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Universidade federal de Rio Grande

Faculdade de Direito
Disciplina de comunicação jurídica
1º bimestre de 2011

“O caso da manicure
K.S.A.”

Aluno:
Pedro da Cunha Trassantes

Matrícula:
47372

Turma “C”
1 - Acerca dos fatos:

Ás 19 horas e 30 minutos do dia 18 de janeiro do corrente ano, a mulher identificada por


Karina Soares Alvarez, de 23 anos, brasileira, residente na cidade de São Sebastião, vinha de retorno
de seu estabelecimento de trabalho, pelo caminho qual realizara dioturnamente, acompanhada dos
menores P.S.A., de 7 anos e J.S.D., de 14, seu filho e sua irmã respectivamente, quando ao passar
nas proximidades de uma construção abandonada fora abordada por um sujeito armado e
encapuzado. O referido sujeito, Mário Gomes Caldeira, de 25 anos, brasileiro, fora seu amante por
um período de 4 anos e nos 3 meses anteriores ao presente relato, vinha sofrendo constantes ameaças
e perseguições atribuídas à Karina, todas registradas junto aos órgãos políciais, inclusive com relatos
de violência física e verbal contra Mário.

Em decorrência do término do relacionamento partido de Mário, Karina passou a perseguir-


lhe, ameaçando-o e a sua família, inclusive causando-lhe transtornos que culminaram na demissão de
Mário do local onde este desenvolvia a atividade de segurança patrimonial, de onde provinha-lhe o
sustento, tamanha importunação que a presença de Karina trazia ao desenvolvimento do trabalho de
Mário. Dadas as frequentes queixas, que não surtiam efeito processual e/ou criminal contra Karina e
o agravo das ameaças sobre sua família, Mário, tomado pelos sentimentos de impotência e raiva
diante da situação, resolve a dar um destino final as juras de morte de Karina, foi quando Mário ficou
a espreitá-la, nas dependêcias da antiga fábrica de conservas de são sebastião, na tentativa de
convencê-la à deixar-lhe em paz e sua família.

Diferentemente do que fora relatado por Karina na 25º DP de São Sebastião, Mário não
estava encapuzado e inicialmente propôs uma conversa pacífica com a finalidade de estabelecer um
ponto neutro entre os dois para a cessação das queixas e das ameaças. Foi no instante de acalorada
discussão que a menor J.S.D., irmã de Karina, interviu e desferiu um soco nas costas de Mário, que
voltou-se contra a jovem, empurrando-a para o meio de um arbusto onde ambos caíram em luta
corporal. Karina, tomada por raiva e sentimento de vingança, segura Mário pelas pernas,
imobilizando-o e trazendo para longe de sua irmã. Mário já machucado pela queda e pelos socos
desferidos em suas costas e com alguns arranhões no rosto, pede a Karina que pare por ali para evitar
um problema maior, revelando o coldre em sua perna com sua pistola calibre 44, de uso pessoal,
devidamente registrada e legalizada, quando num golpe rápido, Karina, sentada sobre as pernas de
Mário, puxa a pistola que estava presa à canela de Mário e neste desfere 2 tiros no peito, causando-
lhe a morte.
1-1 - Dos antecedentes do fato:

Reiterando o supracitado, acrescento o fato da existência de 35 queixas contra Karina,


destas, 17 foram partidas do meu cliente, o senhor Mário e as outras 18 restantes oriundas de mais 6
pessoas que sofreram algum tipo de ameaça ou agressão partida de Karina. Destas 6 pessoas que
levantaram contenda contra Karina, estão os pais do senhor Mário e as outras 4 passoas, cidadãos
frequentadores do clube onde o senhor Mário atuava como segurança patrimonial.

Refiro-me ao Sr. Exmo Juiz da comarca de São sebastião, não com uma conduta inquisidora
sobre Karina, mas sim de forma a delinear melhor a situação na qual meu cliente se envolveu quando
da separação de Karina, por esta ser uma pessoa que apresentara condutas de risco à sociedade e as
pessoas inocentes, de modo a projetar de modo violento e inconsequente sua frustração amorosa.
Saliento ainda a condição emocional do meu cliente quando de sua tentativa de intimidar Karina: O
Senhor Mário encontrava-se desempregado, constrangido publicamente pelas ameaças públicas de
Karina, acuado pelo medo de uma possível cilada de Karina contra seus pais, que são pessoas de
idade já avançada e com problemas de saúde diversos, além de temer por sua própria vida por estar
constatando o viés violento da personalidade de Karina a cada ameaça e discussão que a mesma
promovia.

Todo esse quadro de desequilíbrio emocional combinado ás dificuldades financeiras que se


desenvolviam pela perda de seu emprego, causada por Karina, levaram Mário à atitude extrema de
tentar intimidar a mesma, o que sem sucesso, culminou no assassinato de Mário.

2 – Da alegação de legítima defesa

Na qualificação de advogado defensor de Mário Gomes Caldeira, discordo veementemente


da possibilidade de Karina alegar legítima defesa para o assassinato de meu cliente, primeiramente
pelas circunstâncias do ocorrido, nas quais meu cliente objetivava um fim pacífico para as ameaças
sofridas por ele através de uma tentativa de intimidação que deveria ser partida do poder estatal, dada
as inúmeras queixas que meu cliente prestou ao órgão policial na tentativa que este tomasse alguma
espécie de atitude em prol de sua proteção, de sua família e seus direitos à tranquilidade e sossego
tanto em seu lar quanto em seu ambiente de trabalho, ambos locais constitucionalmente invioláveis.
Ainda baseado na invalidação da legítima defesa por parte de Karina, cito o texto do artigo
25 do CP, o qual nos diz: “Entende-se por legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.” Claramente o
texto legal nos explicita a validação da legítima defesa como sendo atitude tomada em revide a um
atentado a si ou outrem, revide esse usado em circunstâncias moderadas de acordo com os meios
disponíveis e condizentes a agressão sofrida. Diante do exposto, creio evidenciar o exagero do
emprego da força por parte de Karina sobre meu cliente, ainda que este portasse uma pistola no
momento da transcorrência do evento por força das circunstâncias de medo e risco a vida e segurança
pessoal que Mário estava imerso.

De modo à desejar pleno exercício da justiça e cumprimento da lei, venho pedir a V. Ex a.


que faça recair sobre Karina Soares Alvarez, as sanções legais referentes ao crime de assassinato,
previsto no artigo 121 do CP, parágrafo 3º que o enquadra como culposo, dada intenção previamente
observada, por parte de Karina, em desejar a morte de Mário.

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