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REQUISITOS
Sua concessão se faz com preenchimento de uma série de requisitos objetivos e subjetivos,
sendo os primeiros relativos à pena imposta e a reparação do dano. Os segundos
relacionam-se com o lado pessoal do condenado (subjetivo).
Primeiro a pena deve ser privativa de liberdade (reclusão, detenção e prisão simples)
Segundo é que a pena concreta deve ser igual ou superior a 2 anos de prisão, mesmo
tratando-se de Contravenção Penal. Mesmo as penas de infrações diversas, devem ser
somadas, mesmo em processos distintos, para efeito da concessão do benefício (art. 84 CP)
Por fim, o último requisito é a reparação do dano causado pela infração, (salvo quando
efetiva impossibilidade de faze-lo) esse requisito acaba sendo “letra morta” porque na
prática isso não acontece.
O segundo é o bom desempenho em trabalho que lhe foi atribuído. Se devido à deficiência
do presídio nenhum trabalho for incubido ao preso, esse requisito fica prejudicado.
O terceiro é aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto. A lei diz
sobre aptidão, não em proposta real de emprego, o preso deve saber desempenhar certo
ofício.
O quarto é a constatação de condições pessoais que façam presumir que o preso não voltará
a delinqüir. Essa condição só existe aos crimes dolosos, cometidos com violência ou grave
ameaça à pessoa (estupro, roubo, homicídio) não exigido aos demais crimes. Com isso
busca-se não conceder tal benefício para condenados que apresentem periculosidade.
Usando de perícia psiquiátrica para determinar esse diagnóstico.
O pedido é dirigido ao juízo de execução, podendo ser impetrado pelo sentenciado, parente,
cônjuge, diretor do estabelecimento penal e Conselho Penitenciário. Não é preciso a
necessidade de advogado. O juiz deve antes de decidir, colher a manifestação do Promotor
de justiça e do conselheiro penitenciário, sob pena de nulidade. Conforme reza o art. 131 da
LEP, não há mais necessidade de ouvir o diretor do estabelecimento carcerário, estando,
pois revogado o art.714 do CPP.
Deve o juiz fixar prazo para o Conselho penitenciário emitir seu parecer, enviando eu a
demora possa prejudicar o sentenciado. Da decisão que concede ou rejeita o livramento
condicional é cabível o agravo de execução.
O período de prova no livramento condicional é integrado pelo resto da pena, tendo inicio o
período de prova com a audiência admonitória, que é realizada no estabelecimento onde o
preso cumpre a pena (art. 137 da LEP). Sendo a audiência presidida e marcada pelo
presidente do conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou pelo Juiz (inciso I
do art.137 da LEP)
Na audiência, a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados. Após
a leitura, o liberando declarará de aceita as condições, caso não aceite, fica sem efeito o
livramento, ao menos se o Juiz queira altera-las. Se aceitar o livramento o liberando recebe
uma caderneta com sua identificação e as condições impostas (art. 138 da LEP) .
São condições legais, isso é, obrigatórias :
a) Obter ocupação lícita, dentro de um prazo razoável, caso seja apto ao trabalho. Essa
expressão “ocupação lícita” compreende cursos técnicos, não somente trabalho. Sendo
deficiente físico essa condição não tem validade.
b) Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação. Cabendo ao juiz fixar o intervalo dessa
comunicação, que na maioria das vezes costuma ser mensal.
c) Não mudar do território da comarca do juízo da execução, sem prévia autorização deste.
Portanto a lei não fala de mudança de residência, mas de comarca.
Pode o Juiz , além dessas condições obrigatórias, fixar as condições judiciais (art. 132 da
LEP):
A primeira ocorre quando o liberando deixa de cumprir qualquer das condições constantes
da sentença.
A segunda ocorre se o liberando for condenado por crime ou contravenção, a pena que não
seja privativa de liberdade. Essas tais deliberações dão o ensejo à revogação facultativa.
Nos casos de condenação à pena privativa de liberdade (prisão simples) em razão de prática
de contravenção, não é causa de revogação obrigatória nem facultativa.
Prorroga-se o período de prova, nos casos em que o liberado estiver sendo processado por
crime cometido durante a vigência do livramento. Enquanto a pena não passar em julgado a
sentença o juiz não poderá extinguir a pena, prorrogando o período de prova até o trânsito
da sentença em julgado.
EXTINÇÃO DA PENA
O estrangeiro de passagem no Brasil, não pode obter “sursis” nem livramento condicional,
pois está proibido de exercer atividade honesta e remunerada, condição obrigatória do
livramento.
Bibliografia:
Direito Penal, parte geral: volume1/ Flavio Augusto Monteiro de Barros. – São Paulo:
Saraiva, 1999.
Código Penal – Luiz Flavio Gomes – Revista dos Tribunais, RT 2000.
André Ricardo de Oliveira Rios, Quarto anista de Direito, trabalhou no jurídico do banco
Itaú, na Prefeitura de São Paulo e na Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer de São Paulo.
Desenvolve seus estudos com ênfase na área Penal.
Site: www.direitonet.com.br