Em tempos de guerra, secas, tsunamis a produção alimentícia em todo o mundo
vem diminuindo. Em compensação a necessidade do fornecimento de comida vem aumentando a cada dia. Países exportadores vêm sofrendo déficits em sua economia, pois muitos não conseguem chegar em perfeitas condições de consumo em determinado local por estragarem no caminho. Em todo o mundo a população vive uma batalha constante contra a deterioração dos alimentos provocada pela infestação, a contaminação e a putrefação. Tem-se observado nos últimos tempos uma crescente preocupação com a qualidade microbiológica das matérias primas e dos ingredientes alimentares, com a finalidade de impedir doenças de origem alimentar e de minimizar problemas relacionados com o tempo de armazenamento. (Estevez, 1997) No passado mais distante, antes mesmo que o homem soubesse o que causava a deterioração de seu alimento, ele trabalhou para tentar preveni-la baseando-se em agentes naturais como o sol, vento, etc (Franco e Landgraf, 2004) Através dos séculos as técnicas de preservação foram se aprimorando com a evolução do conhecimento científico e hoje em dia já estão disponíveis vários métodos que prometem fornecer alimentos dentro dos padrões desejáveis quanto aos valores nutricionais, sensoriais, e dentro do que preconiza a saúde pública. Mas apesar dos esforços em evitar a contaminação dos alimentos para consumo, os perigos e riscos microbiológicos continuam existindo. Segundo o Comitê Misto de Especialistas em Segurança Alimentar da Organização Mundial das Nações Unidas para Agricultura e da Organização Mundial de Saúde (OMS): ”as doenças oriundas de alimentos contaminados são talvez o maior problema de saúde do mundo contemporâneo e constituem um importante fator de redução da atividade econômica". Nos Estados Unidos, o Centro para Controle de Doenças e da Administração de Drogas e Alimentos estimam que anualmente, mais de 33 milhões de americanos adoecem, por contaminação microbiana. Estima-se que ocorram anualmente no Canadá mais de dois milhões de casos similares (WHO, 2008). Ao lado deste problema, registram-se perdas de alimentos em grandes proporções devido à deterioração, especialmente nos países em desenvolvimento onde o clima favorece a proliferação de agentes de decomposição e técnicas de colheita, pós colheita e armazenamento são raramente praticadas (Borges et al) A germinação prematura de raízes e tubérculos leva ao descarte toneladas desses produtos estimando- se que cerca de 50% destes sejam perdidos antes de chegarem ao consumidor final. Além disso, também aumentaram as exigências mundiais de qualidade dos alimentos. Assim, os problemas com armazenamento, transporte e processamento de alimentos exigem a busca de métodos alternativos de preservação para aumentar a oferta de alimentos sadios e seguros para uma população mundial em expansão. A técnica de irradiação surge então como uma alternativa segura no processo de redução dos microrganismos patogênicos e tem sido empregada em produtos alimentícios bastante diversificados para este fim e também para o aumento de vida de prateleira dos mesmos, já que proporciona a diminuição da contaminação à níveis aceitáveis pela legislação brasileira (FARKAS, 2006). Sendo isso exposto, este trabalho tem por objetivo, uma breve revisão bibliográfica mostrando como e quando utilizar a irradiação como método de conservação de alimentos mostrando pontos positivos e negativos dessa técnica.