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CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
MICROESTRUTURA FERRITA
DE WIDMANSTAETTEN
Trabalho da disciplina
Laboratório de Materiais III, do
curso de engenharia mecânica
da Universidade Federal do
Espírito Santo.
SUMÁRIO
Sumário iii
1. Objetivos 4
2. Introdução 5
3. Revisão bibliográfica 6
3.1. Solutos e rede cristalina do ferro 6
3.2. Mecanismos de formação de 9
microestruturas
4. A ferrita de Widmanstaetten 12
4.1. Morfologia 12
4.2. Mudança de forma 13
5. Bibliografia 15
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1. OBJETIVOS
O objetivo do presente trabalho é apresentar, de forma concisa, quais são as
características da microestrutura formada sob determinadas circunstâncias nos aços,
denominada ferrita de Widmanstaetten (também grafado Widmanstätten, em homenagem
a Count Alois von Beckh Widmanstätten, estudioso do século XIX). Também há enfoque no
mecanismo de formação precedente, com observações acerca das fases de nucleação e
crescimento de grão.
Para tanto, inicialmente é feita uma extensa revisão bibliográfica a fim de constituir
uma sólida base para a exploração dos tópicos mais avançados.
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2. INTRODUÇÃO
As aplicações tecnológicas dos materiais de engenharia atuais exigem, cada vez mais,
um rigoroso controle dos processos a fim de garantir que as propriedades mecânicas em
serviço sejam aquelas desejadas. Isso requer que diversos parâmetros sejam estritamente
controlados:
Apesar da grande variedade de materiais alternativos cada vez mais comuns, o aço
continua com utilização majoritária devido às características combinadas que são desejáveis na
maioria das vezes. É evidente, dessa forma, a necessidade de obtenção de informações acerca
da metalurgia das ligas ferrosas, a fim de controlar devidamente todos os parâmetros
controladores das suas características.
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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 SOLUTOS E REDE CRISTALINA DO FERRO
Átomos intersticiais
sólida. A probabilidade de formação de nitrogênio gasoso ou grafite é tão baixa que essas fases
raramente se precipitam em aços. Uma importante exceção se ocorre quando aços ao carbono
ou de baixa liga são mantidos na faixa de temperatura entre 450°C e 650°C por centenas ou
mesmo milhares de horas. Nessa situação, a perlita se decompõe em ferrita e grafita.
Normalmente, Fe3C (cementita) ou mesmo carbetos menos estáveis se formam, ao invés da
grafita. A tabela 1, retirada de CAHN, HAASEN [1996], exibe informações a respeito dos
compostos metaestáveis mais comuns que se precipitam em ligas Fe-C e Fe-N.
Fonte: VOORT, G. F. V. – Microstructure of ferrous alloys – Diretor, Buehler Ltd. Research &
Technology
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Átomos substitucionais
Tipo A1 (ou campo austenítico aberto): elementos de liga que aumentam a faixa de
temperatura para a austenita estável, pela diminuição da temperatura de
transformação γ→α e aumento da temperatura de transformação γ→δ. Pertencem a
este grupo níquel, manganês e cobalto. Dependendo do percentual, Ni e Mn podem
suprimir totalmente o campo ferrítico, formando austenita mesmo à temperatura
ambiente.
Tipo A2 (ou campo austenítico aberto): neste caso, o campo austenítico é expandido
até a formação de um composto de ferro, como no caso do carbono e do nitrogênio.
Tipo B1 (ou campo austenítico fechado): nesse caso, o campo austenítico apresenta-se
totalmente circundado pela região ferrítica. Silício, alumínio, berílio e fósforo fazem
parte desse grupo, juntamente com os elementos com forte tendência para a
formação de carbonetos, como titânio, cromo, vanádio e molibdênio.
Tipo B2 (ou campo austenítico contraído): o campo austenítico é interrompido pela
formação de compostos de ferro. Boro, enxofre, tântalo, zircônio e nióbio fazem parte
desse grupo.
Nesse caso, contudo, não é levada em conta a forma como os átomos se apresentam dentro
da microestrutura. Ou seja, nem todos os átomos são substitucionais.
As mudanças de fases sofridas pelo ferro dão margem para uma série de reações no
estado sólido. Em aços ligados, as reações podem ser controladas por difusão substitucional ou
intersticial, e a microestrutura final do material só pode ser plenamente entendida se todas as
reações individuais e efeitos forem conhecidos.
evitar a formação desses produtos (ferrita e perlita), mas não o suficiente para produzir
martensita.
No caso da bainita inferior, também são formadas tais lamelas, porém no interior das
camadas de ferrita também ocorre precipitação de cementita. Isso ocorre porque, em
temperaturas menores (ou, alternativamente, com taxas de resfriamento mais acentuadas), a
difusão do carbono é reduzida, de forma que não há segregação total para a austenita
adjacente – ocorre precipitação dentro do próprio grão ferrítico. Além do mais, os carbonetos
precipitados são mais finos, o que confere maior tenacidade em relação à bainita superior, na
qual os precipitados são mais grosseiros. Tais precipitados, mais grosseiros, favorecem a
nucleação de trincas.
Fonte: VOORT, G. F. V. – Microstructure of ferrous alloys – Diretor, Buehler Ltd. Research &
Technology
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4. A FERRITA DE WIDMANSTAETTEN
A ferrita de Widmanstaetten pode agir em detrimento das propriedades mecânicas
dos aços, porque as placas de ferrita frequentemente crescem em formações paralelas às
quais permitem que trincas de clivagem se propaguem sem grande divergência. O problema é
particularmente preocupante em depósitos de solda nos aços, situação em que é impraticável
modificar a estrutura por meio do controle sistemático e preciso da solidificação.
Consequentemente, o cuidado no processo de desenvolvimento da composição e na
manufatura da liga se torna fundamental para minimizar a quantidade de ferrita de
Widmanstaetten formada. Isso requer, obviamente, um profundo conhecimento físico e
metalúrgico dos fatores que controlam a nucleação e crescimento.
4.1 Morfologia
Alotriomórfica – geometria que não reflete a simetria estrutural existente quando se observa
com uma maior magnificação. A ferrita alotriomórfica, por exemplo, cresce nas regiões de
contorno de grão austenítico, sem apresentar formato “macroscopicamente” simétrico.
Alternativamente, o grão não reflete a geometria simétrica da rede cristalina.
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Figura 6. (a) Deformação de forma em um único plano. (b) Efeito combinado da deformação
em dois planos, com crescimento mútuo da nova microestrutura. (c) Morfologia de duas
placas as quais se acomodaram mutuamente, porém com deformação em planos inclinados.
Fonte: ALI, A. – Widmanstätten ferrite and bainita in ultra high strength steels – Cambridge
Fonte: ALI, A. – Widmanstätten ferrite and bainita in ultra high strength steels – Cambridge
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5. BIBLIOGRAFIA
[1] CAHN, R. W., HAASEN, P. – Physical Metallurgy Volume 2 – 4th ed.
[3] VOORT, G. F. V. – Microstructure of ferrous alloys – Diretor, Buehler Ltd. Research &
Technology
[7] ALI, A. – Widmanstätten ferrite and bainita in ultra high strength steels – Cambridge