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COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR VICTOR DO AMARAL – EFMP

CURTIBA – PARANÁ
INTRODUÇÃO À ECONOMIA – 1º SEMESTRE - 2011

INTRODUÇÃO À ECONOMIA

Economia é uma ciência humana (social aplicada), estuda as escolhas dos agentes (famílias,
empresas, governo e setor externo).

Literalmente, Economia vem do Grego Oikos (casa) e Nomos (costume, hábito, lei), que pode
ser entendido como Administração da Casa. Pode ser também entendido como administração
da coisa pública. Ou, mais especificamente, ciência que estuda a escassez.

Por ser uma ciência humana, ela estuda os fatos depois de ocorridos, porque os agentes fazem
suas escolhas de livre e espontânea vontade. Embora os agentes ajam de forma racional, nem
sempre eles se baseiam em doutrinas econômicas já consolidadas.

Exemplo prático: Uma pessoa sabe que não tem dinheiro hoje pra comprar determinado bem,
sabe que terá dificuldades em honrar o compromisso, mas algo inexplicável, como o poder da
propaganda a obriga a comprar. Ela se sente segura porque usará hoje seu cartão de crédito e
até o dia do vencimento da fatura ela espera arrumar uma solução pra isso. Esse tipo de
comportamento não é raro.

As empresas e os governos são mais racionais, eventualmente um capitalista visionário ou


governo populista tomam decisões completamente em desacordo com o que prega a teoria
econômica. Às vezes acertam, e na maioria das vezes erram, mas quando acertam, fica um
lapso na teoria econômica dominante. Esse lapso se transforma em um novo objeto de estudo
da economia. As escolhas com o setor externo serão vistas mais adiante.

Um ponto distingue as diversas escolas de economia, que é a questão do valor:

Mercantilismo: Não se caracteriza como escola, mas ela trabalha bem a questão do valor. O
valor ou riqueza no mercantilismo é caracterizado pelo acúmulo de metais preciosos por seus
países. Embora não seja uma escola, esse comportamento é que irá financiar num futuro
próximo o que se caracterizou por Revolução Industrial.

Fisiocratas: O valor de determinado país ou comunidade está na sua capacidade de se extrair


recursos que a terra gera. Somente a terra tem essa capacidade. A indústria nada mais é que a

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transformação da riqueza gerada pela terra e o comércio, a simples intermediação da riqueza
gerada pela terra ou transformada pela indústria. Os fisiocratas pregam a livre circulação da
riqueza, sem a interferência do Estado.

Escola Clássica: Introduz o conceito de valor trabalho. Somente o trabalho humano é capaz de
gerar riqueza. E não é pelo acúmulo que se distribui a riqueza de uma sociedade e sim pela
distribuição entre os agentes. Também é adepta do livre mercado.

Escola Marginalista: Traz da filosofia o conceito do utilitarismo. O valor de algo não está na
quantidade de trabalho contido e sim, no grau de utilidade desse bem. Exemplo: O que uma
caneta vale para alguém depende da utilidade que essa caneta tem para essa pessoa.

Escola Neoclássica: conciliou os valores trabalho e utilidade num só valor, o valor


trabalho/utilidade ou valor de uso. Essa teoria foi elaborada por Alfred Marshall no começo do
Século XX e é até a mais aceita no que se refere ao valor. É também uma escola que prega o
livre mercado.

Escola Keynesiana: Surge nos anos 30 para explicar a crise de 1929. Seus princípios foram
escritos no livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, de John Maynard Keynes, mas
o livro era de difícil interpretação, foi “resumido” pelo economista inglês neoclássico John
Richard Hicks no trabalho denominado Senhor Keynes e os Clássicos: Uma Interpretação
Sugerida. Nesse trabalho, Hicks coloca como agente promovedor da recuperação econômica o
estado. A ação do estado se dá através da promoção de política fiscal e/ou política monetária,
modelo esse denominado IS-LM, onde IS é a curva de equilíbrio do mercado de bens e serviços
e LM a curva de equilíbrio do mercado monetário. A implementação dessas políticas nas
décadas de 40, 50 e 60 levou a economia mundial ao período denominado “Anos Dourados”
ou Estado de Bem-Estar Social. Sempre que ocorria um princípio de crise, essas políticas eram
implementadas.

Esse modelo como foi concebido irá se esgotar nos anos 70, quando a implementação dessas
políticas será previstas pelos agentes, que se anteciparão aos seus resultados, tornando-as
então nulas ou ineficazes. Surge com bastante força a teoria das Expectativas Racionais: os
agentes, baseados em acontecimentos passados irão antecipar aos movimentos dos governos.
O fato gerador dessa alteração de corrente econômica dominante será a primeira crise do
petróleo, em 1973 (foi a reação dos países produtores de petróleo do Oriente Médio ao apoio

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dos EUA a Israel durante a guerra do Yom Kippur, os preços subiram mais de 300%). As
políticas keynesianas não davam mais soluções aos problemas que surgiam, inflação e
desemprego, era preciso enxugar o estado para que ele se concentrasse apenas nas suas
tarefas básicas, educação, saúde, segurança pública e segurança nacional (para os
neoclássicos, previdência e até mesmo saúde e educação não devem ser promovidas pelo
estado). Esse movimento levou o nome de Contra Revolução Neoclássica, que trouxe ao poder
nos países ricos partidos liberais, privatizantes no final dos anos 70 e inícios dos anos 80. Nos
anos 90 foi implementado um conjunto de reformas liberalizantes a ser aplicada nos países de
terceiro mundo, ou que viessem a precisar de recursos do FMI que foi denominado Consenso
de Washington. Esses desdobramentos mais recentes serão estudados no módulo de
macroeconomia.

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OS FATORES DE PRODUÇÃO

Fatores de produção são os recursos necessários para a produção de bens e serviços, logo,
todo e qualquer bem ou serviço é resultado da combinação dos fatores de produção. Os
fatores de produção são quatro. Trabalho, representado pela letra L (de Labour, trabalho em
inglês); Capital, representado pela letra K; Terra ou recursos Naturais, representado pela letra
N (de Nature) e Tecnologia.

Trabalho: É o trabalho humano propriamente dito, resultado do esforço das pessoas na


produção de bens e serviços

Capital: São as instalações, máquinas, fábricas, edifícios, locais onde se realiza a produção

Terra ou Recursos naturais: São as matérias primas usadas para se produzir os bens e os
serviços

Tecnologia: É o processo ou método ou modo usado para se produzir bens e serviços, a


tecnologia empregada.

Cada fator tem sua remuneração, ou seja, o proprietário deles tem que ser pagos pelo
fornecimento de cada um. O trabalho, cujo proprietário é o trabalhador, é remunerado pelo
salário; o capital, cujo dono é denominado capitalista é remunerado pelo lucro; a terra, cujo
dono é o proprietário da terra, ou arrendatário, é remunerado pelo que chamamos de renda
da terra e a tecnologia, cuja propriedade pode ser do capitalista ou de um terceiro, tem a
remuneração denominada de royalties.

A combinação dos fatores se dá no que chamamos de função de produção, que vem a ser:

Q=f(L,K,N,T)

Onde Q é a quantidade de certo bem ser produzido, que é resultado da combinação dos 4
fatores mencionados.

Há bens e serviços que possui um ou outro fator usado de forma mais intensiva. Por exemplo:
A agricultura é uma atividade intensiva no fator terra (recursos naturais); a indústria de
processadores é intensiva em tecnologia; a atividade de prospecção de petróleo é intensiva

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em capital e a atividade de limpeza urbana é intensiva em mão-de-obra (trabalho). Com o
passar dos anos, o desenvolvimento tecnológico vai transformando as indústrias, que antes
eram intensivas em mão-de-obra, como a de vestuário, em indústrias com outro fator mais
intensivo.

Os quatro fatores de produção, Capital, Trabalho, Recursos Naturais e Tecnologia. Ampliando a


base de estudo, está na hora de tirar algumas conclusões:

1) Esses recursos são escassos. Pode ser que uma comunidade tenha em abundância um
ou outro recurso, mas todos nunca. Nenhuma comunidade ou país é autossuficiente,
de uma forma ou de outra eles dependem de outros para a garantia de satisfação de
suas necessidades.

2) As necessidades humanas são ilimitadas. Seja pelo aumento da população, seja devido
ao progresso tecnológico, sempre vão surgindo novas necessidades que deverão ser
supridas.

Recursos Escassos/Necessidades Ilimitadas

Cabe à comunidade então decidir a melhor forma de alocar os recursos para a produção dos
bens e serviços necessários ao seu bem estar. Para isso ela terá que responder algumas
perguntas chaves: O que produzir? Quanto produzir? Para quem produzir? Como Produzir?

Essas decisões serão tomadas levando em conta a forma com que está organizado o sistema
econômico dessa comunidade. Um sistema econômico é a forma política, social e econômica
pela qual as comunidades/sociedades se organizam. Esse sistema determina a forma de
produção, distribuição e consumo dos bens e serviços que as pessoas utilizam, buscando
maximizar seu padrão de bem estar. Os sistemas econômicos são basicamente dois: economia
de mercado e economia planificada (ou socialista). Em termos reais, economias de mercado
são raras, o que existe mesmo são sistemas híbridos.

Economia de mercado: é regido pelas forças de mercado, predomina a livre iniciativa e a


propriedade privada dos fatores de produção.

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Economia planificada (ou socialista): as questões econômicas fundamentais são decididas por
um órgão central de planejamento. Predomina a propriedade pública dos fatores de produção,
que nesse sistema é chamado de meios de produção.

A Curva de Possibilidades de Produção

Essa curva representa a capacidade máxima de produção de dada sociedade, supondo o pleno
emprego dos fatores de produção disponíveis em certo momento do tempo. Como os recursos
são escassos, é preciso que a sociedade maximize o uso de seus recursos alocando-os onde
eles são mais eficientes.

Exemplo, produção de máquinas e produção de vinho.

Qualquer ponto na curva é equilíbrio, é pleno emprego dos fatores de produção. Qualquer
ponto à esquerda da curva significa subemprego dos fatores de produção, ou seja, a economia
está subutilizada. Qualquer ponto à direita significa uma combinação impossível, já que não
existem nessa economia fatores disponíveis para tal combinação.

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Custo de oportunidade

É uma relação básica entre a escassez e a escolha. É o quanto que se abre mão de ganhar para
se arriscar na produção de outro bem.

Um exemplo clássico da literatura econômica: imagine uma fábrica de cadeiras que produzia
10 cadeiras por mês num mercado que absorvia totalmente esta produção. Diante de uma
oportunidade de negócios, esta fábrica resolveu iniciar uma produção de um novo produto:
mesas. Porém, ao alocar recursos para tal, descobriu que terá de deixar de produzir duas
cadeiras para alimentar a demanda de duas mesas. O custo de oportunidade está no valor
perdido da venda das duas cadeiras que deixaram de ser fabricadas.

Se uma cidade decide construir um hospital num terreno vazio de propriedade estatal ou
pública, o custo de oportunidade é representado pela renúncia a erguer outras construções
naquele terreno e com o capital investido. Rejeita-se, por exemplo, a possibilidade de construir
um centro esportivo, ou um estacionamento, ou ainda a venda do terreno para amortizar
parte das dívidas da cidade, e assim por diante.

Deslocamento da curva de possibilidades.

Ocorre quando há aumento de determinado fator ou fatores ou quando há um melhor


aproveitamento dos fatores já existentes, que poder ocorrer devido ao progresso tecnológico,
maior eficiência produtiva e organizacional das empresas ou melhoria no grau de qualificação
da mão-de-obra existente. Quando isso ocorre, a economia dessa sociedade cresce.

Fluxos Reais e Monetários

Simplificação Teórica. Parte-se do estudo apenas de uma sociedade fechada e sem governo. O
fluxo real é onde ocorre o comércio dos bens, serviços e fatores de produção.

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As familias são detentoras dos fatores de produção e os oferecem no mercado de fatores de


produção. As empresas são as fornecedoras de bens e serviços e oferecem isso no mercado de
bens e serviços. Ambas as relações são determinadas pelas leis de oferta e demanda. Há um
ciclo de interdependência.

Mas ainda falta algo pra fechar esse ciclo. O papel da moeda da economia. É ela quem vai
remunerar todos os agentes dessa economia. O fluxo real só é possível de ocorrer com a
existência do fluxo monetário.

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Juntando os dois fluxos, temos o que chamamos de Fluxo Circular de Renda, represemtado
pela figura a seguir.

Bens de Capital, bens de consumo, bens intermediários e fatores de produção.

Bens de Capital: São os bens que servem para a produção do outros bens, tais como
máquinas, equipamentos, material de transporte e construção.

Bens de Consumo: é um bem que se destina a satisfazer as necessidades de consumo de um


indivíduo ou sociedade.

Exemplificando, são bens de consumo alimentos, roupas, cadeiras, televisões etc. Não são
bens de consumo maquinários destinados a auxiliar na produção de outros bens.

Podemos dividir os bens de consumo por tipo: Bens Duráveis, Bens de consumo Não Duráveis
e Serviços.

Bens Intermediários: São aqueles bens que são absorvidos na produção de outros, como o
açúcar nas balas, os componentes na televisão, etc. Em resumo, são as matérias-primas. Para
um ramo de atividade pode ser um bem final, como uma empresa produção de chapas brutas
de aço e para outra, um bem intermediário, como uma indústria fabricante de tubos de aço.

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Fatores de produção: ou recursos de produção da economia, já vistos anteriormente. Faremos
agora um complemento. Esses recursos também sofrem a influencia das leis de oferta e
demanda. Podemos aliar dois fatores agora e extrair um terceiro.

O trabalho é um fator determinante, o capital também, ocorre que nem sempre o dono do
capital emprega seu recurso diretamente na produção de bens, ele empresta a alguém que
usará sua força de trabalho, esse alguém é dotado do que podemos chamar de capacidade
empresarial. Com esse recurso, combinado com os demais estudados, o empresa produz bens
e serviços. Observe que nessa situação a remuneração do fator capital muda, ele deixa de ser
apenas lucro pra ser chamado de juros. O lucro passa a ser do empresário que usou sua
capacidade e alocou da melhor forma possível o capital que foi tomado emprestado do
capitalista.

MICROECONOMIA - INTRODUÇÃO

A partir de agora iremos entrar num ramo específico da ciência econômica. A ciência
econômica possui duas grandes divisões: Microeconomia e Macroeconomia. Dessas duas
divisões, inteirando em maior ou menor intesidade, temos outras duas grandes divisões:
Economia Internacional e Desenvolvimento Econômico.

Microeconomia: ou teoria de formação de preços, é o ramo da ciência econômica que estuda


a formação de preços em mercados específicos, ou seja, como consumidores e empresas
interagem no mercado e como decidem os preços e a quantidade para a satisfação de todos
de forma simultânea.

Macroeconomia: estuda a determinação dos grandes agregados nacionais, como o produto


interno bruto (PIB), investimento agregado, poupança agregada, nivel geral de preços e outros.
O enfoque básico é no curto prazo.

Com aspectos da micro e da macroeconomia, a Economia Internacional, que possui enfoque


mais microeconômico, analisa as relações econômicas entre residentes e não residentes de um
país, que envolvem transações de bens e serviços e transações financeiras. O Desenvolvimento
Econômico se preocupa da melhoria do padrão de vida da sociedade ao longo do tempo,
possui enfoque mais macroeconômico, mas centra-se em questões estruturais e de logo prazo

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como progresso tecnológico, estretégicas de crescimento, potíticas públicas, entre outros
pontos.

MICROECONOMIA

Para o correto estudo da formação dos precços dos bens, serviços e fatores de produção (ou
qualquer outro objeto de estudo da economia), é preciso fazer algumas abstrações teóricas. A
teoria econômica não consegue determinar a influência de todas as variáveis ao mesmo
tempo, é preciso aceitar, mesmo que momentaneamente, que algumas variáveis que
compõem um objeto de estudo sejam assumidas como determinadas, fixas ou de pouca
influência no determinado estudo. A isso, é dado o nome de coeteris paribus, que em latim
significa mais ou menos tudo o mais permanece constante, ou mantida as demais condições
inalteradas.

Preços Relativos

Em microeconomia, o papel dos preços relativos (de vários bens similares) é mais relevante do
que o papel dos preçoes absolutos (de um bem isolado). Por exemplo, se o preço do guaraná
cair 10% e o preço da soda também, não deverá ocorrer nada com a demanda (procura) dos
dois bens (supondo a ação da condição coeteris paribus, tudo o mais permanecendo
constante). Mas, se cair apenas em 10% o preço do guaraná, e o da soda permanecer
inalterado, é de se supor que a demanda por guaraná aumente e a de soda diminua. Há o
deslocamento da demanda.

Objetivos da empresa

O empresário é racional, busca maximar seu lucro total, através da otimização dos fatores de
produção disponíveis.

Utilidade Marginal

O consumidor deseja consumir determinado bem ou serviço até sua plena satisfação.
Acontece que à medida que o consumidor consome mais uma unidade de bem ou serviço, sua
satisfação é menor do que a primeira unidade lhe proporcionou, ele teve apenas um aumento

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marginal na sua satisfação, ou seja, a utilidade total da segunda unidade foi inferior à primeira,
a terceira será ainda menor do que a segunda, e assim por diante. A esse acréscimo adicional
de satisfação é dado o nome de utilidade marginal.

Aplicações da Microeconomia

Política de preços da empresa, previsões de demanda e faturamento, previsões de custos de


produção, decisões ótimas de produção (escolha da melhor alternativa de produção, ou seja, a
melhor combinação de fatores de produção, do tamanho ótimo de operação (escala)),
avaliação e elaboração de projetos de investimentos, política de propaganda e publicidade,
localização da empresa, entre outros.

AS QUATRO PARTES DO ESTUDO MICROECÔMICO

1) Análise da Demanda. A teoria da demanda, ou procura, de uma mercadoria ou serviço


é composta de teoria do consumidor (demanda individual) e teoria da demanda de
mercado.

2) Análise da Oferta. A teoria da oferta de um bem ou serviço se divide em oferta da


firma individual e oferta de mercado. Dentro da análise da oferta da firma, se estuda
teoria da produção, que analisa as relações de quantidades físicas dos produtos e dos
fatores de produção, a teoria dos custos de produção, além das quantidades físicas,
incorpora o preço dos insumos.

3) Analise das Estruturas de Mercado. Partindo da demanda individual e da oferta e da


demanda de mercado, são determinados os preços e a quantidade de certo bem ou
serviço. No entanto, o preço e a quantidade dependerão da forma que esse mercado

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está estruturado. Pode ser com uma, poucas ou muitas empresas produtoras, também
se analisa o mercado dos fatores de produção. A estrutura do mercado de bens e
serviços pode ser de uma dessas formas: a) concorrência perfeita, b) concorrência
imperfeita ou monopolista, c) monopólio e d) oligopólio. Já a estrutura do mercado de
fatores de produção pode ser: a) concorrência perfeita, b) concorrência imperfeita, c)
monopsônio e d) oligopsônio.

4) Teoria do Equilíbrio Geral. A análise do equilíbrio geral considera a relação que ocorre
entre todos os mercados de bens e serviços e de fatores de produção. Procura analisar
se o comportamento individual de cada agente econômico leva todos a uma posição
de equilíbrio global, mesmo sendo cada um independente. Compõe também a teoria
do equilíbrio geral a teoria do bem estar, que se encarrega de alcançar soluções
socialmente eficientes para a alocação dos recursos disponíveis, ou seja, a alocação
ótima dos fatores. Essa teoria também estuda as imperfeições de mercado, que são
situações onde os preços de bens e serviços não são determinados isoladamente pelos
mercados.

ANÁLISE DA DEMANDA

A análise da demanda de um produto, além de permitir a compreensão do mercado daquele


produto, auxilia na previsão de vendas e receitas. Neste ponto serão introduzidos alguns
conceitos úteis para a análise da demanda: curvas de indiferença, restrição orçamentária,
efeito renda, bens substitutos, bens complementares, efeito substituição, entre outros. Com
eles poderemos obter a curva de demanda e definir a função de demanda. Aprofundaremos
também no estudo da elasticidade e introduziremos o conceito de elasticidade cruzada, a
partir da compreensão de bens substitutos e complementares e estudaremos de que forma
podemos estimar uma função de demanda.

Restrição Orçamentária

Como já foi visto, os recursos disponíveis são escassos. Ou seja, de uma forma geral, não
podemos consumir bens e serviços na quantidade que gostaríamos. O nosso salário é um bom
exemplo de uma limitação com a qual somos obrigados a conviver. Nós não podemos gastar

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mais do que ganhamos. Em economia, essa limitação recebe o nome de Restrição
Orçamentária.

Efeito Renda e Efeito Substituição


A alteração de preço de um produto pode provocar basicamente dois efeitos. Um relacionado
à variação da renda real (efeito renda) do consumidor e outro relacionado à substituição de
um bem por outro (efeito substituição).

Efeito Renda

Efeito renda é aquele provocado no poder aquisitivo do consumidor quando o preço de um


bem varia. Por exemplo, a diminuição do preço do arroz provoca aumento da renda real do
consumidor, uma vez que ele poderá comprar mais unidades do bem.

Efeito Substituição

A redução de preço de um bem pode provocar mudança no comportamento do consumidor,


que pode consumir menos unidades de um outro bem, chamado substituto, cujo preço não
tenha diminuído. Dessa forma, parte do consumo do bem que não sofreu redução de preço é
substituído por aquele que a tenha sofrido. Esse efeito recebe o nome de Efeito Substituição.

Tipos de Bens

Em economia, costuma-se classificar os bens de acordo com o seu comportamento frente à


variação de preços e renda.

Classificação frente à variação na renda

Bens normais: são aqueles cuja demanda aumenta quando a renda cresce. Exemplo: o
crescimento da renda dos trabalhadores provoca aumento da demanda por perfumes.
Bens inferiores: são aqueles cuja demanda diminui quando a renda cresce. Exemplo:
normalmente quando os bens atingem o fim do seu ciclo de vida passam a se comportar como
bens inferiores. O televisor em preto e branco pode ser dado como exemplo. Com o surgimento

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do televisor em cores, mesmo o aumento de renda não foi capaz de aumentar a demanda por
televisores em preto e branco, uma vez que ele representava uma tecnologia ultrapassada. A
carne de segunda poderia ser um outro exemplo. Em geral, os bens de baixa qualidade
possuem esse comportamento.

Classificação frente à variação de preços

Bens complementares: são bens consumidos conjuntamente (exemplo: café é açúcar).


Exemplo: um aumento no preço do café tenderia a reduzir não só a sua quantidade
demandada, mas também a do seu complementar, o açúcar.
Bens substitutos: são bens consumidos concorrentemente (exemplo: carne e frango). Exemplo:
um aumento no preço da carne tenderia a reduzir a sua quantidade demandada e aumentar a
do seu substituto, o frango.
Bens comuns: são aqueles cuja quantidade demandada aumenta quando os preços diminuem.
É a própria Lei da Demanda. Exemplo: a maioria dos bens obedece a essa regra.
Bens de Giffen: são aqueles cuja quantidade demandada aumenta quando os preços
aumentam. Exemplo: são raros os exemplos de bens de Giffen. O pão para os consumidores de
baixa renda pode ser considerado um bem de Giffen.
Comentário: Para os bens de Giffen, o efeito renda é muito superior ao efeito substituição.

Lei da Demanda, Curva de Demanda e Função de Demanda

Lei da Demanda
A Lei da Demanda afirma que quando o preço de um bem aumenta a sua quantidade
demandada diminui. Portanto, preço e quantidade demandada guardam entre si uma relação
inversa. Tal relação, entretanto, só é possível em razão basicamente dos dois efeitos
estudados anteriormente: efeito renda e efeito substituição.

Exemplo: Uma empresa, após aumentar o preço de um bem em 50%, verificou que sua
quantidade demandada reduziu em 30%. Após um estudo mais aprofundado verificou-se que
2/3 da redução deveu-se à menor quantidade demandada por aqueles que já consumiam o
bem (efeito renda) e 1/3 deveu-se à redução da quantidade demandada em razão da
substituição daquele bem por outro (efeito substituição).

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Demanda individual

Para a obtenção da curva de demanda será usado o conceito de demanda individual, que
representa o preço que o consumidor está disposto a pagar para consumir uma unidade
adicional de determinado bem.

Demanda de Mercado

A soma de todas as demandas individuais nos dá a demanda de mercado, que representa a


quantidade de um bem que o mercado está disposto a adquirir a um certo preço.

Curva de Demanda Individual

Inicialmente, será abordada graficamente, a curva de demanda individual de um bem pode ser
obtida tomando-se os pontos em que as curvas de restrição orçamentária, obtidas a partir da
variação do preço do referido bem, tangenciam as curvas de indiferença.

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Unindo os pontos A, B e C da curva acima obtemos a curva de demanda individual para o bem
2. A mesma construção pode ser feita para o bem 1.

Comentários:
a) Cada ponto da curva de demanda individual representa o preço máximo que o
consumidor estaria disposto a pagar para adquirir uma unidade adicional do bem.
Nesse sentido, a curva de demanda representa o benefício marginal obtido pelo
consumo de uma unidade adicional do bem.

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b) Todos os pontos que se encontram sobre a curva de demanda representam, portanto,
pontos ótimos de consumo, isto é, traduzem o máximo de bem-estar que se pode
obter, dados os limites orçamentários.

3) Em geral, a curva de demanda individual é decrescente;


4) A soma das curvas de demanda individual nos dá a demanda de mercado para o bem.

Curva de Demanda de Mercado

A curva de demanda de mercado é obtida a partir da soma horizontal de todas as curvas de


demanda individual do bem. Em geral, obtém-se uma curva com as mesmas características da
curva de demanda individual apresentada anteriormente.

Função de Demanda
Conforme visto antes, a curva de demanda especifica a relação existente entre o preço de um
bem e sua quantidade demandada. Ou seja, para cada alteração no nível de preço haverá um
deslocamento ao longo da curva, de modo que a quantidade demandada também se
modifique. Entretanto, existem variáveis que provocam o deslocamento da curva da demanda.
A função de demanda permite que se entenda de que forma a quantidade demandada de um
bem se relaciona com determinadas variáveis independentes. O uso da função de demanda
possibilita que sejam feitas estimativas da quantidade de demanda a partir do conhecimento
das variáveis independentes (variáveis explicativas).

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Entre os diversos fatores (variáveis de decisão) que podem provocar o deslocamento da curva
de demanda de um determinado bem estão: impostos, gostos e preferências do consumidor,
despesas com propagandas, renda dos consumidores.

A partir da tabela a seguir, teremos a curva de demanda

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ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA

A Elasticidade Preço da Procura ou Elasticidade Preço da Demanda é a variação percentual na


quantidade demandada, dada uma variação percentual no preço do bem, coeteris paribus.
Mede a sensibilidade, a resposta dos consumidores, quando ocorre uma variação no preço de
um bem ou serviço.

A lei da oferta e da procura mostra que existe uma tendência para uma relação inversa entre a
quantidade procurada e o preço, ou seja, quanto menor o preço, maior é a procura do bem.

Determinantes

Os principais determinantes da elasticidade preço da procura são:

1. Disponibilidade de bens substitutos: A existência de bens que satisfaçam as mesmas


necessidades, permite aos consumidores, perante aumentos de preços, reduzir
significativamente o consumo do bem em detrimento de seu substituto.
2. Essencialidade: O volume de consumo de bens essenciais é pouco influenciado pelo
preço.
3. Percentagem do rendimento gasto no bem: Quanto maior for o peso do bem no
orçamento familiar, maior a importância dada pelo consumidor e, portanto, maior
sensibilidade terá perante a variações de preços.
4. Horizonte de tempo: Um intervalo de tempo maior permite que os consumidores de
determinada mercadoria descubram mais formas de substituí-la, quando seu preço
aumenta.

Interpretação dos valores

Conforme a fórmula da elasticidade, a elasticidade preço da procura pode ser escrita como:

, onde:

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• Q é a quantidade procurada;
• P é o preço do bem.

Na fórmula da elasticidade acima, provavelmente é negativo pois é esperado que aumento


de P gere redução de Q e vice-versa. Com isso, a elasticidade preço da procura é negativa.
Porém, alguns livros e artigos tratam como se fosse positiva. Na verdade, essas publicações

partem do princípio de que a elasticidade preço da procura está em módulo: .

Interpretação

Perfeitamente elástica

de 1 a Elástica

1 Elasticidade unitária

de 0 a 1 Inelástica

0 Perfeitamente Inelástica

Exemplos

• Elástica: Geléia de amora, que não é essencial e pode ser substituído por geléia de
framboesa.
• Inelástica: Sal é um bem essencial sem substituto.

Elasticidade preço cruzada da procura

É a variação percentual da quantidade procurada de um determinado bem A, dada a variação


percentual do preço de outro bem B.

Nesse caso, a interpretação do resultado é um pouco diferente:

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Interpretação

Substitutos: O aumento de preço de um bem faz aumentar a quantidade procurada


positivo
de outro.

Independentes: A alteração do preço de um bem não interfere na quantidade


0
procurada de outro.

Complementares: O aumento de preço de um bem faz diminuir a quantidade


negativo
procurada de outro.

Representações gráficas:

Perfeitamente Elástico

Elástico

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Perfeitamente inelástico

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CURVAS DE INDIFERENÇA
Várias diferenças justificam a reação do consumidor: Comportamento; sexo; idade; cultura;
religião, etc.
A relação consumo X preferências está associada a expressões de satisfação X dor.
O Valor da mercadoria está associada a suas qualidades intrínsecas e subjetivas.
A curva da indiferença do consumidor são as diversas possibilidades que ele terá de alcançar a
satisfação dada as suas limitações orçamentárias. O mesmo grau de utilidade com as mais
diversas combinações

A curva da indiferença dependerá das opções de cada consumidor.


Para o mercado o que interessa é a disposição dos consumidores em aceitarem o preço
exigido pelos seus produtos.

RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA
Vários fatores restringem o consumo: Saúde; tempo;i dade; etc. Porém é a restrição
orçamentária a mais comum e passível de análise.
A restrição orçamentária é influenciada pela renda e pelos preços que o consumidor está
disposto a pagar.

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A Renda é distinta em: Renda monetária ou renda nominal é o que se ganha (Contracheque) e
Renda Real é a potencialidade da renda monetária em adquirir bens (o poder aquisitivo). Nem
sempre o aumento na renda monetária repercute na renda real.

A ESCOLHA DO CONSUMIDOR
A Escolha do consumidor será dada pela quantidade de produtos que maximize suas
necessidades dada sua restrição orçamentária. Graficamente é o ponto onde a curva da
indiferença se encontra com a reta orçamentária.

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DEMANDA DO CONSUMIDOR
A reação da demanda de bens e serviços do consumidor dependerá também da característica
e da função dos bens. Estes são classificados em:

a) Bens substitutos perfeitos: São aqueles que proporcionam ao consumidor o mesmo


nível de satisfação. A demanda dependerá do preço. O consumo poderá aumentar ou
diminuir o consumo sem a perda da satisfação.
b) Bens complementares perfeitos: São adquiridos em quantidades iguais, independente
de seus preços. O consumo de apenas um deles é pouco provável.
c) Bens Neutros: O consumidor não se interessa pelas variações de preços destes bens.
Não destina nenhum percentual de sua receita no consumo destes bens.
d) Bens Normais ou comuns: São aqueles que tem relação inversa com seus preços e
direta com a renda do consumidor. Seu consumo aumenta quanto seu preço baixa e
vice-versa.
e) Bens discretos:Tem a característica de serem consumidos em poucas unidades e em
unidades inteiras. O consumo deles é mínimo.
f) Bens Inferiores: Constituem-se em uma categoria especial de bens e serviços.
Possuem satisfação específica. O comportamento do consumidor foge a regra.
Aumenta seu consumo com o aumento de preço.

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ANÁLISE DA OFERTA

DETERMINANTES:
Preço
Tamanho do Mercado
Custo (dos fatores de produção)
Localização
Estrutura de mercado
Subsídios

Obs: Outros determinantes poderão ser considerados.

Logo, a oferta é uma função destes determinantes:

O=f(Preço, mercado, custos, localização, subsídio,s etc),

Onde O é a quantidade ofertada

Relação direta entre preço e quantidade. Quanto maior o preço, maior a oferta. Logo, coeteris
paribus, uma variação do preço de um bem tende a provocar uma variação na quantidade
ofertada no mesmo sentido.

TEORIA DA PRODUÇÃO
Definição:
Do ponto de vista econômico, produção é o processo pelo qual uma empresa transforma os
fatores de produção adquiridos no mercado de fatores em produtos ou serviços para serem
vendidos no mercado.
de bens e serviços. Nesse sentido, a empresa é uma intermediária, haja vista que, compra
insumos (fatores de produção), combinando-os de acordo com o seu processo de produção,
para em seguida vender os seus produtos/serviços no mercado

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O produtor irá combinar os fatores no que chamamos de função de produção. Ele tentará
fazer a melhor combinação possível para maximizar seus lucros com consequente redução de
custos.

q = f (L, K, T, N), onde:


q=quantidade produção/ofertada
L=trabalho humano
K=capital empregado (instalações, máquinas)
T=tecnologia empregada
N=matérias-primas

Importante: A função de produção representa a melhor utilização técnica possível dos fatores
de produção e a função oferta é um conceito econômico, que relaciona a produção com os
preços dos fatores de produção (custos); ao passo que a função de produção é um conceito
mais físico ou tecnológico, haja vista que, se refere à relação entre quantidades físicas de
produto e fatores de produção

CUSTOS

Dos fatores de Produção


Fatores de Produção Fixos e Variáveis no Curto e Longo Prazo
Fatores de produção fixos: são aqueles que permanecem inalterados, quando a produção
varia; fatores de produção variáveis: são aqueles que se alteram, com a variação da
quantidade produzida. Do ponto de vista econômico, capital físico (máquinas) e as instalações
da empresa são exemplos de fatores de produção fixo; enquanto que mão-de-obra e
matérias-primas são exemplos de fatores de produção variáveis.
Curto prazo: é o período no qual existe pelo menos um fator de produção fixo;
Longo prazo: é o período no qual todos os fatores de produção sofrem variação.

Exemplo: Análise de Curto Prazo

Simplificadamente, suponha uma função de produção apenas com dois fatores de produção:
mão-de-obra (variável) e capital (fixo) Assim, a função de produção é igual a:

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q = f(L,K)

Como K é no curto prazo, o fator de produção fixo ou constante, então a função de produção
se resume em:

q = f(L)

Nesse sentido, pode-se afirmar que o nível de produto varia apenas em função de
modificações no fator de produção mão-de-obra, coeteris paribus.

Os custos são assim classificados: Custos Totais, Custos Médios e Custos Marginais

Custos Totais:
a) Custo Variável Total (CVT): corresponde à parcela do custo que varia, quando a
produção varia. Em outras palavras, é a parcela dos custos da empresa que depende
da quantidade produzida. Exemplos: folha de pagamentos, despesas com matérias-
primas, etc. Ou seja, o CVT é uma função da quantidade produzida, CVT=f(q)
b) Custo Fixo Total (CFT): corresponde à parcela do custo que se mantém fixa, quando a
produção varia. Em outras palavras, são os gastos com fatores fixos de produção,
como aluguéis, depreciação, etc.
c) Custo Total (CT): corresponde a soma do custo variável total com o custo fixo total.

Custos Médios:
Correspondem aos conceitos de custos por unidade de produção.
a) Custo Variável Médio (CVMe): corresponde ao custo variável total dividido pela
quantidade produzida
b) . Custo Fixo Médio (CFMe): corresponde ao custo fixo total dividido pela quantidade
produzida
c) Custo Médio (CMe ou CTMe): corresponde ao custo por unidade produzida. Ou seja, é
o custo total dividido pela quantidade produzida. É também conhecido por Custo
Unitário

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Também podemos afirmar que o Custo Médio é soma de Custo Variável Médio com Custo
Fixo Médio.

Custos Marginais:
Corresponde às variações de custo, quando se altera a produção. O custo marginal (CMg) é o
custo de se produzir uma unidade adicional do produto.

Ou seja, Custo Marginal é o resultado da divisão do custo total pela quantidade.


Importante: Como o custo fixo total não varia no curto prazo, os custos marginais não são
influenciados por ele, apenas pelos custos variáveis.

Produto Total, Produtividade Média e Produtividade Marginal


a) Produto Total (PT): corresponde à quantidade total produzida, em determinado período de
tempo.
b) Produtividade Média (PMe): é a relação entre o nível do produto e a quantidade do fator de
produção, em determinado período de tempo. Assim, para cada um dos fatores de produção,
tem-se as seguintes Produtividades Médias, por exemplo:

Produtividade Média da Mão-de-obra: (é o produto por trabalhador), resultado da divisão do


produto total pelo nº de trabalhadores (ou pela somatória de horas trabalhadas)

Produtividade Média do Capital: Resultado da divisão do produto total pela quantidade de


capital investida para a produção.

c) Produtividade Marginal (PMg): é a variação do produto, dada uma variação de uma unidade
na quantidade do fator de produção, em determinado período de tempo. Assim, para cada um
dos fatores de produção, tem-se as seguintes Produtividades Marginais:

Produtividade Marginal da Mão-de-obra:


Produtividade Marginal do Capital:

Exemplo: Produtividade Marginal do Trabalho

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Onde K: capital utilizado (fixo); L: nº de Trabalhadores empregados; PT: Produto Total obtido
com a combinação desses dois fatores; PMeL: Produtividade Média do Trabalho, que é o
resultado da divisão do Produto Total pelo nº de trabalhadores (PT/L) e PMgL: Produtividade
Marginal do Trabalho, que é a mesma coisa que a divisão da variação do Produto Total pela
Variação do número de trabalhadores.
Na linha 1 temos zero empregados e zero de produto, logo, PMeL e PMgL é zero.
Na linha 2 temos 1 empregado, 3 unidades produzidas, logo PMeL ´é 3 e PMgL idem.
Na linha 3, temos 2 empregados, que produzem 8 unidades, logo PMeL é 4 e PMgL é 5.
Na linha 4, temos 3 empregados, que produzem 12 unidades, logo, PMeL é 4 e PMgL é 3.

LEI DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES

A lei dos rendimentos decrescentes refere-se à quantidade decrescente de produção adicional


que se obtém, quando são acrescentadas, sucessivamente, unidades extras e iguais de um
fator de produção variável a uma quantidade fixa de um outro fator de produção.
Cabe salientar que, este fenômeno somente ocorre sobre a curva de possibilidades de
produção, quando todos os fatores de produção estão plenamente empregados. Quando a
economia está operando com capacidade ociosa é sempre possível alocar e incorporar fatores
que operem com igual ou maior grau de eficiência. Como existe ociosidade, estes fatores de
produção estariam apenas esperando por uma oportunidade de emprego. Com certa
frequência vemos na televisão que em momentos de recuperação econômica, quando se está
contratando funcionários, muitas empresas dão preferência à ex-funcionários que tenham sido
demitidos em momentos de crise ou desaquecimento da economia. Isso acontece porque

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esses ex-trabalhadores além de terem a necessária eficiência, evitam uma queda no ritmo de
produção das empresas.

Nível de Produção a Longo Prazo


A análise da produção a longo prazo considera que todos os fatores de produção (mão-de-
obra, capital, instalações, matérias-primas) variam, não existindo desta forma fatores de
produção fixos.

ANÁLISE DAS ESTRUTURAS DE MERCADO


Quando se estuda as diversas estruturas de mercado, ou seja, tipos de concorrência, está-se
fazendo uma análise sob a perspectiva das firmas. Em outras palavras, trata-se do
comportamento das firmas em relação ao mercado, que definem a estrutura de mercado em
que atuam. Nesse sentido, estruturas de mercado são modelos que captam os aspectos
inerentes de como os mercados são organizados. A diferenciação das estruturas de mercado
baseia-se no estabelecimento de hipóteses e características, tais como: (i) número de
empresas, (ii) número de compradores, (iii) interdependência das empresas, (iv)
homogeneidade do produto, (v) substituição do produto, (vi) controle de preços, (vii)

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concorrência extra-preço, e (viii) acesso ao mercado, que definem a tipificação de cada uma
das formas de mercado.
As mais importantes formas de estrutura de mercado são: (i) monopólio puro; (ii) oligopólio;
(iii) concorrência perfeita; e (iv) concorrência monopolística.

i) Monopólio Puro
Número de Empresas: existe apenas uma empresa no mercado, não ocorrendo nenhum tipo
de concorrência. Não existem exemplos de monopólios privados, apenas de monopólios
estatais. Os monopólios podem ser de duas naturezas: (i) legal, quando é assegurado ao
produtor a exclusividade no mercado, como por exemplo, a Petrobrás – Petróleo Brasileiro
S/A, que até 1998, detinha o total controle na extração e refino de petróleo, e (ii) técnico, que
corre quando a produção através de uma única empresa é a forma mais barata de fabricar o
produto ou serviço, como por exemplo, geração e distribuição de energia elétrica,
abastecimento de água e esgoto.
Número de Compradores: existe um grande número de compradores, haja vista que a
empresa monopolista produz um bem ou serviço que, além de ser impossível a sua
substituição, é normalmente indispensável para os consumidores.
Interdependência das Empresas: não existe nenhum tipo de interdependência, haja vista que a
empresa monopolista opera sozinha no mercado.
Homogeneidade do Produto: não existe homogeneidade de produto, pois, o produto que o
monopolista produz é único no mercado.
Substituição do Produto: o produto que a empresa monopolista elabora não tem nenhum
substituto no mercado.
Controle de Preços: existem duas regras quanto à fixação de preços: (i) sem a intervenção do
governo, o controle de preços do monopolista é total, principalmente considerando que a
empresa opera sem nenhum concorrente no mercado; e (ii) com a intervenção do governo, o
preço é negociado entre a empresa monopolista e o governo. A Petrobrás, mesmo sendo uma
empresa de monopólio estatal, teve por diversas vezes os preços de seus produtos controlados
pelo Governo Federal.
Concorrência extra-preço: pelo fato da empresa monopolista operar sozinha no mercado, ela
não recorre a propaganda ou qualquer outro instrumento de marketing para promover seus
produtos junto aos consumidores. A propaganda que o monopolista realiza tem um caráter
institucional, ou seja, a empresa utiliza-se da propaganda para mostrar aos consumidores o

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seu porte e a sua importância e contribuição para o desenvolvimento do país, com a geração
de empregos, recolhimento de impostos, etc.
Acesso ao Mercado: é praticamente impossível o acesso de novas empresas no mercado, pois
o monopolista fará de tudo para ficar operando sozinho.

ii) Oligopólio
Número de Empresas: existe um pequeno número de empresas. Este é o tipo de estrutura de
mercado que mais prevalece no mundo atual, especialmente, nas economias capitalistas. Em
decorrência do pequeno número de empresas operando no mercado, é comum ocorrer entre
essas empresas práticas conspirativas através da realização de acordos e conluios. Entre essas
práticas a mais conhecida é o cartel que é definida como uma organização formal ou informal
de produtores dentro de um setor da economia, que determina a política de preços para todas
as empresas que o compõem, como por exemplo, a OPEP – Organização dos Países
Exportadores de Petróleo. A economia brasileira está repleta de exemplos de oligopólios em
diversos setores, tais como: transporte aéreo, bebidas, cimento, siderúrgico, químico,
farmacêutico, automobilístico, papel e celulose, eletrodomésticos, etc.
Número de Compradores: é grande o número de compradores, principalmente considerando
que as empresas oligopolistas somente se instalam em países onde existam o que se
denomina dimensão de mercado, ou seja, grande potencial de consumidores.
Interdependência das Empresas: por se conhecerem mutuamente e por se competirem entre
si, as políticas de uma empresa afetam diretamente as outras empresas, ou seja, o que uma
empresa fizer terá impacto sobre as demais. Uma das formas que as empresas oligopolistas
utilizam para preservarem sua parcela no mercado é a realização de acordos tácitos, onde são
estabelecidas quotas para os seus produtos.
Homogeneidade do Produto: os produtos elaborados pelas empresas oligopolistas podem ser
homogêneos, como exemplo, alumínio e chapas de aço, e diferenciados, como por exemplo,
bebidas e automóveis.
Substituição do Produto: existe um razoável grau de substituição, principalmente, quanto aos
produtos diferenciados.
Controle de Preços: à exemplo da estrutura de monopólio, a fixação de preços no oligopólio
obedece a duas regras: (i) com a intervenção do governo, o preço é negociado entre as
empresas oligopolistas e o governo; e (ii) sem a intervenção do governo, o controle de preços
do oligopolista é bastante elevado. Entretanto, nesse mercado há espaço para a concorrência,

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dado a existência de um pequeno número de empresas. Em algumas situações ocorre uma
guerra de preços entre as empresas, o que pode de certa forma prejudicar as grandes
empresas que detêm uma parcela maior do mercado.
Concorrência extra-preço: dado o relativo grau de diferenciação entre os produtos, a
concorrência extra-preço funciona no oligopólio. As empresas através de propaganda e da
melhoria da qualidade de seus produtos podem buscar uma maior participação no mercado, o
que não deixa de ser saudável para os consumidores.
Acesso ao Mercado: é difícil, mas não impossível. Na hipótese do eventual ingresso de novas
empresas no mercado, os oligopolistas procurarão impedir o acesso dessas empresas,
principalmente, pressionando o governo para que não autorize a sua instalação.

iii) Concorrência Perfeita


Número de Empresas: o número de empresas é extremamente grande que a saída e a entrada
de novas empresas não altera o funcionamento do mercado. Em outras palavras, pode sair e
entrar quantas empresas quiserem que o mercado continua funcionando sem nenhuma
alteração. Assim, dada essa premissa, nenhuma empresa isoladamente consegue impor o seu
preço.
Número de Compradores: muito grande, a ponto de que nenhum consumidor individualmente
consegue reduzir o preço do produto.
Interdependência das Empresas: em decorrência de um número extremamente grande de
empresas, as políticas adotadas por alguma empresa isoladamente, não influenciará as
demais.
Homogeneidade do Produto: os produtos são idênticos e substitutos perfeitos. Nesse sentido,
para os consumidores é totalmente indiferente adquirir os produtos de qualquer empresa.
Substituição do Produto: como os produtos são idênticos, a substituição é perfeita.
Controle de Preços: nenhuma empresa isoladamente consegue controlar o preço. O preço é
definido pelos mecanismos de mercado, ou seja, pela demanda e pela oferta. Assim, o preço é
dado a empresa, sendo que ela pode vender a quantidade que desejar ao preço estabelecido
pelo mercado. Se o preço definido pelo mercado não for suficiente para gerar uma receita que
permita a empresa pelo menos igualar a seus custos de produção, a alternativa é a empresa
abandonar o mercado.
Concorrência extra-preço: como os produtos são idênticos e substitutos perfeitos, não há
como ocorrer qualquer tipo de concorrência extra-preço.

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Acesso ao Mercado: é completamente livre, não existindo nenhuma restrição à entrada de
novas empresas.

iv) Concorrência Monopolística


Número de Empresas: um grande número de empresas que concorrem entre si, porém não
comparável com o da concorrência perfeita. É importante ressaltar que, a concorrência
monopolística é um tipo de estrutura que se situa entre os extremos da concorrência perfeita
e do monopólio.
Número de Compradores: grande número de consumidores/compradores.
Interdependência das Empresas: dada a existência de um grande número de empresas, as
políticas adotadas por uma empresa não influencia as demais.
Homogeneidade do Produto: os produtos são semelhantes, mas não homogêneos, e com
elevado grau de substituição entre si, permitindo dessa forma, que as empresas através de
suas políticas assegurem para si, uma maior participação no mercado.
Substituição do Produto: são substituíveis entre si.
Controle de Preços: as empresas têm relativo grau de controle sobre os preços, mesmo
existindo espaço para a concorrência.
Concorrência extra-preço: pelo fato dos produtos serem semelhantes, a concorrência
extrapreço se faz presente e funciona muito.
Acesso ao Mercado: existe uma relativa facilidade de acesso de novas empresas.
É importante ressaltar que, quanto aos fatores de produção, existem dois tipos de estrutura de
mercado: o monopsônio e o oligpsônio. Monopsônio é quando existe no mercado apenas um
comprador de fatores/insumos de produção. Um exemplo típico é o caso de uma única usina
de pasteurização de leite que se instala numa determinada região e adquire toda a produção
de leite daquela região. O oligpsônio ocorre quando existe no mercado poucos compradores
de fatores/insumos de produção, como por exemplo, o setor automobilístico constituído por
um pequeno número de empresas montadoras, que adquirem grande parte da produção das
indústrias de auto-peças.

TEORIA DO EQUILÍBRIO GERAL

O equilíbrio de mercado ocorre quando as quantidades demandadas pelos consumidores (Qd)


são iguais as quantidades ofertadas pelos produtores (Qo), definindo um único nível de preços

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que os consumidores estão dispostos a pagar, e os produtores dispostos a receber pelas
mesmas quantidades transacionadas.

Ou seja: Qd = Qo

Em termos gráficos, o equilíbrio de mercado é dado pela intersecção das curvas de demanda e
de oferta, no qual é definido um ponto de equilíbrio, ou seja, preço de equilíbrio (Pe) e
quantidades de equilíbrio (Qe). Assim, tem-se:

O ponto A do gráfico, é o ponto de equilíbrio do mercado. Onde:


• Pe ⇒corresponde ao preço que os consumidores estão dispostos a pagar, e os produtores
dispostos a receber pelas mesmas quantidades (Qe);e
• Qe ⇒corresponde as quanƟdades que os consumidores estão dispostos a comprar, e os
produtores dispostos a vender ao mesmo preço (Pe).

DESEQUILÍBRIO DE MERCADO
Qualquer nível de preço diferente daquele que representa o de equilíbrio, caracteriza uma
situação de desequilíbrio de mercado, que pode ser por um excesso de demanda (ou escassez
de oferta), ou por um excesso de oferta (ou escassez de demanda).

Excesso de Oferta
Suponha que o mercado esteja em um dado momento em situação de equilíbrio, conforme
gráfico abaixo. Suponha ainda, que por uma razão qualquer o preço do bem aumente
passando de Pe para P1.

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Pelo princípio da demanda e da oferta, com o preço mais elevado as quantidades demandadas
diminuem passando para Qd1; enquanto que as quantidades ofertadas aumentam passando
para Qo1. Nessas circunstâncias, ao preço P1 os produtores estão dispostos a oferecerem as
quantidades Qo1; ao passo que, os consumidores estão dispostos a adquirirem as quantidades
Qd1, configurando-se dessa forma, uma situação de desequilíbrio de mercado, com a oferta
maior que a demanda.
Para que o mercado volte ao ponto de equilíbrio, haverá uma concorrência entre os
produtores no sentido de reduzirem seus preços, de tal modo que, realizem suas vendas. Com
isto, os consumidores aumentarão as quantidades demandadas até que o equilíbrio seja
novamente estabelecido.

Excesso de Demanda
Da mesma forma, partindo-se de uma situação de equilíbrio, suponha agora, que o preço
diminua, passando de Pe para P2. Com o preço mais baixo, as quantidades demandadas
aumentam passando para Qd2; enquanto que as quantidades ofertadas diminuem fixando-se
em Qo2. Nesse caso, ao preço P2 os produtores estarão dispostos a oferecerem as
quantidades Qo2; enquanto que, os consumidores estarão dispostos a adquirirem as
quantidades Qd2, caracterizando-se assim, uma situação de desequilíbrio de mercado, em que
a demanda é maior que a oferta.
A volta para o ponto de equilíbrio, se dará com a concorrência que ocorrerá entre os
consumidores de maior poder aquisitivo, que no intuito de consumirem o bem cuja oferta é

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menor, pressionarão os preços para cima, até que o equilíbrio se restabeleça. Os
consumidores de menor poder aquisitivo ficarão à margem do mercado.

MUDANÇAS NO PONTO DE EQUILÍBRIO DE MERCADO


Conforme discutido, as curvas de demanda e de oferta podem se deslocar positivamente e
negativamente, em decorrência, com a exceção do preço do bem, de possíveis modificações
que possam ocorrer nos seus fatores determinantes. Nesse sentido, estando o mercado em
equilíbrio, qualquer que seja o deslocamento da curva de demanda ou de oferta, isoladamente
ou simultaneamente, modificará o ponto de equilíbrio do mercado.

Deslocamento da Demanda
Suponha que o mercado do bem X esteja inicialmente em equilíbrio no ponto A, conforme
gráfico abaixo. Suponha ainda, que a curva de demanda se desloque positivamente de D0 para
D1, em decorrência, por exemplo, de aumento real de renda, aumento no gosto e preferência,
ou em função de qualquer outro fator determinante. Se a curva de oferta permanecer a
mesma, ou seja, O, e com a demanda maior, o ponto de equilíbrio se desloca para o ponto B,
indicando um aumento no preço de equilíbrio de Pe0 para Pe1, e nas quantidades de equilíbrio
de Qe0 para Qe1.

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A mesma análise pode ser feita com a curva de demanda se deslocando negativamente. A
única diferença é que o equilíbrio será menor, ou seja, o ponto de equilíbrio se situará num
nível mais baixo.
Isto acontece porque a curva de demanda se deslocando de D0 para D2, e a oferta não se
alterando, a nova intersecção dessas curvas será no ponto C, que está abaixo do ponto A. O
preço de equilíbrio diminui passando de Pe0 para Pe2, o mesmo acontecendo com as
quantidades de equilíbrio que se reduzem de Qe0 para Qe2. Em termos de representação
gráfica, tem-se:

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Deslocamento da Oferta
O mercado do bem X está equilibrado no ponto A, conforme gráfico abaixo. Suponha que em
conseqüência de, por exemplo, inovações tecnológicas, aumento do número de unidades
produtoras, redução de impostos indiretos, concessão de subsídios, aumento no fornecimento
de matérias-primas, ou qualquer outro fator determinante, a curva de oferta se desloque
positivamente de O0 para O1. Se a curva de demanda permanecer inalterada, ou seja, D, e
com a oferta agora maior, o ponto de equilíbrio se desloca de A para B, indicando uma queda
no preço de equilíbrio de Pe0 para Pe1, e um aumento nas quantidades de equilíbrio de Qe0
para Qe1.

Análise semelhante pode ser feita com a curva de oferta se deslocando negativamente. À
exemplo da demanda, a diferença é que o ponto de equilíbrio estará num nível mais elevado,
haja vista que, a curva de oferta se deslocando de O0 para O2, e a demanda permanecendo a
mesma, a nova intersecção dessas curvas será no ponto C, que está acima do ponto A. O preço
de equilíbrio aumenta passando de Pe0 para Pe2, enquanto que as quantidades de equilíbrio
que se reduzem de Qe0 para Qe2. Graficamente, tem-se:

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Deslocamentos Simultâneos da Demanda e da Oferta


Em decorrência de possíveis modificações em seus fatores determinantes, as curvas de
demanda e de oferta, podem sofrer, simultaneamente, deslocamentos positivos ou negativos,
alterando dessa forma, o ponto de equilíbrio de mercado.
Assim, à título de exemplo, suponha três diferentes situações em que ocorram modificações
simultâneas das curvas de demanda e de oferta: (i) aumento real de renda e aumento nos
impostos indiretos; (ii) redução do número de consumidores e melhoria tecnológica; e (iii) aior
gosto/preferência e aumento de subsídios, ressaltando, neste último caso, que as curvas de
demanda e de oferta se deslocam proporcionalmente.
1º Caso: o aumento real de renda desloca a curva de demanda positivamente passando de D0
para D1, tendo em vista que, o poder de compra do consumidor é maior. Por outro lado, uma
elevação nas alíquotas dos impostos indiretos que incidem no processo produtivo onera os
custos de produção, reduzindo-se assim a oferta do bem, com a curva se deslocando
negativamente de O0 para O1. Estando o mercado inicialmente equilibrado no ponto A, e com
as alterações verificadas na demanda e na oferta, o equilíbrio de mercado passa para o ponto
B. Neste ponto, o preço de equilíbrio é maior, passando de Pe0 para Pe1, e as quantidades de
equilíbrio menores passando de Qe0 para Qe1, tendo em vista que, o deslocamento negativo
da oferta foi maior que o deslocamento positivo da demanda. Em termos gráficos, tem-se:

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2º Caso: a saída de consumidores de um determinado mercado de bens ou serviços, provoca


uma redução na demanda, deslocando a curva negativamente, passando de D0 para D1.
Melhorias tecnológicas aumentam a produtividade das empresas e reduzem os custos de
produção, expandindo dessa forma a oferta, com a curva se deslocando positivamente de O0
para O1. Nessas condições, com o mercado equilibrado inicialmente no ponto A, e dadas as
modificações ocorridas na demanda e na oferta, o equilíbrio se altera passando para o ponto
B, onde o preço de equilíbrio é menor, passando de Pe0 para Pe1, o mesmo se verificando com
as quantidades de equilíbrio que são menores, passando de Qe0 para Qe1. É importante
destacar que, o preço e as quantidades de equilíbrio diminuíram, porque o deslocamento
negativo da demanda, foi maior que o deslocamento positivo da oferta. Em termos de
representação gráfica tem-se:

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3º Caso: se o bem proporcionar ao consumidor maior gosto e preferência, a curve de demanda
se desloca positivamente, passando de D0 para D1. Por outro lado, o governo aumentando os
subsídios ao setor produtivo, cobrindo dessa forma uma parte dos custos de produção, a
oferta aumenta com a curva se deslocando positivamente de O0 para O1. Com o mercado em
equilíbrio no ponto A, e considerando que as duas curvas se deslocaram positivamente e na
mesma proporção, conforme o enunciado do caso, o ponto de equilíbrio se desloca para o
ponto B, indicando apenas um aumento nas quantidades de equilíbrio que passaram de Qe0
para Qe1. O preço de equilíbrio não sofreu nenhuma alteração, porque as curvas de demanda
e de oferta se deslocaram no mesmo sentido, ou seja, positivamente e na mesma proporção.
Graficamente, tem-se:

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