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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ - CCET

Professor Emerson Martim Fundamentos de Processos


6 - GASES E VAPORES
6.1- Introdução

Em muitas operações de processamento, é necessário entender o comportamento e


propriedades de gases e vapores. Nas operações de secagem, ar quente é usado para
remoção de ar úmido de um material; calor é perdido pelo ar enquanto que seu conteúdo de
umidade aumenta. Vapores saturados ou superaquecidos, por exemplo, vapor d´água,
amônia e freon são usados em processos de aquecimento e resfriamento, enquanto que CO2
e N2 são ambos usados nos processos de refrigeração.
A distinção entre gases e vapores é bastante imprecisa, uma vez que todos os
vapores são gases.

6.2 – Equação dos gases ideais

A equação dos gases ideais é a mais simples equação de estado e foi originalmente
derivada dos trabalhos experimentais de Boyle, Charles e Gay-Lussac. A equação foi
derivada baseando-se na teoria cinética dos gases, sendo expressa como:
PV = nRT (1)

Quando uma determinada quantidade de um gás que segue a equação dos gases
ideais (equação 1) é submetida a um processo no qual é permitida a variação de volume,
temperatura e pressão, o produto do número de mols “n” e a constante R dos gases é
constante, ou seja:
PV
= cons tan te (2)
T
Assim, se as condições iniciais de temperatura, volume e pressão forem conhecidas,
tais propriedades em outro ponto podem ser determinadas pela expressão:
P1V1 P2V2
= (3)
T1 T2

6.3 – Equação de Van der Waals

O comportamento de muitos gases se desvia da idealidade, em condições de pressão


elevada e temperatura baixa. As moléculas ficam confinadas tão juntas, que forças de
atração existem e as moléculas deixam de ocupar um espaço desprezível em relação ao
volume total do gás. Muitas equações têm sido propostas levando em conta os desvios da
idealidade. A mais conhecida é a equação de Van der Waals:
⎛ n 2 .a ⎞
⎜⎜ P + 2 ⎟⎟(V − n.b ) = nRT (4)
⎝ V ⎠

onde a e b são constantes, as quais levam em consideração as forças de atração e o volume


ocupado pelas moléculas, respectivamente.
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Tabela 1 – Constantes de Van der Waals
Gás a [Pa(m3/kgmol)2] b [m3 / kgmol]

Ar 1,348x105 0,0366
NH3 4,426x105 0,0373
CO2 3,648x105 0,0428
H2 0,248x105 0,0246
CH4 2,279x105 0,0428
N2 1,365x105 0,0386
O2 1,378x105 0,0319
Vapor d´água 5,553x105 0,0306

As constantes de Van der Waals podem ser obtidas também em função das
condições críticas (Tc e Pc) de cada gás através das seguintes relações:
27 R 2Tc2 RTc
a= b=
64 Pc 8Pc

6.4 – Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP)

A fim de comparar as propriedades volumétricas de vários gases, foram arbitrados


alguns estados padrão de temperatura e pressão. O mais universalmente conhecido é a
temperatura de 0°C e 1 atmosfera padrão. No Brasil conhecemos esta condição como
CNTP. Na CNTP o volume molar de qualquer gás é 22,414 L.
Como ainda existe forte influência dos padrões americanos sobre as unidades, ainda
se encontram condições conhecidas como SC (standard conditions), que correspondem a
60°F e 14,7 psia (1 atmosfera padrão).

6.5 – Fator de Compressibilidade – Gases não ideais

A não-idealidade de um gás pode ser convenientemente expressa pelo fator de


compressibilidade z:
PV
z= (5)
nRT

Da própria equação, é possível observar que para gases ideais o fator de


compressibilidade é igual a 1. O que determina se um gás tem comportamento ideal ou não-
ideal é o fator de compressibilidade. Para valores de z afastados de 1, o gás tem
comportamento não ideal. Para valores bem próximos a 1, a idealidade se aplica ao gás em
questão, nas condições avaliadas.

O fator de compressibilidade z é freqüentemente correlacionado coma temperatura


reduzida (Tr) e a pressão reduzida (Pr), onde:
T
Tr = Tc – temperatura crítica (6)
Tc
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P
Pr = Pc – pressão crítica (7)
Pc

Convém observar que Pc e Tc são as coordenadas do ponto crítico, que é o ponto


onde desaparece a distinção entre líquido e vapor. Se adotarmos a dependência funcional
Z = f(Tr, Pr), podemos dizer que essa é uma correlação baseada em dois parâmetros (Tr e
Pr). Os dados para f(Tr, Pr) foram obtidos de dados experimentais, resultando nos gráficos
definidos como Figuras 3-1, 3-2 e 3-3 (livro do “The properties of Liquids and Gases” –
Robert Reid / Jonh Praunitz / Bruce Pauling). Para as Figuras dadas, são esperados erros
normais de 4 a 6%, exceto perto da curva de saturação ou do ponto crítico. Essas Figuras
também não devem ser usadas para fluidos polares, como ácido carboxílico, nem para gases
hélio, hidrogênio e néon.

6.6 - Misturas de Gases e Vapores

6.6.1-Introdução

Na mistura de diferentes gases, as moléculas de cada componente gasoso são


distribuídas em todo o volume do recipiente que contém a mistura e as moléculas de cada
gás componente contribuem pelos seus impactos para a pressão total exercida pela mistura
total.

6.6.2- Lei de Dalton

A lei de Dalton estabelece que: “A pressão total exercida por uma mistura gasosa é
igual à somatória das pressões parciais dos gases que compõe a mistura”, ou seja:
P = PA+ PB + PC + ..... (8)

Onde P é a pressão total do sistema;


PA, PB, PC, são as pressões parciais dos componentes gasosos da mistura A, B, C da
mistura.
“A pressão parcial de cada componente gasoso puro em uma mistura é a pressão que o
mesmo exerceria se estivesse presente sozinho no mesmo volume e na mesma temperatura
da mistura”

Onde as condições são tais que a lei dos gases ideais é aplicável, para o componente A,
têm-se:
PA = nA R T / V (9)

Onde PA é a pressão parcial do componente A na mistura;


nA é o número de mols do componente A na mistura.

Equações similares representam as pressões parciais dos componentes B, C, etc.


Combinando essas equações com a Lei de Dalton (equação 8), obtém-se:
P = (nA + nB + nC) RT / V (10)
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A equação 10 relaciona a pressão, volume e quantidade molar de qualquer mistura


gasosa sob tais condições de maneira que a mistura e cada um dos componentes segue as
leis dos gases ideais e lei de Dalton. Pela combinação das equações (9) e (10), é obtida a
equação que relaciona a pressão total e as pressões parciais de cada componente da
mistura. Para o componente A, têm-se:
⎛ nA ⎞
PA = ⎜⎜ ⎟⎟ P = y A P (11)
⎝ n A + nB + nC + ... ⎠

sendo yA a fração molar do componente A na mistura.

6.6.3 – Lei de Amagat

A lei de Amagat estabelece que: “O volume total de uma mistura gasosa é igual à
soma dos volumes dos componentes puros”, ou seja:
V = VA + VB + VC + ... (12)

onde V é o volume total da mistura,


VA, VB, etc. São os volumes dos componentes gasosos A, B, C, etc. puros
“O volume de um componente gasoso puro que está presente em uma mistura é o
volume que o mesmo ocuparia se ele estivesse presente sozinho na mesma pressão e na
mesma temperatura da mistura”.
Onde as condições são tais que a lei dos gases ideais é aplicável, têm-se:
P VA = nA R T, (13)

O mesmo é válido para os mesmos gases da mistura. Adicionando as equações, têm-se:


P (VA + VB + ....) = (nA + nB + ...)RT (14)

Combinando as equações (13) e (14) com a lei de Amagat (12), têm-se:


VA nA
= (15)
V nA + nB + nc + ....

ou VA = yA V (16)

A equação (16) mostra que “onde a lei dos gases ideais pode ser aplicada, o volume do
componente puro em uma mistura gasosa é igual ao produto do volume total e a fração
molar do componente considerado”.
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6.7 – Massa molecular média de uma mistura gasosa

Em muitos processos industriais, um certo grupo de componentes de uma mistura


gasosa pode passar pelo processo sem mudar sua composição ou massa. Por exemplo, nos
processos de secagem, ar seco serve apenas como um meio de arrastar o vapor, sendo
removido no processo sem mudar sua composição ou massa. É conveniente tratar tal grupo
de componentes da mistura como se ele fosse um gás simples e determinar-se sua massa
molecular, a qual pode ser utilizada nos cálculos de suas relações de massa e volume. A
massa molecular média pode ser calculada adotando-se a base 1 g-mol do grupo de
componentes da mistura. A massa desta quantidade molar é calculada e representa a massa
molecular média. Por este método, a massa molecular média do ar é calculada como sendo
28,84 (79% vol. N2 e 21% vol. O2).

6.8- Densidade de misturas gasosas

Se a composição de uma mistura gasosa é expressa em unidade molar ou em massa,


a densidade é facilmente determinada pela seleção da quantidade unitária molar ou em
massa como base e o desenvolvimento do cálculo de seu volume nas condições
especificadas de temperatura e pressão através da aplicação dos gases ideais.

6.9 - Diferença entre Gases e Vapores

6.9.1- Introdução

A baixas pressões e elevadas temperaturas, muitos gases podem ser considerados


como ideais. Entretanto, à medida que a pressão aumenta ou diminui a temperatura, o
afastamento da idealidade torna-se maior. Pois, devido à compressibilidade dos gases, o
volume ocupado pelo gás tende a diminuir, tornando as moléculas mais próximas. Nestas
condições, o volume ocupado pelas moléculas deixa de ser desprezível em relação ao
volume ocupado pelo gás total e começam a ficar mais intensas as forças atrativas ou
repulsivas entre as moléculas ou entre as moléculas e as paredes do recipiente que as
contém. Este comportamento dos gases é descrito por equações chamadas de equações de
estado.

Quando as condições são tais que parte do gás pode ser liqüefeita, as equações de
estado somente podem ser aplicadas para a parte gasosa do sistema, ou seja, as equações
para os gases reais não podem ser aplicadas à parte líquida do sistema, da mesma forma que
não se pode aplicar a equação dos gases ideais a um líquido.

Para diferenciarmos um gás de um vapor é necessário que se analise a mudança de


fase gás-líquido e se defina o que seja o ponto crítico. A Figura 1 representa o diagrama
PVT de uma substância pura, que é um gráfico de pressão versus volume específico
(volume/massa) ou volume molar (volume/mol). A curva T1 representa uma isoterma a alta
temperatura, onde a relação entre a pressão e o volume específico (ou volume molar) é
definida pela equação PV= constante. Ao longo desta curva, a substância se aproxima do
comportamento ideal e está longe das condições de condensação. À medida que a
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temperatura é diminuída, as isotermas tornam-se distorcidas próximas à região de
condensação, representada pela curva limite ACB. As isotermas T3 e T4 consistem de três
seções distintas: uma região correspondente à região do gás (à direita da figura), uma região
de duas fases (abaixo da curva ACB) e uma região de líquido (à esquerda da figura). As
isotermas na região líquida são aproximadamente verticais pois o volume específico do
líquido varia muito pouco com a pressão. Na região de duas fases, as isotermas são
horizontais, pois a mudança de fase líquida para vapor ocorre à temperatura e pressão
constantes para uma substância pura.

Se certa massa de um líquido puro, contida em um reservatório é mantida à


temperatura constante, enquanto se reduz a pressão, o líquido começará a entrar em
ebulição, quando certa pressão for alcançada. Esta pressão variará com a temperatura
constante que o líquido é mantido, mas para cada temperatura haverá uma pressão em que a
ebulição do líquido ocorrerá. Se o líquido representado pelo ponto P é mantido à
temperatura T4 e a pressão é reduzida, o ponto D sobre a curva AC é alcançado; este ponto
corresponde à pressão na qual a ebulição ocorre nesta temperatura T4. O volume específico
do líquido praticamente não se altera com a redução de pressão, até que a ebulição ocorra.
Com a formação do vapor do líquido, tem-se como resultado uma mudança apreciável no
volume específico da mistura vapor-líquido. O vapor formado nestas condições terá um
volume específico representado pelo ponto E. Entretanto, enquanto existir líquido no
reservatório, nem pressão nem temperatura do sistema se alterará. A pressão
correspondente à linha horizontal DE é chamada pressão de vapor de líquido à temperatura
T4. Há uma pressão de vapor correspondente para cada temperatura até que o ponto C seja
alcançado. O ponto C é chamado de ponto crítico da substância. A temperatura acima de
Tc, somente a fase gasosa pode existir, de tal forma que o termo pressão de vapor não tem
sentido. No ponto crítico, todas as substâncias estão praticamente no mesmo estado de
dispersão molecular e, nestas condições, tornam-se idênticos o volume específico (ou a
massa específica) e outras propriedades físicas do líquido e do vapor. No ponto crítico não
se consegue distinguir entre o líquido e o vapor da substância. À medida que a temperatura
da isoterma é mais elevada, vai diminuindo a diferença entre os volumes específicos do
líquido e do vapor, até que o ponto crítico é alcançado, onde não mais existe diferença
entre os volumes específicos do líquido e do vapor. Abaixo de Tc, ao se aumentar a pressão
de uma substância no estado gasoso, ela se condensa a partir de uma determinada pressão e
coexistem no sistema duas fases: uma fase líquida e uma vapor. No entanto, acima de Tc,
por maior que seja a pressão aplicada, a substância nunca se condensará, e portanto, não
haverá a coexistência de duas fases em equilíbrio. Neste caso, temos um gás ou um gás não
condensável. Portanto, um gás abaixo de sua temperatura crítica é chamado de vapor, pois
ele é capaz de se condensar.

Figura 1

6.9.2 - Pressão de Vapor

Ao se reduzir a pressão sobre um líquido, este entrará em ebulição, quando uma


determinada pressão for alcançada. Analogamente, um dado vapor será condensado quando
aumentarmos a pressão sobre o vapor. Tanto a vaporização do líquido quanto a
condensação do vapor, realizadas à pressão e temperatura constantes, são processos em
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equilíbrio e a pressão de equilíbrio é chamada de pressão de vapor saturante ou
simplesmente pressão de vapor do líquido.

Na fase gasosa, as moléculas movem-se a grandes velocidades, com um movimento


randômico e independente umas das outras. A força com que essas moléculas colidem com
uma unidade de área do reservatório que as contém é responsável pela pressão exercida
pelo gás. A força de atração entre as moléculas individuais, que é uma função da distância
entre elas, praticamente não existe. Na fase líquida, entretanto, em que a distância entre as
moléculas individuais é um pouco mais que um diâmetro molecular, as forças atrativas
intermoleculares são consideráveis e responsáveis pelas principais propriedades desta fase
da matéria. Uma molécula qualquer no interior da massa líquida está cercada em todas as
direções por moléculas da mesma substância, gerando uma força resultante nula. As
moléculas na superfície do líquido estão em uma situação diferente, pois há um
desequilíbrio de forças na superfície, uma vez que a força atuante sobre a superfície do
líquido pelas moléculas de N2 e O2 presentes no ar atmosférico são diferentes das forças
atrativas do seio do líquido. Como conseqüência, algumas moléculas da superfície se
desgarram da massa líquida e se evaporam. Quanto maior a superfície ocupada pela
substância, menor será o tempo necessário para a evaporação de todo o líquido.
Dependendo das forças intermoleculares existentes em cada líquido, alguns demorarão um
menor tempo para evaporação total que outros. Quando isso ocorre, dizemos que um
líquido é mais volátil que o outro. O que vem a ser a volatilidade?

Vamos considerar um reservatório fechado, onde foi previamente criado um vácuo


total, que será mantido a 25°C. Se uma pequena quantidade de água for introduzida no
reservatório, ela vaporizará e a pressão do sistema aumentará devido à presença das
moléculas de água na fase vapor. Se mais água for admitida no interior do reservatório, a
vaporização continuará até que a pressão medida alcance o valor de 3,17 kPa (23,8 mmHg).
A adição de mais água não mudará a leitura da pressão. Sendo mantida T, certo número de
moléculas de água na fase vapor, no seu movimento caótico, se chocam com a superfície do
líquido sendo neles retidas, ao mesmo tempo em que um mesmo número de moléculas da
superfície do líquido se evapora. Nesta situação, diz-se que um equilíbrio foi alcançado
nesta temperatura de 25°C, e a pressão de equilíbrio correspondente é de 3,17 kPa. Esta
pressão de equilíbrio é chamada de pressão de vapor da água a 25°C. Se a temperatura do
reservatório for elevada para 50°C, aumentará a energia das moléculas de água na fase
líquida, provocando uma maior evaporação da água na superfície, e portanto, aumentando o
número de moléculas de água na fase vapor, que agora passa a 12,3 kPa (92,5 mmHg).
Quando a temperatura for elevada a 100°C, a pressão de vapor da água passa a ser de
101,325 kPa (760 mmHg). Note que 100°C é o ponto de ebulição normal da água (na
pressão atmosférica padrão), ou seja, 100°C é a temperatura que a água entra em ebulição,
quando a pressão do sistema for a atmosférica-padrão. De maneira geral, um líquido puro
entra em ebulição a uma dada temperatura, quando a sua pressão de vapor correspondente a
esta temperatura iguala à pressão que o líquido está submetido.

A Figura 2 apresenta a curva de pressão de vapor da água entre 0 e 110°C. A curva


de Pv (pressão de vapor) de uma substância pura nada mais é que a representação dos dados
da região das duas fases da Figura 1, quando são plotados um gráfico de P vs. T. A curva de
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Pv se estende além das condições mostradas na Figura 2, terminando no ponto que
representa a pressão e temperatura crítica da água, respectivamente 374,25°C e 218,3 atm.
Acima deste ponto crítico, água só pode existir na forma de gás não-condensável.

Qualquer outro ponto sobre a curva representa líquido e vapor em equilíbrio, na


transição de fase líquido-vapor e vice versa. Diz-se também que se tem líquido saturado
em equilíbrio com vapor saturado. Líquido saturado significa líquido no ponto de ebulição
e vapor saturado, um vapor no ponto de condensação. Um ponto sobre a curva de pressão
de vapor significa que ambos, líquido e vapor, estão coexistindo, pois estão sobre uma
região de duas fases, e portanto, tem-se líquido saturado com vapor saturado. Um ponto
acima (ou à esquerda) da curva de pressão de vapor, como o ponto P, representa líquido
em uma pressão superior à pressão de saturação (se fixarmos a temperatura) ou em uma
temperatura inferior à temperatura de saturação (se fixarmos a pressão). Nestas condições,
diz-se que o líquido está subresfriado. Um ponto abaixo (ou à direita) da curva da pressão
de vapor, como o ponto Q ou R, representa um vapor em uma pressão inferior à pressão de
saturação (fixando a temperatura) ou uma temperatura superior à temperatura de saturação
(fixando a pressão). Nesta condição, diz-se que o vapor está superaquecido. Assim, se
tivermos água a 85°C e 101,325 kPa, representada pelo ponto P na Figura 2, ela estará na
condição de líquido subresfriado. Se fizermos um aquecimento à pressão constante, quando
100°C for alcançado, a água atinge estado de líquido saturado quando a primeira bolha de
vapor se forma, ou seja o início da ebulição. Continuando o aquecimento à pressão
constante, mais vapor d´água será formado, reduzindo a massa de líquido a aumentando a
de vapor; nestas condições coexistem as duas fases, líquido saturado em equilíbrio com
vapor saturado, sem alteração com vapor saturado, sem alteração da temperatura, ou seja,
estamos sobre o ponto O da Figura 2. Se o aquecimento continua , mesmo após a última
gota de líquido se vaporizar, o vapor formado ficará superaquecido, atingindo uma situação
como a do ponto Q. O inverso deste processo (resfriamento à pressão constante), a partir do
ponto Q, faria com que o vapor se condensasse em O, alcançando a condição de líquido
saturado.

As linhas PNR ou RNP na Figura 2 representam respectivamente um processo de


vaporização ou condensação à temperatura constante. A água é vaporizada ou condensada à
temperatura constante de 85°C quando a pressão atingir 57,8 kPa, representada pelo ponto
N. As linhas POQ e QOP representam, respectivamente os processos de vaporização e
condensação à pressão constante

Figura 2

6.9.3 - Estimativas da pressão de vapor

É possível estimar a pressão de vapor utilizando-se equação empírica. Conforme


observa-se na Figura 2, a pressão de vapor não é uma função linear coma temperatura. Uma
das propostas para se prever a pressão de vapor em função da temperatura é a forma
derivada de equação de Clausius-Clapeyron, representada por:
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A
ln( P) = +B
T

A partir dos dados experimentais, vários tipos de gráficos e equações foram


propostos para representar a curva de pressão de vapor das substâncias puras. A equação de
Antoine é uma correlação empírica muito usual para esta finalidade:

B
ln( P ) = A −
C +T

A, B, C são constantes específicas para cada substância e são tabeladas.


T é a temperatura (em Kelvin)
P é a pressão de saturação, em mmHg.

A tabela a seguir apresenta alguns valores das constantes A, B, C para alguns gases.
A pressão de vapor em mmHg e temperatura em K. (Fonte: Brasil, N.I., “Introdução
á Engenharia Química”, 1999)

SUBSTÂNCIA A B C

benzeno 15,9008 2788,51 -52,36


Água 18,3036 3816,44 -46,13
Acetato de etila 16,1516 2790,50 -57,15
Ácido acético 16,8080 3405,57 -56,34
Etanol
Amônia 16,9481 2132,50 -32,98
Acetona 16,6513 2940,46 -35,93
metanol 18,587 3626,55 -34,29
CF4 9,4341 1244,55 -13,06
etileno glicol (C2H6O2) 13,6299 6022,18 -28,25
Tolueno 16,0137 3096,52 -53,67
CCl4 15,8742 2808,19 -45,99

6.9.4 – Calor latente de transição de fase

Quando uma substância pura é liquefeita a partir do estado sólido, ou vaporizada a


partir do líquido, mantendo-se a pressão constante, não há variação da temperatura
(diagrama PVT), mas há transferência definida de calor das vizinhanças para a substância.
Estes efeitos térmicos são comumente denominados o calor latente de fusão e o calor
latente de vaporização. Analogamente, existem calores de transição que acompanham a
mudança de uma fase sólida para outra.
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O aspecto característico destes processos é o da coexistência de duas fases. Há uma
relação fundamental entre o calor latente que acompanha a modificação de fase e os dados
PVT do sistema, conforme equação abaixo:

dP sat
ΔH vap = TΔV
dT

onde: ΔV – variação do volume que acompanha a modificação de fase na temperatura T


(volume do gás – volume do líquido).
ΔH – calor latente de vaporização na temperatura T.
dPsat/dT - derivada da variação de pressão de saturação com a temperatura

Calores latentes podem ser medidos experimentalmente em um calorímetro. Dispõe-


se destes valores experimentais para cada substância a cada temperatura , em literaturas
como Perry e Reid.

O calor latente de vaporização é a quantidade de calor que deve ser adicionada para
transformar uma substância do estado líquido para o estado vapor na mesma temperatura. O
calor de vaporização decresce com o aumento de pressão, ficando igual a zero no ponto
crítico.

Se o volume do líquido é desprezado e considerando-se que a equação dos gases


ideais é aplicável, a equação acima pode ser escrita da seguinte forma:

dP ΔH vap dT
=
P nR T 2

Quando a temperatura varia numa pequena faixa, o calor latente de vaporização


pode ser considerado constante e a seguinte equação derivada da equação de Classius-
Clapeyron podem ser aplicada para o cálculo da pressão de vapor em uma nova
temperatura, a partir de uma condição inicial conhecida.

⎛ P1 ⎞ ΔH vap ⎛ 1 1 ⎞
ln⎜⎜ ⎟⎟ = ⎜⎜ − ⎟⎟
⎝ 2⎠
P nR ⎝ T2 T1 ⎠

Apesar da equação acima apresentar valores satisfatórios para muitos casos, deve
ser utilizada apenas quando não se dispõe de dados experimentais.

6.9.5- Materiais gasosos saturados com vapores

Quando uma mistura gasosa ou um gás puro entra em contato com a superfície de
um líquido, o gás retira moléculas do líquido, que passam a fase vapor. Se este contato for
mantido por tempo suficientemente longo, o equilíbrio será atingido. Nesta situação, a
pressão de vapor do líquido à temperatura do sistema iguala à pressão de vapor da mistura
gasosa e, a partir deste ponto, nenhuma molécula do líquido passará para a fase vapor.
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Quando a composição do vapor alcança este valor da situação de equilíbrio, o gás é dito
estar saturado com o vapor na temperatura do sistema. Embora esse fenômeno ocorra com
qualquer líquido e qualquer gás, ele é bastante usual quando o líquido é a água e o gás o ar.
A qualquer T sempre haverá moléculas de água na fase vapor e o número de moléculas será
maior quanto maior for a temperatura, até um limite máximo, que será ditado pela saturação
do ar com o vapor d´água na temperatura do sistema. Vamos supor que a mistura ar-vapor
d´água não esteja saturada e portanto, a pressão parcial do vapor d´água no ar úmido é
inferior à pressão de vapor d´água na temperatura inicial. Se resfriarmos lentamente o ar
úmido, a pressão parcial do vapor d´água vai se aproximando da pressão de vapor d´água,
uma vez que para uma menor temperatura, menor será a pressão de vapor d´água.
Finalmente a pressão parcial do vapor d´água igualará à pressão de vapor d´água, o
equilíbrio será estabelecido e o vapor começará a condensar. Este ponto é conhecido como
ponto de orvalho do ar úmido. Este fenômeno ocorre usualmente à noite, quando diminui a
temperatura ambiente.

6.9.6 - Umidade (U) e Umidade Molar (Um)

A umidade do ar é definida como a razão mássica (ou a razão em quantidade de


matéria) entre o vapor d´água e o ar seco (isento de vapor d´água). A razão mássica é
conhecida por umidade (U) e a razão em quantidade de matéria é conhecida por (Um).

massa de vapor d´água mv


U = =
massa de ar seco ms

quantidade de matéria de vapor d´água N v


Um = =
quantidade de matéria de ar seco Ns

A relação entre as duas umidades é dada por:


Molv 18
U = Um = UM
Mola 29

Considerando válida a equação de Dalton par ao ar úmido, temos:


N P Pv
Um = v = v =
N a Pa P − Pv

P – pressão total do sistema


Pv – pressão parcial do vapor d´água
Pa – pressão parcial do ar seco

6.9.7 - Umidade relativa (ou % de saturação relativa)

O termo umidade relativa é usado para o ar úmido e o termo % de saturação relativa


é usado para qualquer mistura vapor-gás.
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Pv
A umidade relativa é dada por: UR% = x100
Pv•
Onde pv = pressão parcial de vapor d´água na mistura gasosa
Pv• = pressão parcial de vapor d´água na saturação

Quando o ar úmido está saturado com vapor d´água, a pressão parcial do vapor
d´água é igual à pressão do vapor d´água na temperatura da mistura. Ou seja:
Pv• = P• (água). Dividindo-se o numerador e denominador da equação pela pressão total P, e
considerando válida a lei de Dalton, na condição real de saturação, podemos escrever:

Pv
UR% = P x100 = yv x100 = Nv
x100
• ∗
P v yv N v , saturação
P

6.9.8 - % de umidade (ou % de Saturação)

É definida como a razão convertida em porcentagem entre a umidade do ar úmido


na temperatura do sistema e a umidade do ar na condição de saturação, isto é:

⎛ Nv ⎞
⎜ N ⎟
Um ⎝ s ⎠ real Pv P − Pv∗
% saturação = x100 = x100 = x x100
U m , sat ⎛ Nv ⎞ P − Pv Pv∗
⎜ N ⎟
⎝ s ⎠ sat .

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