Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
6.1 HISTÓRICO
A instalação térmica a vapor, por exemplo foi relativamente fácil para projetar e construir,
porque muito pouca energia é necessária para introduzir a água na caldeira, pouca sofisticação
é necessária para vaporizar a água e o vapor produzido certamente gerará mais potência do
que a consumida pela bomba de alimentação de caldeira.
Turbinas a gás que por limitações metalúrgicas não podem usar temperaturas tão elevadas no
início da expansão dos gases, precisam para produzir um saldo de potência positivo que os
processos de compressão e expansão sejam eficientes. Por muitas décadas as perdas
particularmente no compressor, foram tão altas, que não permitiram um saldo de potência
positivo para as temperaturas que os materiais na época suportavam.
A primeira turbina a gás operacionalmente bem sucedida foi produzida na França, por Charles
Lemale em 1901. Os desenvolvimentos posteriores desta turbina permitiram que em 1906
fosse produzido uma turbina com rendimento térmico de apenas 4,5 %.
A segunda turbina a gás que teve sucesso parcial foi a proposta por Hans Holzwarth em 1906-
1908 e construída em 1908-1913 por Brown Boveri.
Nas duas primeiras décadas deste século registraram-se algumas outras tentativas mal-
sucedidas no sentido de produzir uma turbina a gás operacional. Os esforços que resultaram
no sucesso da turbina a gás moderna começaram entre 1927 e 1936 por meio de trabalhos
paralelos e independentes de diferentes .
Motores térmicos são máquinas usualmente projetadas para transformar a maior parcela
possível da energia liberada pela queima de um combustível em trabalho no eixo.
O arranjo básico de uma turbina a gás de ciclo simples é mostrado abaixo. O compressor tem
como função conduzir o fluído de trabalho até o aquecimento. O fluído é aquecido por
combustão interna num ciclo aberto, ou por troca de calor com uma fonte externa em um ciclo
fechado. A turbina é acionada pela expansão do fluído de trabalho comprimido e aquecido e
tem como função, além de acionar o compressor, produzir um saldo positivo de potência no
eixo, que pode ser usado para acionar uma carga qualquer.
6.5 CICLOS
Os ciclos de cogeração e combinados são ciclos que recuperam o calor dos gases de exaustão
da turbina. Como a eficiência das turbinas a gás em ciclo simples variam de valores inferiores a
20% para unidades de até 3 MW e de valores próximo a 40% para máquinas aeroderivativas
de potência em torno de 35 MW, significa que de 80% a 60% da energia térmica é perdida para
a atmosfera, daí a importância dos ciclos de Cogeração e Combinados.
Entretanto, devemos observar que todos os sistemas de recuperação provocam uma perda
adicional de potência na turbina, já que aumentam a pressão do exausto da máquina.
6.6.1 COMPRESSOR DE AR
O combustor é a primeira parte da chamada seção quente de uma turbina a gás, onde ocorrem
as condições mais severas de temperatura e pressão.
maior durabilidade,
A turbina, 2ª parte da seção quente, é a parte motriz da unidade e a parte da máquina que
opera em condições mais severas e em consequência a que exige a nossa maior atenção. O
gás ao escoar através da turbina perde pressão e temperatura, à medida que se expande e
transforma a sua energia em trabalho
As turbinas podem ser do tipo radial (baixas potências) e do tipo axial (mais comum, altas
potências) . Aproximadamente 2/3 da energia térmica disponível nos produtos da combustão
são para o acionamento do compressor de ar e sistemas auxiliares.
As palhetas estão sujeitas a alta velocidade do gás, alta temperatura e esforços elevados
devido ao escoamento dos gases e à força centrífuga gerada pela rotação da máquina.
PERGUNTA 49: Qual fenômeno conhecido de deformação dos materiais deve afetar as
palhetas?
A temperatura dos gases na seção quente é muito elevada em consequência não é permitido
grandes diferenças de temperatura ao longo de uma determinada seção (360º). Por isso os
desvios são controlados para evitar distorções na máquina e, em consequência pontos de alta
concentração de tensão.
Para evitar que a temperatura dos materiais da turbina atinjam a temperatura do gás quente,
uma certa quantidade de ar do compressor é desviada para resfriar os componentes que estão
em contato com o gás.
PERGUNTA 50: Qual é o principal fator limitante para obtermos eficiências maiores em
turbinas a gás?
6.6.4 FILTRO DE AR
O sistema de sucção de ar da turbina a gás tem que ser protegido com um filtro o qual é
projetado com três objetivos principais :
É o sistema de descarga dos gases da turbina a gás. Este sistema que inicia no flange de
escapamento da turbina é constituído dos seguintes elementos principais :
Junta de expansão
Duto de exaustão
Silenciador da descarga
Chaminé
Além destes elementos, muitas vezes é utilizada uma caldeira de recuperação com a finalidade
de gerar vapor para os seguintes objetivos : aquecimento de um processo industrial no caso de
um ciclo de cogeração, para geração de energia através de uma turbina a vapor em um ciclo
combinado, ou ainda, para injetar vapor na própria turbina a gás para aumento de potência ou
redução do nível de Nox.
Primeiro a turbina é acelerada até a velocidade de purga de ar, quando então a mesma é
estabilizada durante o período de purga . A finalidade desta purga é remover todo óleo ou gás
do sistema que poderiam causar explosão. Logo que o ciclo de purga é completado o gerador
de gás é acelerado até a velocidade em que a alimentação de combustível é iniciada e os
ignitores são acionados. Neste ponto, o motor de partida e a combustão aceleram a máquina
até um ponto onde o motor de partida é desacoplado e a velocidade da turbina é auto
sustentada.
As turbinas a gás devem operar com combustíveis de alto poder calorífico. A medida que
usamos combustíveis de poder calorífico menor necessitamos de câmaras de combustão
maiores para gerar a mesma quantidade de energia.
Como o fluído precisa ser injetado na câmara de combustão numa pressão levemente
superior , o sistema de combustível compreende os equipamentos que garantem esta
condição, ou seja :
filtros
tubulações e válvulas
sistema de controle
Um sistema de ignição consiste basicamente de um sistema elétrico de alta voltagem que gera
até 40.000 volts e dois ignitores capazes de gerar centelhas na freqüência de
aproximadamente 20 vezes por segundo. O sistema de ignição é ligado antes que o
combustível seja pulverizado no interior da câmara de combustão e é mantido ligado por meio
de um relê de tempo, até um determinado momento em que a combustão é iniciada e mantida.
utilização de post lube oil pumps (operam com baixa pressão pois não há ar);
utilização de pre lube oil pumps (operam com baixa pressão pois não há ar);
6.7 - MATERIAIS
6.7.1 REVESTIMENTOS
A seleção dos materiais adequados para as partes quentes da turbina é um compromisso entre
a performance mecânica e a resistência à corrosão, que tendem a ser incompatíveis. A
resistência à corrosão das superligas pode ser aumentada, para trabalho em ambientes
agressivos, pela aplicação de revestimentos protetores. Existem três tipos principais de
revestimentos para componentes de alta temperatura: revestimentos de difusão, revestimentos
superpostos e revestimentos cerâmicos.
Os revestimentos mais usados são os de difusão. São obtidos por processo de cementação,
por meio do qual faz-se a difusão de um ou mais elementos protetores no metal base. O
revestimento de alumínio, usualmente empregado, apresenta boa resistência à oxidação mas
pouca resistência à corrosão a quente. A resistência a corrosão à quente pode ser melhorada
pelo emprego de revestimentos com dois elementos, como os de alumínio-cromo ou alumínio-
platina. O revestimento de alumínio-platina propicia muito boa proteção contra corrosão, sendo
indicado para operações offshore com combustíveis corrosivos, porém tem a desvantagem do
custo levado, devido à presença da platina.
Os revestimentos superpostos, que podem ser aplicados por vários processos de deposição,
tem a vantagem de permitir a deposição de vários elementos e pode ter sua composição
definida em função das necessidades específicas de cada aplicação. Pela seleção adequada
dos constituintes, um bom equilíbrio entre a resistência à corrosão e à dutilidade pode ser
obtido. Os revestimentos deste tipo mais usados são os constituídos por cobalto-cromo-
alumínio-ítrio e níquel-cromo-alumínio-ítrio. A performance destes revestimentos pode ser
considerada no mínimo equivalente aos de alumínio-platina, obtidos por difusão, porém seu
custo é também elevado.
Os revestimentos cerâmicos, devido a sua baixa condutividade térmica, são usados como
barreira térmica, em câmaras de combustão ou partes quentes que não possam ser
adequadamente resfriadas por passagens internas. Estes revestimentos cerâmicos permitem
reduzir de 150 a 200 K a temperatura de trabalho do metal base. Para melhorar sua aderência
ao metal base, o revestimento cerâmico é aplicado normalmente sobre um revestimento base
de cobalto-cromo-alumínio-ítrio ou similar. O revestimento cerâmico mais usado é o de óxido
de zircônio-ítrio. Sua principal desvantagem é a fragilidade, propriedade inerente aos materiais
cerâmicos. Se suas propriedades mecânicas puderem ser melhoradas, os revestimentos
cerâmicos apresentam boas perspectivas futuras, por que a redução da temperatura de
operação e dos gradientes térmicos transitórios dos componentes quentes das turbinas
possibilitarão um aumento substancial de sua resistência à fluência e à fadiga.
6.8.1.1 FLUÊNCIA
A fluência é o principal fator limitante da vida das palhetas principalmente quando a turbina
trabalha com combustível isento de contaminantes e em regime de operação contínua. É
bastante difícil definir antecipadamente à vida das palhetas considerando-se a fluência porque
as condições operacionais da turbina influenciam bastante este tempo estimado. Uma maneira
de fazer esta avaliação é medirmos o alongamento das palhetas, sendo uma prática comum
substituí-las quando sua deformação atingir 0,5 % . Uma outra maneira é monitorar as
alterações sofridas pela microestrutura metalúrgica das palhetas e a partir daí determinar o
estado de fluência das palhetas. O ponto ótimo para troca é o início da fase terciária que pode
ser identificado pelo aparecimento de vazios e microtrincas na estrutura metalúrgica do
material.
6.8.1.2 FADIGA
A fadiga é um processo que causa a falha do componente pela aplicação de tensões cíclicas.
Quando estas tensões são pequenas e de alta freqüência temos a fadiga de alta freqüência.
Quando as tensões são altas e baixa freqüência temos a fadiga de baixa freqüência. A
aplicação repetitiva de gradientes térmicos transitórios em um determinado componente causa
a fadiga térmica. A maioria dos componentes da parte quente de uma turbina a gás está sujeita
a alguma forma de tensão cíclica e pode, portanto, falhar por fadiga.
A fadiga de alta freqüência nas turbinas a gás está associada à vibração mecânica de algum
componente causada por uma força excitadora de alta freqüência, por exemplo, uma
freqüência de passagem de palhetas.
Fadiga de baixa freqüência e fadiga térmica são problemas associados com os processos de
partida e parada da turbina ou com variações de carga durante sua operação. Ambas são
importante causa de preocupação em turbinas de aviação, que operam em regime de partidas
e paradas freqüentes. Turbinas industriais, em muitos casos, são sujeitas também a este tipo
de fadiga, devido à ocorrência de freqüentes paradas, ocasionadas por proteções do próprio
equipamento ou pelo próprio processo onde a turbina opera. Durante o processo de partida os
discos e palhetas são fortemente tensionados por uma combinação de esforços de origem
mecânica e térmica, que após um determinado número de ciclos causam o aparecimento de
pequenas trincas no material. Para garantir a segurança operacional da turbina é necessário
submeter os componentes da parte quente a inspeções periódicas, usando técnicas não
destrutivas de detecção de trincas. Expansores são componentes particularmente sujeitos à
fadiga térmica porque as tensões induzidas pela dilatação térmica são acentuadas pela
dificuldade estrutural de expansão destes componentes. O aparecimento de trincas por fadiga
térmica no bordo de saída das pás dos expansores é um problema bastante freqüente em
turbinas a gás.
6.8.1.3 - CORROSÃO
6.8.1.3.1 -OXIDAÇÃO
Os componentes das partes quentes de uma turbina a gás operam em um ambiente altamente
oxidante e dependem para sua proteção da formação de uma película protetora compacta de
óxido. Para turbinas de aviação são preferidas as ligas cuja proteção é conseguida por meio de
uma camada de óxido de alumínio (Al2O3), porque este óxido mantém-se estável em
temperaturas muito elevadas. Esta camada protetora de óxido de alumínio pode, entretanto,
ser destruída por certas substâncias agressivas, que podem ser encontradas no ar ambiente ou
no combustível em turbinas industriais. Por isto, em turbinas industriais são mais usadas ligas
cuja proteção provem da formação de uma película de óxido de cromo (Cr2O3), que é mais
resistente à corrosão. A proteção obtida pelo óxido de cromo (Cr2O3) tem limitação de
temperatura porque em temperatura muito elevadas o Cr2O3 é oxidado para CrO3 que se
vaporiza. Esta vaporização da camada protetora de óxido de cromo é significativa em
temperaturas a partir de 850ºC.
As ligas de níquel usadas para os componentes rotativos das turbinas a gás industriais contém
tanto cromo como alumínio. O nível de cromo presente (acima de 15%) é suficiente para
manter a camada protetora de óxido de cromo em condições normais de operação. A principal
função do alumínio presente na liga é promover a formação da fase (Ni3(Al,Ti)), que é a
responsável pela resistência à fluência destas ligas.
Como o óxido de alumínio se forma com menores pressões parciais de oxigênio que o óxido de
cromo, ocorre alguma oxidação do alumínio abaixo da superfície do componente. Esta
oxidação interna do alumínio auxilia a formação da camada protetora do óxido de cromo. Duas
ligas de níquel muito usadas para palhetas de turbinas a gás são IN 738 LC e MAR-M421.
Para as palhetas dos expansores são usualmente empregadas as ligas à base de cobalto
como FSX-414, X4O e X45. Estas ligas de cobalto dependem somente do cromo para formar a
camada protetora de óxido e tem melhor resistência à corrosão que as ligas de níquel.
Desde que a temperatura de operação seja mantida em níveis adequados a oxidação não
causa maiores problemas para as partes quentes das turbinas a gás industriais. Um valor típico
da penetração por oxidação em turbinas industriais ficaria em torno a 100 m em 50.000 h.
Entretanto, a exposição dos componentes a temperaturas acima de 900ºC certamente causará
forte oxidação devido à vaporização da camada protetora do óxido de cromo.
A incidência da corrosão tem significativa influência nas propriedades mecânicas dos materiais
das partes quentes da turbina a gás. A perda de material do componente, causada pela
corrosão, conduzirá obviamente a um aumento da tensão, mas é certamente o ataque interno
ao material, provocando seu enfraquecimento, que produz as piores conseqüências.
Além dos fatores citados no item 6.8.1, existem outros fatores que afetam a performance de
uma turbina a gás. Entre eles podemos citar :
Aumento das folgas por desgaste este fator está ligado a temperatura máxima de operação da
turbina, e à qualidade do combustível .
Tendência de polimerização;
Presença de metais alcalinos que em combinação com o enxofre forma sulfatos corrosivos;