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Copiar este trabalho é plágio, é violar direito autoral, crime previsto no Código Penal, art.184.

CONSCIENTIZAÇÃO PELA LIBERDADE EDUCACIONAL


1
José Roberto S. Ribeiro

Os ricos devem dar esmolas, pois eles devem


muito aos pobres, eles os exploram muito no trabalho”
(São Francisco de Assis)

Rir é ser malicioso com uma boa consciência.


2
Nietzsche em A Gaia Ciência (Livro III, #200 )

Canção Para os Fonemas


3
da Alegria
Thiago de Mello

Peço licença para algumas coisas.


Primeiramente para desfraldar
este canto de amor publicamente.

Sucede que só sei dizer amor


quando reparto o ramo azul de estrelas
que em meu peito floresce de menino.

Peço licença para soletrar,


no alfabeto do sol pernambucano,
a palavra ti-jo-lo, por exemplo,

e poder ver que dentro dela vivem


paredes, aconchegos e janelas,
e descobrir que todos os fonemas

são mágicos sinais que vão se abrindo


constelação de girassóis gerando
em círculos de amor que de repente

estalam como flor no chão da casa.


Às vezes nem há casa: é só o chão.
Mas sobre o chão quem reina agora é um homem

diferente, que acaba de nascer:


porque unindo pedaços de palavras
aos poucos vai unindo argila e orvalho,

tristeza e pão, cambão e beija-flor,

1
Sociólogo/Estatístico/Mestrado/Professor. Contatos: (85) 9972.6634 – (85) 8150.6068 – (85)
8749.9120
http://robertoeducacional.blogspot.com/2011/05/conscientizacao.html
2
FERREIRA, Carlos Eduardo Paranhos. Garrincha, a alegria do povo e os subterrâneos da alienação. Disponível
em: http://www.intermidias.com/txt/ed7/textos/CINEMA_Garrincha_CE%20Paranhos%20Ferreira.pdf
Acesso em 9.maio.2011.
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Thiago de Mello, Faz Escuro Mas eu Canto — Porque a Manhã Vai Chegar. Poesias, Editora
Civilização Brasileira, Rio, 1965.
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Artigo - A ser publicado em Revista de Ciências Sociais – Fortaleza – Ceará -1º de maio. 2011
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e acaba por unir a própria vida


no seu peito partida e repartida

quando afinal descobre num clarão


que o mundo é seu também, que o seu trabalho
não é a pena que paga por ser homem,

mas um modo de amar — e de ajudar


o mundo a ser melhor. Peço licença
para avisar que, ao gosto de Jesus,

este homem renascido é um homem novo:


ele atravessa os campos espalhando
a boa-nova, e chama os companheiros

a pelejar no limpo, fronte a fronte,


contra o bicho de quatrocentos anos,
mas cujo fel espesso não resiste

a quarenta horas de total ternura.


Peço licença para terminar
soletrando a canção de rebeldia

que existe nos fonemas da alegria:


canção de amor geral que eu vi crescer
nos olhos do homem que aprendeu a ler.
Santiago do Chile,
verão de 1964.

RESUMO
O estudo é um processo pelo qual a pessoa chega à sua consciência, ao seu
processo de tomada de consciência da realidade. Para isso, desenvolveu-se uma
concepção marxista como referência básica teórica. Em seguida procedeu-se ao
método de Paulo Freire, como um procedimento didático-pedagógico para ensinar o
indivíduo ao seu conhecimento da realidade. Daí a palavra conscientização.
Chegou-se à conclusão que a conscientização só poderia ocorrer pela educação,
caso houvesse um movimento nacional no sentido de que fossem votadas leis de
proteção à liberdade escolha no conteúdo de ensino. Acreditando-se que as
disciplinas de Sociologia e de Filosofia seriam de fundamental importância no
processo, devendo as duas serem de caráter obrigatório, recebendo o mesmo
tratamento dado à Matemática, Física, Química, Biologia e Português.
Palavras-chave: marxismo, conscientização, educação, Sociologia, Filosofia.

ABSTRACT
The study is a process whereby the person comes to his conscience, his process of
awareness of reality. For this, we developed a Marxist theory as a basic reference.
Then proceeded to the method of Paulo Freire, as an educational-learning procedure
to teach the individual to his knowledge of reality. Hence the word awareness.
Reached the conclusion that awareness could only happen through education, if
there was a national movement in the sense that they were voted on laws to protect
freedom of choice in content teaching. Believing that the disciplines of sociology and
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philosophy would be of fundamental importance in the process, and the two are
mandatory, receiving the same treatment given to Mathematics, Physics, Chemistry,
Biology and Portuguese.
Keywords: Marxism, awareness, education, sociology, philosophy.

INTRODUÇÃO
A consciência é muito importante na vida das pessoas. Uma pessoa
lúcida, consciente, não se deixa enganar. Pode até ser prejudicada, maltratada, mas
fisicamente, nunca na sua consciência. Quando fez a Revolução Cubana, em 1959,
Fidel Castro disse: ―Os capitalistas podem até invadir nosso país, acabar conosco
fisicamente, mas o povo não será enganado, maltratado psicologicamente.‖(Moraes,
1980). Marx (1981), em seus estudos disse: ―O que determina a consciência do
indivíduo, o seu modo de pensar, são as suas condições materiais de existência‖.
Isso não quer dizer que a pessoa seja consciente, lúcida do ponto de vista de sua
realidade, nada disso. Pelo contrário, conforme Freire (1978) a massa em sua maior
parte pensa de forma com a sua existência, mas age como se fosse rica, como se
fora capitalista. E é por isso que se prejudica. O que prejudica o homem não é o seu
modo de pensar, pois ele pensa bem, conforme a sua existência. No entanto, o que
o prejudica é a sua ação. Quer um exemplo? O voto. A pessoa vive na favela, com
fome, sofrendo. Um mundo de miséria. E ela sabe disso. No entanto, quando
chegam as eleições, ela não vota no trabalhador que lhe pede o voto, mas no
almofadinha de paletó, rico e perfumado. Aí é que está a alienação do homem. Para
ele, o pobre da favela, um pobre igual a ele não poderia governar, pois teria a sua
mesma incompetência. Outra alienação, achar-se incompetente, inferior, subalterno.
Certa vez, uma pessoa do povo, sofrido, disse: ―Nós aqui somos todos burros, não
sabemos de nada, mas o doutor ali, esse sim, sabe de tudo‖. São atitudes desse tipo
que faz o alienado, o inverso do conscientizado. A dicotomia conscientização x
alienação caminham juntas no mundo da luta pela sobrevivência.
Adquirir consciência, ciência de sua realidade. Com consciência ou
mesmo com ciência. Com+ciência = consciência. Daí a palavra conscientização. E
esta só pode ser adquirida com o apoio da ciência. Ninguém consegue chegar a um
nível de consciência sem ter um mínimo de leitura de uma realidade a qual vive.

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Tem que investigar. Muitas vezes quando se vê uma realidade, ela só pode ser
entendida se tiver tido antes uma leitura sobre aquilo. A esse respeito, Marx (1992)
diz: ―Se a aparência da coisa coincidisse com o seu conteúdo interior, toda ciência
seria supérflua‖. Diz a lenda que foi o educador Paulo Freire quem primeiro usou a
palavra conscientização. Freire via na educação uma forma de conscientizar o
indivíduo. Não que a educação pudesse fazer uma revolução, nada disso, mas ela
conscientiza, torna a pessoa consciente de sua realidade. Ela fica sabendo que é
explorada. E mesmo que permaneça na mesma situação, ou mesmo pior, ela tem
ciência, consciência de sua realidade.
O socialismo caiu na Rússia, mas o povo hoje é muito diferente daquele
de antes de 1917. Havia um mundo de analfabetos. Depois que fizeram a revolução,
o analfabetismo chegou a zero (Lênin, 1980). O socialismo se acabou ali, mas a
marca do analfabetismo foi embora. Em Cuba não há analfabetos. O país é pobre,
mas um pobre consciente.
No Brasil, tem-se muitos miseráveis, pobres, favelados, famintos,
analfabetos. Mas muitos são inconscientes de sua realidade, embora haja alguns
conscientes. Por isso, os inconscientes sofrem mais do que os outros, pois acham
que a culpa de sua miséria é deles mesmos. Ele, na sua santa ignorância, sente-se
o senhor de seu próprio fracasso. Isso se dá o nome de alienação.
O problema
Mas como adquirir a verdadeira consciência de sua realidade, como sair
do mundo escuro da ignorância social? Como adquirir cidadania?
As duas perguntas acima é o problema que se deseja investigar no
estudo aqui apresentado. O que se pode dizer de antemão é que a situação piora a
cada dia. Quando se pensa que a população está com uma consciência maior,
observa-se que boa parte está ainda mais alienada. Evidentemente que uma parte
permanece bem lúcida, consciente e sabedora de sua situação, entretanto, é uma
minoria. Por isso, a situação no Brasil vai ficando cada vez pior.
Quando o partido que vinha dos meios populares ganhou as eleições em
2002, no Brasil, achava-se que a situação mudaria para melhor, que boa parte da
população passaria a ter uma maior consciência de sua realidade, que o partido

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promoveria mudanças, pelo menos do ponto de vista da educação. Mas não ocorreu
nada disso, a educação continuou piorando de nível, permaneceu o mesmo clima de
alienação das massas. O partido simplesmente ignorou o problema social, e passou
a usar os mesmos procedimentos dos governos burgueses. Na ânsia de permanecer
no poder, o partido deu continuidade à política neoliberal do governo anterior.
Seguiu a mesma cartilha do Fundo Monetário Internacional, o FMI. Chegou ao ponto
de cumprir todas as metas, pagando ao fundo monetário. Mesmo com a população
faminta, miserável, o governo dito popular preferiu usar o dinheiro para pagar uma
dívida contraída pela burguesia brasileira em seu próprio benefício. Dívida que
construiu Brasília, Transamazônica, estradas para desfiles de automóveis de luxo,
edifícios de condomínios de luxo, alargamento de avenidas com a mesma finalidade
automobilística, demolição de casas, cidades, comunidades. Tudo usado contra o
povo, contra a população mais carente e trabalhadora. Um endividamento contraído
à revelia do interesse da sociedade trabalhadora. E o partido popular fez tudo isso.
Em vista disso, o estudo aqui se propõe mostrar como se dá a
conscientização da realidade. Defende-se a lógica da educação. Seria o melhor
caminho para explicar isso. Não há um caminho mais seguro. No entanto, não é
uma educação burguesa, tradicional. Esta só faz alienar cada vez mais. A educação
aqui seria aquela proposta por Paulo Freire, a educação como forma de libertação
do homem. Freire escreveu e participou de diversos trabalhos a respeito do
processo de conscientização, procurando mostrar a libertação do oprimido a partir
de sua própria realidade.
Na sua maneira filosófica de ver o homem inserido em seu contexto real,
ele aplicou a concepção marxista da existência do homem em sintonia com a sua
consciência. O que ele fez foi mostrar que, de fato, o homem inserido em uma
realidade de vida, pensa daquela forma. Mas não age do mesmo jeito se não tiver
sido educado para isso. Então, aliena-se ao pensar de um jeito e agir de outro jeito.
Passou então a educar, alfabetizar a pessoa de acordo com o material
usado para a sua sobrevivência. Então, na década de sessenta, ele participou de um
processo de educação popular, ensinando as pessoas a ler. Criou o método hoje
conhecido como o método Paulo Freire.

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Não é possível se falar da compreensão de educação de Paulo Freire sem


nos referirmos e nos determos numa parte intrínseca dela: o seu ―Método
de Alfabetização‖. Esse vai além da simples alfabetização. Propõe e
estimula a inserção do adulto iletrado no seu contexto social e político, na
sua realidade, promovendo o despertar para a cidadania plena e
transformação social. É a leitura da palavra, proporcionando a leitura do
mundo. Suas idéias nasceram no contexto do Nordeste brasileiro a partir da
década de 1950, onde metade dos seus 30 milhões de habitantes eram
analfabetos, com predomínio do colonialismo e todas as vivências impostas
por uma realidade de opressão, imposição, limitações e muitas
necessidades (PAULO FREIRE, 2011).
A compreensão da realidade se dava pela leitura dos próprios objetos de
trabalho. Um homem foi alfabetizado em apenas uma semana. Ele aprendeu a ler.
Seu trabalho era na construção civil. Exercia a atividade de pedreiro. Então, Freire
utilizou as letras da palavra T-I-J-O-L-O. E foi juntando, e, a medida que o aluno
(pedreiro) ouvia o som da letra, ia formando a palavra. De repente, despertou na
pessoa a consciência de sua realidade, da sua vida, do seu trabalho. A partir dali,
ele aprendeu a ver o mundo, a leitura, os símbolos, as letras. Agora já poderia pegar
o ônibus correto, ver a rua certa, entender as palavras pela televisão, enfim,
entender o mundo igual aos outros, sem ser alienado, apenas igual aos demais, nem
superior e nem inferior.
Entretanto, a ditadura militar que se instalou no Brasil em 1964 não queria
isso. Eles desejavam um Brasil colonial, submisso, analfabeto, com apenas a
burguesia dominando, sabendo de tudo. Por isso, Paulo Freire foi expulso do País
como comunista, como um subversivo que queria subverter a ordem. Com mais
esse prejuízo, o mundo de analfabetismo inundou o Brasil. Agora a educação
voltava ao período colonial. Livros proibidos. Incrível como o Brasil dá gigantescos
passos para trás.
No próximo capítulo mais informações a respeito de conscientização.

1 EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADE


Há um engano de muita gente no que diz respeito ao capitalismo. Muitas
vezes diz-se que determinado governante não sabe fazer que se ele tivesse
competência faria assim ou daquele modo. Discute-se no dia a dia, achando que
tudo não passa de incompetência, coisa de quem não sabe administrar. E muitos
políticos ingenuamente tentam fazer da forma como prometera, mas descobre que
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não dá certo, que lhe falta apoio. Entretanto, o político mesmo de direita, o autêntico
representante da burguesia sabe que o jeito errado é o certo. No sistema capitalista,
errar para o povo significa acertar para o burguês. Não há outra alternativa, pois o
Estado é o reflexo, a representação do que ocorre dentro do processo produtivo. O
povo é o trabalhador, o classe média, o funcionário público, de qualquer nível.
Mesmo um grande magistrado que se estiver ali apenas por concurso público, sem
nenhuma representação dentro das classes dominantes, é gente do povo, graduado,
alta graduação, mas é. Ao passo que o representante da burguesia é aquele que faz
de acordo com os interesses dominantes, sem questionamento. Portanto, da mesma
forma que a classe dominante explora no processo produtivo, extraindo mais valia
relativa e absoluta, no Estado ocorre o mesmo, e não poderia ser diferente. E o que
é o Estado? É um instrumento administrativo ideológico que representa os
interesses das classes dominantes para as classes dominantes. O Estado está ali
para preservar a exploração do capital sobre o trabalho humano. O Estado é a forma
jurídica, política, militar, ideológica para manter o processo produtivo do capitalismo,
o modo de produção do sistema capitalista é mantido pelo Estado burguês.
Evidentemente que ele não diz assim, pois qualquer manual de Sociologia da direita,
conservadora, considera o Estado com aquele que pratica o bem estar social, sem
discriminação. Mas conscientizar, definir o Estado assim nada mais é do que
ideologia do sistema capitalista. E a ideologia é justamente o mascaramento da
realidade. A função do Estado é justamente encobrir, esconder, manter a coisa nas
aparências. Sua meta maior é fazer com que todos acreditem que o sistema
capitalista é bom. Para isso ele usa a educação como uma forma de alienar o
indivíduo. A educação é sua forma mais simples ou mesmo complexa está ali para
manter o capitalismo, para abrandar,a pacificar as ovelhinhas do sistema, os
trabalhadores, as formiguinhas da construção civil, as formiguinhas do comércio, da
indústria, das fábricas. O Estado é controlador, em tudo. E todas as informações têm
que passar por ele. Assim, tudo é milimetricamente medido, calculado, projetado. A
educação, para sair no meio das massas tem que ser sob medida. Nada pode fugir
ao controle dos poderosos, dos dominantes. Observa-se que as disciplinas: História,
Geografia, Matemática, Português, Redação, Língua estrangeira, Química, Física e

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Biologia são seculares, milenares, talvez. E os programas delas obedecem a um


rigoroso conteúdo didático/pedagógico que visa a um único objetivo: domesticar o
estudante para fazer apenas aquilo que interessa ao sistema. História é dada de
forma política para o estudante ―decorar‖, achar que as coisas são daquela forma:
Geografia, da mesma maneira; Matemática é feita de maneira repetitiva para que o
aluno fazer as equações de forma mecânica, com pouco raciocínio; o Português
ensina a forma ―correta‖ da pessoa escrever. Não existe dentro dos cursos
disciplinas que obrigam o aluno a raciocinar, a criticar, como Sociologia e Filosofia.
O questionamento crítico desperta para a liberdade, para a libertação, sair da
opressão, conscientizar-se. Pelo que se falou até agora, já deu para entender que a
saída para a consciência, para a claridade da realidade para a cidadania não se
dará jamais dentro das quatro linhas do sistema capitalista. Não há interesse nisso,
há, isso sim, perseguição a qualquer forma de conscientização. O sistema que
excelentes médicos desinformados politicamente, deseja excelentes engenheiros
que saibam muitos cálculos, mas que detestem política, no entanto, que adorem
futebol. A copa do mundo de 2014 e as olimpíadas de 2016 são exemplos de
alienação das massas. Foi por isso que a linguagem freiriana, a pedagogia de Paulo
Freire foi perseguida fisicamente em 1964. Os militares que obedeciam as ordens do
sistema capitalista mundial não fizeram mais do que exercerem o seu papel de
defensores da ordem dominante, a ordem burguesa de exploração do capital sobre
o homem. Por isso, Freire (1999) diz:
Nunca pensou, contudo, o Autor, ingenuamente, que a defesa e a prática de
uma educação assim, que respeitasse no homem a sua ontológica vocação
de ser sujeito, pudesse ser aceita por aquelas forças, cujo interesse básico
estava na alienação do homem e da sociedade brasileira. Na manutenção
desta alienação. Daí que coerentemente se arregimentassem — usando
todas as armas contra qualquer tentativa de aclaramento das consciências,
vista sempre como séria ameaça a seus privilégios (FREIRE, 1999, p.43).
O autor achava que o sistema queria a educação, a conscientização do
cidadão. Engano. O que desejam as forças militares era a alienação do homem, a
sua ignorância das coisas, pois, quanto mais tolo e ingênuo o povo, melhor para o
capitalismo. Observa-se que durante o período militar, o curso de Ciências Sociais
foi excluído das universidades brasileiras, a disciplina saiu dos currículos escolares.

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Um verdadeiro absurdo. Além do mais, a ditadura militar tratou de desclassificar


tanto o curso quanto à disciplina.
A filosofia vai voltar, na prática, para o conteúdo curricular dos alunos de
ensino médio, depois de 47 anos fora dos currículos das escolas de
educação básica no país. No ano que vem, as escolas da rede pública
receberão pela primeira vez, desde a ditadura, livros didáticos da disciplina
para orientar o trabalho dos professores. Foi o regime militar que baniu a
filosofia das escolas. Em 2008, uma lei trouxe de volta a filosofia e a
sociologia como disciplinas obrigatórias para os estudantes do ensino
médio. A professora Maria Lúcia Arruda Aranha ensinava filosofia em 1971
quando a matéria foi extinta pelo governo militar. Hoje, é uma das autoras
dos livros que foram selecionados para serem distribuídos aos alunos da
rede pública pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). ―Ela
desapareceu [a filosofia nas escolas] na década de 70 e reapareceu como
disciplina optativa em 1982. Mas, nesse meio tempo, eu continuava dando
aula em escola particular. A gente ensinava, só que o nome da matéria não
4
podia constar como filosofia‖, lembra (BRASIL CULTURA, 2011) .

A professora diz que o Brasil demorou muito para incluir novamente as


disciplinas de Filosofia e de Sociologia como obrigatórias no currículo escolar, pois
com o tempo elas foram sendo desvalorizadas e pouco procuradas pelos estudantes
universitários. basta dizer que em 2009, havia apenas 8.264 alunos matriculados
nos cursos de Filosofia, ―78 vezes menos do que o total de alunos de
direito.‖(BRASIL CULTURA, 2011).
Observa-se que a exclusão das duas disciplinas do currículo escolar
durante as ditaduras burguesas no Brasil, tanto a de Vargas do período de 1930 a
1945 quanto à militar de 1964 a 1985, demonstram o quanto há interesse em manter
as massas analfabetas e desinformadas, como Freire (1999) analisou.

1.1 – A sociedade brasileira em transição


O mundo vive em constante transição, e não se pode ficar alheio a isso.
para Heráclito, filósofo pré-socrático, ―Um homem nunca se banha duas vezes em
um mesmo rio, pois na segunda vez, a água já não é a mesma, correu para o mar, e
o homem, com as suas mudanças e mutações celulares, amadurecimento e
transformações, mudou‖. Da mesma forma, Marx (1981) diz para seus

4
BRASIL CULTURA, Banida pela ditadura, Filosofia volta ao currículo escolar, 3/04/2011.
Disponível em: http://www.brasilcultura.com.br/sociologia/banida-pela-ditadura-filosofia-volta-ao-
curriculo-escolar/ Acesso em: 5/4/2011.

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correligionários políticos nas tribunas de Paris, que ele não era marxista. Querendo
dar a entender que se deve acompanhar os movimentos e transformações que
ocorrem. A isso se dá o nome de conscientização, ou seja, perceber sempre o que
ocorre no dia a dia.
Entendemos que, para o homem, o mundo é uma realidade objetiva,
independente dele, possível de ser conhecida. É fundamental, contudo,
partirmos de que o homem, ser de relações e não só de contatos, não
apenas está no mundo, mas com o mundo. Estar com o mundo resulta de
sua abertura à realidade, que o faz ser o ente de relações que é. Há uma
pluralidade nas relações do homem com o mundo, na medida em que
responde à ampla variedade dos seus desafios. Em que não se esgota num
tipo padronizado de resposta. A sua pluralidade não é só em face dos
diferentes desafios que partem do seu contexto, mas em face de um mesmo
desafio. No jogo constante de suas respostas, altera-se no próprio ato de
responder (FREIRE, 1999, p.39-40).
.
O autor diz que ―Nas relações que o homem estabelece com o mundo há,
por isso mesmo, uma pluralidade na própria singularidade. E há também uma nota
presente de criticidade‖ (FREIRE, 1999, p.39-40). A educação também passa por
um processo de relações e de transições em todas as épocas.
Vivia o Brasil, exatamente, a passagem de uma para outra época. Daí que
não fosse possível ao educador, então, mais do que antes, discutir o seu
tema específico, desligado do tecido geral do novo clima cultural que se
instalava, como se pudesse ele operar isoladamente. E que temas e que
tarefas teriam sido esvaziados e estariam esvaziando-se na sociedade
brasileira de que decorressem a superação de uma época e a passagem
para outra? Todos os temas e todas as tarefas características de uma
5
―sociedade fechada‖ Sua alienação cultural, de que decorria sua posição
de sociedade ―reflexa‖ e a que correspondia uma tarefa alienada e alienante
de suas elites. Elites distanciadas do povo. Superpostas à sua realidade.
Povo ―imerso‖ no processo, inexistente enquanto capaz de decidir e a quem
correspondia a tarefa de quase não ter tarefa. De estar sempre sob
(FREIRE, 1999, p.53).
Se a sociedade na década de sessenta vivia uma transformação, uma
transição, também agora, década de 2011, ela vive o mesmo processo. Há um
clima de mudanças e de transformações em todas as esferas sociais. Hoje o
povo está mais sintonizado em virtude da internet. As informações são mais
rápidas. O clima é de novidades as mais variadas. Mas há um fato novo: a
grande quantidade de informações ficam impossíveis de analisá-las todas. Tudo
é misturado dentro dos sites, faltam prioridades. Todos dizem o que pensam.

5
Popper, Karl — A Sociedade Democrática e seus Inimigos apud FREIRE, Paulo. . Educação como
Prática de Liberdade. Ed. Paz e Terra, 23 Edição. Rio de Janeiro, 1999.

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Poucos escutam. Na época, a angústia de Paulo Freire, no trânsito da sociedade


de sua época, o dinamismo. Mas o que se percebe é que hoje há a mesma
dificuldade de entendimento. Os obstáculos mudam, mas danificam da mesma
forma. Assim como naquela época a ditadura militar impedia a educação da
informação, hoje a censura, a ditadura da democracia, a ditadura econômica
exercem o mesmo papel, de forma diferente, mas com o mesmo conteúdo.
A educação, por isso, na fase de trânsito que vivíamos, se fazia uma tarefa
altamente importante. A sua força decorreria sobretudo da capacidade que
tivéssemos de nos incorporarmos ao dinamismo da época do trânsito.
Dependeria de distinguirmos lucidamente na época do trânsito o que
estivesse nele, mas não fosse dele, do que, estando nele, fosse realmente
dele. Sendo a fase de trânsito o elo entre uma época que se esvaziava e
uma nova que ia se consubstanciando, tinha algo de alongamento e algo de
adentramento. De alongamento da velha sociedade que se esvaziava e que
despejava nele querendo preservar-se. De adentramento na nova
sociedade que anunciava e que, através dele, se engendrava na velha. Daí
era a época do trânsito o tempo anunciador a que já nos referimos. Sua
tendência era, porém, pelo jogo das contradições bem fortes de que se
nutria, ser palco da superação dos velhos temas e da nova percepção de
muitos deles (FREIRE, 1999, p.54)
A velha sociedade de hoje é a nova sociedade de Paulo Freire. Assim
como a antiga sociedade da década de sessenta quer se preservar até hoje, a nova
sociedade de hoje tenta superá-la. A esse respeito, é o próprio capitalismo que se
transforma e que se modifica.
A burguesia só pode existir com a condição de revolucionar
incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as
relações de produção e, como isso, todas as relações sociais. A
conservação inalterada do antigo modo de produção constituía, pelo
contrário, a primeira condição de existência de todas as classes industriais
anteriores. Essa revolução contínua da produção, esse abalo constante de
todo o sistema social, essa agitação permanente e essa falta de segurança
distinguem a época burguesa de todas as precedentes. Dissolvem-se todas
as relações sociais antigas e cristalizadas, com seu cortejo de concepções
e de idéias secularmente veneradas; as relações que as substituem tornam-
se antiquadas antes de se ossificar. Tudo que era sólido e estável se
esfuma, tudo o que era sagrado é profanado, e os homens são obrigados
finalmente a encarar com serenidade suas condições de existência e suas
relações recíprocas (MARX, 1981, p.29).

O que Freire (1999) vê como moderno, como avanço, é justamente o


avanço da burguesia e da exploração do capital. A burguesia só pode existir, como
diz Marx, com a condição de estar sempre mudando, dissolvendo todas as relações
sociais. E isso não pode ser aplaudido pelo povo, pois todas as relações antigas e
cristalizadas são dissolvidas, tudo o que era sólido, dissolve-se. No entanto, quem
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perde com isso é o povo, pois o antigo e superado passa para o novo. O
conservador de uma sociedade vai ser o burguês da nova sociedade. Ao passo que
o pobre, o trabalhador e o explorado não tem essa condição, ele perde tudo,
inclusive a vida. Por isso, é um engano achar que o desenvolvimento e o
crescimento econômico é progresso. Tudo o que cresce e se desenvolve prejudica o
pobre, o trabalhador. A sociedade média. Na época, Marx (1981) achou interessante
dissolver a velha sociedade feudal. Outro engano. Pois quem a dissolveu foi a
própria burguesa que fora parida ali, dentro dos feudos.
Mas o que ocorre hoje é que a burguesia quando vai explorando e
modificando as relações sociais, empobrecendo cada vez mais as classes
dominadas, usa do assistencialismo para apaziguar, manter as classes ordeiras,
dificultando a conscientização do povo, das classes populares. E aí reside o grande
perigo.

O grande perigo do assistencialismo está na violência do seu antidiálogo,


que, impondo ao homem mutismo e passividade, não lhe oferece condições
especiais para o desenvolvimento ou a ―abertura‖ de sua consciência que,
nas democracias autênticas, há de ser cada vez mais crítica. Sem esta
consciência cada vez mais crítica não será possível ao homem brasileiro
integrar-se à sua sociedade em transição, intensamente cambiante e
contraditória. Daí as relações do assistencialismo com a massificação, de
que é a um tempo efeito e causa. O que importa, realmente, ao ajudar-se o
6
homem é ajudá-lo a ajudar-se. (E aos povos também .19) É fazê-lo agente
de sua própria recuperação. É, repitamos, pô-lo numa postura
conscientemente crítica diante de seus problemas (FREIRE, 1999, p.63)
No Brasil de 2011, o governo quando foi promover o neoliberalismo
econômico, criou um programa assistencialista, o Bolsa Família.
Assim, graças ao ―bolsa-família‖, os grandes proprietários rurais encontram
à sua disposição uma força de trabalho ainda mais barata, isenta do custo
dos encargos trabalhistas. Neste caso, é como se o Governo Federal
estivesse assumindo o pagamento dos encargos trabalhistas em nome do
empregador, através da ―máscara‖ do bolsa-família. Nesse sentido, parte
dos recursos públicos destinados ao programa representa uma
transferência de riqueza do governo federal para os grandes proprietários

6
Na Mater et Magistra, João XXIII, ao tratar as relações entre nações ricas e pobres, desenvolvidas e
em desenvolvimento, exorta a que as primeiras, na sua ajuda às segundas, não o façam através do
que chama de ―formas disfarçadas de domínio colonial‖. Que o façam sem nenhum interesse, mas
com a única intenção de lhes possibilitar desenvolver-se, enfim, por si mesmas, econômica e
socialmente. E é exatamente isto que o assistencialismo não faz, enquadrando-se entre aquelas
―formas de domínio colonial‖.
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de terra do nordeste, por intermédio dos trabalhadores pobres (HUGO;


7
PICHUAGA, 2007) .
Na verdade, o governo não fez mais do que pagar os encargos sociais do
proprietário rural, favorecendo o trabalho informal. Pois agora o agricultor não exige
a carteira assinada, já que o governo lhe dá o Bolsa Família. Foi uma estratégia
neoliberal criada pela burguesia nacional para o mandato presidencial de 1994 a
2002. O presidente da época, criou o Bolsa Escola, e o presidente que o sucedeu
ampliou o programa neoliberal para o Bolsa Família. No entanto, poucos percebem a
manobra, pois a direita usa de artifícios ideológicos, onde criaram uma marionete
com a finalidade de manipulá-lo. Essa marionete foi cuidadosamente criada em
1980, com a fundação de um partido com ligações nos sindicatos. Figura popular,
conhecida nos meios sindicais, viajado e dado a conhecer liderança de esquerda
internacional, o candidato à presidência recebeu do povo a imagem de esquerda,
chegando-se ao ponto de achar que em uma possível vitória ele se aliaria a outras
lideranças da esquerda mundial. Mas isso era só ideologia, mascaramento da
realidade. Pois só com uma figura assim, mascarada, seria possível promover as
reformas tão sonhadas pela direita conservadora nacional. E veio nessa onda a
Reforma da Previdência em 2003 e a reforma sindical. Dois monstrengos que
mostraram a face oculta e sinistra do poder do partido que ganhara as eleições em
2002. Nesse aspecto, uma conscientização só seria possível como se disse acima,
com educação ou nos meios de produção.
Os anos de ditaduras no Brasil influenciaram bastante a formação de uma
consciência conservadora e reacionária. O país já vinha há muito tempo sofrendo
com a carência de um caldo de cultura, pois só em 1808 é que o livro foi oficializado
constitucionalmente no Brasil. Antes, por incrível que pareça, era proibido. Houve
assim uma formação ante-leitura, fortalecendo a falta de informação, o contato com
o abstracionismo. O povo certamente se dispersava, pois não havia nada que
ligasse os grupos sociais distantes. Não poderia haver a comunicação a longa
distância, uma correspondência de cartas, bilhetes, pois a população em sua maioria

7
HUGO, Victor; PICHUAGA, R. De Lula a Bush: os programas assistencialistas e o avanço da
miséria e da barbárie mundial. 12 Março 2007. Disponível em: <
http://www.wsws.org/pt/2007/mar2007/por1-m12.shtml > Acesso em 8.,maio.2011.

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não sabia ler e nem escrever. Por conta disso, não se reivindicava escolas e cursos
para fomentar o conhecimento, a leitura e a escrita. E a preferência da população,
subtraída em seus anseios, em suas vontades e desejos de uma vida participativa e
informada, foi para o divertimento, o acaso, o pragmatismo. O futebol colocado aqui
pelos ingleses no final do século XIX teve aceitação das massas, pois era uma
forma de expandir os seus desejos, as suas vontades contidas por uma sistema que
a oprimia. A conscientização do povo passou a se dar pela via do esporte, das
festas e das brincadeiras. Coisas práticas mas que dava satisfação tanto a quem
praticava quanto aos que apreciavam. Para Gilberto Freyre apud Ferreira (2011):
Creio não dizer novidade nenhuma repetindo que, por trás da instituição
considerável que o futebol tornou-se em nosso país, se condensam e se
acumulam, há anos, velhas energias psíquicas e impulsos irracionais do
homem brasileiro, em busca da sublimação. Essa sublimação estava
outrora apenas na oportunidade para feitos históricos ou ações admiráveis
que o exército, a rainha e as revoluções mais ou menos patriotas abriam
aos brasileiros brancos e, principalmente, mestiços ou de cor, mais
transbordantes de energias animais ou de impulsos irracionais. [GILBERTO
FREYRE, AO PREFACIAR, EM 1947, O NEGRO NO FUTEBOL
8
BRASILEIRO, DE MÁRIO (RODRIGUES) FILHO APUD FERREIRA, 2011] .
Mas para haver uma transição é necessário antes a conscientização do
indivíduo. Só se liberta quando a consciência é libertada de vícios, de competição e
de moral. Um homem fraco e oprimido jamais se libertará pois a sua consciência
ainda está apagada, no passado. Tem que passar pela conscientização. Conhecer o
seu movimento histórico, a sua regra do dia a dia. Perguntar-se quem sou eu, para o
que vivo. Ficar sofrendo, agüentando calado não vai levar a nenhuma transição
democrática. Por acaso seria transição passar de elogios a reis e imperadores para
o jogado de futebol? Apenas uma mudança de ídolos não levará a nada. E parece
que de acordo com Gilberto Freyre ocorreu. Era como se o futebol tivesse vindo
para substituir feitos heróicos em virtude da incapacidade das elites nacionais de
vislumbrarem coisa melhor. O povo, envolvido pela ideologia dominante,
simplesmente faz, em sua maioria, o que as elites mandam.
A leitura fora substituída pela ditadura da admiração. Agora o povo, em
sua maioria partiria não para concentrar-se, tomar consciência de sua realidade,

8
FERREIRA, Carlos Eduardo Paranhos. Garrincha, a alegria do povo e os subterrâneos da
alienação. Disponível em:
http://www.intermidias.com/txt/ed7/textos/CINEMA_Garrincha_CE%20Paranhos%20Ferreira.pdf
Acesso em 9.maio.2011.
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curtindo a vida, vendo as coisas evoluírem, mas adorando, endeusando astros,


cantores, craques do futebol nacional e internacional. Todas as energias seriam
agora canalizadas para os palcos e os campos de futebol.

1.2 Inexperiência Democrática

Depois da proclamação da República, em 1889, o Brasil viveu sempre em


um sistema semi-democrático, pois o voto era limitado a um número reduzido de
privilegiados. Só votava mesmo quem tinha muito dinheiro e prestígio. Veio então a
chamada Revolução de 30. Mais um autoritarismo, pois um presidente eleito,
mesmo de forma semi-democrática, Júlio Prestes caiu. Getúlio que assumiu, baixou
uma Constituição em 1934. Depois veio o Estado Novo, ditadura declarada de 1937
a 1945.
Vieram então as turbulências políticas, com o suicídio de Getúlio em
1954, a dificuldade para Juscelino assumir em 1956, a renúncia de Jânio Quadros
em 1961 e a queda de João Goulart pelo golpe militar de 1964. Não se viveu de
forma alguma uma democracia. Com a ditadura militar, o país passou vários anos
respirando regime de exceção. E só em 1985, janeiro, veio uma eleição no
Congresso Nacional, indireta. E em 1989, foi eleito o primeiro presidente pela via
direta, desde 1961, quando o povo votou em Jânio Quadros. Se o tempo for
considerado, no século XX, em cem anos, o país viveu apenas (18+11=29) 29 anos
de democracia, coisa de 29%, onde 69% dos anos foram de ditadura ou de voto
limitado a um número reduzido de pessoas. Fica difícil fazer uma experiência
democrática quando se tem um tempo tão curto de prática de voto livre.
De um modo geral, os analistas de nossa formação histórico-cultural, têm
insistido direta ou indiretamente na nossa ―inexperiência democrática‖. Na
ausência, no tipo de formação que tivemos, daquelas condições
necessárias à criação de um comportamento participante, que nos tivesse
levado à feitura de nossa sociedade, com ―nossas próprias mãos‖, o que
caracteriza, para Toqueville, a essência da própria democracia. Teria sido a
experiência de autogoverno, de que sempre, realmente, nos distanciamos e
quase nunca experimentamos, que nos teria propiciado um melhor exercício
da democracia. (FREIRE, 1999, p.73)

Como diz Freire, não se teve condições necessárias de prática de


participação política, pois não se teve a essência da democracia que é a
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participação, a interação e discussão política entre os indivíduos. Não houve


exercício democrático, sempre se bloqueou esse processo. Evidentemente que isso
tem razões históricas desde o tempo da colonização, marcada por forte exploração
econômica, domínio e poder do senhor.
Realmente o Brasil nasceu e cresceu dentro de condições negativas às
9
experiências democráticas .28 O sentido marcante de nossa colonização,
fortemente predatória, à base da exploração econômica do grande domínio,
em que o ―poder do senhor‖ se alongava ―das terras às gentes também‖ e
do trabalho escravo inicialmente do nativo e posteriormente do africano, não
teria criado condições necessárias ao desenvolvimento de uma mentalidade
permeável, flexível, característica do clima cultural democrático, no homem
brasileiro (FREIRE, 1999, p.73-74)
.
O trabalho escravo foi marcante para prejudicar a democracia. Como
poderia haver conscientização de um povo se a força de trabalho, aquele que
produzia a mercadoria, no caso, o açúcar, tinha seus direitos subtraídos, vivendo
como se fora um animal, acorrentado, maltratado, dilacerado pelo chicote, as
ameaças e o sofrimento? Não dava para ter uma coisa melhor do que isso. além
de tudo, a libertação do escravo não se deu por um processo de lutas e
reivindicações, mas apenas por condições de mercado capitalista, onde o
trabalho assalariado era a nova ordem mundial. O Brasil fora forçado a adotar
outro sistema de produção. Na verdade, para o trabalhador escravo, já
acostumado a respeitar o senhor, a não ser ele mesmo, vivendo para depender
da sorte de estar vivo, a libertação, feita da forma como foi realizada, foi mais um
sofrimento, pois não lhe deram condições de optar. O escravo e a escrava foram
expulsos da fazenda, pois havia a ameaça de grandes multas e processos caso
9
―O Brasil nasceu e cresceu sem experiência de diálogo. De cabeça baixa, com receio da Coroa.
Sem imprensa. Sem relações. Sem escolas. ´Doente.´ Sem fala autêntica. Depois de uma citação
latina,que termina com a palavra infans, diz Vieira num dos seus sermões: ´Comecemos por esta
última palavra, infans, infante, quer dizer o que não fala. Neste estado estava o menino Batista,
quando a senhora o visitou, e neste estado estava o Brasil muitos anos que foi, a meu ver, a maior
ocasião de seus males. Como doente não pode falar, toda outra conjectura dificulta muito a medicina.
Por isso Cristo nenhum enfermo curou com mais dificuldade, e em nenhum milagre gastou mais
tempo, que em curar um endemoniado mudo; o pior acidente que teve o Brasil em sua enfermidade
foi o tolher-se-lhe a fala: muitas vezes se quis queixar justamente, muitas vezes quis pedir os
remédios de seus males, mas sempre lhe afogou as palavras na garganta, ou o respeito, ou a
violência: e se alguma vez chegou algum gemido aos ouvidos de quem devera remediar, chegaram
também as vozes do poder e venceram os clamores da razão´ (Sermão da Visitação de Nossa
Senhora, pregado quando da chegada do Marquês de Montalvão, vice-rei do Brasil — Hospital da
Misericórdia — Bahia — Obras Completas do Padre Antônio Vieira — Sermões, Vol. III, pág. 330 —
Lelo & Irmãos, Editôres — Pôrto, 1959). Alguns trechos do Sermão foram citados antes do autor pelo
professor Berlink ― (FREIRE, 1999, p.74).
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não respeitassem a constituição. Mas isso não era para proteger o ex-escravo
não, era para fazer o sistema capitalista brasileiro funcionar a base do trabalho
assalariado, pois este sim, era benéfico ao sistema produtivo. Dessa forma, a
única consciência que o ex-escravo teve foi de que agora teria que sair por aí,
sem dinheiro e sem oportunidades de trabalho.
A libertação do escravo, com todo o seu aparato, tirou a oportunidade
do trabalhador da cana de açúcar de forma a sua própria consciência, a sua
conscientização.

A PROBLEMÁTICA DO ESTUDO
Mas como adquirir a verdadeira consciência de sua realidade, como sair
do mundo escuro da ignorância social? Como adquirir cidadania?
As teorias políticas recomendam vários processos para se sair da
obscuridade política. No entanto, no Brasil, quando o povo está tendo um pouco de
consciência política, vem um golpe e acaba com tudo. Assim ocorreu em 1964, onde
já havia um certo amadurecimento político, com a conscientização das massas.
Evidentemente que só a educação não tem condições de libertar, em si. Pois ela
estaria sujeita a uma série de fatores que impediriam o seu avanço, como: leis,
legislação do Ministério da Educação, censura aos livros escolares, e tudo o que
fosse ensinado que prejudicasse os interesses da burguesia nacional. Além de tudo,
a educação pública, que seria o elo da libertação e da conscientização do indivíduo,
é feita de forma a atender aos interesses do capital produtivo. Mesmo em sua
essência, o ministério, através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a
LDB, recomenda apenas o profissionalismo que atenda às necessidades do capital
produtivo. Portanto, aonde haveria espaço para conscientizar o jovem se logo na
partida o caminho é-lhe desviado. A educação profissional abre espaço para o peão,
ao passo que o doutor estaria dentro da escola de ensino privado.
Art. 36º. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I deste
Capítulo e as seguintes diretrizes:
I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado
da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da
sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de
comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania; § 1º. Os
conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados de

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tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre: I - domínio


dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna;
§ 2º. O ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá
prepará-lo para o exercício de profissões técnicas. § 3º. Os cursos do
ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao prosseguimento de
estudos. § 4º. A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a
habilitação profissional, poderão ser desenvolvidas nos próprios
estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com instituições
especializadas em educação profissional. (BRASIL, 1996).
Observou-se em toda a LDB/96 grande ênfase ao mundo do trabalho para
ao estudante da escola pública, ao passo que o estudante da escola privada ficaria
com a educação propedêutica. Nas faculdades e universidades, já há todo um
aparato no sentido de colocar o estudante frente a frente com o processo de
profissionalização, retirando toda a sua capacidade criativa e de livre escolha.
Logo, deu para perceber que uma das saídas para o processo de
conscientização seria no sentido de pressionar o Congresso Nacional, os
legisladores no sentido de se ter uma educação de livre acesso de oportunidades,
onde o aluno, seja da escola pública ou privada, poderia optar se vai prosseguir ou
não nos estudos após o ensino médio. Mas para que isso ocorra, era necessário que
as disciplinas de Sociologia e de Filosofia fossem de caráter obrigatório, recebendo
carga horária igual ou superior as disciplinas de Matemática, Física, Química,
Biologia e Português.
Apenas com pesquisas e projetos da própria realidade, do mundo ao qual
se vive, da sociedade em que se pertence é que se consegue discernir sobre o que
seja o certo ou o errado. Não vai ser pelo domínio de fórmulas matemáticas, bizus
de balanceamento de equações químicas ou pela ―decoreba‖ da genética em
biologia que vai se chegar a um porto seguro. Evidentemente que se precisa de
ciência, mas não para servir ao capital estrangeiro, para fazer montagens de
automóveis, trabalhar como peão em fábricas multinacionais. A ciência, seja ela qual
for, sem discriminação deverá servir ao próprio homem que nela estuda e trabalha.
CONSIDERAÇOES FINAIS
Viu-se que sem uma consciência constitucional fica impossível educar
para libertar. No caso da educação livre de Paulo Freire, por exemplo, todo um
processo foi destruído, pois o sistema não aceitava uma educação libertadora, que
conscientizasse as massas.

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Por isso, só com uma reforma constitucional seria possível estabelecer


metas para uma educação com Sociologia e Filosofia. Apenas estas duas
disciplinas, organizadas de forma a fazer com que o estudante reflita a sua vida, o
seu dia a dia, a sua cidade, a sua comunidade. Conhecendo os seus problemas
sociais, a sua postura frente ao mundo, o estudante iria tomar consciência de sua
vivência, conscientizando-se, chegando à conscientização.

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SCOCUGLIA, Afonso Celso. Histórias Inéditas da Educação Popular do Sistema


Paulo Freire aos IPMs da Ditadura. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB; São
Paulo: Cortez, Instituto Paulo Freire. 2000.

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http://www.scribd.com/document_downloads/54152309?secret_password=&extensio
n=pdf

http://www.scribd.com/document_downloads/direct/54152309?extension=pdf&ft=130
4334049&lt=1304337659&uahk=oai3yRmcj/QglyO8oHOFv6GrqH0

http://www.projetomemoria.art.br/PauloFreire/pensamento/01_pensamento_o%20me
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(http://www.violenciamulher.org.br/index.php?option=com_content&view=
article&id=1494:lei-maria-dapenha-um-compromisso-para-a-justica-brasileira-valeria-
pandjiarjian-site-campanha-dos-16-dias&catid=1:artigos-assinados&Itemid=5)
10 – O que é greve de trabalhadores da construção civil: exploração do
trabalhador em Fortaleza
O trabalhador da construção civil ganha um salário muito baixo, além de
trabalhar muitas vezes acima do horário trabalhista. Precisa, então, reivindicar seus
direitos. Mas para isso tem que passar por um processo educacional de consciência
de classe.
PALESTRA: Prof. J. Roberto S. Ribeiro (Sociólogo e Professor).
Ligue para (85) 8150.6068
http://robertoeducacional.blogspot.com
QUARTA-FEIRA, 27 DE ABRIL DE 2011
PALESTRAS - J Roberto S Ribeiro (85) 8150.6068
CURSOS E PALESTRAS PARA SINDICALISTAS DA CONSTRUÇÃO
CIVIL DE FORTALEZA
Prof. J. Roberto S. Ribeiro - Contato: (85) 8150.6068
Sociólogo/Estatístico - Palestrante em Consciência Sindical
10 – O que é greve de trabalhadores da construção civil: exploração do
trabalhador em Fortaleza

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Copiar este trabalho é plágio, é violar direito autoral, crime previsto no Código Penal, art.184.

O trabalhador da construção civil ganha um salário muito baixo, além de


trabalhar muitas vezes acima do horário trabalhista. Precisa, então, reivindicar seus
direitos. Mas para isso tem que passar por um processo educacional de consciência
de classe.
PALESTRA: Prof. J. Roberto S. Ribeiro (Sociólogo e Professor).
Ligue para (85) 8150.6068
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Referências
MARX, Karl. Manifesto Comunista. São Paulo: Global, 1992.
LÊNIN, V.I. Sobre sindicalismo. São Paulo: Global, 1993.
11 - Dificuldades de aprendizagem/escolas/faculdades/sindicatos/comércio/serviço
público
Contatos: (85) 8150.6068 – (85) 9972.6634
http://robertoeducacional.blogspot.com/p/dificuldades-de-
aprendizagem.html
12 – PALESTRAS SOBRE FORMAÇÃO DE GRUPOS PARA
DEBATES/REUNIÕES/EVENTOS
Sociometria/organização de turmas/empresas/administração/gestão
escolar/universidade
http://robertoeducacional.blogspot.com/p/sociometria-para-professores-
dominio-de.html
13
Relatório em andamento...
13 – DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA?
Fazemos uma revisão completa.
http://robertoeducacional.blogspot.com/p/dificuldades-de-
aprendizagem.html
14 - O concurso supletivo e suas oportunidades –
Está na hora de voltar a estudar, estudante. Hoje tudo que se exige é um
certificado de ensino, seja ele qual for.
Concursos

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Há concursos sim. É só procurar nos meios de comunicação.


Vestibular
Por que você não tenta voltar a estudar, fazer uma faculdade, novos
amigos, novas amizades. É bom, você se integra ao mundo.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
Fazemos revisão ABNT conforme as regras
Não deixe o seu trabalho para a última hora.
http://robertoeducacional.blogspot.com/2011/04/supletivo-concursos-
vestibular-abnt.html
15 – TCC MONOGRAFIA TESE APRESENTAÇÃO ORATÓRIA
Curso de Oratória para apresentar o seu estudo, trabalho, tese, tcc,
monografia ou outro produto profissional – aprenda a ficar na frente do público –
profissional experiente – professor de escolas públicas, privadas, universidades. Ao
longo do tempo mostrando, apresentando, discutindo, debatendo, palestras,
conferências, debates.
https://docs.google.com/present/view?id=dfsg63qv_111gbdhkvhb&autoSt
art=true&loop=true

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SITE
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pdf&ft=1304348889&lt=1304352499&uahk=0kw6UeLxqjt3C7NlH8CPeHARD/8
http://pt.scribd.com/doc/54438009/CONSCIENTIZACAO3

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SITE CONSCIENTIZAÇAO5
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sion=pdf
http://www.scribd.com/document_downloads/direct/54684335?extension=pdf&ft=1
304590188&lt=1304593798&uahk=mt7kd3rp3jxMy5C0ZKml6eOZ5ss
site
http://www.scribd.com/document_downloads/54684335?secret_password
=&extension=pdf

http://www.scribd.com/document_downloads/54684335?secret_password
=&extension=pdf

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REFERÊNCIAS
CURY, Augusto. O semeador de idéias. São Paulo: Academia de Inteligência, 2011.
HOUAISS, Antônio. Mini dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Editora
Objetiva/Moderna, 2011.
MANDELA, Nelson. Conversas que tive comigo. São Paulo: Editora Rocco, 2011.
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Penguin/Companhia das Letras, 2011.
MAQUIAVEL, Nicolô. O príncipe. São Paulo: Martin Claret, 2011.
RIBEIRO, J. Roberto S. Conscientização. < Disponível em: http://robertoeducacional.blogspot.com
>. Acesso em 7.maio.2011.
SIDNEY, Lens. A fabricação do império americano. São Paulo: Civilização Brasileira, 2011.
SUN, Tzu. A arte da guerra. São Paulo: Editora Pensamento, 2011.
TZU, Sun. Maquiavel: a arte da guerra no Ocidente e no Oriente. São Paulo: Editora
Évora, 2011.

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LIVROS DE MARX

Livros sobre Karl Marx

Vocabulário de Karl Marx


Autor: Renault Emmanuel
Editora: Wmf Martins Fontes

Marx - Além do Marxismo


Autor: Giannotti, Jose Arthur.
Editora: L&PM

O Manifesto Comunista de Marx e Engels


Autor: Boyle, David
Editora: Jorge Zahar

Marx - Coleção 90 Minutos


Autor: Strathern, Paul
Editora: Jorge Zahar

Folha Explica - Marx


Autor: Grespan, Jorge
Editora: Publifolha

10 Lições Sobre Marx


Autor: Magalhães, Fernando
Editora: Vozes

Compreender Marx
Autor: Collins, Denis
Editora: Vozes

Introdução À Filosofia de Marx


Autor: Tonet, Ivo; Lessa, Sérgio
Editora: Expressão Popular

Marx - O Intempestivo
Autor: Bensaid, Daniel
Editora: Civilização Brasileira

Marx : Estatuto Ontológico e Resolução Metodológica


Autor: J. Chasin
Editora: Boitempo Editorial

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A Teoria da Alienação em Marx


Autor: Meszaros, Istvan
Editora: Boitempo Editorial

Marx - Da Economia À Revolução


Autor: Souza, Luiz Eduardo Simões de
Editora: LCTE

Novo blog?
http://sociologoroberto.blogspot.com

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