Leia o artigo do Professor RENATO MONTANS DE SÁ, fornecido pela
professora, e responda, com base nele, as seguintes perguntas. A nota máxima será 1,5 (um ponto e meio) e serão consideradas na correção a ortografia e a capacidade de síntese.
1- Descreva os mecanismos processuais existentes em nosso
ordenamento jurídico para permitir a efetivação do direito das obrigações. Primeiramente, destaque a obrigação e esclareça no que ela consiste. Em seguida, aponte que tipo de tutela o ordenamento jurídico prevê para obter o cumprimento, na prática, dos direitos obrigacionais. (1, 0 ponto)
As obrigações podem ser dividas em positivas, de dar e fazer e negativas, de
não fazer. Nas primeiras, o devedor sai do seu estado de inércia para cumprir o que foi pactuado com o credor. Já nas segundas a situação é inversa, o devedor se priva de cumprir com uma faculdade. A obrigação de dar consiste na entrega de uma coisa, a fim de lhe transferir a propriedade. Essa obrigação se distingue da obrigação de restituir, na qual a propriedade já e do credor e ele apenas cedeu ou emprestou. Na obrigação de dar caracteriza-se apenas por um vínculo obrigacional de direito real ao crédito e não de direito real em si. O direito real se configura pela tradição ou pelo registro. Na obrigação de dar coisa certa se tem uma individualização da coisa, sendo distinta e inconfundível com outra. É importante ressaltar em relação se a coisa se perdeu ou se deteriorou em razão da culpa do devedor. No art. 234 CC diz que se a coisa se perde antes da tradição, sem culpa por parte do devedor, cabendo ao credor devolver o que lhe foi já pago. Se houve a culpa o devedor, respondera pela coisa mais perdas e danos. No caso da deterioração diz o art. 235 CC prevê que nesse caso o credor tem a faculdade de escolher como quer resolver o negócio. Na obrigação de dar coisa incerta, ela deve ser determinada ou indeterminável. Essa obrigação pode ser denominada também como genérica, pois é identificada pelo seu gênero e espécie e versa sobre bem fungível. Aquele que poderá vir a ser trocado por outro de mesmo gênero. A obrigação de fazer o objeto da prestação e toda e qualquer atividade pessoal do devedor de dar ou entregar alguma coisa. Trata-se de uma obrigação infungível. Nas obrigações de não fazer, a prestação do devedor tem como negativo o conteúdo apresentado. É o não cumprimento de um ato. Uma característica dessa obrigação seria quando uma vez não cumprida, não é possível ao credor conseguir esse adimplemento ao devedor. Um exemplo é uma pessoa que se compromete a participar de um concurso, mas no fim não comparece. Isto acaba sendo irremediável. Ainda podem ser divididas em instantâneas e permanentes. Nas obrigações de fazer e não fazer o juiz concederá a tutela especifica da obrigação. Se proceder ao pedido, tomará providências que resulte ao adimplemento. A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor requerer a tutela específica, se possível. A sentença declaratória apenas aponta a existência ou não de uma relação jurídica ou do modo de uma relação, que tem por fim eliminar uma situação incerta existente em uma relação jurídica. A tutela constitucional serve para todas as obrigações, além de declarar, criam, modificam ou extinguem uma relação jurídica. A tutela constitucional em si basta entender o direito substancial. Tem por característica a criação de um estado jurídico distinto do anterior. Deste modo, sua eficácia e ex tunc, não produz efeitos antes da sentença. A tutela condenatória são sentenças não limitadas à existência do direito em favor do autor, mas possibilita a ele o direito de ação em favor de selar da sanção executiva. A sentença condenatória também tem o efeito ex tunc, isto é, seus efeitos retroagem a dada da propositura da demanda. Em regra só produz esse efeito a partir do transito em julgado. A tutela mandamental tem como premissa a existência do Estado no pólo passivo da demanda. Isto, atualmente, perdeu todo o sentindo sendo que outros autores se aprofundaram mais no estudo em relação à tutela mandamental. Esta tutela visa eliminar quaisquer alternativas mais compensatórias para o devedor ao próprio cumprimento da obrigação. Ela ocorre mais no âmbito psicológico do devedor aos fatos propriamente ditos, já que, se espera um ajustamento no direito material. Nela, parte do principio o juiz não poder intervir na esfera jurídica do individuo, condenando-o a cumprir uma sentença e por ultimo a tutela executiva que tem certa oposição, onde parte da doutrina não aceita exatamente a sentença executiva, da qual tem natureza condenatória. O que difere uma da outra é que na condenatória ela exorta o devedor a cumprir. Na executiva, já efetiva a tutela, que tem incidência nas obrigações de fazer de natureza fungível.
2-Explique no que consiste a tutela ressarcitória, na forma específica e pelo
equivalente. (0,5 ponto).
Se um ato ilícito produziu um dano utiliza-se a tutela ressarcitória. Esta visa à
reparação do dano decorrente do ilícito, sendo necessária a existência da responsabilidade pelo o mesmo. Tendo a culpa que seria a ação ou omissão pela ocorrência do dano, como característica principal. Em relação ao ressarcimento de danos poderá ser feito por uma forma específica ou em pecúnia (dinheiro). O nosso sistema jurídico tem duas formas de tutela: o ressarcimento em dinheiro e o ressarcimento específico. O segundo sempre foi admitido no direito material mais lhe faltava técnica, que foi acrescentada pelos artigos 461,461-A do CPC e 84 do CDC. No art. 461, § 1º faz alusão de que a “obrigação” leva consigo o dever de reparar perdas e dano e esta regra não é só aplicada às obrigações contratuais, já que sua aplicação é mais ampla. A tutela ressarcitória em dinheiro, dá ao lesado o valor equivalente ao da diminuição patrimonial sofrido ou o valor equivalente ao do custo para a reparação do dano, ou ainda poderá elaborar uma resposta contra o dano acarretado a um dinheiro não patrimonial. Já a tutela de modo, específica, deve conferir ao lesado a situação que existiria se o dano não tivesse ocorrido. Não basta somente o restabelecimento da situação que era anterior ao dano causado. É necessário que se estabeleça uma situação equivalente àquela que existiria caso o dano não tivesse ocorrido. O ressarcimento não se resume apenas em pecúnia. Levando isto em consideração, o lesado poderá pedir em juízo se possível diante de uma situação concreta o ressarcimento na forma específica. Desta maneira se quer um resultado equivalente, seja por dinheiro ou entrega de bens, se faz essa diferença em relação ao ressarcimento específico, visando que este se atinge a situação e o outro atinge os danos decorrentes dessa transgressão. Compete ao lesado a escolher a melhor forma de ressarcimento, seja pelo dano patrimonial, ou não.