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2008
ESTUDO SOBRE AS DIFERENÇAS E SIMILARIDADES ENTRE AS NORMAS
INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE – IFRS E AS NORMAS E PRÁTICAS
CONTÁBEIS BRASILEIRAS
Índice
1. Resumo Executivo....................................................................................................... 1
2. Pontos Relevantes Identificados na Comparação das Normas.................................... 2
I. Aplicação de Práticas e Princípios de Mensuração e Reconhecimento na
Elaboração das DFIs............................................................................................ 4
II. Objetivo e Escopo das Normas Contábeis na Preparação das DFIs....................11
III. Conteúdo das DFIs ..............................................................................................12
a) Componentes, forma e conteúdo de DFIs .....................................................13
b) Conjunto completo de demonstrações financeiras ........................................14
c) Demonstrações financeiras condensadas.......................................................15
d) Requisitos para informações financeiras intermediárias completas e
condensadas ...................................................................................................17
e) Notas explicativas selecionadas.....................................................................18
f) Divulgação de práticas contábeis ..................................................................21
g) Divulgação de valores incomuns...................................................................21
h) Divulgação de cumprimento com o IFRS .....................................................21
i) Períodos para os quais a apresentação de DFIs é necessária.........................24
j) Extensão do período financeiro intermediário...............................................27
k) Divulgação nas demonstrações financeiras anuais........................................27
l) Negócios sazonais .........................................................................................28
m) Receitas recebidas sazonal, cíclica ou ocasionalmente .................................28
n) Custos incorridos de forma desigual durante o exercício social ...................29
IV. Divulgação de Cumprimento com o IFRS ..........................................................29
V. Informações por Segmentos ................................................................................30
VI. Uso de Estimativas e Materialidade ....................................................................31
VII. Mudanças de Práticas Contábeis .........................................................................33
VIII.Imposto de Renda ................................................................................................34
3. Comentários sobre os Pontos Relevantes Notados na Comparação das Normas........44
4. Opinião dos Autores sobre as Barreiras na Aplicação da Norma Internacional .........46
5. Proposta de Ação Regulatória .....................................................................................48
6. Bibliografia Utilizada na Comparação das Normas e Práticas....................................55
7. Opinião e Comentários dos Consultores da FIPECAFI ..............................................55
1. Resumo Executivo
1
1. Resumo Executivo--Continuação
1
IAS 34, Objetivo.
2
IAS 34, parágrafo 46.
2
2. Pontos Relevantes Identificados na Comparação das Normas--Continuação
É importante mencionar que o item DFIs é um dos tópicos na lista do órgão americano
Financial Accounting Standards Board – FASB e do International Accounting
Standards Board – IASB para a convergência prevista a curto prazo entre as duas
estruturas e, em decorrência desse projeto, o IAS 34 poderá passar por mudanças. Tais
mudanças fazem parte da fase C 3 do referido projeto que tratará da apresentação das
DFIs em USGAAP, e que o IASB poderá considerar as DFIs por meio de alteração do
IAS 34. Essa fase se iniciará durante o estágio final da fase B do referido projeto, que
terá início no segundo trimestre de 2008. Os tópicos objeto de revisão da fase C
incluem:
Quais períodos comparativos, se for o caso, possam ser permitidos nos relatórios
financeiros intermediários, e quando a apresentação de demonstrações financeiras
para período acumulado de doze meses é requerida ou permitida em relatórios
financeiros intermediários; e
Se as diretrizes para empresas fechadas devem diferir das diretrizes para empresas
abertas.
As companhias abertas com registro na CVM são requeridas por esse órgão regulador
a apresentar, trimestralmente, seus relatórios de Informações Trimestrais – ITRs,
acompanhados de Relatório de Revisão Especial emitido por auditores independentes.
A seguir, são descritos os itens relevantes, ou seja, aqueles que apresentam diferenças
entre as práticas brasileiras e internacionais, identificadas na comparação, com
inclusão de comentários naqueles que consideramos necessários devido às suas
naturezas e complexidades:
3
FASB/IASB Atualização de Projetos – Última Atualização - 4 de março de 2008 – Fase C.
4
Instrução CVM 202, artigo 16º, inciso VIII.
5
Lei 6.404/76, artigo 204, parágrafos 1-2, Lei 6.404/76, artigo 186, parágrafo 1º, Deliberação CVM 506, Deliberação CVM 273,
parágrafos 8, 10 e 31.
3
I. Aplicação de Práticas e Princípios de Mensuração e Reconhecimento na
Elaboração das DFIs
6
International GAAP 2007, Chapter 37, página 2457
7
IAS 34, parágrafo 28.
8
IAS 34, parágrafo 4.
9
IAS 34, parágrafo 29.
10
IAS 34, parágrafo 28.
4
I. Aplicação de Práticas e Princípios de Mensuração e Reconhecimento na
Elaboração das DFIs--Continuação
11
IAS 34, parágrafo 29.
12
IAS 34, parágrafo 29 e 31.
13
IAS 34, parágrafo 32.
14
IAS 34, parágrafo 33.
15
Framework, parágrafo 88.
16
Framework, parágrafo 91.
17
Framework, parágrafo 92 e 94.
18
Framework, parágrafo 99.
5
I. Aplicação de Práticas e Princípios de Mensuração e Reconhecimento na
Elaboração das DFIs--Continuação
6
I. Aplicação de Práticas e Princípios de Mensuração e Reconhecimento na
Elaboração das DFIs--Continuação
19
IAS 34, parágrafo 30.
20
IAS 34, apêndice B, parágrafo 35.
21
IAS 34, apêndice B, parágrafo 36.
22
IAS 34, apêndice B, parágrafo 36.
23
IAS 34, apêndice B, parágrafo 36.
24
IFRIC 10, parágrafos 4 – 6.
7
I. Aplicação de Práticas e Princípios de Mensuração e Reconhecimento na
Elaboração das DFIs--Continuação
- A Norma IAS 39 também proíbe a reversão de uma perda por deterioração relativa a
um instrumento financeiro não cotado em bolsa, que seja apresentado ao custo,
devido ao fato de o seu valor justo não poder ser mensurado de forma confiável, ou
relativa a um ativo de instrumento derivativo e que deva ser liquidado por meio do
referido instrumento financeiro não cotado em bolsa. 27
25
IAS 36, parágrafo 124.
26
IAS 39, parágrafo 69.
27
IAS 39, parágrafo 66.
8
I. Aplicação de Práticas e Princípios de Mensuração e Reconhecimento na
Elaboração das DFIs--Continuação
28
IFRIC 10, Bases para conclusão, parágrafo BC9.
29
IFRIC 10, parágrafo 8.
30
IFRIC 10, parágrafo 10.
31
IFRIC 10, parágrafo 9.
9
I. Aplicação de Práticas e Princípios de Mensuração e Reconhecimento na
Elaboração das DFIs--Continuação
32
IAS 34, parágrafo 30.
33
IAS 34, parágrafo 30.
34
IAS 34, parágrafos 16, 26 e 34-36.
10
I. Aplicação de Práticas e Princípios de Mensuração e Reconhecimento na
Elaboração das DFIs--Continuação
A literatura contábil brasileira não aborda teoria sobre princípios de mensuração e
reconhecimento na elaboração das DFIs. A ausência de normas contábeis tratando da
aplicação de princípios de mensuração e reconhecimento na elaboração das DFIs
expõe o preparador à aplicação inconsistente de mensurações na elaboração das DFIs,
cuja preparação, na prática, tem sido historicamente mais com base no entendimento
de relevância da gerência, muitas vezes apoiada em benchmark com demonstrações
financeiras de outras companhias preparadas em contexto similar, do que de acordo
com princípios, mensurações e critérios determinados em norma de modo que facilite
a preparação e apresentação consistente do que seria relevante para o investidor e
demais usuários. A adoção do IAS 34 reduzirá inconsistências na preparação das DFIs.
35
IAS 34, objetivo.
36
IAS 34, parágrafo 1.
37
IAS 34, parágrafo 19
11
II. Objetivo e Escopo das Normas Contábeis na Preparação das DFIs--Continuação
Com relação à descrição do escopo, nota-se que o IAS 34 não obriga as companhias a
apresentarem DFIs e deixa a cargo dos órgãos reguladores nacionais a incumbência de
tal requerimento. Entretanto, se um órgão regulador requerer a apresentação de DFIs
de acordo com o IFRS, tais demonstrações financeiras devem ser preparadas
cumprindo os requerimentos de todas as normas internacionais de contabilidade
aplicáveis, conforme comentado anteriormente. O cumprimento com o IFRS deve ser
divulgado em notas explicativas. 38
O IAS 34, parágrafos 16, 20 e 21, determina que os relatórios intermediários devem
incluir DFIs (condensadas ou completas) para os seguintes períodos:
38
IAS 34, parágrafo 19.
12
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
Nos tópicos a a q, a seguir, os principais itens do IAS 34, bem como suas aplicações
na preparação e apresentação das DFIs, são abordados com mais profundidade pelos
autores. Devido ao fato de não existir norma contábil brasileira específica que trate do
assunto, nem sempre é possível contrapor os itens da Norma Internacional com o que é
praticado no Brasil; entretanto, naqueles em que existirem normas disciplinando o
assunto, comentários serão incluídos comparando as normas.
39
IAS 34, parágrafo 7.
13
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
Balanço patrimonial;
Demonstração do resultado;
Demonstração das mutações do patrimônio líquido, apresentando:
- Todas as mutações do patrimônio líquido; ou
- Mutações do patrimônio líquido além daquelas resultantes de transações
com acionistas ou equiparados;
Demonstração do fluxo de caixa; e
Notas, incluindo um resumo das principais práticas contábeis e outras notas
explicativas.
40
IAS 34, parágrafo 7.
41
IAS 34, parágrafo 5.
14
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
42
IAS 34, parágrafos 9 e 12.
43
IAS 34, parágrafo 7.
44
IAS 34, parágrafo 6.
45
IAS 34, parágrafo 8.
15
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
Enquanto outras normas IFRS especificam divulgações que devem ser feitas nas
demonstrações financeiras anuais, o IAS 34 estabelece que as DFIs têm o mesmo
significado das demonstrações financeiras anuais e, algumas vezes, incluídos em
outros relatórios. Quando o relatório financeiro intermediário de uma entidade
incluir apenas demonstrações financeiras condensadas e notas explicativas
selecionadas, então as divulgações requeridas pelas outras normas não são
requeridas. 48
46
IAS 34, parágrafo 6.
47
IAS 34, parágrafo 10.
48
IAS 34, parágrafo 18.
16
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
O lucro básico ou diluído por ação deve ser apresentado com base na
demonstração do resultado para um período intermediário; 49
49
IAS 34, parágrafo 11.
50
IAS 34, parágrafo 13.
51
IAS 34, parágrafo 14.
52
IAS 34, parágrafo 14.
17
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
(c) A natureza e o valor de itens que afetam ativos, passivos, patrimônio líquido,
lucro líquido ou fluxos de caixa que são incomuns devido à sua natureza,
dimensão ou incidência;
53
IAS 34, parágrafo 15.
54
IAS 34, parágrafo 16.
18
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
(f) Dividendos pagos (total ou por ação) separadamente por ação ordinária e
outras ações;
55
IFRS 3, Business Combinations, IASB, Parágrafo 68.
19
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
Além das informações anteriores relacionadas, o IAS 34 requer que uma entidade
divulgue quaisquer eventos ou transações que sejam significativos para o
entendimento do período intermediário corrente. 59 A Norma apresenta os seguintes
exemplos de eventos ou transações que poderiam requerer divulgação em relatórios
financeiros intermediários, quando forem materiais. Quando a divulgação for
considerada necessária, as normas e interpretações individuais específicas fornecem
diretrizes sobre as divulgações adequadas para muitos desses itens, como: 60
56
IAS 34, parágrafo 16.
57
IFRS 3, parágrafo 66.
58
IFRS 3, parágrafo 71.
59
IAS 34, parágrafo 16.
60
IAS 34, parágrafo 17.
20
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
A entidade deve confirmar a forma em que as práticas contábeis utilizadas nas DFIs
se comparam com as demonstrações financeiras anuais mais recentes e deve
descrever mudanças no período corrente, conforme requerido no item (a) do tópico
e) anterior.
O IAS 34, parágrafo 19, determina que as DFIs não devem ser referidas como de
acordo com o IFRS, a menos que estejam em cumprimento com todos os
requerimentos de cada um dos pronunciamentos IAS/IFRS e de cada uma das
interpretações do SIC/IFRIC.
61
IAS 34, parágrafo 15.
21
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
22
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
23
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
A Norma não requer que uma entidade apresente balanço patrimonial para o período
intermediário comparável. Contudo, na prática, diversas entidades que apresentam
informações financeiras em conformidade com as normas IFRS apresentam essas
informações de forma voluntária ou por força de requisito para isso nos
regulamentos locais. Analogamente, diversas entidades apresentam a demonstração
do resultado para todo o exercício social anterior. Esta apresentação não é proibida
pela Norma IAS 34; contudo, as entidades que optarem por apresentar informações
adicionais no seu relatório financeiro intermediário devem assegurar que as
informações sejam elaboradas e apresentadas em conformidade com a Norma.
62
IAS 34, parágrafo 20.
63
IAS 34, parágrafo 21.
64
IAS 34, parágrafo 22 e apêndice A.
24
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
Encerramento do Encerramento do
período período
intermediário intermediário Encerramento do
Relatório financeiro intermediário do corrente comparativo exercício anterior
primeiro trimestre 31/3/2009 31/3/2008 31/12/2008
Balanço patrimonial X X
Demonstração do resultado
-Período corrente e acumulado
(3 meses) findos X X
-12 meses findos XX XX
Demonstração das mutações do
patrimônio líquido
- Acumulada (3 meses) findos X X
- 12 meses findos XX XX
Demonstração do fluxo de caixa
- Acumulada (3 meses) findos X X
- 12 meses findos XX XX
X = Requerido
XX = Divulgação é recomendada quando o negócio da entidade for altamente sazonal
Encerramento do Encerramento do
período período
intermediário intermediário Encerramento do
Relatório financeiro intermediário do corrente comparativo exercício anterior
segundo trimestre 30/6/2009 30/6/2008 31/12/2008
Balanço patrimonial X X
Demonstração do resultado
-Período corrente (3 meses) findos X X
-Acumulada (6 meses) findos X X
-12 meses findos XX XX
Demonstração das mutações do
patrimônio líquido
-Acumulada (6 meses) findos X X
-12 meses findos XX XX
Demonstração do fluxo de caixa
-Acumulada (6 meses) findos X X
-12 meses findos XX XX
X = Requerido
XX = Divulgação é recomendada quando o negócio da entidade for altamente sazonal
25
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
Encerramento do Encerramento do
período período
intermediário intermediário Encerramento do
Relatório financeiro corrente comparativo exercício anterior
intermediário do terceiro trimestre 30/9/2009 30/9/2008 31/12/2008
Balanço patrimonial X X
Demonstração do resultado
-Período corrente (3 meses) findos X X
- Acumulada (9 meses) findos X X
- 12 meses findos XX XX
Demonstração das mutações do
patrimônio líquido
- Acumulada (9 meses) findos X X
- 12 meses findos XX XX
Demonstração do fluxo de caixa
- Acumulada (9 meses) findos X X
- 12 meses findos XX XX
X = Requerido
XX = Divulgação é recomendada quando o negócio da entidade for altamente sazonal
Balanço patrimonial X X
Demonstração do resultado
-Período corrente (3 meses) findos X X
-Acumulada (12 meses) findos X X
Demonstração das mutações do patrimônio
líquido
- Acumulada (12 meses) findos X X
Demonstração do fluxo de caixa
-Acumulada (12 meses) findos X X
X = Requerido
26
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
As entidades que adotam as normas IFRS pela primeira vez devem apresentar
determinadas conciliações do seu patrimônio líquido e lucro líquido ou prejuízo,
apresentados segundo as práticas contábeis aplicadas anteriores, e aqueles segundo
o IFRS.
65
IAS 34, parágrafo 4.
66
IAS 34, parágrafo 26.
67
IAS 34, parágrafo 27.
27
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
l) Negócios sazonais
68
IAS 34, parágrafo 27.
28
III. Conteúdo das DFIs--Continuação
O IAS 34, parágrafo 19, determina que as DFIs não devem ser referidas como de
acordo com o IFRS, a menos que estejam em cumprimento com todos os
requerimentos de cada um dos pronunciamentos IAS/IFRS e de cada uma das
interpretações do SIC/IFRIC.
29
IV. Divulgação de Cumprimento com o IFRS--Continuação
– Apresentação de lucro básico e diluído por ação (comentado no tópico 2.III.d) deste
relatório.
BR GAAP
30
V. Informações por Segmentos--Continuação
31
VI. Uso de Estimativas e Materialidade--Continuação
– Passivos e ativos atuariais – O IAS 19 requer que uma entidade determine o valor
presente de obrigações relativas a planos de pensão com benefícios definidos e o
valor de mercado dos ativos do plano em cada data do balanço, e recomenda que
uma entidade envolva um atuário qualificado na mensuração das obrigações. As
informações sobre os valores de mercado dos ativos do plano na data-base
intermediária devem ser disponibilizadas sem recorrer a um atuário e a mensuração
confiável de obrigações de plano de pensão definidos para fins das DFIs é, em geral,
obtida por meio da extrapolação da avaliação atuarial mais recente.
– Imposto de renda sobre o lucro (utilização da média ponderada das taxas de cada
jurisdição pode ser razoável e suficiente). Vide adiante discussão detalhada sobre o
assunto.
No Brasil, esses itens não são tratados em norma específica. Porém, fazem parte da
realidade das entidades brasileiras e são mensurados e refletidos na contabilidade de
forma muito similar. Por exemplo, a maioria das companhias brasileiras não faz
contagem física do estoques, obtêm avaliação atuarial de planos de pensão ou opinião
de consultores advogados para as contingências etc., a cada trimestre. Essas avaliações
são feitas, em geral, uma vez por ano e quase sempre próximas ao fim do ano. Durante
a preparação das DFIs, métodos de avaliações de estimativas menos rigorosos, mas
com precisões razoáveis, e com premissas similares às das avaliações anuais, são
utilizados para mensurar os correspondentes valores de ativos e passivos apresentados.
Entretanto, de acordo com o IAS 34, certas estimativas são mensuradas em períodos
intermediários utilizando critérios anuais, para despesas determinadas em bases
anuais. Como exemplo, a despesa de imposto de renda comentado mais adiante.
Portanto, a adoção do IAS 34 representará um guidance importante para os
preparadores de DFIs e avanço na literatura contábil no Brasil.
32
VI. Uso de Estimativas e Materialidade--Continuação
Materialidade
Em relação a decisões sobre mensuração de um item para fins das DFIs, materialidade
é ainda avaliada em relação aos valores do período intermediário; contudo, a Norma
adiciona que se deve reconhecer que as mensurações do período intermediário podem
se basear em estimativas em maior extensão do que as mensurações para as
informações financeiras anuais.69
O IAS 34, parágrafo 41, determina que mudanças de práticas contábeis não oriundas
de regras de um novo IFRS ou interpretação devem ser registradas: i) refazendo as
DFIs do ano corrente e dos períodos intermediários de quaisquer anos anteriores, para
os quais as demonstrações financeiras anuais tenham sido objeto de refazimento, de
acordo com a determinação do IAS 8, Accounting Policies, Changes in Accounting
Estimates and Errors; e ii) quando for impraticável determinar o efeito cumulativo no
início do ano corrente em que a mudança de prática contábil for aplicável, ajustar,
prospectivamente as demonstrações financeiras dos períodos intermediários anteriores
apresentados para fins comparativos, de acordo com a nova prática contábil, a partir
do período mais antigo que for praticável.
69
IAS 34, parágrafo 23.
33
VII. Mudanças de Práticas Contábeis--Continuação
No Brasil, a Lei 6.404/76, artigo 186, parágrafo 1º, determina que os efeitos de
mudança de critério contábil e retificação de erro de períodos anteriores devem ser
contabilizados em lucros ou prejuízos acumulados, no patrimônio líquido. A CVM
disciplina o assunto, por meio da Deliberação CVM 506, indicando que mudanças de
prática contábil e correção de um erro de exercício anterior obrigam ao refazimento,
para fins de divulgação, das demonstrações financeiras de forma comparativa, como se
a nova prática estivesse sempre em uso, sendo o seu efeito refletido no patrimônio
líquido do período da mudança ou da correção.
O IAS 34, parágrafo 30, item “c”, e apêndice B, parágrafo 12, determinam que a
despesa com imposto de renda deve ser reconhecida em cada período intermediário,
com base na aplicação da alíquota efetiva estimada pela entidade para o final do ano
corrente sobre o lucro antes do imposto de renda do período intermediário a que se
refere. Vide comentários e exemplos a seguir.
No Brasil, a despesa de imposto de renda deve ser determinada com base no resultado
tributável do período a que se refere (Deliberação CVM 273, parágrafos 8, 10 e 31),
ou seja, a apuração da despesa de imposto deve ser efetuada aplicando-se a alíquota
oficial ao lucro tributável do período.
O tratamento de tributação corresponde a uma das áreas técnicas mais difíceis das
DFIs, principalmente devido ao fato de que a alíquota aplicada é estimada para o ano,
com base na qual a despesa de impostos é calculada; contudo, a posição apresentada
no balanço patrimonial intermediário deve resultar da aplicação da alíquota estimada
para o ano sobre o resultado acumulado até o período intermediário. A seguir,
comentaremos, em detalhe, citando exemplos, o tratamento do imposto de renda nas
DFIs conforme determina o IAS 34. É importante mencionar que o Imposto de Renda
(IAS 12 - Impostos de Renda) está sendo objeto de estudo detalhado e profundo em
projeto específico, incluindo o tratamento e os critérios para determinação de imposto
corrente e diferido de acordo com as normas brasileiras e internacionais; portanto,
somente abordaremos neste tópico comentários e ilustrações para fins de preparação
de DFIs.
34
VIII. Imposto de Renda--Continuação
– Estimar a alíquota efetiva média anual de imposto de renda para cada jurisdição
fiscal, separadamente, e aplicá-la individualmente ao lucro antes de imposto do
período intermediário de cada jurisdição; e
70
IAS 34, parágrafo 30 e apêndice B, parágrafo 12.
71
IAS 34, apêndice B, parágrafo 13.
72
IAS 34, apêndice B, parágrafo 13.
73
IAS 12, Income Taxes, IASB parágrafo 48.
74
IAS 34, apêndice B, parágrafo 14.
35
VIII. Imposto de Renda--Continuação
Contudo, a Norma reconhece que, apesar de ser desejável, o referido grau de precisão
não pode ser alcançado em todos os casos; assim, permite uma média ponderada de
alíquotas entre jurisdições fiscais ou categorias de renda, a ser utilizada quando
representar uma aproximação razoável do efeito resultante da utilização de alíquotas
mais específicas. 75
Exemplo 1: Mensuração de despesa de imposto de renda para o período intermediário
– prejuízos trimestrais 76
Uma entidade que reporta trimestralmente apresenta lucro antes de imposto de 30.000
no primeiro trimestre, mas espera incorrer prejuízo de 10.000 em cada um dos outros 3
trimestres (assim, apurando lucro zero no exercício) e opera em uma jurisdição em que
a alíquota média estimada esperada de imposto de renda é de 20%. A tabela a seguir
apresenta o valor da despesa de imposto de renda apresentada em cada trimestre:
Despesa de imposto de
Período renda
Primeiro trimestre 6.000
Segundo trimestre (2.000)
Terceiro trimestre (2.000)
Quarto trimestre (2.000)
Anual 0
O exemplo anterior enfatiza que o IAS 34 não aloca a cada período intermediário uma
parcela da despesa total de imposto de renda esperada para o exercício, que no caso
seria zero. Se isso fosse feito, o regime de competência não estaria sendo respeitado e,
portanto, tanto a despesa de imposto de renda quanto o imposto a pagar no passivo
estariam incorretos nas demonstrações financeiras dos períodos intermediários. Ao
contrário, qualquer aplicação de estimativa anual é restrita à determinação da alíquota
de imposto de renda a ser utilizada. A despesa de imposto de renda nas DFIs resulta da
aplicação desta alíquota aos rendimentos acumulados (year-to-date) até à data-base da
preparação das DFIs.
Mudanças na alíquota efetiva de imposto
O IAS 34 requer que uma entidade reavalie, em cada data-base intermediária, a
alíquota de imposto de renda média anual estimada em bases acumuladas (year-to-
date basis). 77 Assim, pode haver a necessidade de ajustar, em um período
intermediário subseqüente, os valores provisionados de despesa de imposto de renda
em um período intermediário se houver mudança na referida estimativa. 78 O IAS 34
requer divulgação nas DFIs de mudanças significativas nas estimativas de valores
apresentados em um período anterior ou, em demonstrações financeiras anuais, de
mudanças significativas nas estimativas de valores apresentados nas DFIs mais
recentes. 79
75
IAS 34, apêndice B, parágrafo 14.
76
IAS 34, apêndice B, parágrafo 16.
77
IAS 34, apêndice B, parágrafo 13.
78
IAS 34, parágrafo 30.
79
IAS 34, apêndice B, parágrafo 17.
36
VIII. Imposto de Renda--Continuação
Assim, a aplicação da alíquota efetiva anual não resulta em uma mudança constante de
imposto em cada período intermediário, nem deveria resultar em uma alíquota efetiva
de impostos constante quando houver mudança nas circunstâncias.
Desta forma, o efeito de uma mudança na alíquota efetiva de imposto deve ser
reconhecido integralmente no primeiro período após a mudança.
Uma entidade que elabora demonstrações financeiras trimestrais espera apurar lucro
antes de imposto de renda, em cada trimestre, de 20.000. A partir do início do terceiro
trimestre, a Administração decide pagar juros sobre o capital próprio aos acionistas, no
fim do ano, no valor de 20.000, sendo este valor totalmente dedutível para fins de
pagamento de imposto de renda, e determina que a alíquota efetiva anual estimada será
reduzida de 30% para 22,5% (lucro antes do imposto de renda de 80.000 menos juros
sobre o capital próprio de 20.000 é igual à base de cálculo do imposto no valor de
60.000. Aplicando-se a alíquota oficial do imposto de renda de 30%, determina-se o
valor do imposto a pagar de 18.000 (18.000 / 80.000 = 22,5% - representa a nova
alíquota efetiva). Os resultados esperados continuam a corresponder às expectativas. A
tabela a seguir apresenta o valor da despesa de imposto de renda apresentada em cada
trimestre.
Despesa de
Período imposto de renda
Primeiro trimestre (20.000 x 30%) 6.000
Segundo trimestre ((40.000 x 30%) – 6.000) 6.000
Terceiro trimestre ((60.000 x 22,5%) – 12.000) 1.500
Quarto trimestre ((80.000 x 22,5%) – 12.000) 4.500
Anual 18.000
Caso a alíquota efetiva não tivesse sido ajustada no terceiro trimestre, a despesa de
imposto de renda ficaria superavaliada no terceiro trimestre e o ajuste total seria
alocado no último trimestre do ano, ficando, desta forma, tanto o passivo do final do
terceiro trimestre quanto os resultados dos dois últimos trimestres distorcidos.
37
VIII. Imposto de Renda--Continuação
Quando o exercício social de uma entidade não coincidir com o ano fiscal, a despesa
de imposto de renda para períodos intermediários do exercício social é mensurada
utilizando-se alíquota efetiva média ponderada estimada de imposto para cada um dos
anos fiscais, aplicada à parcela do lucro antes de imposto em cada um dos anos
fiscais. 80 Em outros termos, uma entidade necessita calcular uma alíquota efetiva de
imposto média ponderada estimada para cada ano fiscal em vez de para o seu exercício
social.
38
VIII. Imposto de Renda--Continuação
Despesa de imposto de
Período renda
Primeiro trimestre 6.000
Segundo trimestre 6.000
Terceiro trimestre 6.000
Quarto trimestre 6.000
Anual 24.000
39
VIII. Imposto de Renda--Continuação
Os exemplos no IAS 34 não indicam a forma em que o referido imposto diferido ativo
seria criado na demonstração financeira intermediária. Entendemos que o tratamento
imposto de renda diferido seja similar ao do corrente. A nosso ver, duas abordagens
são aceitáveis, conforme demonstrado no Exemplo 5 a seguir:
40
VIII. Imposto de Renda--Continuação
Abordagem 1
Abordagem 2
41
VIII. Imposto de Renda--Continuação
Abordagem 2--Continuação
É importante mencionar que não há dúvida de que, com base nos dados do caso, de
acordo com os critérios de reconhecimento de um ativo determinados pelo framework
do IASB (isto é, se tiver um custo ou valor mensurável de forma confiável e for
provável que benefícios econômicos futuros fluirão para a entidade), o valor do
imposto diferido deve ser reconhecido no primeiro semestre. A questão é se a alíquota
efetiva deveria refletir a possibilidade de recuperação de prejuízos fiscais nos períodos
intermediários. Daí a opção de o imposto de renda diferido poder ser reconhecido,
nesse caso, integralmente no primeiro semestre, ou, durante os dois semestres do ano:
6.667 no primeiro semestre, e 5.333 no segundo semestre, conforme cálculos
anteriores.
87
IAS 12, parágrafo 24.
42
VIII. Imposto de Renda--Continuação
CRÉDITOS FISCAIS
88
IAS 34, apêndice B, parágrafo 19.
43
VIII. Imposto de Renda--Continuação
CRÉDITOS FISCAIS--Continuação
De uma forma geral, visto não existir nas práticas contábeis adotadas no Brasil um
pronunciamento específico que trate da elaboração das DFIs, as entidades obrigadas a
apresentá-las seguem as normas emitidas pela CVM; contudo, as divulgações não
seguem uma estrutura específica. Na busca de melhor atender às necessidades dos
leitores, as entidades acabam, em determinados casos, divulgando em formato auto-
definido e diferente do conteúdo exigido pelo órgão regulador e pela norma
internacional.
44
3. Comentários sobre os Pontos Relevantes Notados na Comparação das Normas--
Continuação
O uso de estimativas não está previsto na literatura contábil brasileira e, sem dúvida,
sua absorção no processo de formalização de convergência das normas contábeis
representará um desafio. Na prática, a maioria dos itens indicados pelo IAS 34 está
presente na realidade das entidades brasileiras e refletida na contabilidade. Por
exemplo, a maioria das companhias brasileiras não faz contagem física dos estoques,
obtém avaliação atuarial de planos de pensão ou opinião de consultores advogados
para as contingências etc., a cada trimestre e, de uma forma geral, essas avaliações são
feitas uma vez por ano e quase sempre próximas ao fim do ano. Durante a preparação
das DFIs, métodos de avaliações de estimativas menos rigorosos, mas com precisões
razoáveis, são utilizados para mensurar os correspondentes valores de ativos e
passivos apresentados. Portanto, a criação de uma norma equivalente ao IAS 34
tratando esses itens representará um guidance importante para os preparadores e
avanço na literatura contábil no Brasil.
45
3. Comentários sobre os Pontos Relevantes Notados na Comparação das Normas--
Continuação
90
Framework, parágrafo 22.
91
Framework, parágrafo 95.
46
4. Opinião dos Autores sobre as Barreiras na Aplicação da Norma Internacional--
Continuação
– Apresentação de lucro básico e diluído por ação (comentado no tópico 2.III.d deste
relatório).
47
5. Proposta de Ação Regulatória
O IFRS não obriga à aplicação do IAS 34 e deixa a cargo dos órgãos reguladores a
exigência da sua aplicação. A CVM pode recomendar as entidades a preparar as suas
DFIs com base nos princípios de reconhecimento e mensuração do IFRS que elas
pretendem aplicar às suas demonstrações financeiras anuais. Nesse caso, as DFIs
devem divulgar que as políticas contábeis sendo utilizadas são aquelas que a entidade
pretende aplicar nas suas demonstrações financeiras anuais de acordo com o IFRS (e
que algumas mudanças podem ser necessárias quando da preparação das referidas
demonstrações financeiras anuais). Ou seja, a CVM obriga à apresentação dos ITRs e
o IFRS não.
O IAS 34 não contém quaisquer regras transitórias para sua primeira aplicação.
Desta forma, uma entidade que elabora demonstrações financeiras segundo o IFRS,
pela primeira vez, deve aplicar os requisitos do IAS 34 integralmente, sem qualquer
isenção transitória na elaboração das suas DFIs em conformidade com o IFRS.
48
5. Proposta de Ação Regulatória--Continuação
Disposições Transitórias e Adoção Inicial--Continuação
1. Apresentação inicial de DFIs em conformidade com a Norma IAS 34--Continuação
Por exemplo, uma entidade que já elaborou demonstrações financeiras anuais segundo
as normas do IFRS e opta, ou é requerida por regulamento, a elaborar DFIs em
conformidade com o IAS 34, deve apresentar todas as informações requeridas pela
Norma para o período intermediário corrente, de forma acumulada para o exercício
social corrente e relativas a períodos comparáveis (corrente e acumulada) do exercício
social anterior. A falta de disposições transitórias requer que essas entidades refaçam
DFIs anteriormente apresentadas, de forma a observar o IAS 34 e a obter informações
relativas a períodos intermediários comparáveis como, por exemplo, relativas à receita
por segmento e resultado por segmento ou relativas à baixa e reversão de ativos, que
não poderiam anteriormente ser apresentadas.
Entidades que ainda não elaboraram demonstrações financeiras anuais de acordo com o
IFRS estão sujeitas aos requisitos adicionais segundo a Norma IFRS 1 – Adoção Inicial
das Normas Internacionais de Elaboração de Relatórios Financeiros ao apresentar
relatórios segundo o IAS 34, conforme mencionado a seguir.
2. Divulgações adicionais para entidades que adotam o IFRS pela primeira vez
Para uma entidade que apresenta demonstrações financeiras anuais segundo o IFRS,
não é obrigatório elaborar DFIs segundo o IAS 34. Assim, os requisitos mencionados a
seguir se aplicam apenas às entidades que elaboram suas DFIs segundo o IAS 34 pela
primeira vez, de forma voluntária, ou porque são requeridas a fazê-lo por órgão
normativo ou outro agente. 92
Quando uma entidade adota as normas e apresenta a demonstração financeira
intermediária, segundo o IAS 34, pela primeira vez, para parte do período incluído em
sua primeira demonstração financeira anual segundo o IFRS, a entidade deverá
satisfazer os seguintes requisitos além daqueles determinados pelo IAS 34: 93
a) se as DFIs do exercício social anterior, apresentadas para fins de comparação,
foram preparadas segundo as práticas contábeis anteriores (BRGAAP), as
demonstrações financeiras para o período intermediário corrente devem incluir as
seguintes reconciliações:
do patrimônio líquido da entidade segundo o BRGAAP no encerramento do
período intermediário em questão com o seu patrimônio líquido segundo o
IFRS naquela data; e
do seu lucro líquido ou prejuízo segundo o BRGAAAP para o período
intermediário comparável, tanto em bases correntes quanto acumuladas, com o
seu lucro líquido ou prejuízo segundo o IFRS para aquele período; e
92
IFRS 1, parágrafo IG37.
93
IFRS 1, parágrafo 45.
49
5. Proposta de Ação Regulatória--Continuação
2. Divulgações adicionais para entidades que adotam o IFRS pela primeira vez--
Continuação
Explicação de
ajustes
Reconciliação do Reconciliação de significativos à
patrimônio lucro líquido ou demonstração do
líquido prejuízo fluxo de caixa
Primeiro trimestre de 2010
1° de janeiro de 2009 XX
31 de março de 2009 X X
31 de dezembro de 2009 XX XX XX
Segundo trimestre de 2010
30 de junho de 2009 X
Período corrente X
Acumulada X
Terceiro trimestre de 2010
30 de setembro de 2009 X
Período corrente X
Acumulada X
X = Divulgações obrigatórias a serem incluídas em cada demonstração financeira intermediária se a entidade tiver
apresentado uma demonstração financeira segundo o BRGAAP para o período intermediário comparável do
exercício social anterior.
XX = Em vez de incluir essas reconciliações no primeiro relatório intermediário preparado segundo o IAS 34, a
entidade pode incluir uma referência a outro documento publicado que inclua essas reconciliações. As
reconciliações devem diferenciar a correção de erros de mudanças nas práticas contábeis.
94
IFRS 1, parágrafo 39.
95
IFRS 1, IG Exemplo 10.
50
5. Proposta de Ação Regulatória--Continuação
2. Divulgações adicionais para entidades que adotam o IFRS pela primeira vez--
Continuação
As DFIs, segundo o IAS 34, podem conter bem menos detalhes do que as
demonstrações financeiras anuais, uma vez que os seus requisitos de divulgação
estão baseados na premissa de que os usuários das DFIs também têm acesso às
demonstrações financeiras anuais mais recentes. Assim, a entidade que elabora as
demonstrações, segundo o IFRS, pela primeira vez terá de assegurar que a sua
primeira demonstração financeira intermediária contenha informações suficientes
sobre eventos ou transações que são relevantes para obter entendimento do período
intermediário corrente. Desta forma, pode ser necessário que a entidade tenha que
incluir na sua primeira demonstração intermediária, segundo o IFRS, bem mais
informações do que normalmente incluiria em uma demonstração intermediária;
alternativamente, poderia incluir uma referência a outras demonstrações financeiras
publicadas que inclua essas informações. 96 Além das reconciliações indicadas
anteriormente relativas às informações financeiras anuais anteriormente publicadas
e na data da transição para o IFRS, um exemplo da referida divulgação incluiria a
necessidade de apresentar integralmente as práticas contábeis da entidade segundo o
IFRS, ou de fazer referência a outro documento que inclua essas informações.
96
IFRS 1, parágrafo 46.
51
5. Proposta de Ação Regulatória--Continuação
2. Divulgações adicionais para entidades que adotam o IFRS pela primeira vez--
Continuação
Abaixo incluímos, preservando o texto original, uma análise, por meio de pergunta
e resposta, referente ao primeiro ano de adoção do IFRS sobre as DFIs e
obrigatoriedade:
IAS 34.19-1 – Interim financial reports in 2005 for a first-time adopter (July 2005)
Issue
Does a company that is adopting International Financial Reporting Standards for the
first time in 2005 and that publishes a 2005 interim financial report need to prepare
the interim financial report under IAS 34 Interim Financial Reporting?
Fact Pattern
For the year 2005, many listed companies in Europe will prepare their first annual
financial statements under IFRS. However, these companies will often be required by
national law or regulation to also prepare interim financial reports in 2005. This
Q&A elaborates on the implications the conversion to IFRS has on the interim
financial reporting.
Conclusion
No, IFRS does not require companies to prepare interim financial reports.
Accordingly the need to publish an interim financial report, and the basis of
preparation, form and content of the interim financial report continue to be
determined by national law or regulation. In the absence of any specific national
regulatory requirement (or obligation created eg by covenant), 2005 interim financial
reports therefore do not need to be prepared under IAS 34.
Reasons for conclusion
Paragraph 2 of IFRS 1 First-time Adoption of International Financial Reporting
Standards states that an entity shall apply IFRS 1 to:
"…
(a) its first IFRS financial statements; and
(b) each interim financial report , if any, that it prepares under IAS 34 Interim
Financial Reporting for part of the period covered by its first annual IFRS financial
statements."
52
5. Proposta de Ação Regulatória--Continuação
2. Divulgações adicionais para entidades que adotam o IFRS pela primeira vez--
Continuação
53
5. Proposta de Ação Regulatória--Continuação
2. Divulgações adicionais para entidades que adotam o IFRS pela primeira vez--
Continuação
As noted above, the provisions of IFRS 1 relating to an interim financial report for
part of the period covered a company's first IFRS financial statements apply only to
interim financial reports prepared under IAS 34. Strictly speaking, therefore, a
company that does not prepare its interim financial report under IAS 34 is not
required to comply with IFRS 1. However, a company which is preparing its interim
financial report on the basis of the accounting policies it intends to apply in its
financial statements for the subsequent year end will need to apply IFRS 1 in the
same way at the interim date as it intends to in those subsequent financial statements.
Also, where a company applies a different accounting policy in its 2005 interim
financial report from the policy applied in its previously published preliminary 2004
IFRS financial statements, the change should be explained in the interim report and
comparative figures adjusted as appropriate. Paragraphs 45 and 46 of IFRS 1 detail
certain required disclosures in interim financial reports prepared in accordance with
IAS 34. Whilst these disclosures are by definition not mandatory if IAS 34 is not
adopted, companies will need to consider carefully the adequacy of their disclosures
in the light of local regulatory recommendations or requirements. In turn, if we are
performing a review of the interim financial report we will need to consider the
adequacy of disclosures in forming our report, again in the light of relevant
guidance.
Approved by the IFRS Policy Committee: July 2005
54
6. Bibliografia Utilizada na Comparação das Normas e Práticas
55