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Uma das dúvidas mais recorrentes de quem acabou de adquirir um aparelho com baterias
recarregáveis está relacionado a formas de prolongar a vida útil do dispositivo. Afinal, ninguém
gosta de ver o tempo de carga de seu dispositivo acabando em um ritmo cada vez mais rápido,
tornando obrigatório levar um carregador de um lado para o outro.
Mas afinal, será que recarregar constantemente a bateria de meu notebook vai danificar o
aparelho? Qual a melhor forma de guardar a bateria reserva de um celular que não será
utilizada durante um bom tempo? E é verdade que basta aquecer ou congelar uma bateria para
que ela reviva milagrosamente?
São essas e outras perguntas comuns que o Baixaki responde neste artigo. Fique ligado, pois
além de desvendarmos os mistérios por traz desses mitos, fornecemos dicas valiosas para
manter suas bateria sempre cheias, ao mesmo tempo em que se prolonga a vida útil de
aparelhos.
Desvendando o mito
O efeito memória funciona da seguinte forma: quando um aparelho era recarregado, a bateria se
lembrava da carga inicial e a considerava como o ponto zero. Assim, se você recarregasse o
aparelho com 80% da carga, eram grandes as chances de que, em pouco tempo, só fosse
possível utilizar os 20% restantes da bateria – o que significa muito pouco tempo de uso e a
dependência da conexão com uma fonte de energia externa. Dessa forma, a melhor maneira de
prolongar a vida dos aparelhos era sempre recarregá-los somente quando não houvesse mais
energia.
Com as baterias baseadas em Íon-Lítio (que equipam praticamente a totalidade dos aparelhos
portáteis atuais), o efeito memória desapareceu completamente. Isso significa que não importa
se a bateria está com 40% ou 70% de vida – a recarga pode ser feita sem nenhum problema ou
perda de desempenho. Inclusive o recomendado é deixá-la o mais próximo da carga total
sempre que possível.
Agora que ficou claro que, em se tratando de baterias atuais, recarregá-las constantemente não
apresenta nenhum dano, é hora de falar um pouco sobre como funciona a tecnologia Íon-Lítio.
Antes de qualquer outra informação, é preciso saber que baterias do tipo ainda não
amadureceram totalmente, e cientistas testam constantemente novas combinações de produtos
químicos para aumentar sua eficiência e tempo de duração.
Baterias de Íon-Lítio funcionam através de ciclos de recarga (com média que fica entre 300 a
500 recargas, dependendo do tipo de aparelho utilizado). Cada vez que o dispositivo é
descarregado totalmente, perde-se um ciclo de vida útil – em teoria uma bateria do tipo só
precisa ser substituída após o usuário descarregá-la totalmente 500 vezes. Ou seja, caso se siga
o mesmo procedimento necessário nas baterias de Níquel-Cádmio, em pouco tempo seus
aparelhos só funcionarão conectados a uma fonte de energia.
Dessa forma, o ideal é que você recarregue constantemente sua
bateria, mesmo que ela ainda possua uma boa quantidade de carga.
Portanto, não precisa se preocupar em deixar seu celular com 60%
de carga conectado ao carregador meia hora antes de sair de casa –
inclusive esse é o tipo de procedimento recomendado pela maioria
dos fabricantes.
Em geral, uma bateria de Íon-Lítio conservada em condições ideais dura entre dois a três anos
de uso constante. Isso acontece devido aos processos químicos naturais que acontecem nos
dispositivos e que aumentam sua resistência interna devido à oxidação. Eventualmente, a
resistência atinge um ponto em que a bateria não é mais capaz de fornecer energia, mesmo que
possua carga interna disponível.
Por esse motivo, é comum que baterias durem mais em dispositivos que exigem pouco
consumo de energia. Afinal, neles não é preciso que a taxa de transferência de energia seja
muito alta, o que possibilita seu uso mesmo quando a resistência interna é muito grande. O
aumento da resistência interna é mais comum nas baterias Íon-Lítio que utilizam cobalto em
sua composição, caso de smartphones, câmeras fotográficas e computadores portáteis.
Agora que você sabe que não é preciso descarregar totalmente um dispositivo antes de
recarregar a bateria, deve estar pensando: então não tem problema eu manter um aparelho
conectado o tempo toda à tomada e só desconectá-lo na hora de sair de casa, certo? Bom, em
teoria sim, mas na prática não é bem o que acontece.
Dessa forma, manter um aparelho conectado constantemente a uma tomada pode significar
perder em pouco tempo sua capacidade de recarga, forçando o usuário a investir em uma
bateria substituta. Por isso, o recomendado é retirar a bateria sempre que o plano for utilizar o
aparelho durante longos períodos conectados a uma fonte de energia – conselho especialmente
válido para donos de notebooks. Nessas horas é preciso optar entre o risco de perder dados não
salvos em caso de uma queda de energia ou ver a vida útil da bateria diminuir em ritmo
acelerado.
Agora que já se tem uma ideia básica de como uma bateria de Íon-Lítio funciona durante o
processo de recarga, é possível programar o uso dos aparelhos para obter o máximo de vida útil
possível. Note que não há remédio para recuperar baterias desgastadas por processos químicos
– em geral, esquentá-las um pouco diminui a resistência interna e permite acessar a energia
armazenada, mas basta voltar à temperatura normal para o problema retornar.
Abaixo, seguem algumas dicas simples que ajudam a prolongar o tempo de uso de sua bateria e
que evitam ter que substituí-las antes do período programado durante sua produção.
A primeira dica tem tudo a ver com o título do artigo: a melhor maneira de manter seus
aparelhos saudáveis é recarregá-los constantemente, de preferência muito antes de sequer
pensar em acabar a bateria. Além de permitir que você os utilize durante um tempo mais
prolongado, o processo evita o desperdício de importantes ciclos de vida.
Essa dica é especialmente importante para quem mantém uma bateria extra para momentos de
necessidade ou precisa armazenar dispositivos durante muito tempo sem uso. Como o circuito
de proteção de uma bateria precisa de um pouco de energia para operar corretamente, nunca se
deve deixá-la guardada sem carga alguma.
Algumas baterias de Íon-Lítio falham ao ficar muito tempo com a carga mínima, que no geral
gira entre 2,5 Volts por célula. Caso esse limite mínimo seja ultrapassado, o circuito de
segurança interno deixa de funcionar corretamente e indica que a bateria está morta, situação na
qual os carregadores comuns de nada servem. Alguns fabricantes dispõem de alternativas que
recuperam dispositivos nesse estado, mas em geral é perigoso tentar fazer o processo sozinho
por questões de segurança.