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O coração é o símbolo daquilo que não pode ser controlado nem pelo
intelecto nem pela vontade
Categoria : Artigos Diversos
Publicado por RedePsi [redepsi] em 25/1/06

O Coração

O
Coração

por

Mário L. Quilici

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"
Agora,

as lembranças ruidosas enchem meus caminhos até que o entardecer me

deixe em paz com minha solidão. Na tranqüilidade da noite, descubro

o que meus pressentimentos significavam. Os olhos estão baixos tentando

ver os lamentos do coração" (Quilici, 1998).

Na

seção de Psicossomática desse mês falaremos de um grande símbolo e de

um fabuloso órgão :
o coração
. Todos sabemos um pouco sobre a

anatomia do coração de forma que, vou deixar essa parte de lado e fornecer

outras informações. O coração humano bate 40 milhões de vezes por ano

e cerca de três bilhões de vezes no decorrer de uma vida. Numa pessoa

que tenha uma vida média, o coração bombeia 5 milhões de litros de sangue

para o corpo. Para se ter uma idéia do que isso significa, podemos imaginar

o seguinte: Se pegarmos uma mangueira dessas que se usa para aguar jardins,

ela poderia, com esse volume de liquido, dar uma volta em torno da terra.

Esse

órgão que pesa em torno de 300 gramas é, desde a antigüidade remota,

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percebido como sendo ligado às situações de cunho emocional. Mas não

é à toa que essa associação foi feita. É que sempre que estamos dominados

por uma emoção forte , nosso batimentos cardíacos se alteram. O prazer

e o amor podem acelerar violentamente os batimentos cardíacos a ponto

de podermos ouvir nosso coração, é como se ele vibrasse em todo o nosso

corpo. Lembro-me que quando era adolescente era moda entre os garotos

dizerem:
"Meu coração não bate pela fulana, capota"
.

A angústia também dá um sentimento de vazio no peito, que é onde aloja-se

o coração. Provavelmente foi essa relação entre as emoções e os batimentos

cardíacos ou o vazio da angústia que fizeram com que o homem estabelecesse

desde de muito cedo o coração como símbolo das emoções. Na antigüidade

acreditava-se que o ouro era o único metal capaz de ligar dois corações.

Daí o surgimento das alianças. Observa-se que o coração, um órgão nobre

está associado a um sentimento nobre e também a um metal nobre. Talvez

houvesse já uma noção inconsciente da anatomia do coração pois, o coração

é formado por duas câmaras que emitem um som duplo. O desenho que popularmente

se faz do coração, representam duas partes unidas. É assim, um símbolo

de união. Numa declaração de amor diz-se: ‘


Você está aqui no

meu coração".
No dia das mães e no dias dos namorados, utiliza-se

o coração como símbolo que significa a união. Ë também o símbolo do

acolhimento. Há no brasil um dito popular que expressa bem isso:


"Tal

coisa é que nem coração de mãe, sempre cabe mais um


".

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"
As

horas esperam, as estrelas vigiam, o vento se aquieta e o silêncio pesa

em meu coração" (Tagore, A colheita


)

Os

poetas e escritores sempre se utilizaram do coração para expressar emoções

de um determinado momento e, todos nós ao lermos, sabemos interpretar

essa comunicação, sem qualquer dificuldade. Identificamos imediatamente

o que o autor queria dizer. É o caso do trecho que abre o artigo e do

trecho do parágrafo anterior de autoria de Tagore, um poeta indiano

cristão. Em todas as culturas o coração recebe o mesmo tratamento, tem

o mesmo simbolismo.

Sempre

que se fala dos sentimentos utilizando o coração como referência, fala-se

de algo que se deseja extravasar, um sentimento que parte do intimo

do ser. É comum as pessoas dizerem: "


Estou dizendo isso do fundo

do meu coração
". Através do coração expressamos o medo ("
Estou

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com o coração pequenino
"), a frustração (
"Estou com

o coração quebrado"
), o carinho ("
o filhinho do meu

coração
") e o amor (
"Você mora bem aqui, do lado esquerdo").

O coração é o símbolo daquilo que não pode ser controlado nem pelo

intelecto nem pela vontade, é o símbolo das emoções. Da mesma forma

que o câncer está relacionado à impossibilidade de compreender o amor,

o coração é o símbolo do amor perfeito e daí sabemos que o coração é

o único órgão que não é vitimado pelo câncer.

pelo coração que passa o sangue, o fluído da vida. O coração está no

centro do corpo e no sentido simbólico esta no centro do desejo humano:

o amor. É um órgão de grande importância funcional, é autônomo e, simbolicamente,

significa a generosidade do amor a única emoção que tem a capacidade

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de curar, unir e transformar. As pessoas que "
tem um grande

coração
" são aquelas que disponíveis, entregam-se generosamente

aos demais. Dividem, assistem e amparam. Mas há os que "


não

ouvem seu coração


" e controlam-se. São aqueles indivíduos que

não podem ser perturbados por sentimentos e emoções, odeiam "


extravagâncias

emocionais
". Inibem a expressão das emoções e estas, se somatizam

e então o coração começa a apresentar problemas. Temos também um terceiro

tipo: o de "
coração mole
", para quem não há limites

e para quem a entrega é irrestrita. São aqueles para quem os astutos

e mal intencionados dirigem seus apelos. Este também é um tipo problemático.

cardíaco é um sujeito que deve observar a desarmonia entre seu "


coração"

e seu intelecto. Será que é uma pessoa que reconhece seus sentimentos?

Dá a eles algum espaço? Tem coragem para demonstra-los? Normalmente

depois de um enfarto é que esses aspectos de um cardíaco aparecem. Lembro-me

que no tempo em que trabalhei com pacientes de um hospital público de

São Paulo, esporadicamente deparava-me com os recém enfartados. Utilizavam-se

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de sua condição para evitar todos os sentimentos e muitos desenvolviam

impotência sexual por que temiam que a


"entrega"
fosse

mortal. Era tudo o que precisavam: algo que os ajudasse a legitimar

justamente o que os havia levado ao enfarto. Tudo o que eu dizia a eles

era: "Se você quer ter outro enfarte, continue assim, negando o

que sente, evitando perceber a única coisa que vale à pena na vida:

as suas emoções". O enfartado é alguém que dá um valor excessivo

aos seus próprios desejos e ao ego e acaba por ficar fora do movimento

da vida.

Os

colapsos cardíacos podem ser descritos como um acúmulo de raiva, todos

os urros que o sujeito não conseguiu dar durante sua vida, acontecem

num único instante. Um bate estaca direto no coração, "Pow!"

Teve que segura-los, ficar com eles parados na garganta. Assim é o cardíaco,

alguém que fica com as coisas atravessadas na garganta. Alguém que não

consegue amar de "


todo o coração
", é apenas alguém

que fica "


por perto
", participando sem entusiasmo ou

envolvimento real. Como se diz em liguagem popular: "


Está sempre

em cima do muro".

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Pessoas

em quem a pressão sangüínea é baixa são aquelas que tem dificuldades

de superar os limites que a vida lhes impõe. Para ser franco, nem tentam

enfrenta-los, apenas se retraem. É o tipo que fica fuçando no mundo

da fantasia só para não ter que lidar com a realidade e os problemas

dela provenientes. Daí serem pessoas que não suportam nada e nem ninguém,

nem mesmo a sexualidade tem grande importância em sua vida. Gostam da

cama, mas para ficarem desmaiados, embalando sonhos.

pressão alta é tem mecanismo semelhante. Há uma curiosidade: Quando

um paciente vai ao médico, tem que se considerar que a medida de pressão

pode estar alterada por causa da consulta. Há uma experiência que demonstra

que, se um indivíduo pensar numa atividade física, sua pressão pode

subir, assim como seu pulso, mesmo que esse indivíduo não mova um único

músculo. Isso é extremamente importante do ponto de vista que queremos

tratar aqui. Se o indivíduo tem raiva e não consegue expressa-la, verbaliza-la

isso pode fazer-lhe muito mal. Sabe-se que as coisas que ficam pela

garganta, geram pensamentos de raiva, fantasias de vingança e ruminações.

Isso pode, a exemplo do que acontece com o pensamento sobre o exercício

físico, deixar a pressão alta. A pressão que se eleva diante de uma

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situação de conflito abaixa, quando a pessoa pode "
desabafar",

expressar o que sente. O hipertenso é um sujeito que está sempre em

conflito e nunca consegue falar sobre isso. Normalmente esse tipo de

paciente está sempre se refugiando em atividades que ajudem-nos a enganar-se

e aos outros, sobre sua dificuldade de enfrentar conflitos.

um estudo feito na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos que mostra

que o candidato ao infarto é sempre um sujeito com tendências a realizar

coisas demais em muito pouco tempo (uma característica dos hipertensos).

Parecem liberar a hostilidade através das atividades. São pessoas que

se irritam por motivos tolos, exibem sinais de conflitos com relação

às outras pessoas e também contra o tempo. A pressão alta é bastante

ameaçadora para o infarto. A repressão da energia agressiva é descarregada

através de um infarto. Uma vez vi um cartaz sobre prevenção de infarto,

onde havia um coração rachado. Nada mais correto pois, só os corações

duros é que se quebram.

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tive experiência curiosas com pacientes hipertensos. Lembro-me de uma

mulher de 46 anos, que tinha um sério problema de hipertensão. Nenhum

remédio para controlar a pressão funcionava por mais de um mês (se é

que chegasse aí). Ela conhecia todas as marcas de anti hipertensivos

disponíveis no mercado. Aos poucos notei que evitava falar sobre seu

casamento em suas sessões. Tinha pavor de tocar nesse assunto. Tratei

de respeitar isso e tomei todas as providencias para ajuda-la. Tinha

se casado com um homem 20 anos mais velho que não conseguia manifestar-se

afetivamente. Não discutia nenhum dos problemas domésticos com ela e

tratava-a como se fosse uma garotinha irresponsável. Isso fez com que

ficasse desvalorizada e odiasse o esposo. Tinha medo de falar dessa

raiva compactada dentro dela. Assim ficou por vinte anos. Ela parecia

querer esconder de si mesma aquela situação por que era completamente

dependente do marido e sabia que com suas habilidades e idade, não poderia

garantir um padrão de vida semelhante ao que possuía. Percebi que precisava

primeiro ajuda-la a restaurar a auto estima e adquirir alguma habilidade.

Logo ela se descobriu uma profissional de estética muito talentosa e

requisitada. Começou a trabalhar e então, a partir daí, pôde falar de

suas frustrações e raiva do marido. "Curiosamente" acertou-se

com um dos remédios que já havia tomado apesar de sua pressão ter voltado

aos 12X8.

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Observa-se

que na pressão alta existe agressividade reprimida e a animosidade fica

apenas na imaginação de forma que a energia gerada não é descarregada

através do desabafo ou de uma ação. Nota-se que tanto os indivíduos

que tem pressão alta como os que tem pressão baixa, utilizam-se de mecanismos

semelhantes de ação: ambos fogem de seus problemas, evitam-nos. Talvez

essas pessoas devessem procurar ajuda pois, adotaram um ritmo rígido

do qual não conseguem escapar. Carregam uma carga de explosivos bastante

perigosa para si mesmos. Talvez precisem escutar um pouquinho mais esse

fantástico e maravilhoso coração simbólico: sua emoções.

ser humano prima por uma incoerência:


a negação de suas emoções
.

Tem-se a ilusão de que as


"raivas"
podem ser esquecidas,

as tristezas enterradas e os erros jogados para baixo do tapete. É como

eu disse,
ilusão
. Nada que não é resolvido se dissipa, desaparece.

Fica tudo lá, na mente, criando químicas indesejáveis e prejudiciais.

Será que as emoções do homem são uma aberração, um apêndice desnecessário

ou estão ai com alguma finalidade? Nada no corpo é inútil ou existe

sem finalidade. Como é que alguém pode viver negando o que tem de melhor

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e de mais importante? Não são as emoções nossa bússola para navegar

na vida? Conhece-las não nos ajuda a saber o que queremos e o que não

queremos? Acho que ao permitirmo-nos o contato com nossas emoções podemos

inclusive, construir intuições. Do meu ponto de vista a intuição nada

mais é que uma síntese de sentimentos e vivências do passado, condensados

numa sensação. Nosso inconsciente libera essa sensação (o que chamamos

de intuição) quando existe uma similaridade entre uma possível experiência

atual e outra do passado.

negação das emoções


ou, o fato de evitarmos "
ouvir nosso

coração
" pode, como sabemos, se transformar num desastre que

algumas vezes atinge proporções irreparáveis: a morte.

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