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Exercícios temáticos

Tema: Participação política e cívica

A importância conferida às associações no funcionamento da democracia, enquanto agentes


de mediação entre os cidadãos e o Estado, remonta às origens da sociologia. No entanto, se,
em Tocqueville (2001), a relação entre associações e democracia é clara e circunscrita, nas
propostas mais recentes do neopluralismo (Cohen e Rogers, 1995; Hirst, 1994), do
neocorporativismo (Mansbridge, 1995; Schmitter, 1985 e 1995), do comunitarismo (Etzioni,
1993; Bellah, 1985; Bellah et all, 1992), do capital social (Putnam, 1993 e 2000; Fukuyama,
1995) ou, indirectamente, das que decorrem da revalorização ou nova formulação da
sociedade civil, as diferenças de tratamento são tão grandes que, como diz, Roβteutscher
(2000: 234), “apenas resta em comum a convicção da importância das associações para o
funcionamento da democracia”.

Provavelmente nem este último consenso existe. De facto, a estas propostas seguiram-se
análises críticas, por vezes severas, quanto aos efeitos perversos das associações a nível
político geral. Eric Olin Wright sintetiza bem essas críticas: “Ao reforçar o papel político das
associações, arriscamo-nos a minar a sua autonomia face ao Estado transformando-as em
instrumentos de controlo social em vez de vectores de participação democrática; as
associações reclamam muitas vezes, e ilegitimamente, o monopólio da representação de
interesses, e qualquer institucionalização formal dessa representação só viria agravar essa
ilegitimidade; a mudança de orientação da primazia da representação territorial para a
representação funcional arrisca-se a incentivar as entidades particularistas, o que vai
incrementar a fragmentação política” (Wright, 1995: 2,3).

No fundamental, as críticas apontam, por um lado, para o efeito de facção que as associações
geram, em detrimento da defesa do interesse geral (essa crítica, lembremo-nos, remonta a
Rousseau); por outro lado, as críticas apontam também para os efeitos perniciosos da diluição
do político no social, o que poderia levar a situações totalitárias (Arendt, 1951: 303).

Viegas, José Manuel Leite (2010), “Envolvimento dos cidadãos e dos parlamentares nas
associações”, in Freire, André e José M. Viegas (orgs.), Representação Política. O Caso
Português em Perspectiva Comparada, Lisboa, Sextante Editora, pp. 119-120
Documento 1 – Participação cívica

Quadro 1. Modalidades de participação cívica na Europa (2006)


Valor máximo Média Portugal Valor mínimo
País % % % Lugar País %
Worked in political party or action
Chipre 10,0 4,2 1,8 22º Polónia 1,7
groups
Worked in another organisation
Finlândia 33,8 14,1 3,7 19º Bulgária 0,9
or association

Worn or displayed campaign


Noruega 24,6 7,5 4,8 12º Bulgária 2,0
badge/sticker
Signed petition Suécia 44,3 21,9 4,8 23º Portugal 4,8
Taken part in lawful public
Espanha 18,2 5,8 3,5 13º Polónia 1,4
demonstration
Boycotted certain products Suécia 30,6 14,4 2,7 21º Ucrânia 1,5
Fonte: European Social Survey (2008 – www.ess.nsd.uib.no)

1. A partir da leitura do quadro, indique o que os dados indiciam em relação à situação de


Portugal neste domínio.

2. Do quadro ressalta que há conjuntos de países com características socioculturais


semelhantes do ponto de vista do padrão da participação cívica e política (participação
mais elevada nuns e menos elevada noutros). Identifique esses conjuntos.
Documento 2 – Pertença associativa

Quadro 2. Pertença associativa por modalidades em oito países europeus (2001-2003) (%)
Modalidades de
Portugal Espanha Alemanha Holanda Suécia Dinamarca Moldávia Roménia
associação
movimentos
Novos

Organizações de
4,1 9,4 23,7 64,6 58,4 25,9 3,3 1,6
acção cívica
sociais

Clubes desportivos 11,9 14 30,5 34 35,6 42,1 3,2 1,3

Organizações
Integração social

3 6,7 12,8 14,4 12 16 1,2 0,7


culturais
Clubes e associações
8,2 1,5 11,7 17,2 11,2 12,1 1,2 0,5
recreativas
Organizações
8,9 3,2 9,8 27,5 6,8 4,5 2,3 2,2
religiosas

Organizações sociais 4 8,6 3,3 22,8 38,1 40,4 3,2 5,2

Sindicatos 5,4 5,1 8 23 50,6 62,7 4,9 5,8


Defesa de
interesses

Associações
1,3 2,5 2,8 7,2 4,5 4,6 1,3 0,8
profissionais
Organizações
2,1 2,5 2,1 9,6 11,2 11,2 3,9 1,6
patronais
Fonte: CID Project 2001-2003 (retirado de: Viegas, José Manuel Leite (2010), “Envolvimento dos cidadãos e dos parlamentares nas associações”, in
André Freire e José M. Viegas (orgs.) (2010), Representação Política. O Caso Português em Perspectiva Comparada, Lisboa, Sextante Editora, p.
127)

3. A pertença associativa assume-se como uma dimensão da participação cívica, sendo


possível agrupar os diferentes tipos de associações em categorias, como se apresenta
no quadro. Represente graficamente os dados relativos a Portugal, Dinamarca e
Moldávia.

4. Faça uma leitura comparativa do quadro, suportando-se na leitura do capítulo 3 do livro


indicado na fonte do quadro.

5. Calcule a média dos valores relativos à pertença associativa de cada país, em função
das três categorias ou modalidades identificadas, e analise os resultados.
Documento 3 – Confiança nos parlamentos nacionais

Quadro 3. Confiança nos parlamentos nacionais de alguns países europeus (%)


Região/País 1981-1993 1994-1999 2000-2004 2005-2008

Dinamarca 42 -- 65 75
Estónia 68 42 -- 46
Finlândia 54 32 -- 66
Irlanda 50 -- 55 40
Letónia 72 24 41 29
Lituânia 65 23 -- 15
Reino Unido 44 -- 33 34
Suécia 47 44 54 54
Média da Europa
55 33 50 45
Setentrional
Alemanha 46 32 40 40
Áustria 40 -- 46 51
Bélgica 42 -- 44 45
França 48 -- 40 34
Luxemburgo -- -- 63 54
Holanda 53 44 53 50
Média da Europa
46 38 48 45
Central
Espanha 39 35 49 46
Grécia -- -- 55 44
Itália 32 -- 35 30
Portugal 36 -- 44 38
Média da Europa
35 46 40
do Sul
Bulgária 48 42 -- 21
Rep. Checa 45 20 -- 18
Eslováquia -- 28 -- 30
Eslovénia -- 24 -- 33
Hungria 40 37 -- 27
Polónia 78 31 -- 13
Roménia 22 18 -- 21
Média da Europa
47 28 -- 23
do Leste
Fonte: World Values Survey (1981-1983 e 1994-1999); Eurobarómetro (2000-2004 e 2005-2008) (retirado de:
Teixeira, Conceição Pequito e André Freire (2010), “Declínio, transformação e confiança nos parlamentos: uma
perspectiva longitudinal e comparada”, in André Freire e José M. Viegas (orgs.), Representação Política. O
Caso Português em Perspectiva Comparada, Lisboa, Sextante Editora, p. 69)
Nota: No World Values Surveys, a pergunta que mede o grau de confiança no parlamento nacional encontra-se
formulada nos seguintes termos: "How much confidence do you have in parliament, is it a great deal, quite a lot,
not very much or none at all?"

6. Aceda ao instrumento de notação do Standard EB 67, disponível na página Web do


Eurobarómetro, procure e indique a questão colocada para o apuramento da
informação apresentada neste quadro, assim como as respectivas categorias de
resposta.
7. Considerando a informação recolhida, a que consta da nota do quadro e a que diz
respeito à forma de constituição das amostras dos inquéritos, analise a
comparabilidade dos dados apresentados para Portugal.
A informação sobre a constituição da amostra no WVS encontra-se disponível no
endereço http://www.worldvaluessurvey.org/. (Na página inicial, clicar em Technical
Information, depois, seleccionar 1989-1993 Wave e, por fim, seleccionar Portugal).
A informação sobre a constituição da amostra no Inquérito do Eurobarómetro encontra-
se disponível na publicação indicada na pergunta anterior.

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