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acção-piloto AEO
24 de Agosto de 2006
0 Preâmbulo
O relatório apresenta os resultados dos trabalhos realizados na acção-piloto ALFÂNDEGA
2007 sobre os Operadores Económicos Autorizados (AEO).
Pretende-se com a acção-piloto apresentar uma ideia mais precisa da forma como efectuar
uma auditoria e um pedido AEO e de assistir o Comité do Código Aduaneiro nas discussões
sobre as disposições de aplicação do Regulamento (CE) n.º 648/2005, se bem que não tenha
sido inicialmente previsto.
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• Identificar outras necessidades do processo de execução (incluindo a comunicação /
consulta / troca de informações).
1 Contexto
1.1 Base jurídica
O estatuto de AEO foi introduzido pelo artigo 5.ºA do Regulamento (CE) n.º 648/2005. O
projecto das disposições de aplicação, o documento de trabalho TAXUD/1250/2005 ver. 6, a
seguir denominado “ projecto de disposições de aplicação”, contém os artigos 14.ºA – X
que se revestem de pertinência para as questões relativas ao AEO, estabelecendo critérios e
condições, bem como o pedido de concessão do estatuto.
No seguimento da aplicação destes critérios e a fim de obter uma amostra representativa dos
designados, os serviços da Comissão aumentaram para 11 o número de operadores
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económicos participantes e aceitaram que todos estivessem ligados a diferentes
Estados-Membros.
Obteve-se, assim, com esta selecção um equilíbrio entre as diferentes partes da cadeia de
abastecimento. Do lado dos operadores económicos estavam representados importadores,
produtores, exportadores, transportadores (marítimos, aéreos, rodoviários, ferroviários e
expresso), depositários e agentes aduaneiros, tem como pequenas e médias empresas e
empresas multinacionais.
2. Metodologia
2.1 Pedido
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informáticas, em que são realizadas as actividades de gestão geral do requerente e em que é
efectuada, pelo menos, parte das operações cobertas pelo certificado AEO.
2. Se a autoridade aduaneira competente não puder ser determinada nos termos do n.º 1, o
pedido será apresentado à autoridade aduaneira do Estado-Membro em que é mantida a
contabilidade principal relativa ao regime aduaneiro em causa ou em que essa contabilidade
está acessível, tal como referido na alínea b) do n.º 1; neste último caso, as actividades de
gestão geral do requerente realizam-se no mesmo Estado-Membro.”
O grupo constatou que o texto anterior do projecto das disposições de aplicação não cobria
todas as necessidades, em particular porque as estruturas das multinacionais podem ser muito
específicas e também diferentes, pelo que poderia ser necessária uma certa flexibilidade que
permita aos operadores económicos autorizados agir de forma adaptada a determinada
situação, sem, no entanto, permitir que apresentem o seu pedido no Estado-Membro que
preferem (compra do certificado).
Durante a acção-piloto verificou-se que um operador económico tinha apenas uma sucursal
(sem personalidade jurídica) no Estado-Membro em que foi seleccionado para participar.
Todas as actividades de âmbito aduaneiro são efectuadas por essa sucursal e todos os registos
e documentos relativos às actividades aduaneiras são mantidos e estão acessíveis no mesmo
Estado-Membro. No entanto, a contabilidade principal do operador económico é mantida num
outro Estado-Membro. Nesse Estado-Membro não se realizam actividades de âmbito
aduaneiro. Decorre do artigo 14.ºC do anterior projecto de disposições de aplicação que o
operador económico deveria ter apresentado o seu pedido no Estado-Membro onde é mantida
a contabilidade principal. Foi apresentada uma proposta de alteração desse artigo em
conformidade. O texto foi alterado na versão 6 do projecto de disposições de aplicação,
cabendo presentemente ao Comité do Código Aduaneiro tomar uma decisão sobre matéria. O
anterior artigo 14.ºC passou a ser o artigo 14.ºD. Na opinião de um representante, o texto
ainda não é suficientemente claro, tendo em conta os operadores económicos multinacionais
que podem ter a gestão da segurança no nível máximo de gestão e a gestão logística num nível
de gestão inferior. Por vezes, a gestão logística e a gestão de segurança realizam-se em
diferentes Estados-Membros.
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prorrogado por um período de 30 dias, quando a autoridade aduaneira não puder cumpri-lo.
Afigura-se necessário prever um prazo transitório para satisfazer a procura quando forem
muitos os operadores a apresentarem simultaneamente os seus pedidos e tendo em conta a
falta de experiência nesta área, bem como o número de auditores disponíveis nos
Estados-Membros. A prorrogação do prazo por mais trinta dias pode não ser suficiente. Pode
ser necessário autorizar os operadores a apresentarem o pedido de certificado AEO antes de o
conceito de AEO ser aplicável, por forma a que as autoridades aduaneiras possam iniciar o
exame dos pedidos; é óbvio que essa possibilidade só pode ser introduzida após a votação das
disposições de aplicação do Código.
Uma solução para o prazo poderia ser aceitar 300 dias durante um período transitório de dois
anos, enquanto não se aplicarem os 90 + 30 dias que estão presentemente a ser analisados no
texto legal. Durante dois anos os prazos podiam ser avaliados para determinar um prazo
aceitável. Os prazos poderiam também ser acordados com o operador económico, a fim de
não atrasar a autorização. Esta possibilidade deve, pois, ser incluída no texto legal.
Segundo alguns membros, os prazos devem voltar a ser examinados após o período
transitório, uma vez que as autoridades terão mais experiência e poderão avaliar o tempo
necessário para autorizar um AEO.
Um dos membros observou que a realização das auditorias periódicas previstas num período
de, pelo menos, três anos seria muito difícil, tendo em conta o volume de trabalho e os
recursos limitados. Segundo as estimativas de um Estado-Membro, estão previstos cerca de
20 000 pedidos na fase inicial do programa AEO e outros 20 000 dentro de poucos anos.
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de o trabalho complementar de preparação para o processo de auditoria e de autorização ser
aceite pela administração.
Recomenda-se a utilização do modelo COMPACT AEO, mas este não é obrigatório, uma vez
que acção-piloto demonstrou que os métodos utilizados pelas administrações aduaneiras
conduziam à obtenção de resultados equivalentes.
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AEO “Segurança e Protecção” uma declaração nos termos da qual autorizam a publicação de
informações sobre a validade dos seus certificados AEO, a fim de garantir a segurança da
cadeia de abastecimento. Essa declaração poderia fazer parte do formulário do pedido. A
obtenção do certificado AEO “Segurança e Protecção” estaria subordinada à assinatura dessa
declaração.
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2.2.1.4 Todas as cadeias de abastecimento?
Os operadores podem ter muitos fornecedores e, por conseguinte, muitas cadeias de
abastecimento. Todas as cadeias devem estar cobertas por medidas de segurança. O AEO
deve aplicar medidas que garantam a segurança das cadeias de abastecimento, podendo
ser-lhe útil incluir os requisitos de garantia da segurança das cadeias de abastecimento em
acordos contratuais com os parceiros comerciais. Alguns dos operadores participantes na
acção-piloto solicitam aos parceiros comerciais declarações de segurança, enquanto outros
recorrem a outros meios. Em geral, os operadores participantes já garantem a segurança das
suas cadeias de abastecimento para outros fins (prevenção de perdas e furtos, para efeitos de
seguros ou de cumprimento de outros programas de segurança).
A maior parte dos operadores económicos da acção-piloto utilizam selos nas suas remessas.
No entanto, os selos devem ser apostos no início da cadeia de abastecimento e controlados por
um AEO ou por quem tenha estabelecido disposições contratuais com um AEO. O acrescento
de um selo numa fase posterior do processo significa apenas que a manipulação ilícita da
remessa será mais difícil a partir dessa altura, mas não significa que a remessa está segura,
porquanto não se tem conhecimento se houve manipulação ilícita antes da selagem.
Tal como referido no ponto 2.2.1.3 " Parceiros comerciais", a cadeia de abastecimento pode
ser composta por um ou mais operadores económicos. Se o próprio AEO não for responsável
por toda a cadeia de abastecimento, o ponto descreve o modo como se pode garantir a
segurança da cadeia de abastecimento. Compete aos Estados-Membros avaliar se o AEO
satisfaz os critérios, bem como determinar se continuam a existir riscos e a que nível serão
avaliados.
O próprio AEO é considerado um baixo risco quando tiver satisfeito os critérios para obter o
estatuto de AEO. No entanto, a utilização diária de procedimentos aduaneiros e a cadeia de
abastecimento têm de ser tidas em conta na avaliação dos riscos, tal como descrito nos
documentos de trabalho TAXUD 2006/1452 "Modelo COMPACT AEO" e TAXUD
2006/1450 “Operadores económicos autorizados - orientações sobre as normas e os
critérios”. Pode daí apurar-se que ainda existem riscos e estes devem também ser
considerados.
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de um nível comum sobre como utilizar as orientações, incluindo o nível das respostas nas
áreas. Sem nenhuma experiência prática complementar e perante uma situação muito
específica, em especial as divergências entre as empresas multinacionais e as PME, foi
impossível fornecer mais orientações nesta fase. Trata-se de uma área que terá provavelmente
de ser controlada e na qual se podem introduzir melhores práticas após as orientações terem
sido utilizadas durante algum tempo. É de grande importância partilhar e discutir estas
informações e experiência entre os Estados-Membros, a fim de estabelecer uma prática
comunitária geral.
Tendo em conta que a avaliação dos critérios de segurança constitui uma nova tarefa para as
autoridades aduaneiras, são necessárias explicações complementares das questões e
referências cruzadas com outras normas de segurança. Os Estados-Membros utilizaram as
orientações na acção-piloto, consultaram os respectivos peritos e enviaram muitas
observações sobre melhoramentos a introduzir nas orientações.
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auditoria, à sua classificação por um banco ou a informações bancárias. Esses documentos
poderiam em seguida ser verificados durante a pré-auditoria. Todos estes métodos são
aceitáveis, não havendo intenção de uma maior definição da solvabilidade financeira.
É comum que uma pequena empresa solicite por vezes o deferimento do pagamento. A
existência de pedidos isolados de deferimento do pagamento não deve conduzir a que se
considere que as empresas não podem pagar, sendo-lhes, por conseguinte, recusado o estatuto
de AEO.
As autoridades aduaneiras carecem de uma maior experiência sobre o modo como verificar os
critérios de segurança. Importa, por conseguinte, ter em conta os critérios de segurança
existentes, aplicados em razão de outros requisitos jurídicos ou comerciais. É altamente
recomendado conduzir a avaliação dos critérios de segurança juntamente com outras
autoridades quando estas avaliarem igualmente os operadores económicos no âmbito das suas
competências. Terão de ser desenvolvidas melhores práticas.
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A ISO PAS 17712 estabelece procedimentos uniformes para a classificação, aceitação e levantamento da aceitação de selos para
contentores de carga mecânicos. Fornece uma única fonte de informações sobre selos mecânicos que são aceitáveis para garantir segurança
dos contentores de carga no comércio internacional. Não se aplica a selos para fins especiais como, por exemplo, selos de fibra óptica e
selos electrónicos sofisticados.
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O requerente pode juntar anexos ao pedido como, por exemplo, certificados de segurança em
vigor e a prova de solvabilidade financeira (documentação do banco do requerente).
2.2.1.9 Certificações em vigor (para além das alfândegas da CE como, por exemplo, ISO,
ISPS, FoS, C-TPAT)
As certificações em vigor às quais o operador já se conforma devem ser tidas em conta na
medida em que os critérios sejam idênticos ou equiparáveis aos fixados no Código Aduaneiro
Comunitário e nas disposições de aplicação.
2.2.1.11 Horas de trabalho despendidas com a auditoria dos critérios e das condições
As autoridades aduaneiras despenderam entre 200 e 300 horas com a realização de auditorias
aos operadores económicos e a verificação do preenchimento dos critérios. Uma autoridade
despendeu 600 horas. Em contrapartida, houve um caso em que a auditoria se realizou em
poucos dias. Mas nesse caso a autoridade aduaneira limitou-se a visitar um sítio e concorda
que é necessário bastante mais tempo (referindo uma pré-auditoria para a concessão do
procedimento de domiciliação que levou três meses a ser efectuada). Num outro caso, foram
necessárias 40 horas. Devido ao facto de o número de funcionários aduaneiros envolvidos nas
pré-auditorias divergir, é difícil estimar o total exacto das horas de trabalho despendidas.
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operadores económicos devem considerar prepararem-se tão bem quanto possível antes da
auditoria. O grupo-piloto verificou que a comunicação entre os vários departamentos dos
operadores económicos pertinentes para a auditoria deve ser coordenada para que o processo
de auditoria seja eficaz.
2.2.1.13 Empresas-mãe/holding
No que respeita aos grupos de empresas, a definição só se aplica quando estes reúnem
critérios muito específicos estabelecidos no direito das sociedades. As filiais são entidades
jurídicas diferentes para as empresas-mãe/holding e as sucursais têm a mesma entidade
jurídica que a entidade a que pertencem, podendo apenas estar estabelecidas noutros locais. É
o operador que pretende utilizar o certificado que deve ser certificado. Se uma empresa
holding ou uma empresa-mãe apresentar um pedido, mas não tiver nenhuma actividade de
âmbito aduaneiro, esta situação não é aceitável. O artigo 14.ºD do projecto das disposições de
aplicação dispõe que o pedido deve ser enviado para o local “(...) em que é mantida a
contabilidade principal do requerente relativa ao regime aduaneiro em causa". Cumpre referir
que uma empresa multinacional pode voltar a utilizar os resultados da pré-auditoria, podendo
partilhar os resultados com as empresas coligadas. A pré-auditoria anterior será, em seguida,
e se necessário, tida em conta quando da realização da pré-auditoria da empresa coligada.
Na acção-piloto concluiu-se que tal não satisfaz todas as necessidades, porquanto algumas
empresas multinacionais têm estruturas diferentes. Pode ser necessária uma certa flexibilidade
que permita aos operadores económicos autorizados agir de forma adaptada a determinada
situação, sem, no entanto, permitir que apresentem o pedido no Estado-Membro que preferem
(compra do certificado) (Ver também o ponto 2.1.1.1 "Onde apresentar o pedido").
2.2.1.14 Sucursais
Uma sucursal faz parte da entidade jurídica que apresentou o pedido para obtenção do estatuto
de AEO. Presentemente, não é possível identificar uma parte de uma entidade jurídica à
escala europeia. No entanto, alguns Estados-Membros podem fazê-lo. O grupo de projecto
EORI ( Sistema de Registo e de Identificação dos Operadores Económicos) do programa
ALFÂNDEGA 2007 pode propor que parte das entidades jurídicas sejam registadas, sendo,
por conseguinte, possível que, no futuro, uma parte de uma entidade jurídica apresente um
pedido para obtenção do estatuto de AEO.
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2.2.1.15 Instalações
Na acção-piloto verificou-se que alguns operadores económicos dispõem de instalações em
muitos locais diferentes. Gastar-se-ia muito tempo a examinar se todas as instalações reúnem
as condições necessárias. Por conseguinte, propôs-se a solução seguinte: se, no caso de um
grande número de instalações, o período de emissão do certificado não permitisse o exame de
todas as instalações pertinentes e a autoridade aduaneira não tivesse dúvidas de que o
requerente mantém normas de segurança que são correntemente utilizadas em todas as suas
instalações, poder-se-ia decidir examinar apenas uma parte representativa das mesmas.
2.2.1.16 Multinacionais
Quando uma empresa multinacional tiver obtido o certificado AEO, os resultados das
conclusões podem voltar a ser utilizados se, no mesmo ou noutro Estado-Membro, uma
entidade jurídica equiparável apresentar um pedido de certificado. Durante a acção-piloto, os
resultados do processo de autorização da DHL (Suécia) foram utilizados na avaliação da
DHL (Reino Unido). A pré-auditoria consumiu cerca de 410 horas de trabalho, distribuídas
do seguinte modo: 100 horas para as Alfândegas suecas, 200 horas para as Alfândegas
britânicas e cerca de 110 horas para a DHL do Reino Unido.
É necessário prever uma certa flexibilidade que permita aos operadores económicos
autorizados multinacionais agir de forma adaptada a determinada situação, sem, no entanto,
permitir que apresentem o pedido no Estado-Membro que preferem (compra do certificado).
(Ver também o ponto 2.1.1.1 "Onde apresentar o pedido").
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sistema deve utilizar as informações de identificação de base que serão propostas pelo grupo
de projecto EORI. Em função do calendário previsto para se poder dispor das informações de
base relativas à identificação da proposta EORI, pode revelar-se necessário armazenar essas
informações no sistema AEO durante um período provisório. No futuro, a identificação de
um AEO através do número de certificado AEO pode ser substituída por uma chave de
identificação que pode ser proposta pelo grupo EORI.
Os operadores económicos terão acesso limitado ao sistema AEO que se prevê introduzir em
2009. Poderão consultá-lo para verificar se um outro operador económico tem o estatuto de
AEO.
Os operadores económicos não terão acesso ao CIRCA, mas serão publicadas informações
sobre os operadores com o estatuto de AEO para permitir aos operadores identificá-los. Será
publicada no CIRCA uma folha em formato Excel contendo um número mínimo de
informações sobre o AEO (número de certificado, nome e endereço do AEO) que os
Estados-Membros podem descarregar para ser integrada no respectivos sistemas e para
assegurar o acesso aos operadores económicos.
Os Estados-Membros devem manter uma cópia das informações enviadas para o CIRCA. As
informações do CIRCA podem ser reformuladas, embora se corra ao risco de perder as que
foram carregadas nos dias anteriores. O sistema está sempre disponível, mas é necessário
manter um sistema de cópia para o caso de avaria. Deve ser estudado um conceito para a
migração dos dados armazenados no CIRCA para o sistema electrónico AEO.
É importante substituir logo que possível a utilização do CIRCA pelo sistema AEO, uma vez
é díficil o tratamento, no CIRCA, de um grande número de pedidos e de certificados AEO.
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Todos os Estados-Membros devem ser informados de todos os operadores que obtiveram o
estatuto de AEO. Os Estados-Membros devem poder consultar o sistema AEO, a fim de tomar
decisões adequadas relativamente às vantagens decorrentes desse estatuto (por exemplo,
classificação mais baixa do risco e, por conseguinte, um menor número de controlos físicos
em geral).
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Se a autoridade aduaneira competente não puder decidir que o operador económico preenche
os critérios, pelo facto de um ou mais critérios só poderem ser verificados no outro
Estado-Membro, essa autoridade deve contactar a autoridade aduaneira onde os critérios
podem ser verificados. Este requisito está previsto no artigo 14.ºM do projecto das
disposições de aplicação do Regulamento (CE) n.º 648/2005. Nesse caso, o processo de
consulta é obrigatório, devendo os critérios ser verificados no outro Estado-Membro. A
autoridade aduaneira competente e, por conseguinte, a autoridade que carrega o pedido, deve
contactar o ponto de contacto do Estado-Membro em causa e informá-lo do pedido, indicando
os critérios que devem ser verificados. A autoridade aduaneira solicitada responde após ter
verificado os critérios, acedendo ao campo seguinte ao do pedido e inscrevendo os resultados
da verificação. Os resultados são enviados automaticamente ao funcionário que carregou o
pedido. Se forem positivos, o processo de autorização continua; caso contrário, é posto
termo ao processo, sendo o requerente informado do indeferimento do pedido.
Foi sublinhado por um membro do grupo que importa assegurar que os dados carregados no
CIRCA estejam cobertos pelas regras de protecção de dados.
3 Identificação de um AEO
Tal como referido no ponto 2.3.1, a identificação de um AEO depende da introdução da
proposta do grupo de projecto EORI. O grupo propõe introduzir uma chave de identificação
como o único meio de identificação de todos os operadores económicos. Enquanto essa chave
de identificação não for adoptada, é necessário encontrar uma solução provisória para a
identificação de um AEO. Essa solução é seguidamente apresentada; caso seja introduzida
como acima descrito, é provável que seja a chave de identificação que será utilizada como
meio de identificação.
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declarante e a transportadora são titulares de um certificado AEO - Segurança e Protecção e a
declaração sumária contém dados em nome do destinatário.
3. Para verificar se se trata de um AEO e o tipo de certificado AEO, permitindo uma rápida
verificação:
- do Estado-Membro que emitiu um certificado;
- das vantagens de que beneficia o titular do certificado.
Esta situação ocorre, por exemplo, quando uma autoridade aduaneira de um Estado-Membro
recebe um pedido específico de simplificação aduaneira de um operador económico.
4 Vantagens
4.1 Conclusões e soluções
4.1.1 Autorizações
Quando um operador económico apresentar um pedido de certificado AEO, a avaliação de
critérios já examinados para outras autorizações aduaneiras deve ser tida em conta. Tal
contribuirá para reduzir o tempo necessário para a realização da pré-auditoria. No entanto, os
critérios já preenchidos podem ter de ser verificados para assegurar que continuam válidos.
Na opinião de alguns representantes, o AEO deve beneficiar de mais vantagens, uma vez que
é um operador económico fiável e cumpridor. As autoridades aduaneiras poderiam, por
exemplo, considerar diminuir os prazos das decisões ou das autorizações aduaneiras.
4.1.2 Certificações
O projecto de disposições de aplicação já prevê que as normas internacionais em vigor devem
ser tidas em conta. Foi apresentada uma proposta de alteração das orientações introduzindo
uma coluna com as normas em vigor. Na pré-auditoria pode ser feita uma referência à área
pertinente na norma. Tal contribuirá para que a pré-auditoria se realize em menos tempo,
sendo mais fácil para o operador económico cumpridor satisfazer os critérios. As normas mais
importantes identificadas são várias normas ISO ( por exemplo, 9001, 14001, 20858, 28000,
28001, 28004), o código ISPS, o estatuto de agente reconhecido (aéreo), o estatuto de
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operador seguro (transporte intermodal CE), a parceria C-TPAT e outros conceitos
equiparáveis. As normas não devem ser tidas cegamente em conta, mas devem ser igualmente
verificadas pelas autoridades aduaneiras.
O AEO pode obter uma classificação mais baixa do risco (pertinente para o tipo de
certificado) que deve ser tida em conta quando da emissão de declarações aduaneiras. As
autoridades aduaneiras podem também ter em conta o facto de o AEO garantir a segurança da
cadeia de abastecimento sob a sua responsabilidade ou recorrer a parceiros comerciais como
descrito no ponto 2.2.1.3-4. Quanto mais segura for a cadeia de abastecimento, menor será o
risco, factor que deve estar reflectido nas classificações de risco atribuídas por todas as
autoridades aduaneiras. É necessário que haja um tratamento uniforme dos AEO na CE.
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Deveria ser possível para um AEO escolher só utilizar o estatuto para determinadas
declarações aduaneiras cobertas pelos critérios de segurança. Esta questão depende da
verificação dos parceiros comerciais. Seria certamente um sinal de boa cooperação do AEO
se indicasse que não podia garantir integralmente a segurança de uma dada declaração, uma
vez que não pôde contar efectivamente com um dado parceiro comercial. As autoridades
aduaneiras poderiam ter isto em conta e realizar mais controlos dessa remessa/declaração
específicas.
Não são os dados pormenorizados dos riscos que devem ser partilhados com os operadores,
mas as informações de carácter geral como, por exemplo, as orientações e o modelo AEO
COMPACT, a fim de ter em conta que o próprio operador económico precisa de ter a
possiblidade de proceder à avaliação dos riscos, de os identificar e de introduzir medidas
segurança.
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do risco. Essa classificação identifica também o operador económico como parceiro
protegido e seguro da cadeia de abastecimento, reforçando não só a sua reputação como
também a segurança da sua cadeia de abastecimento. Por conseguinte, o AEO pode ser
escolhido como parceiro comercial em vez de um operador não AEO, quando um outro
operador económico procura novos parceiros comerciais.
No âmbito da cooperação alargada entre os EUA e a UE foi feita uma comparação entre a
parceria comercial dos EUA (C-TPAT) e o sistema AEO da UE. Na sua 7ª reunião, o Comité
Misto de Cooperação Aduaneira UE-EUA reconheceu que as condições, metodologia e
critérios relativos ao AEO estabelecidos no projecto legislativo da UE reforçarão a segurança
da cadeia de abastecimento. Em especial, os requisitos de segurança de ambos os programas
de parceria comercial devem obter os mesmos resultados. Uma decisão final sobre o
reconhecimento do AEO pelos EUA dependerá da continuidade da sua aplicação.
21
carga, requisitos não fiscais, transporte, entrada, armazenagem, produção e carregamento de
mercadorias, requisitos de segurança relativos aos parceiros comerciais, segurança do pessoal
e serviços externos.
O AEO deve, no entanto, apresentar o pedido para beneficiar das simplificações previstas na
regulamentação aduaneira no Estado-Membro onde pretende utilizá-las. Todas as
simplificações continuarão a estar disponíveis a todos os operadores económicos
independentemente do estatuto de AEO. Esta situação pode alterar-se quando da entrada em
vigor do Código Aduaneiro Comunitário modernizado.
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contém nenhuma proposta de dados reduzidos, mas o número de dados exigidos deve ser o
mínimo possível sem diminuir a possibilidade de realizar uma gestão de riscos adequada das
remessas. No futuro, esses dados devem continuar a ser examinados, a fim de o seu número
ser ainda mais reduzido.
Foi salientado por um operador económico participante na acção-piloto que o problema não
estava na recolha de dados (uma vez que estes podem ser apresentados a qualquer momento),
mas nos prazos fixados e também na questão de saber quem tem acesso aos dados, quando é
que podem ser consultados e quem os apresentará.
A mais importante das vantagens colaterais para qualquer pessoa que invista no reforço da
segurança da cadeia de abastecimento é a facilitação do comércio. Estas vantagens
repercutem-se positivamente nas seguintes áreas: visibilidade e rastreabilidade, segurança do
pessoal, elaboração de normas, selecção de fornecedores e investimento, segurança do
transporte e meios de transporte, sensibilização e competências em matéria de infra-estruturas
organizativas, colaboração entre as partes da cadeia de abastecimento, investimentos em
tecnologia proactiva e cumprimento das regras de segurança.
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chegada/partida física do território da CE. Para alguns operadores económicos a autorização
de saída das mercadorias antes da chegada é também considerada uma vantagem importante.
5 Conclusões
O conceito de AEO implica novos métodos de trabalho para as autoridades aduaneiras. A
introdução deste conceito deve ser cuidadosamente acompanhada, avaliada e actualizada com
as melhores práticas. É necessário atribuir várias tarefas às autoridades aduaneiras e à
Comissão. A necessidade de formação e o intercâmbio de funcionários aduaneiros devem ser
considerados instrumentos importantes para assegurar a introdução uniforme do conceito de
AEO na Comunidade e para continuar a desenvolvê-lo.
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É necessário estabelecer uma definição clara de segurança e de protecção. Tal é fundamental
para que as autoridades aduaneiras dos Estados-Membros possam realizar a sua própria gestão
de riscos e os controlos na fronteira externa. Sem uma definição clara de segurança e de
protecção, corre-se o risco de essas autoridades interpretarem de forma diferente as noções de
“segurança” e de “protecção” estabelecidas no Regulamento (CE) n.º 648/2005.
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as autoridades aduaneiras e os operadores terão adquirido experiência, encontrando-se
numa melhor posição para avaliar o tempo necessário para conceder autorização a um
operador económico.
5.2 Orientações
O AEO deve cumprir os critérios estabelecidos no Regulamento (CE) n.º 648/2005 e no
projecto das suas disposições da aplicação. As orientações, um conjunto de aspectos a
considerar, foram elaboradas, a fim de assegurar uma interpretação uniforme dos critérios em
toda a Comunidade. Os Estados-Membros utilizaram as orientações na acção-piloto,
consultaram os respectivos peritos e enviaram muitas sugestões de melhoramentos das
orientações.
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5.3.1 Designar um centro de serviços ou um coordenador de clientes
(recomendação n.º 8)
Recomendação: As autoridades aduaneiras devem criar um centro de serviços ou nomear um
coordenador de clientes, tal como descrito no ponto 4.1.5.
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5.5 Informação e consulta
Todas as autoridades aduaneiras devem ser informadas dos pedidos de obtenção do estatuto
de AEO, bem como de todos os certificados AEO emitidos. A consulta é também necessária
em determinados casos. Os operadores económicos devem ter acesso limitado às informações
sobre os AEO, mas devem, pelo menos, ter conhecimento do número de certificado AEO e
do nome e endereço do seu titular.
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5.7.1 Ter em conta os certificados de segurança (recomendação n.º 17)
Recomendação: Quando é recebido um pedido de obtenção do estatuto de AEO, devem ser
tidos em conta todos os certificados de segurança já emitidos. Os certificados de segurança
pertinentes devem ser referidos no respectivo capítulo das orientações AEO, devendo ser
estabelecida uma lista desses certificados.
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5.11 Intercâmbio de funcionários e necessidades de formação
A introdução do conceito de AEO implica novos métodos de trabalho para as autoridades
aduaneiras, sendo essencial, para que seja introduzido e desenvolvido de modo uniforme,
proceder ao intercâmbio de funcionários e colmatar as necessidades em matéria de formação.
Uma vez introduzido o conceito, devem ser desenvolvidas e utilizadas as melhores práticas.
6 Anexos
1. Regulamento (CE) n° 648/2005
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2. Disposições de aplicação, documento de trabalho TAXUD 1250/2005 REV 6
3. Modelo COMPACT AEO, documento de trabalho TAXUD 2006/1452
4. Orientações actualizadas, documento de trabalho TAXUD 2006/1450
5. The use of CIRCA, documento de trabalho TAXUD 2006/1454
6. AEO User Requirements, documento de trabalho TAXUD 2006/1453
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