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QUALIFICAÇÃO LEGAL E DOUTRINÁRIA DOS CRIMES

= Qualificação é o nome dado ao fato ou à infração penal pela doutrina ou pela lei.

- Qualificação do fato = é o nomen juris da infração. {“ofender a integridade corporal ou a


saúde corporal de outrem” recebe o nome de “lesão corporal”; “trazer consigo arma”
branca “fora de casa ou de dependência desta, sem licença da autoridade”, é denominada
“porte de arma” (LCP, art. 19, caput).

- Qualificação da infração é o nome que recebe a modalidade a que pertence o fato: crime
ou contravenção. A “lesão corporal” é qualificada crime; o porte de arma branca,
contravenção.
Há também a qualificação doutrinária (é o nome dado ao fato delituoso pela doutrina,
como crime formal, de dano, permanente, próprio etc).

* Crimes comuns e especiais = crime comuns são os descritos no Direito Penal Comum;
especiais, os definidos no Direito Penal Especial.

*Crimes comuns e próprios = comum é o que pode ser praticado por qualquer pessoa. Ex;
homicídio, furto, estelionato etc. Próprio é o que só pode ser cometido por uma categoria
de pessoas, pois pressupõe no agente uma particular condição ou qualidade pessoal. Pode
exigir do sujeito uma particular condição jurídica (acionista, funcionário público),
profissional (comerciante, empregador, empregado, médico, advogado), de parentesco (pai,
mãe, filho) ou natural (gestante, homem).

* Crimes de mão própria ou de atuação pessoal = só podem ser cometidos pelo sujeito em
pessoa. Ex: falso testemunho, incesto e prevaricação. Estão descritos em figuras típicas
que, diante de seu injusto, são necessariamente formuladas de tal maneira que o autor só
pode ser quem esteja em situação de realizar imediata e corporalmente a conduta punível.
Assim, a testemunha não pode pedir a terceiro que deponha falsamente em seu lugar. O
funcionário público não pode pedir a terceiro que deixe de realizar ato de ofício em seu
lugar, a fim de atender sentimento pessoal (prevaricação). O soldado não pode solicitar a
terceiro que fuja em seu lugar (crime de deserção).

* Crimes de dano e de perigo = crimes de dano são aqueles que só se consumam com a
efetiva lesão do bem jurídico. Ex: homicídio, lesões corporais etc. Crimes de perigo são
os que se consumam tão-só com a possibilidade do dano. Ex: perigo de contágio venéreo
(art. 130); rixa (art. 137); incêndio (art. 250) etc. O perigo pode ser presumido ou concreto
(perigo presumido é o considerado pela lei em face de determinado comportamento, como
no caso do artigo 135. No caso do art. 134, o perigo não é presumido, mas, ao contrário,
precisa ser investigado e comprovado. Perigo individual é o que expõe ao risco de dano o
interesse de uma só pessoa ou de limitado número de pessoas, como no caso de perigo de
contágio venéreo. Já o crime de perigo comum (coletivo) é o que expõe ao risco de dano
interesses jurídicos de um número indeterminado de pessoas, a incolumidade pública (art.
250). Perigo atual é que está ocorrendo (art. 24 – estado de necessidade). Perigo iminente
é o que está prestes a desencadear-se (art. 132).

*Crimes materiais, formais e de mera conduta:

a) Materiais = de resultado naturalístico.


b) Formais = de evento naturalístico cortado ou de consumação antecipada
Mera conduta = sem resultado naturalístico {no crime de mera conduta o
legislador só descreve o comportamento do agente. Ex: violação de domicílio
(art. 150), desobediência (art. 330) e reingresso de estrangeiro expulso (art.
338). No crime formal o tipo menciona o comportamento e o resultado, mas
não exige a sua produção para a consumação. Ex: crimes contra a honra,
ameaça, divulgação de segredo, violação de segredo profissional etc. No crime
material o tipo menciona a conduta e o evento, exigindo a sua produção para a
consumação. Ex: homicídio, infanticídio, aborto, participação em suicídio,
lesão corporal, furto, roubo etc.

Materiais = a lei reclama a verificação do resultado querido pelo agente, que consiste na
lesão de fato do bem.

Formais = a lei reclame que a vontade do agente se dirija à produção de um resultado que
constituiria uma lesão do bem, mas não exige para a consumação que esse resultado se
verifique. Ex: art. 158.

Crimes comissivos e omissivos.

= Comissivos são os praticados mediante ação. Omissivos mediante inação.

Crimes a) comissivos: propriamente ditos


por omissão

b) omissivos: próprios (perfazem com a simples abstenção. Ex: art. 134).


impróprios (comissivos por omissão) – produção de um
resultado (mãe que deixa de amamentar o filho, hipótese em que a simples omissão não
constitui crime)
de conduta mista (há uma ação inicial e uma omissão final,
como no caso da apropriação indébita de coisa achada prevista no art. 169, parágrafo
único).

Instantâneo = quando se exaure com o resultado;

Permanente = cuja consumação se prolonga no tempo;


Continuado = constituído por duas ou mais violação jurídicas da mesma espécie
(art. 71);

Progressivo = quando um tipo contém outro, de modo que sua realização não
ocorre senão passando-se pela realização do que ele contém.

Material = cujo tipo descreve a ação e o resultado;

Formal = são os que não exigem a produção de um resultado (injúria, difamação,


calúnia);

Crimes de dano = só se consumam com a efetiva lesão ao bem jurídico tutelado;

Crimes de perigo = são os que se contentam com a probabilidade de dano;

Comissivos = exigem atividade positiva;

Unilateral = pode ser praticado por um único indivíduo;

Bilateral = exige o encontro de duas pessoas (adultério, bigamia e o rapto


consensual);

Profissionais = quando a habitualidade se caracteriza pelo propósito de viver do


crime;

Exaurido = diz-se quando um crime, após a consumação, é levado a outras


conseqüências lesivas.

Crime de ação múltipla = o tipo contém várias modalidades de conduta delituosa,


as quais, praticadas pelo agente, constituem fases do mesmo crime.
Crimes de ação penal pública e de ação penal privada.

{ O art. 100 do CP diz que a “ação penal é pública, salvo quando a lei
expressamente a declara privativa do ofendido”.
{ A ação penal pública se inicia mediante denúncia do órgão do Ministério Público.
{ A ação penal privada se inicia mediante queixa do ofendido ou de seu
representante legal
{ Critério de exclusão: o crime é de ação penal privada quando a lei expressamente
o declara. Ex: fraude à execução (art. 179, § único). Quando a lei silencia, o crime
é de ação penal pública.
{ Ação penal pública = condicionada
incondicionada

CRIMES DE FORMA LIVRE E DE FORMA VNCULADA.


= Crimes de forma livre são os que podem ser cometidos por meio de qualquer
comportamento que causa determinado resultado. Ex: homicídio, cuja descrição típica não
cuida de qualquer conduta específica. Desde que o comportamento seja causa do resultado
morte o fato se ajusta ao preceito primário da norma incriminadora.
= Crimes de forma vinculada são aqueles em que a lei descreve a atividade de modo
particularizado. Ex: art. 284. O legislador, após definir de maneira genérica a conduta,
especifica a atividade (incisos da disposição).

A formulação vinculada pode ser cumulativa ou alternativa.

{cumulativa = o tipo prevê várias ações do sujeito, como ocorre no caso do art. 40,
§ 1º, da Lei nº 6.538/78 (não basta o simples apossamento de correspondência alheia,
exigindo-se sua sonegação ou destruição). “Devassar indevidamente o conteúdo de
correspondência fechada dirigida e outrem. ... § 1º - Incorre nas mesmas penas quem se
apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada, para sonegá-la ou
destruí-la, no todo ou em parte”.

{alternativa = o tipo prevê mais de um núcleo, empregando a disjuntiva “ou”, como


acontece nos artigos 150, caput, 160, 161, 164 etc.

Crimes conexos = O mesmo sujeito pode praticar vários crimes sem que entre eles haja
qualquer ligação. Assim, o sujeito pode praticar um furto; dias depois, um homicídio. Não
há qualquer circunstância em comum entre os dois crimes, a não ser a identidade do
agente. São independentes. Pode acontecer que exista um liame, um nexo entre os delitos.
Fala-se, assim, em crimes conexos. Assim, o sujeito pode cometer uma infração para
ocultar outra (os crimes estão ligados por um liame subjetivo).

Conexão teleológica ou ideológica = o crime é praticado para assegurar a execução de


outro. Ex: o sujeito mata o marido para estuprar a esposa. Há dois crimes, sendo o
homicídio qualificado pela conexão teleológica (art. 121, § 2º, V, 1ª figura). Há, no caso,
concurso material. É irrelevante a efetivação da intenção para a conexão.

Conexão consequencial ou causal = o crime é cometido para assegurar a ocultação, a


impunidade ou vantagem de outro. Exs: o sujeito, após furtar, incendeia a casa para fazer
desaparecer qualquer vestígio. O fato do incêndio é cometido para assegurar a ocultação
do furto. O sujeito, após praticar um crime de dano, mata a testemunha para que ela não
o aponte como autor (o homicídio é praticado para assegurar a impunidade do dano). A,
depois de praticar um conto do vigário em concurso com B, mata-o para ficar com todo o
produto do estelionato (o homicídio é cometido para assegurar a vantagem em relação ao
outro crime).

Conexão ocasional = o crime é cometido por ocasião da prática de outro. Ex: o furto é
praticado por ocasião do cometimento do estupro (não há entre eles relação de meio e fim).

O art. 61, II, b, dispõe que a pena é sempre agravada pela circunstância de “ter o agente
cometido o crime para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime”. Trata-se de agravante proveniente da conexão teleológica ou
consequencial (a ocasional não é considerada agravante genérica).
A conexão ideológica ou consequencial pode constituir agravante genérica ou
circunstância legal específica (qualificadora) do homicídio (artigo 121, § 2º, V).

Não impede o concurso material, quando pelo menos o crime-fim é tentado. A conexão
ocasional leva ao concurso de delitos.

Crime de ímpeto = a vontade delituosa é repentina, sem preceder deliberação. Ex:


homicídio cometido sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima (art. 121, § 1º, 3ª figura).

Crimes à distância e plurilocais. Os crimes podem ser de espaço mínimo ou espaço


máximo, segundo ocorram ou não no mesmo lugar os atos executórios e a consumação.
Assim, é delito de espaço mínimo o homicídio com morte instantânea. Na hipótese em que
a conduta ocorre num país e o resultado noutro fala-se em crime a distância ou de espaço
máximo ou de trânsito. Plurilocal é aquele que, dentro de um mesmo País,tem a conduta
realizada num local e a produção do resultado outro.

Crimes de tendência = são crimes que condicionam a sua existência à intenção do sujeito.
Caracterizam-se pela direção do motivo ou da vontade, sendo que, não encontrando reflexo
real no tipo objetivo, exigem imprescindível verificação do estado anímico do agente no
momento do fato para a constituição da imagem delitiva. Assim, somente a verificação da
ocorrência de intenção lasciva permite discernir se o toque nas partes genitais de uma
criança constitui ou não comportamento antijurídico.

Crimes de impressão = São os que causam determinado estado anímico na vítima.


{delitos de inteligência: são aqueles que se realizam com o engano, como o
estelionato;
{delitos de sentimento: incidem sobre as faculdades emocionais, como a injúria;
{delitos de vontade: incidem sobre a vontade, como o constrangimento ilegal.

Crimes pluriofensivos = lesam ou expõem a perigo de dano mais de um bem jurídico. Ex:
latrocínio (art. 157, § 3º, in fine), em que há ofensa à vida e ao patrimônio.

Crimes falimentares = podem ser próprios, impróprios, antefalimentares e pós-


falimentares.
{ próprios: só podem ser cometidos pelo devedor ou falido;
{ impróprios: só podem ser cometidos por pessoa diversa do devedor ou falido,
como os delitos do perito da falência;
{ antefalimentares: praticados antes da quebra;
{ pós-falimentares: cometidos depois da declaração da falência. Os delitos
antefalimentares são sempre próprios, enquanto os pós-falimentares podem ser
próprios ou impróprios.
Crime a prazo = a qualificadora depende de determinado lapso de tempo, como no caso do
artigo 129, § 1º, I (mais de trinta dias), do artigo 148, § 1º, II (mais de quinze dias), 159, §
1º (mais de vinte e quatro horas), como também quando o fato típico depende de período
temporal, como na hipótese do artigo 169, parágrafo único, II (quinze dias).

Crime gratuito = praticado sem motivo.

Crime de circulação = praticado por intermédio do automóvel.


Delito transeunte e não transeunte = transeunte é o que não deixa vestígios e não
transeunte é o que deixa.

Crime de atentado ou de empreendimento = é o delito em que o legislador prevê à tentativa


a mesma pena do crime consumado, sem atenuação, como nas hipóteses dos artigos 352 e
358 do Código Penal e 309 e 312, do Código Eleitoral.

Crime em trânsito = o sujeito desenvolve a atividade em um país sem atingir qualquer bem
jurídico de seus cidadãos, como no envio de uma carta injuriosa que passa pelo nosso
território.

Crimes internacionais = referidos no artigo 7º, II, a, do CP, como tráfico de mulheres,
difusão de publicações obscenas, danificação de cabo submarino, entorpecentes etc.

Quase-crime = ocorre nas hipóteses dos artigos 17 e 31 do CP (crime impossível e


participação impunível).

Crimes de tipo fechado e de tipo aberto = tipo fechado são aqueles que apresentam a
definição completo (a norma de proibição descumprida aparece de forma clara); os de tipo
aberto são os que ao apresentam a descrição típica completa: delitos culposos (é preciso
estabelecer qual o cuidado objetivo necessário descumprido pelo sujeito); crimes omissivos
impróprios (dependem do descumprimento do dever jurídico de agir); delitos cuja
descrição apresenta elementos normativos (“sem justa causa”, “indevidamente”, “sem as
formalidades legais” etc).

Tentativa branca = o objeto material não sofre lesão (o sujeito, tentando matar a vítima,
dispara em sua direção tiros de revólver, errando o alvo).

Crimes de responsabilidade = pode ser conceituado como um fato violador do dever do


cargo ou função, apenado com uma sanção criminal ou de natureza política.
{Próprios: constitui delito (estão descritos no CP (arts. 312 a 326, art. 150, § 2º,
300, 301 etc., como também na legislação epecial (como no DL 201/67, Lei nº
4.898/65).
{Impróprios: corresponde à infração político-administrativa (Lei nº 1.079/50,
referente ao Presidente da República, Ministros de Estados, Ministros do STF,
Procurador-Geral da República, Governadores de Estados e respectivos Secretários,
e Lei nº 7.106/83, referente ao Governador do Distrito Federal).
Crimes hediondos = repugnantes, sórdidos, decorrentes de condutas que, pela forma de
execução e pela gravidade objetiva dos resultados, causam intensa repulsa (deles cuida a
Lei nº 8.072/90, alterada pela Lei nº 8.930/94).

Crime de flagrante esperado = quando o indivíduo sabe que vai ser vítima de um delito e
avisa a Polícia, que põe seus agentes de sentinela, apanhando o autor no momento da
prática ilícita. A diferença em relação ao crime putativa é que neste caso não há
provocação. No flagrante esperado há prévio conhecimento da iniciativa dolosa do
agente, e a ele apenas se dá o ensejo de agir. Se se trata de crime formal, há consumação;
se, entretanto, se trata de crime material, haverá apenas tentativa.
Sujeitos do delito = ativo (pratica a figura típica); passivo (é o titular do bem jurídico
lesado ou ameaçado; pessoa física ou jurídica).

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