Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
1 . Os amonóides
Ano 2
Número
16
Abril 2000
Os fósseis da bacia
de Sergipe-Alagoas
Os amonóides
A Fundação Paleontológica Phoenix inicia neste número uma nova série de matérias,
desta vez contemplando os grupos fósseis que ocorrem na bacia de Sergipe-Alagoas. O
primeiro grupo abordado é o dos amonóides que, talvez melhor que qualquer outro grupo,
simboliza a riqueza fossilífera desta bacia.
Os amonóides
Peter Bengtson * & Wagner Souza-Lima #
Os amonóides pertencem à
classe dos cefalópodes, moluscos
marinhos sem concha ou com
concha externa ou interna,
possuindo cabeça grande, com
olhos bem desenvolvidos e a
boca rodeada de oito, dez ou
mais braços. Seus
representantes nos mares atuais
são os polvos, as sibas (sépias),
os calamares (as lulas), os
argonautas e o náutilo (gênero
Nautilus), sendo este o único
cefalópode atual que possui uma
concha externa dividida em
câmaras como os amonóides.
Formam porém um grupo
próprio, o dos nautilóides, que se
distingue dos amonóides
principalmente por ter uma linha
de sutura muito mais simples.
Nautilóides fósseis são
encontrados na bacia de Sergipe,
embora sejam muito menos
freqüentes.
Figura 2 – Morfologia esquemática e terminologia utilizada na descrição
dos amonóides 1 .
O diâmetro da maioria dos amonóides varia entre alguns centímetros e 20-30 cm, mas
existem formas muito pequenas e outras gigantes, estas podendo atingir aproximadamente
dois metros de diâmetro.
Os amonóides cretáceos pertencem ao grupo dos amonitas, caracterizado por ter linha de
sutura extremamente complexa e uma variação muito grande na forma e ornamentação da
concha. Apesar dos fósseis serem moldes do que era o vazio da concha, a ornamentação
da superfície externa normalmente aparece no molde. Assim encontramos costelas, nódulos,
tubérculos, constrições e carenas, cada um desses caracteres apresentando uma grande
variedade morfológica. Estes caracteres servem, juntamente com a forma e o tamanho da
concha, para classificar os amonóides em diferentes gêneros e espécies.
2Turek, V. 1988. A systematic survey of fossil organisms. In: J. Brown (Ed.): Fossils of the World. Prague, Paul Hamlyn
Publishing, pp. 18-29.
3Alvarez, L. W.; Alvarez, W.; Asaro, F. & Michel, H. V. 1980. Extraterrestrial cause for the Cretaceous-Tertiary extinction.
Science, 208: 1095-1108.
4Sutherland, F. L. 1994 - Volcanism around K/T boundary time - its rôle in an impact scenario for the K/T extinction events.
Earth -Science Reviews, 36: 1-26.
5Hyatt, A. 1870. Report on the Cretaceous fossils from Maroïm, province of Sergipe, Brazil, in the collection of Professor Hartt.
In C. F. Hartt: Geology and Physical Geography of Brazil. Boston, Fields, Osgood & Co., pp. 385-393.
6Bengtson, P. 1999. Research on Cretaceous ammonites of Brazil in the 20th century and the state of the art. In D.
Dias-Brito, J.C. de Castro & R. Rohn: Boletim do 5° Simpósio sobre o Cretáceo do Brasil, 1er Simpósio sobre el
Cretácico de América del Sur [Serra Negra, SP, 29.08–02.09.99], pp. 591–598. UNESP, Rio Claro, SP.
[ Anterior ] [ Acima ] [ Próximo ]