Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
CONCEITO
Doença sexualmente transmissível também
conhecida como cancro mole, cancro venéreo
simples, úlcera mole, popularmente conhecida como
cavala, cavalo, cavalo mole. Manifesta-se como uma
ulceração aguda, específica, contagiosa, localizada
geralmente na genitália externa.
ETIOLOGIA
É causada por um bacilo Gram negativo,
pequeno, aeróbio, denominado Haemophilus ducreyi,
que nos esfregaços apresenta-se aos pares ou em
cadeias, em posição intra ou extracelular, com
coloração bipolar, como se apresentasse um vacúolo
central.
EPIDEMIOLOGIA
É prevalente na África, América do Sul,
América Central, em comunidades de baixa higiene,
sendo rara na Europa, e continente norte americano.
É mais comum em homens que mulheres, na
proporção de 20:1.
PATOGENIA
A doença geralmente é transmitida por
contato direto no ato sexual. Existem portadoras
assintomáticas, isto é, mulheres que apresentam o
microorganismo, geralmente no muco do colo
uterino, e podem transmití-lo ao parceiro, embora
aparentemente não apresentem a doença.
QUADRO CLÍNICO
Após período de incubação curto (dois a
quatro dias em média) do contato sexual suspeito, há
o aparecimento de uma pápula pequena, que logo se
transforma numa pústula, e depois em úlcera. Essas
úlceras são arredondadas ou ovaladas, rodeadas por
halo eritematoso. Apresentam fundo sujo, com
secreção purulenta. Geralmente as lesões são
múltiplas, de onde vem a denominação de lesões
com “espírito de família”. À palpação, apresentam
bordas moles e são muito dolorosas. O Haemophilus
ducrey tem predileção por pele e semimucosas, sendo
raro o acometimento mucoso. Assim, as lesões
ocorrem geralmente nos genitais, sendo que nos
homens são mais freqüentes no prepúcio, sulco
bálano prepucial e nas mulheres em grandes lábios,
comissura posterior e região perianal. Lesões
extragenitais são raras, podendo ocorrer em mucosa
oral. Sem tratamento podem desaparecer
espontaneamente, mas geralmente persistem por
algumas semanas e podem ser complicadas por
fimose severa ou gangrena, assim como tornarem-se
fagedêmicas, com grande extensão, por infecção
secundária.
Trinta a 50% dos casos apresentam o bubão
cancroso, que é uma adenite inguinal mais freqüente
de forma unilateral. Essa lesão geralmente evolui
para amolecimento e fistulização e quando isso
ocorre, o faz por um único orifício.
DIAGNÓSTICO
A pesquisa do bacilo em esfregaço de material
coletado em secreção de úlcera ou da adenite, corado
pelo Gram é o método laboratorial mais utilizado.
Encontra-se bacilos Gram negativos em posição intra
ou extracelular, aos pares ou formando cadeias, com
coloração bipolar, dando a impressão da existência
de um vacúolo central. Concomitantemente deve-se
realizar pesquisa de treponema em campo escuro
para excluir a sífilis. O exame histopatológico pode
ser útil, mas é pouco utilizado na prática clínica, uma
vez que a bacterioscopia detecta o bacilo na grande
maioria dos casos. Pode-se também recorrer a cultura
em ágar-sangue ou ágar-chocolate.
Como o período de incubação da doença é
curto, e as lesões são auto inoculáveis, no passado
utilizou-se a reprodução da doença, por exemplo no
braço, após inoculação de pus da lesão para
confirmação diagnóstica. Atualmente esse método
está abandonado.
A reação intradérmica de Ito-Reenstierna,
utilizada no passado, não tem sido mais empregada.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com o
cancro da sífilis que é duro à palpação e indolor, com
um período de incubação maior e lesão geralmente
única. Pode haver associação de cancróide com
sífilis, sendo denominado cancro misto ou cancro de
Rolet. Outro diagnóstico diferencial deve ser feito
com o herpes simples, quando este apresenta-se
exulcerado. A adenopatia inguinal deve ser
diferenciada, entre outras coisas, do linfogranuloma
venéreo, que quando fistuliza, o faz por vários
orifícios, enquanto que o cancróide o faz por um
orifício apenas.
TRATAMENTO
Tópico: limpeza da lesão com antissépticos,
compressas de permanganato de potássio diluído em
água morna 1:40.000 ou água boricada três vezes ao
dia, além do uso de antibiótico tópico.
Quando há adenite, a drenagem da mesma é
contra-indicada pois prolonga o tempo de evolução e
há a possibilidade de disseminação da infecção.
Pode-se, no entanto, ser aspirado com agulha grossa
em caso de flutuação ou muita dor.
Sistemicamente pode-se utilizar várias drogas,
todas eficientes, tais como:
• Tetraciclina 500 mg via oral de 6 em 6 horas
por 10 dias;
• Sulfametoxazol (800 mg) + trimetropin (160
mg) - 1 comprimido via oral de 12 em 12 horas
por 10 dias;
• Eritromicina 500 mg via oral de 6 em 6 horas
por 10 dias;
• Tianfenicol 500 mg via oral de 8 em 8 horas
por 5 dias ou 2 envelopes de 2,5 gramas cada
em dose única (esse esquema posológico
erradica a doença em 48 horas, com 98% de
cura);
• Azitromicina 1,0 grama via oral em dose
única;
• Ceftriaxona, na dose de 250 mg pela via
intramuscular, em dose única.
A resposta ao tratamento é boa, com
esterilização das lesões em 48 horas.
Se a exclusão de sífilis não puder ser feita,
pode-se administrar profilaticamente 2.400.000
unidades de penicilina benzatina. Também está
indicada a pesquisa do vírus HIV, sendo que em
indivíduos imunodeprimidos, a resposta ao
tratamento é mais longa.
Quando a doença ocorre em gestantes, não há
problemas para a mãe, para o feto ou para o neonato.
No entanto, não se deve optar pelo tratamento com
tetraciclinas e tianfenicol no primeiro trimestre da
gravidez, assim como as sulfas nas últimas semanas.
A eritromicina, à exceção do estolato, é efetiva nesses
casos, e isenta de efeitos colaterais.
Como em todas as doenças sexualmente
transmissíveis, é interessante detectar o parceiro
transmissor, para que o elo da cadeia seja quebrado.
CONDILOMA ACUMINADO
CONCEITO
Doença sexualmente transmissível, bastante
freqüente em nosso meio, conhecida popularmente
como “crista de galo”.
ETIOLOGIA
É causada por um vírus denominado HPV
(Human papillomavirus) tipos 6, 11 e 42 entre outros.
Os tipos 2, 4, 29 e 57 causam lesões nas palmas das
mãos e plantas dos pés denominadas de verrugas
comuns.
PATOGENIA
O condiloma acuminado pode ser propagado
por contato sexual genital, anal ou oral. Durante o
ato sexual, o atrito faz com que vírus e células
contaminadas com os mesmos possam ser
transferidos da pessoa infectada para a pessoa sadia.
QUADRO CLÍNICO
O período de incubação pode ser longo,
variando de duas semanas a oito meses, em média
três meses.
Clinicamente manifesta-se como pápulas
vegetantes, eritematosas, não corneificadas, com
aspecto de couve-flor, algumas vezes planas. No
homem as lesões podem ocorrer em glande,
prepúcio, freio, meato uretral e bolsa escrotal e na
mulher em vulva, períneo, vagina e colo uterino. Em
ambos os sexos pode ocorrer envolvimento do ânus e
reto, mesmo sem evidências de coito anal. As lesões
podem ser únicas ou múltiplas e variam muito em
tamanho. A aplicação de ácido acético de 3 a 5%
durante o exame clínico pode ajudar na detecção de
lesões inaparentes, uma vez que as mesmas
adquirem coloração esbranquiçada.
As lesões geralmente são assintomáticas, mas
em alguns casos, pode haver irritação ou prurido. Na
região anal podem ser confundidas com
hemorróidas.
As lesões proliferam mais intensamente em
locais úmidos e quentes. Nas mulheres podem estar
presentes no colo uterino, podendo ser detectadas ao
exame de Papanicolau. Os parceiros de mulheres
com vírus HPV também os têm no pênis, sendo que
na maioria das vezes não são visíveis a olho nú. Um
fato interessante é que atualmente está bem
estabelecida a relação entre HPV e câncer cervical, de
vulva, e mais raramente câncer de pênis e de ânus.
Na gravidez, devido às alterações hormonais,
as lesões de condiloma podem aumentar em número
e tamanho. Crianças expostas a essas verrugas
durante o parto, podem adquiri-las, por isso algumas
vezes há indicação de cesariana quando a mãe for
portadora da doença.
Pode ocorrer um crescimento exuberante das
lesões, sendo então denominado condiloma
acuminado gigante (tumor de Buschke-Loewenstein)
onde há formação de massas vegetantes em torno da
glande, ou obstruindo vulva ou ânus. Geralmente
estão associados a depressão imunitária.
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
INTRODUÇÃO
As manifestações clínicas das uretrites são
praticamente idênticas e em geral resumem-se a um
corrimento mucopurulento ou não, ardência e dor ao
urinar. A gonorréia, tanto no homem, quanto na
mulher é o principal diagnóstico diferencial entre os
corrimentos uretrais. O diagnóstico é clínico,
epidemiológico e laboratorial. As uretrites não
gonocócicas podem ser divididas em três grupos a
saber:
CLAMIDIOSE
Formas de transmissão:
1 - No homem
• Presença de secreção mucopurulenta e disúria
2 - Na mulher
• Endocervicite mucopurulenta, piúria estéril
• Endometriose e salpingite (causadas por infecção
ascendente)
• Doença inflamatória pélvica
COMPLICAÇÕES
1 - No homem
• Epididimite por infecção ascendente
• Proctite em homossexuais
2 - Na mulher
• Gravidez ectópica
• Infertilidade
DIAGNÓSTICO
CLAMÍDIA GONORRÉIA
7 - Aconselhamento ao paciente
CONCEITO
Enfermidade de localização genital, de
evolução crônica, também conhecida como
granuloma inguinal ou granuloma venéreo.
ETIOLOGIA
O agente etiológico é a Calymatobacterium
granulomatis (Klebsiella granulomatis, Donovania
granulomatis), que é um bacilo pequeno, pleomórfico,
Gram negativo, imóvel, geralmente encapsulado,
que pode ser isolado em saco embrionário. Nas
lesões são encontrados dentro dos macrófagos, sob a
forma de pequenos corpúsculos ovais denominados
corpúsculos de Donovan.
EPIDEMIOLOGIA E PATOGENIA
Apesar da localização genital, ainda existem
dúvidas sobre a transmissão sexual da doença, uma
vez que ele é rara em parceiros de portadores da
doença, mesmo naqueles onde a doença é
exuberante, ocorre em indivíduos com pouca ou
nenhuma atividade sexual, é raro em prostitutas e
pode ocorrer em crianças que não foram violentadas
sexualmente. A favor da transmissão venérea existe o
fato de as lesões serem mais freqüentes nos genitais e
região perianal em homossexuais, podem estar
associadas a outras doenças sexualmente
transmissíveis, e há um predomínio da doença em
indivíduos sexualmente ativos.
O trato gastrointestinal parece ser o habitat
natural do microorganismo. Assim, a transmissão
poderia ocorrer durante o coito anal, ou então
quando o trato vaginal for contaminado por fezes
durante o coito normal. A pele sadia ou com solução
de continuidade não parece favorecer a transmissão
da doença, uma vez que a literatura tem
demonstrado que a transmissão só ocorre quando o
pus de doentes é injetado no tecido celular
subcutâneo de voluntários sadios.
No Brasil ocorre mais comumente em
mulheres, embora em algumas regiões o sexo
masculino seja mais afetado, sendo que nestes a
incidência é grande em homossexuais e em
indivíduos com falta de higiene.. Nos Estados
Unidos predomina em negros, mas provavelmente
esse fato não esteja associado a predisposição racial,
mas sim ao baixo nível sócio econômico desses
indivíduos. É mais comum entre 20 e 40 anos de
idade, embora existam casos descritos da doença em
crianças e adultos idosos.
QUADRO CLÍNICO
Caracteriza-se por lesões granulomatosas,
ulceradas, indolores, que acometem principalmente a
pele e o tecido celular subcutâneo da genitália, de
regiões perianais e inguinais.
Apresenta período de incubação bastante
variado, de três a noventa dias, quando então
aparece lesão que geralmente se inicia como pápula
ou nódulo indolor, que pode ulcerar-se, aumentar de
tamanho e apresentar sangramento fácil.
As lesões em forma de úlcera geralmente são
as de maior tamanho, apresentam secreção
abundante e crescimento por contiguidade aos
tecidos vizinhos. As bordas podem ser planas ou
elevadas. Podem levar a manifestações de elefantíase
dos genitais, principalmente no feminino.
Podem ainda apresentar-se na forma úlcero-
vegetante, com exuberância de tecido e sangramento
fácil, sendo a forma clínica mais freqüente.
As lesões vegetantes são pouco freqüentes,
apresentam pequena dimensão e pouca quantidade
de secreção.
Em 3 a 6% dos casos as lesões podem ocorrer
fora dos genitais, conseqüentes a práticas sexuais
anormais. Essas localizações são: gengivas, axilas,
couro cabeludo, nariz. Em locais onde a prevalência
da doença é alta, pode haver acometimento de
órgãos internos como ossos, articulações, fígado,
baço, pulmões, acompanhados de febre, mal estar
geral, perda de peso.
Pode haver aparecimento de adenite como
resposta a infecção secundária. Pode ocorrer
remissão temporária da doença que pode ser seguida
de recrudescências.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é confirmado pelo encontro dos
corpúsculos de Donovan em secreção ou no tecido,
em coloração pelo Giemsa.
O exame anátomo patológico pode ser útil
para afastar malignidades, uma vez que as alterações
são inespecíficas. Há reação inflamatória intensa,
com predomínio de polimorfonucleares leucócitos,
microabscessos de neutrófilos e corpúsculos de
Donovan. Há também fibrose e hiperplasia epitelial
em graus variáveis.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com
cancro mole, sífilis secundária, condiloma
acuminado (em suas formas gigantes), carcinoma
espinocelular e com outras doenças infecciosas como
a paracoccidioidomicose e a leishmaniose.
TRATAMENTO
Várias drogas podem ser utilizadas, assim
como:
• Tetraciclinas, oxitetraciclinas, clortetraciclinas,
500 mg via oral de 6 em 6 horas, por 30 a 40
dias;
• Estreptomicina 1,0 g ao dia via intramuscular
por 30 a 40 dias;
• Cloranfenicol 2 gramas ao dia por 3 a 4
semanas;
• Tianfenicol na dose inicial de 2,5 gramas ao
dia sob a forma de grânulos, e depois seguida
de 500 mg de 12 em 12 horas;
• Sulfametoxazol 800 mg + Trimetroprin 160 mg
- um comprimido via oral de 12 em 12 horas;
• Doxiciclina 100 mg via oral de 12 em 12 horas;
• Eritromicina 500 mg via oral de 6 em 6 horas
de 20 a 30 dias.
INTRODUÇÃO
ETIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA
PATOGENIA
QUADRO CLÍNICO
No homem
Gonorréia anorretal
Peri-hepatite aguda
Gonorréia na gravidez
COMPLICAÇÕES
DIAGNÓSTICO
Coleta do material
- Uretra masculina: O material proveniente
desta é mais adequadamente obtido pela inserção de
um swab de 2 a 3 cm na uretra. O exsudato
purulento pode também ser utilizado para exame. Se
não for possível esta coleta, os primeiros 20 a 30 ml
de urina podem ser centrifugados e o sedimento
utilizado para cultura.
- Endocérvix: Para esta coleta utiliza-se um
swab aplicando-se no orifício externo, com cuidado
para evitar o contato com a mucosa vaginal ou com
as secreções locais.
- Reto: Estas amostras são obtidas aplicando-
se um swab de 2 a 4 cm no canal anal. Em pacientes
com proctite sintomática, aumenta-se a sensibilidade
da bacterioscopia e da cultura pela realização da
anoscopia com posterior análise das secreções
obtidas.
- Sangue, líquor e fluído sinovial: Como estas
amostras são estéreis devem ser semeadas
imediatamente em meio NÃO seletivo de ágar-
chocolate.
Cultura
No exame bacteriológico de material
purulento (esfregaço) observa-se a presença de
diplococos Gram-negativos, agrupados aos pares e
em grande quantidade. Uma simples cultura em
meio seletivo (meio de Thayer-Martin) mostra uma
sensibilidade de 95% ou mais para amostras uretrais
de homens com uretrite sintomática e 80 a 90% para
infecção endocervical nas mulheres. Estes resultados
dependem também da qualidade do meio e da
adequação da amostra coletada.
O ágar chocolate constitui o meio de cultura
satisfatório quando enriquecido com glicose e outros
elementos. Devido a dificuldade no isolamento da
bactéria proveniente de regiões com elevadas
concentrações de microorganismos (boca, reto,
cérvix), lança-se mão nestes casos, do meio de
Thayer-Martin. Este meio contém vancomicina,
colistina e nistatina que inibem o crescimento dos
outros germes facilitando assim o desenvolvimento
da Neisseria gonorrhoeae.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Uretrite não gonocócica por Chlamydia,
ureaplasma, tricomoníase, infecção do trato urinário,
artrite séptica bacteriana.
TRATAMENTO
Tratamentos especiais
Gestantes
As mulheres grávidas com gonorréia não
complicada devem ser tratadas com ceftriaxona em
dose única de 250 mg pela via intramuscular. Em
casos de alergia às penicilinas e cefalosporinas pode-
se usar a espectinomicina 2 g, em dose única, pela via
intramuscular. As tetraciclinas (tetraciclina e
doxiciclina) e quinolonas (ciprofloxacina e
ofloxacina) são contra-indicadas na gravidez.
Doença generalizada
Os pacientes com infecção gonocócica
generalizada (febre, artralgia, mialgia, artrites,
vasculites, etc) devem ser tratados inicialmente com
ceftriaxona 1 g pela via intramuscular ou
intravenosa, durante 14 dias.
Neonatos
Associação de doenças
CONCEITO
Doença de distribuição universal, bastante
comum, que causa lesões genitais.
ETIOLOGIA
Causada pelo vírus do herpes simples,
denominado Herpesvirus hominis, que apresenta dois
sorotipos distintos, o tipo-1 (HSV-1), que é
responsável por lesões na face e tronco e o tipo-2
(HSV-2), relacionado a infecções nos genitais e que se
adquire quase sempre em relacionamento sexual.
Tanto o tipo-1 como o tipo-2 podem dar lesões em
qualquer parte do corpo, tanto na pele como em
mucosas. Esses dois tipos podem ser distinguidos
por meio de cultura, estudos enzimáticos,
bioquímicos e imunológicos.
EPIDEMIOLOGIA
O herpes genital teve um aumento importante
de incidência nos últimos 30 anos. Um fato
interessante é que a transmissão do vírus pode
ocorrer sem que haja lesão clínica, assim como
também existem alguns indivíduos que apresentam
infecção subclínica.
Acomete igualmente homens e mulheres,
sendo mais prevalente durante os períodos de
atividade sexual mais intensa e nos indivíduos com
vários parceiros.
PATOGENIA
O herpes é transmitido pelo contato direto da
pele ou mucosa, isto é, do contato físico direto com a
área infectada de outra pessoa ( beijo, relação sexual,
sexo oral).
Os indivíduos que nunca entraram em contato
com o vírus, que geralmente são crianças entre um e
cinco anos de vida, quando o fazem, apresentam um
quadro denominado primo-infecção herpética. Nos
adultos, essa primo-infecção ocorre geralmente por
contato sexual, sendo que na maioria das vezes
ocorre após início da vida sexual. A primo-infecção
geralmente é subclínica, passa despercebida e o
indivíduo torna-se portador do vírus sem apresentar
sintomas. Após a infeccção primária, o vírus migra
através dos nervos periféricos até gânglios nervosos
da raiz dorsal dos nervos correspondentes,
estabelecendo-se a infecção latente, sendo que assim,
70 a 90% da população torna-se portadora do vírus.
Determinadas condições, como exposição solar
intensa, trauma, febre, queda do estado geral, podem
fazer com que a doença recidivante, caracterizando-
se então o herpes recidivante. Essas lesões podem
surgir em qualquer área da pele ou mucosas, mas
geralmente onde ocorreu a inoculação primária.
QUADRO CLÍNICO
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do herpes é essencialmente
clínico, e pode ser confirmado pelo citodiagnóstico
de Tzanck, onde há células gigantes multinucleadas,
que são características das infecções virais.
A cultura, sorologia e exame histopatológico
são métodos também utilizados, porém não de
rotina.
TRATAMENTO
CONCEITO
Doença transmitida geralmente por contato
sexual, também denominada quarta moléstia
venérea, doença de Nicolas-Favre.
ETIOLOGIA
É causada por uma bactéria Gram negativa,
denominada Chlamydia trachomatis, sorotipos L1, L2 e
L3.
EPIDEMIOLOGIA
É comum em países tropicais, embora sua
freqüência no Brasil venha diminuindo, sendo
atualmente bastante rara. Predomina em populações
de menor nível sócio-econômico e maior
promiscuidade sexual. Ocorre mais em homens que
mulheres, principalmente dos 20 aos 30 anos de
idade.
QUADRO CLÍNICO
O período de incubação varia de cinco a vinte
e um dias, com média de aproximadamente dez dias.
É uma doença que apresenta sinais e sintomas
diferentes no homem e na mulher, devido a
diferença de drenagem linfática nos mesmos. No
homem a doença inicia-se no pênis, como uma
pequena vesícula, pápula ou exulceração que em
geral passa despercebida. Na mulher inicia-se em
qualquer parte da genitália, e quase nunca é notada.
Após duas a quatro semanas, surge a lesão
característica que é a adenopatia inguinal, comum
nos homens e rara nas mulheres devido à anatomia
dos vasos linfáticos. Caracteriza-se por
engurgitamento dos linfonodos, denominado de
bubão, que apresenta como característica a divisão
em duas massas, por uma ranhura central. Esse sinal
é denominado sinal de Groove. Outra característica
importante dessa adenite, é que quando ela fistuliza,
o faz por diversos pontos. Nas mulheres,
excepcionalmente observamos essas massas
inguinais, pois a drenagem linfática do pênis e da
mucosa genital feminina são diferentes, sendo que na
mulher a drenagem se faz para os gânglios ilíacos
profundos ou peri retais.
A fibrose desses linfonodos leva um aumento
de volume, edema e elefantíase dos genitais externos,
assim como ao estreitamento do reto e síndrome
anogênito-retal, que agrega elefantíase da genitália,
ulcerações e fístulas
Na mulher, como a drenagem se dá para as
gânglios ilíacos mais profundos, ocorre a retite
estenosante (estreitamento do canal retal). Em
ambos os sexos, o estreitamento do canal retal pode
ocorrer por implantação direta do agente microbiano
na mucosa retal pela prática do coito anal.
Alguns doentes apresentam febre,
hepatoesplenomegalia e encefalite e em torno de 10%
das mulheres e 20% dos homens apresentam quadro
de eritema nodoso. Em casos raros, pode ocorrer
infecção extragenital (língua, lábios, etc..)
Não é transmitida via placentária.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico diferencial da doença é feito
com adenopatia reacional, doença da arranhadura do
gato, infecção piogênica, tuberculose,
paracoccidioidomicose, sífilis, granuloma inguinal,
Hodgkin, leucemias entre outras doenças que levam
a adenomegalia.
O diagnóstico da doença pode ser confirmado
por vários exames laboratoriais, entre os quais, pelo
encontro de clamídeas (corpúsculos de Gama-
Miygawa) por meio da imunofluorencência ou
imunoperoxidase; em reações intradérmicas (reação
de Frei) e testes sorológicos , dentre os quais, fixação
de complemento e microimunofluorescência. A
fixação de complemento é o teste mais empregado,
com alta sensibilidade e baixa especificidade. A
positividade não significa atividade da doença,
sendo que títulos acima de 1:16 são sugestivos de
infecção, e maiores que 1:64 confirmam infecção
aguda, assim como elevação de quatro vezes o título
inicial. A positividade pode ser devida a outras
infecçoes por clamídeas, mas o título raramente é
maior que 1:16. É importante excluir sífilis e HIV,
pela possibilidade de infecção associada.
TRATAMENTO
Várias drogas podem ser utilizadas, assim
como:
• Azitromicina 1g via oral, dose única. Repetir
após dez dias
• Tetraciclina 500 mg via oral de 6 em 6 horas
por 21 dias.
• Doxiciclina 100 mg via oral de 12 em 12 horas
por 21 dias.
• Eritromicina 500 mg via oral de 6 em 6 horas
por 21 dias.
• Sulfametoxazol, 400 mg e trimetroprim, 80 mg
dois comprimidos via oral duas vezes ao dia
por 21 dias
• Tianfenicol 500 mg via oral de 8 em 8 horas
por 15 dias.
Os linfonodos podem ser aspirados, mas
contra indica-se a drenagem ou excisão, pois esse
procedimento retarda a cicatrização. Casos
avançados podem necessitar tratamento cirúrgico
como dilatação retal, correção de fístulas, etc..
SÍFILIS
INTRODUÇÃO
ETIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA
QUADRO CLÍNICO
SÍFILIS
SÍFILIS ADQUIRIDA
CONGÊNITA
RECENTE TARDIA Recente
Primária Latente Tardia
Secundária Cutânea
Latente Óssea
Cardiovascular
Nervosa
Outras formas
Sífilis primária
Forma óssea
Forma nervosa
Fígado e Baço
Sífilis recente - pode ocorrer hepato-
esplenomegalia ou hepatite;
Sífilis tardia - pode ocorrer goma no fígado ou no
aparelho gastrointestinal. A sintomatologia
dependerá da localização e do tamanho da lesão.
Sífilis congênita
Clínica
1. Esta forma da doença ocorre no primeiro ano
de vida.
Diagnóstico
Clínica
1. Esta forma da doença ocorre após o primeiro
ano de vida.
Diagnóstico
DIAGNÓSTICO
Reações falso-positivas
Sífilis e AIDS
Histopatologia
Diagnósticos diferenciais
TRATAMENTO
Reações ao tratamento
Seguimento pós-tratamento
PROFILAXIA
INTRODUÇÃO
DIAGNÓSTICO
Coleta do material
No homem deve-se colher a secreção no
meato uretral, após 6 a 8 horas sem urinar. Na
ausência de corrimento pode ser útil procurar o
Trichomonas no sedimento urinário, obtido por
centrifugação da urina logo após a micção. A
massagem prostática realizada antes da coleta da
secreção aumenta a probabilidade do encontro do
parasita.
Na mulher a uretra e o fundo de saco
posterior na vagina são os locais mais adequados,
tomando-se o cuidado de não lubrificar o espéculo. É
conveniente que as doentes não tenham urinado há
horas. A melhor ocasião para a coleta é de manhã,
antes da primeira micção.
Métodos utilizados
TRATAMENTO
Drogas utilizadas
• Nitrimidazina 1 comprimido de 12 em 12
horas pela via oral durante 6 dias.
PROFILAXIA