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CURTIBA – PARANÁ
INTRODUÇÃO À ECONOMIA – 1º SEMESTRE - 2011
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Economia é uma ciência humana (social aplicada), estuda as escolhas dos agentes (famílias,
empresas, governo e setor externo).
Literalmente, Economia vem do Grego Oikos (casa) e Nomos (costume, hábito, lei), que pode
ser entendido como Administração da Casa. Pode ser também entendido como administração
da coisa pública. Ou, mais especificamente, ciência que estuda a escassez.
Por ser uma ciência humana, ela estuda os fatos depois de ocorridos, porque os agentes fazem
suas escolhas de livre e espontânea vontade. Embora os agentes ajam de forma racional, nem
sempre eles se baseiam em doutrinas econômicas já consolidadas.
Exemplo prático: Uma pessoa sabe que não tem dinheiro hoje pra comprar determinado bem,
sabe que terá dificuldades em honrar o compromisso, mas algo inexplicável, como o poder da
propaganda a obriga a comprar. Ela se sente segura porque usará hoje seu cartão de crédito e
até o dia do vencimento da fatura ela espera arrumar uma solução pra isso. Esse tipo de
comportamento não é raro.
Mercantilismo: Não se caracteriza como escola, mas ela trabalha bem a questão do valor. O
valor ou riqueza no mercantilismo é caracterizado pelo acúmulo de metais preciosos por seus
países. Embora não seja uma escola, esse comportamento é que irá financiar num futuro
próximo o que se caracterizou por Revolução Industrial.
Escola Clássica: Introduz o conceito de valor trabalho. Somente o trabalho humano é capaz de
gerar riqueza. E não é pelo acúmulo que se distribui a riqueza de uma sociedade e sim pela
distribuição entre os agentes. Também é adepta do livre mercado.
Escola Marginalista: Traz da filosofia o conceito do utilitarismo. O valor de algo não está na
quantidade de trabalho contido e sim, no grau de utilidade desse bem. Exemplo: O que uma
caneta vale para alguém depende da utilidade que essa caneta tem para essa pessoa.
Escola Keynesiana: Surge nos anos 30 para explicar a crise de 1929. Seus princípios foram
escritos no livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, de John Maynard Keynes, mas
o livro era de difícil interpretação, foi “resumido” pelo economista inglês neoclássico John
Richard Hicks no trabalho denominado Senhor Keynes e os Clássicos: Uma Interpretação
Sugerida. Nesse trabalho, Hicks coloca como agente promovedor da recuperação econômica o
estado. A ação do estado se dá através da promoção de política fiscal e/ou política monetária,
modelo esse denominado IS-LM, onde IS é a curva de equilíbrio do mercado de bens e serviços
e LM a curva de equilíbrio do mercado monetário. A implementação dessas políticas nas
décadas de 40, 50 e 60 levou a economia mundial ao período denominado “Anos Dourados”
ou Estado de Bem-Estar Social. Sempre que ocorria um princípio de crise, essas políticas eram
implementadas.
Esse modelo como foi concebido irá se esgotar nos anos 70, quando a implementação dessas
políticas será previstas pelos agentes, que se anteciparão aos seus resultados, tornando-as
então nulas ou ineficazes. Surge com bastante força a teoria das Expectativas Racionais: os
agentes, baseados em acontecimentos passados irão antecipar aos movimentos dos governos.
O fato gerador dessa alteração de corrente econômica dominante será a primeira crise do
petróleo, em 1973 (foi a reação dos países produtores de petróleo do Oriente Médio ao apoio
Fatores de produção são os recursos necessários para a produção de bens e serviços, logo,
todo e qualquer bem ou serviço é resultado da combinação dos fatores de produção. Os
fatores de produção são quatro. Trabalho, representado pela letra L (de Labour, trabalho em
inglês); Capital, representado pela letra K; Terra ou recursos Naturais, representado pela letra
N (de Nature) e Tecnologia.
Capital: São as instalações, máquinas, fábricas, edifícios, locais onde se realiza a produção
Terra ou Recursos naturais: São as matérias primas usadas para se produzir os bens e os
serviços
Cada fator tem sua remuneração, ou seja, o proprietário deles tem que ser pagos pelo
fornecimento de cada um. O trabalho, cujo proprietário é o trabalhador, é remunerado pelo
salário; o capital, cujo dono é denominado capitalista é remunerado pelo lucro; a terra, cujo
dono é o proprietário da terra, ou arrendatário, é remunerado pelo que chamamos de renda
da terra e a tecnologia, cuja propriedade pode ser do capitalista ou de um terceiro, tem a
remuneração denominada de royalties.
A combinação dos fatores se dá no que chamamos de função de produção, que vem a ser:
Q=f(L,K,N,T)
Onde Q é a quantidade de certo bem ser produzido, que é resultado da combinação dos 4
fatores mencionados.
Há bens e serviços que possui um ou outro fator usado de forma mais intensiva. Por exemplo:
A agricultura é uma atividade intensiva no fator terra (recursos naturais); a indústria de
processadores é intensiva em tecnologia; a atividade de prospecção de petróleo é intensiva
1) Esses recursos são escassos. Pode ser que uma comunidade tenha em abundância um
ou outro recurso, mas todos nunca. Nenhuma comunidade ou país é autossuficiente,
de uma forma ou de outra eles dependem de outros para a garantia de satisfação de
suas necessidades.
2) As necessidades humanas são ilimitadas. Seja pelo aumento da população, seja devido
ao progresso tecnológico, sempre vão surgindo novas necessidades que deverão ser
supridas.
Cabe à comunidade então decidir a melhor forma de alocar os recursos para a produção dos
bens e serviços necessários ao seu bem estar. Para isso ela terá que responder algumas
perguntas chaves: O que produzir? Quanto produzir? Para quem produzir? Como Produzir?
Essas decisões serão tomadas levando em conta a forma com que está organizado o sistema
econômico dessa comunidade. Um sistema econômico é a forma política, social e econômica
pela qual as comunidades/sociedades se organizam. Esse sistema determina a forma de
produção, distribuição e consumo dos bens e serviços que as pessoas utilizam, buscando
maximizar seu padrão de bem estar. Os sistemas econômicos são basicamente dois: economia
de mercado e economia planificada (ou socialista). Em termos reais, economias de mercado
são raras, o que existe mesmo são sistemas híbridos.
Essa curva representa a capacidade máxima de produção de dada sociedade, supondo o pleno
emprego dos fatores de produção disponíveis em certo momento do tempo. Como os recursos
são escassos, é preciso que a sociedade maximize o uso de seus recursos alocando-os onde
eles são mais eficientes.
Qualquer ponto na curva é equilíbrio, é pleno emprego dos fatores de produção. Qualquer
ponto à esquerda da curva significa subemprego dos fatores de produção, ou seja, a economia
está subutilizada. Qualquer ponto à direita significa uma combinação impossível, já que não
existem nessa economia fatores disponíveis para tal combinação.
É uma relação básica entre a escassez e a escolha. É o quanto que se abre mão de ganhar para
se arriscar na produção de outro bem.
Um exemplo clássico da literatura econômica: imagine uma fábrica de cadeiras que produzia
10 cadeiras por mês num mercado que absorvia totalmente esta produção. Diante de uma
oportunidade de negócios, esta fábrica resolveu iniciar uma produção de um novo produto:
mesas. Porém, ao alocar recursos para tal, descobriu que terá de deixar de produzir duas
cadeiras para alimentar a demanda de duas mesas. O custo de oportunidade está no valor
perdido da venda das duas cadeiras que deixaram de ser fabricadas.
Se uma cidade decide construir um hospital num terreno vazio de propriedade estatal ou
pública, o custo de oportunidade é representado pela renúncia a erguer outras construções
naquele terreno e com o capital investido. Rejeita-se, por exemplo, a possibilidade de construir
um centro esportivo, ou um estacionamento, ou ainda a venda do terreno para amortizar
parte das dívidas da cidade, e assim por diante.
Simplificação Teórica. Parte-se do estudo apenas de uma sociedade fechada e sem governo. O
fluxo real é onde ocorre o comércio dos bens, serviços e fatores de produção.
Mas ainda falta algo pra fechar esse ciclo. O papel da moeda da economia. É ela quem vai
remunerar todos os agentes dessa economia. O fluxo real só é possível de ocorrer com a
existência do fluxo monetário.
Bens de Capital: São os bens que servem para a produção do outros bens, tais como
máquinas, equipamentos, material de transporte e construção.
Exemplificando, são bens de consumo alimentos, roupas, cadeiras, televisões etc. Não são
bens de consumo maquinários destinados a auxiliar na produção de outros bens.
Podemos dividir os bens de consumo por tipo: Bens Duráveis, Bens de consumo Não Duráveis
e Serviços.
Bens Intermediários: São aqueles bens que são absorvidos na produção de outros, como o
açúcar nas balas, os componentes na televisão, etc. Em resumo, são as matérias-primas. Para
um ramo de atividade pode ser um bem final, como uma empresa produção de chapas brutas
de aço e para outra, um bem intermediário, como uma indústria fabricante de tubos de aço.
O trabalho é um fator determinante, o capital também, ocorre que nem sempre o dono do
capital emprega seu recurso diretamente na produção de bens, ele empresta a alguém que
usará sua força de trabalho, esse alguém é dotado do que podemos chamar de capacidade
empresarial. Com esse recurso, combinado com os demais estudados, o empresa produz bens
e serviços. Observe que nessa situação a remuneração do fator capital muda, ele deixa de ser
apenas lucro pra ser chamado de juros. O lucro passa a ser do empresário que usou sua
capacidade e alocou da melhor forma possível o capital que foi tomado emprestado do
capitalista.
MICROECONOMIA - INTRODUÇÃO
A partir de agora iremos entrar num ramo específico da ciência econômica. A ciência
econômica possui duas grandes divisões: Microeconomia e Macroeconomia. Dessas duas
divisões, inteirando em maior ou menor intesidade, temos outras duas grandes divisões:
Economia Internacional e Desenvolvimento Econômico.
MICROECONOMIA
Para o correto estudo da formação dos precços dos bens, serviços e fatores de produção (ou
qualquer outro objeto de estudo da economia), é preciso fazer algumas abstrações teóricas. A
teoria econômica não consegue determinar a influência de todas as variáveis ao mesmo
tempo, é preciso aceitar, mesmo que momentaneamente, que algumas variáveis que
compõem um objeto de estudo sejam assumidas como determinadas, fixas ou de pouca
influência no determinado estudo. A isso, é dado o nome de coeteris paribus, que em latim
significa mais ou menos tudo o mais permanece constante, ou mantida as demais condições
inalteradas.
Preços Relativos
Em microeconomia, o papel dos preços relativos (de vários bens similares) é mais relevante do
que o papel dos preçoes absolutos (de um bem isolado). Por exemplo, se o preço do guaraná
cair 10% e o preço da soda também, não deverá ocorrer nada com a demanda (procura) dos
dois bens (supondo a ação da condição coeteris paribus, tudo o mais permanecendo
constante). Mas, se cair apenas em 10% o preço do guaraná, e o da soda permanecer
inalterado, é de se supor que a demanda por guaraná aumente e a de soda diminua. Há o
deslocamento da demanda.
Objetivos da empresa
O empresário é racional, busca maximar seu lucro total, através da otimização dos fatores de
produção disponíveis.
Utilidade Marginal
O consumidor deseja consumir determinado bem ou serviço até sua plena satisfação.
Acontece que à medida que o consumidor consome mais uma unidade de bem ou serviço, sua
satisfação é menor do que a primeira unidade lhe proporcionou, ele teve apenas um aumento
Aplicações da Microeconomia
4) Teoria do Equilíbrio Geral. A análise do equilíbrio geral considera a relação que ocorre
entre todos os mercados de bens e serviços e de fatores de produção. Procura analisar
se o comportamento individual de cada agente econômico leva todos a uma posição
de equilíbrio global, mesmo sendo cada um independente. Compõe também a teoria
do equilíbrio geral a teoria do bem estar, que se encarrega de alcançar soluções
socialmente eficientes para a alocação dos recursos disponíveis, ou seja, a alocação
ótima dos fatores. Essa teoria também estuda as imperfeições de mercado, que são
situações onde os preços de bens e serviços não são determinados isoladamente pelos
mercados.
ANÁLISE DA DEMANDA
Restrição Orçamentária
Como já foi visto, os recursos disponíveis são escassos. Ou seja, de uma forma geral, não
podemos consumir bens e serviços na quantidade que gostaríamos. O nosso salário é um bom
exemplo de uma limitação com a qual somos obrigados a conviver. Nós não podemos gastar
Efeito Renda
Efeito Substituição
Tipos de Bens
Bens normais: são aqueles cuja demanda aumenta quando a renda cresce. Exemplo: o
crescimento da renda dos trabalhadores provoca aumento da demanda por perfumes.
Bens inferiores: são aqueles cuja demanda diminui quando a renda cresce. Exemplo:
normalmente quando os bens atingem o fim do seu ciclo de vida passam a se comportar como
bens inferiores. O televisor em preto e branco pode ser dado como exemplo. Com o surgimento
Lei da Demanda
A Lei da Demanda afirma que quando o preço de um bem aumenta a sua quantidade
demandada diminui. Portanto, preço e quantidade demandada guardam entre si uma relação
inversa. Tal relação, entretanto, só é possível em razão basicamente dos dois efeitos
estudados anteriormente: efeito renda e efeito substituição.
Exemplo: Uma empresa, após aumentar o preço de um bem em 50%, verificou que sua
quantidade demandada reduziu em 30%. Após um estudo mais aprofundado verificou-se que
2/3 da redução deveu-se à menor quantidade demandada por aqueles que já consumiam o
bem (efeito renda) e 1/3 deveu-se à redução da quantidade demandada em razão da
substituição daquele bem por outro (efeito substituição).
Demanda individual
Para a obtenção da curva de demanda será usado o conceito de demanda individual, que
representa o preço que o consumidor está disposto a pagar para consumir uma unidade
adicional de determinado bem.
Demanda de Mercado
Inicialmente, será abordada graficamente, a curva de demanda individual de um bem pode ser
obtida tomando-se os pontos em que as curvas de restrição orçamentária, obtidas a partir da
variação do preço do referido bem, tangenciam as curvas de indiferença.
Unindo os pontos A, B e C da curva acima obtemos a curva de demanda individual para o bem
2. A mesma construção pode ser feita para o bem 1.
Comentários:
a) Cada ponto da curva de demanda individual representa o preço máximo que o
consumidor estaria disposto a pagar para adquirir uma unidade adicional do bem.
Nesse sentido, a curva de demanda representa o benefício marginal obtido pelo
consumo de uma unidade adicional do bem.
Função de Demanda
Conforme visto antes, a curva de demanda especifica a relação existente entre o preço de um
bem e sua quantidade demandada. Ou seja, para cada alteração no nível de preço haverá um
deslocamento ao longo da curva, de modo que a quantidade demandada também se
modifique. Entretanto, existem variáveis que provocam o deslocamento da curva da demanda.
A função de demanda permite que se entenda de que forma a quantidade demandada de um
bem se relaciona com determinadas variáveis independentes. O uso da função de demanda
possibilita que sejam feitas estimativas da quantidade de demanda a partir do conhecimento
das variáveis independentes (variáveis explicativas).
A lei da oferta e da procura mostra que existe uma tendência para uma relação inversa entre a
quantidade procurada e o preço, ou seja, quanto menor o preço, maior é a procura do bem.
Determinantes
Conforme a fórmula da elasticidade, a elasticidade preço da procura pode ser escrita como:
, onde:
Interpretação
Perfeitamente elástica
de 1 a Elástica
1 Elasticidade unitária
de 0 a 1 Inelástica
0 Perfeitamente Inelástica
Exemplos
• Elástica: Geléia de amora, que não é essencial e pode ser substituído por geléia de
framboesa.
• Inelástica: Sal é um bem essencial sem substituto.
Representações gráficas:
Perfeitamente Elástico
Elástico
Perfeitamente inelástico
RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA
Vários fatores restringem o consumo: Saúde; tempo;i dade; etc. Porém é a restrição
orçamentária a mais comum e passível de análise.
A restrição orçamentária é influenciada pela renda e pelos preços que o consumidor está
disposto a pagar.
A Renda é distinta em: Renda monetária ou renda nominal é o que se ganha (Contracheque) e
Renda Real é a potencialidade da renda monetária em adquirir bens (o poder aquisitivo). Nem
sempre o aumento na renda monetária repercute na renda real.
A ESCOLHA DO CONSUMIDOR
A Escolha do consumidor será dada pela quantidade de produtos que maximize suas
necessidades dada sua restrição orçamentária. Graficamente é o ponto onde a curva da
indiferença se encontra com a reta orçamentária.
DETERMINANTES:
Preço
Tamanho do Mercado
Custo (dos fatores de produção)
Localização
Estrutura de mercado
Subsídios
Relação direta entre preço e quantidade. Quanto maior o preço, maior a oferta. Logo, coeteris
paribus, uma variação do preço de um bem tende a provocar uma variação na quantidade
ofertada no mesmo sentido.
TEORIA DA PRODUÇÃO
Definição:
Do ponto de vista econômico, produção é o processo pelo qual uma empresa transforma os
fatores de produção adquiridos no mercado de fatores em produtos ou serviços para serem
vendidos no mercado.
de bens e serviços. Nesse sentido, a empresa é uma intermediária, haja vista que, compra
insumos (fatores de produção), combinando-os de acordo com o seu processo de produção,
para em seguida vender os seus produtos/serviços no mercado
Importante: A função de produção representa a melhor utilização técnica possível dos fatores
de produção e a função oferta é um conceito econômico, que relaciona a produção com os
preços dos fatores de produção (custos); ao passo que a função de produção é um conceito
mais físico ou tecnológico, haja vista que, se refere à relação entre quantidades físicas de
produto e fatores de produção
CUSTOS
Simplificadamente, suponha uma função de produção apenas com dois fatores de produção:
mão-de-obra (variável) e capital (fixo) Assim, a função de produção é igual a:
q = f(L,K)
Como K é no curto prazo, o fator de produção fixo ou constante, então a função de produção
se resume em:
q = f(L)
Nesse sentido, pode-se afirmar que o nível de produto varia apenas em função de
modificações no fator de produção mão-de-obra, coeteris paribus.
Os custos são assim classificados: Custos Totais, Custos Médios e Custos Marginais
Custos Totais:
a) Custo Variável Total (CVT): corresponde à parcela do custo que varia, quando a
produção varia. Em outras palavras, é a parcela dos custos da empresa que depende
da quantidade produzida. Exemplos: folha de pagamentos, despesas com matérias-
primas, etc. Ou seja, o CVT é uma função da quantidade produzida, CVT=f(q)
b) Custo Fixo Total (CFT): corresponde à parcela do custo que se mantém fixa, quando a
produção varia. Em outras palavras, são os gastos com fatores fixos de produção,
como aluguéis, depreciação, etc.
c) Custo Total (CT): corresponde a soma do custo variável total com o custo fixo total.
Custos Médios:
Correspondem aos conceitos de custos por unidade de produção.
a) Custo Variável Médio (CVMe): corresponde ao custo variável total dividido pela
quantidade produzida
b) . Custo Fixo Médio (CFMe): corresponde ao custo fixo total dividido pela quantidade
produzida
c) Custo Médio (CMe ou CTMe): corresponde ao custo por unidade produzida. Ou seja, é
o custo total dividido pela quantidade produzida. É também conhecido por Custo
Unitário
Custos Marginais:
Corresponde às variações de custo, quando se altera a produção. O custo marginal (CMg) é o
custo de se produzir uma unidade adicional do produto.
c) Produtividade Marginal (PMg): é a variação do produto, dada uma variação de uma unidade
na quantidade do fator de produção, em determinado período de tempo. Assim, para cada um
dos fatores de produção, tem-se as seguintes Produtividades Marginais:
Onde K: capital utilizado (fixo); L: nº de Trabalhadores empregados; PT: Produto Total obtido
com a combinação desses dois fatores; PMeL: Produtividade Média do Trabalho, que é o
resultado da divisão do Produto Total pelo nº de trabalhadores (PT/L) e PMgL: Produtividade
Marginal do Trabalho, que é a mesma coisa que a divisão da variação do Produto Total pela
Variação do número de trabalhadores.
Na linha 1 temos zero empregados e zero de produto, logo, PMeL e PMgL é zero.
Na linha 2 temos 1 empregado, 3 unidades produzidas, logo PMeL ´é 3 e PMgL idem.
Na linha 3, temos 2 empregados, que produzem 8 unidades, logo PMeL é 4 e PMgL é 5.
Na linha 4, temos 3 empregados, que produzem 12 unidades, logo, PMeL é 4 e PMgL é 3.
i) Monopólio Puro
Número de Empresas: existe apenas uma empresa no mercado, não ocorrendo nenhum tipo
de concorrência. Não existem exemplos de monopólios privados, apenas de monopólios
estatais. Os monopólios podem ser de duas naturezas: (i) legal, quando é assegurado ao
produtor a exclusividade no mercado, como por exemplo, a Petrobrás – Petróleo Brasileiro
S/A, que até 1998, detinha o total controle na extração e refino de petróleo, e (ii) técnico, que
corre quando a produção através de uma única empresa é a forma mais barata de fabricar o
produto ou serviço, como por exemplo, geração e distribuição de energia elétrica,
abastecimento de água e esgoto.
Número de Compradores: existe um grande número de compradores, haja vista que a
empresa monopolista produz um bem ou serviço que, além de ser impossível a sua
substituição, é normalmente indispensável para os consumidores.
Interdependência das Empresas: não existe nenhum tipo de interdependência, haja vista que a
empresa monopolista opera sozinha no mercado.
Homogeneidade do Produto: não existe homogeneidade de produto, pois, o produto que o
monopolista produz é único no mercado.
Substituição do Produto: o produto que a empresa monopolista elabora não tem nenhum
substituto no mercado.
Controle de Preços: existem duas regras quanto à fixação de preços: (i) sem a intervenção do
governo, o controle de preços do monopolista é total, principalmente considerando que a
empresa opera sem nenhum concorrente no mercado; e (ii) com a intervenção do governo, o
preço é negociado entre a empresa monopolista e o governo. A Petrobrás, mesmo sendo uma
empresa de monopólio estatal, teve por diversas vezes os preços de seus produtos controlados
pelo Governo Federal.
Concorrência extra-preço: pelo fato da empresa monopolista operar sozinha no mercado, ela
não recorre a propaganda ou qualquer outro instrumento de marketing para promover seus
produtos junto aos consumidores. A propaganda que o monopolista realiza tem um caráter
institucional, ou seja, a empresa utiliza-se da propaganda para mostrar aos consumidores o
ii) Oligopólio
Número de Empresas: existe um pequeno número de empresas. Este é o tipo de estrutura de
mercado que mais prevalece no mundo atual, especialmente, nas economias capitalistas. Em
decorrência do pequeno número de empresas operando no mercado, é comum ocorrer entre
essas empresas práticas conspirativas através da realização de acordos e conluios. Entre essas
práticas a mais conhecida é o cartel que é definida como uma organização formal ou informal
de produtores dentro de um setor da economia, que determina a política de preços para todas
as empresas que o compõem, como por exemplo, a OPEP – Organização dos Países
Exportadores de Petróleo. A economia brasileira está repleta de exemplos de oligopólios em
diversos setores, tais como: transporte aéreo, bebidas, cimento, siderúrgico, químico,
farmacêutico, automobilístico, papel e celulose, eletrodomésticos, etc.
Número de Compradores: é grande o número de compradores, principalmente considerando
que as empresas oligopolistas somente se instalam em países onde existam o que se
denomina dimensão de mercado, ou seja, grande potencial de consumidores.
Interdependência das Empresas: por se conhecerem mutuamente e por se competirem entre
si, as políticas de uma empresa afetam diretamente as outras empresas, ou seja, o que uma
empresa fizer terá impacto sobre as demais. Uma das formas que as empresas oligopolistas
utilizam para preservarem sua parcela no mercado é a realização de acordos tácitos, onde são
estabelecidas quotas para os seus produtos.
Homogeneidade do Produto: os produtos elaborados pelas empresas oligopolistas podem ser
homogêneos, como exemplo, alumínio e chapas de aço, e diferenciados, como por exemplo,
bebidas e automóveis.
Substituição do Produto: existe um razoável grau de substituição, principalmente, quanto aos
produtos diferenciados.
Controle de Preços: à exemplo da estrutura de monopólio, a fixação de preços no oligopólio
obedece a duas regras: (i) com a intervenção do governo, o preço é negociado entre as
empresas oligopolistas e o governo; e (ii) sem a intervenção do governo, o controle de preços
do oligopolista é bastante elevado. Entretanto, nesse mercado há espaço para a concorrência,
Ou seja: Qd = Qo
Em termos gráficos, o equilíbrio de mercado é dado pela intersecção das curvas de demanda e
de oferta, no qual é definido um ponto de equilíbrio, ou seja, preço de equilíbrio (Pe) e
quantidades de equilíbrio (Qe). Assim, tem-se:
DESEQUILÍBRIO DE MERCADO
Qualquer nível de preço diferente daquele que representa o de equilíbrio, caracteriza uma
situação de desequilíbrio de mercado, que pode ser por um excesso de demanda (ou escassez
de oferta), ou por um excesso de oferta (ou escassez de demanda).
Excesso de Oferta
Suponha que o mercado esteja em um dado momento em situação de equilíbrio, conforme
gráfico abaixo. Suponha ainda, que por uma razão qualquer o preço do bem aumente
passando de Pe para P1.
Excesso de Demanda
Da mesma forma, partindo-se de uma situação de equilíbrio, suponha agora, que o preço
diminua, passando de Pe para P2. Com o preço mais baixo, as quantidades demandadas
aumentam passando para Qd2; enquanto que as quantidades ofertadas diminuem fixando-se
em Qo2. Nesse caso, ao preço P2 os produtores estarão dispostos a oferecerem as
quantidades Qo2; enquanto que, os consumidores estarão dispostos a adquirirem as
quantidades Qd2, caracterizando-se assim, uma situação de desequilíbrio de mercado, em que
a demanda é maior que a oferta.
A volta para o ponto de equilíbrio, se dará com a concorrência que ocorrerá entre os
consumidores de maior poder aquisitivo, que no intuito de consumirem o bem cuja oferta é
Deslocamento da Demanda
Suponha que o mercado do bem X esteja inicialmente em equilíbrio no ponto A, conforme
gráfico abaixo. Suponha ainda, que a curva de demanda se desloque positivamente de D0 para
D1, em decorrência, por exemplo, de aumento real de renda, aumento no gosto e preferência,
ou em função de qualquer outro fator determinante. Se a curva de oferta permanecer a
mesma, ou seja, O, e com a demanda maior, o ponto de equilíbrio se desloca para o ponto B,
indicando um aumento no preço de equilíbrio de Pe0 para Pe1, e nas quantidades de equilíbrio
de Qe0 para Qe1.
A mesma análise pode ser feita com a curva de demanda se deslocando negativamente. A
única diferença é que o equilíbrio será menor, ou seja, o ponto de equilíbrio se situará num
nível mais baixo.
Isto acontece porque a curva de demanda se deslocando de D0 para D2, e a oferta não se
alterando, a nova intersecção dessas curvas será no ponto C, que está abaixo do ponto A. O
preço de equilíbrio diminui passando de Pe0 para Pe2, o mesmo acontecendo com as
quantidades de equilíbrio que se reduzem de Qe0 para Qe2. Em termos de representação
gráfica, tem-se:
Análise semelhante pode ser feita com a curva de oferta se deslocando negativamente. À
exemplo da demanda, a diferença é que o ponto de equilíbrio estará num nível mais elevado,
haja vista que, a curva de oferta se deslocando de O0 para O2, e a demanda permanecendo a
mesma, a nova intersecção dessas curvas será no ponto C, que está acima do ponto A. O preço
de equilíbrio aumenta passando de Pe0 para Pe2, enquanto que as quantidades de equilíbrio
que se reduzem de Qe0 para Qe2. Graficamente, tem-se: