens 9.1.1 e 9.1.2 deste Acórdão.

Quorum
13.1. Ministros presentes: Guilherme Palmeira (Presidente), Ubiratan Aguiar,
Benjamin Zymler e Augusto Nardes.
13.2. Auditores convocados: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer
Costa (Relator).

Publicação
Ata 42/2006 - Plenário
Sessão 18/10/2006
Aprovação 19/10/2006
Dou 20/10/2006 - Página 0

Referências (HTML)
Documento(s):TC-013-474-2006-2.doc

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