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Até 2008:
FIS233 – Mecânica (60)
CIV152 – Elementos de Resistência dos Materiais (60)
CIV350 – Teoria das Estruturas I (75)
CIV352 – Sistemas Estruturais (60)
Total: 255 horas
A partir de 2009:
CIV153 – Modelos Estruturais (30)
FIS233 – Mecânica (60)
CIV152 – Elementos de Resistência dos Materiais (60)
CIV250 – Fundamentos de Estruturas (60)
CIV356 – Sistemas Estruturais I (60)
CIV357 – Sistemas Estruturais II (60)
Total: 330 horas (+30%)
Definições preliminares
Aspectos gerais
Os estudantes, em geral, têm dificuldade com disciplinas como matemática e física. Por que?
Já pensou nisso?
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Na área das ciências exatas na maioria das vezes as descrições são objetivas. Busca-se a
interpretação mais precisa dos fenômenos. Isso implica num rigor maior no tocante à
“precisão” das definições. Consequentemente, há menos liberdade, o que obriga às pessoas
envolvidas nessa área a um esforço maior na busca da definição exata de um sistema.
A dificuldade com essas disciplinas, comum à maioria das pessoas, decorre de vários fatores,
tais como:
- necessidade de abstração
- fenômenos intangíveis, nem sempre observáveis
- sistemas complexos
- raciocínios complexos
- ferramental sofisticado
Quanto mais complexo o sistema, maior a dificuldade para entendê-lo. O esforço intelectivo
para assimilar o sistema é maior.
Exemplo:
Se um amigo lhe perguntar quantas bolas de gude você leva na bolsa, você poderia responder,
“três”. Essa resposta é perfeitamente satisfatória para a pergunta feita. O número 3 puro, uma
magnitude, é suficiente para fornecer a informação solicitada. Entretanto, se seu amigo lhe
perguntar: “A que distância fica sua casa?” e você responder “três”, provavelmente ele vai te
olhar esquisito e perguntar: “Três o quê?” Evidentemente, para essa segunda pergunta é
necessária mais alguma informação. O número 3 puro não é mais suficiente. É necessário um
número denominado, ou seja, um número com um nome.
Suponha que você replique: - “três km”. O número 3 agora está denominado como
representando um certo número de kilômetros. Números desse tipo são chamados de
escalares. A temperatura, por exemplo, é representada por um escalar (uma quantidade numa
escala). Há algumas grandezas na física que podem ser satisfatoriamente representadas por
um escalar.
Se seu amigo lhe perguntar: “Como é que eu chego até sua casa partindo daqui?” e você
disser: “Apenas ande três km”, ele vai lhe olhar esquisito de novo. Desta vez, nem mesmo um
número denominado (um escalar) é suficiente; é necessário especificar a distância e a
magnitude, sim, mas em que direção? “Basta andar três km em direção ao norte”. O número
denominado 3 km agora tem a informação direcional adicional associada a ele. Um número
desse tipo é chamado um vetor. A velocidade, por exemplo, é uma grandeza vetorial, uma vez
que ela possui uma magnitude e uma direção. Da mesma forma o momentum. Com
freqüência um vetor é representado por componentes. Se você disser que para ir daqui até sua
casa é necessário andar três quadras para o oeste, duas quadras para o norte e subir três
andares, o vetor que vai daqui até à sua casa terá três componentes espaciais:
- três quadras a oeste,
- duas quadras ao norte,
- três andares para cima.
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Fisicamente os vetores são utilizados para representar localizações, velocidades, acelerações,
forças, etc. As equações que definem um campo gravitacional, segundo a Lei de Newton da
Gravitação Universal, são dadas na forma vetorial. Uma vez que os vetores são grandezas de
mais alta ordem que os escalares, as realidades físicas às quais eles correspondem também são
tipicamente mais complexas do que aquelas representadas pelos escalares.
Você consegue perceber como essa gradação de complexidade das coisas implica numa
gradação de esforço intelectivo para adquirir um entendimento sobre os sistemas e seus
comportamentos? O que isso significa? Isto significa que para que eu possa entender um
sistema complexo e como ele se comporta terei que gastar tempo, para que a minha mente
consiga mapear todos os detalhes e relações escondidas por trás daquele sistema.
1ª. idéia: “É impossível ensinar o que quer que seja para quem quer que seja. Pode-se, no
máximo, ajudar o outro a descobrir por si mesmo” (provérbio chinês)
Isto tem uma implicação muito importante para nós e nosso trabalho aqui, qual seja: o esforço
para aprender é seu (do aluno). O professor é apenas um facilitador, tentando ajudá-lo a
descobrir por si mesmo.
2ª. idéia: O auto-conhecimento ajuda muito a obter bom êxito na tarefa de aprender.
Você conhece bem a si mesmo? Como a sua mente funciona quando ela está aprendendo?
Como uso a minha mente para assimilar um sistema complexo?
A força do sinal recebido por um neurônio depende criticamente da eficácia das sinapses. Um
dos pesquisadores mais influentes na área de sistemas neurológicos, o psicólogo Donald
Hebb, postulou que aprender consiste principalmente em alterar o vigor das conexões
sinápticas (Hebb, 1949). Por exemplo, no clássico experimento de condicionamento
Pavloviano, onde um sino é tocado quando a comida é dada a um cachorro, o animal
rapidamente aprende a associar o barulho do sino ao ato de comer. As conexões sinápticas
entre o córtex auditivo e as glândulas salivares são potencializadas, de forma que quando o
córtex auditivo é estimulado pelo som do sino o cão começa a salivar.
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disposição para reagir a estímulos relacionados com aquela experiência. A eficiência sináptica
se ajusta numa rede neural, de forma que a rede passa a responder precisamente de acordo
com um determinado estímulo.
É esse o processo de treinamento ao qual se submete um atleta, por exemplo, em que ele
repete a mesma seqüência de um determinado exercício milhares de vezes, às vezes por anos,
até que se torna campeão; ninguém faz aquele exercício melhor do que ele.
Aprendizado inconsciente
A simples observação de como uma criança aprende a falar nos primeiros anos de idade
evidenciam que parte do processo de aprendizado é inconsciente. Ou seja, basta expor o
indivíduo à informação e se houver algum significado cognoscível implícito nela ele
automaticamente aprenderá alguma coisa.
Embora sejam uma representação bem simples do funcionamento dos sistemas neurais
biológicos, as redes neurais artificiais representam outra evidência fortíssima desse aspecto.
Elas não possuem consciência e mesmo assim aprendem. Basta que a informação flua por
elas.
Também o experimento de Pavlov mencionado remete a esse fato. O cão também não possui
consciência, pelo menos não da forma como os seres humanos a têm. Entretanto, o fato do cão
salivar ao ouvir o sino tocar, após ter sido condicionado a correlacionar o som do sino com a
hora da refeição, revela um mecanismo neuro-fisiológico sofisticadíssimo.
Resumo
Æ O esforço para entender o conteúdo da disciplina é seu.
Æ Temas complexos exigem esforço, muitas horas de reflexão sobre o assunto, a fim de
assimilar sistemas complexos e a repetição de exercícios para fixação do conhecimento.
Æ A informação ministrada no âmbito da disciplina está toda associada; portanto, se você
perder alguma parte, vai ficar com uma deficiência que mais adiante prejudicará seu
aprendizado.
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O que conduz ao bom êxito em tudo o que se faz é PERÍCIA.
“Feliz o homem que é perito em sua obra. Perante os reis será posto”.
(provérbio judeu)