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GESTÃO DO SISTEMA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NA UNIVERSIDADE

FEDERAL DE GOIÁS – PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO

Cleide Aparecida Carvalho Rodrigues – UFG


cleideacr@gmail.com

Resumo: A Universidade Federal de Goiás (UFG) está participando da implantação dos cursos a
distância no Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). No processo desta implantação foi
criado o Centro Integrado e Aprendizagem em Rede (CIAR), que visa apoiar, articular,
acompanhar e implantar atividades acadêmicas – graduação, pós-graduação, extensão e pesquisa,
integradas pelas tecnologias da informação e comunicação desenvolvidas na UFG. A gestão do
CIAR tem como princípio a autonomia e a articulação entre ensino-pesquisa em processos de
aprendizagens formais e não formais, tanto no ensino presencial, quanto a distância.
Palavras-chave: gestão; educação a distância; ensino superior

SITUANDO

A utilização das tecnologias de informação e comunicação nos processos


comunicacionais e educativos na configuração de rede implica mudança de valores e
atitudes na sociedade do mundo do trabalho. No setor educativo essas mudanças são
acentuadas pelo comportamento dos docentes, discentes e de gestores frente a novas formas
de ensinar e aprender mediadas pelas tecnologias. Os docentes têm de aprender a articular-
se simultaneamente em diferentes níveis de ensino por meio de ferramentas de
comunicação antes usadas apenas para o convívio social, além de elaborar materiais
didáticos com linguagens específicas, construídos em redes de saberes significativos.
Quanto aos estudantes, ora habituados a utilizar as tecnologias apenas em relações
informais, passam a perceber que, num processo de aprendizagem em rede, cabem-lhes
tomar decisões sobre o andamento de seus estudos, ter iniciativa em construir suas
estratégias de aprender, utilizando os diferentes meios midiáticos que contribuem para a
interatividade e aprendizagem colaborativa. Já os gestores, acostumados a organizar tempos
e espaços lineares num processo produtivo quantitativo, passam a sentir a exigência de
estabelecer novas formas de gestão, com perspectivas mais coletivas e com relações de
tempo e espaço descentralizadas. Para todos esses sujeitos, a especificidade da dimensão
espaço-temporal da organização do trabalho docente num projeto de Educação em Rede
que utiliza as TIC não pode estar pautado na mesma forma de gestão de uma educação
fragmentada definida pelo tempo linear e pelo espaço físico.
Para uma comunidade acadêmica que prima pela construção de conhecimentos, o
ensino envolve a utilização de um conjunto de ferramentas de comunicação, num processo
eminentemente dialógico. Assim, a instituição de ensino é construída por uma dinâmica
coletiva, através das contribuições dos sujeitos participantes. O conhecimento produzido
por este processo é democrático, pois é elaborado em rede, tendo como centro o diálogo, no
qual todos os participantes são, ao mesmo tempo, aprendizes.

Tratar a educação em rede e a distância no ensino superior requer em primeiro lugar


conceber a educação em um sistema conectivo de relações em que a distância física entre as
pessoas não seja impedimento para o acesso da população excluída das oportunidades de
vivenciar plenamente sua cidadania, isto é, seus direitos de educar-se.

Na verdade, não é apenas o acesso às tecnologias, que facilita o deslocamento


virtual ou geográfico, que conseguirá inovar a educação, mas, sim, a clareza da concepção
de educação cidadã que cada projeto educativo se apropria.

O grande desafio não é abandonar a forma de organização do conhecimento em


áreas e disciplinas, nem substituir o ensino presencial por sedutoras tecnologias utilizadas
no ensino a distância, e tampouco criar cursos densamente teóricos e longos para suprir os
cursos aligeirados. O desafio é conseguir estabelecer relações de aprendizagens a partir dos
processos de formação, com apropriação das tecnologias possíveis e dos referenciais que
consideram a diversidade de saberes como objeto, a fim de alavancar a construção de
outros saberes, de práticas criativas e contextualizadas que valorizam os sujeitos e seus
diferentes ritmos e olhares focados e desfocados do mundo dito científico.

O propósito de um espaço como um centro de integração de redes de pessoas, de


estudos, de práticas, de concepções e de incertezas torna-se aqui um grande desafio. Para
vencer esse desafio entende-se que os maiores avanços serão pautados no trabalho coletivo
de compartilhamento de idéias, que construirá propostas e ações para a implementação das
políticas educacionais de integração das tecnologias em processos de formação acadêmica
do ensino superior público e gratuito.

No atual momento, a UFG, participando das políticas de implementação da EAD no


Brasil, as quais passam por um processo de construção de propostas alternativas voltadas
para melhoria do ensino, democratização, ampliação do acesso e inovação técnico-
pedagógica, têm como propósito desenvolver políticas que favoreçam a ampliação e
expansão do ensino superior, também por meio da EAD, junto a sociedade local e nacional.
A proposta de gestão do CIAR tem como princípio a autonomia e a articulação entre
ensino-pesquisa em processos de aprendizagens formais e não formais em projetos de
ensino e extensão. Da mesma forma que do ponto de vista pedagógico não é recomendada a
reprodução de metodologias da modalidade presencial para o ensino a distância e vice-
versa, não se pode conceber que a gestão de um sistema de Educação a Distância( EAD)
seja a mesma da educação presencial.
Do ponto de vista macro, um sistema de gestão de EAD demanda tempos e espaços
institucionais não lineares, pois as relações de trabalho construídas nesse sistema são
pautadas na construção colaborativa de linguagens tecnológicas e midiáticas e práticas
pedagógicas, que consideram a especificidade da modalidade a distância.
Entende-se que sendo uma modalidade de ensino com caracterizações educativas
diferenciadas, a EAD inclui novas formas de gestão que utilizam instrumentos de
comunicação e informação, nas práticas cotidianas na organização de um sistema integrado
das dimensões: administrativa, pedagógica, financeira, tecnológica e produção de materiais
didáticos e de publicação, sejam integradas. Este é o propósito principal dessa gestão de
sistema de EAD, que merece ser estudado e apreendido na complexidade e especificidade
de um processo de implantação de EAD, no ensino superior.

CAMINHOS E DESCAMINHOS

A proposta do sistema de gestão do CIAR tem como princípio a autonomia dos


projetos de ensino e extensão e articulação entre ensino-pesquisa por meio de projetos
integrados intrainstitucionais ou inter-institucionais.

Constituído por um Conselho Gestor, Diretoria e Coordenadorias o CIAR tem como


objetivos norteadores:

a) Acompanhar projetos interinstitucionais e intrainstitucionais que envolvem


aprendizagem em redes com apropriação de tecnologias da informação e
comunicação;
b) Promover atividades de formação continuada para profissionais envolvidos nos
projetos de aprendizagem em rede desenvolvidos pela UFG;

c) Promover articulação pedagógica entre os projetos de EAD realizados pela


UFG;

d) Orientar e coordenar a produção de material didático apropriado aos projetos de


EAD;

e) Contribuir e incentivar a criação da cultura de (EAD) Educação a Distância


junto à comunidade da UFG;

f) Constituir grupos de pesquisa com integrantes das equipes do CIAR e outros


pesquisadores com interesse em avaliar e validar os instrumentos didáticos,
tecnologias, concepções, metodologias, sistema de gestão e ambientes virtuais
de aprendizagem e outros temas específicos aos projetos realizados na UFG;

g) Incentivar o investimento de pesquisas e investigações científicas e técnicas nas


diversas áreas do conhecimento científico;

h) Realizar atividades que contribuam para a inclusão digital e o desenvolvimento


de competências e habilidades para o avanço da comunidade do Estado de
Goiás;

Com esses propósitos a Gestão do CIAR prima pelo estabelecimento de dinâmicas


favoráveis a construção de tempos e espaços para realização de projetos que buscam o
estabelecimento de redes de aprendizagem. Para isso, considera-se essencial que as equipes
que integram as coordenações do CIAR atuem de forma colegiada e colaborativa na
realização de suas ações. Da mesma forma, a Direção do CIAR tem buscado atuar junto
com os demais órgãos e unidades da UFG, no encaminhamento de seus projetos de gestão.

Com este entendimento, a atual Gestão do CIAR tem empenhado esforços no


sentido de implantar e consolidar uma política de EAD da UFG, com base na concepção de
rede de aprendizagem e ao mesmo tempo em articulação com o Sistema da Universidade
Aberta do Brasil, o que corresponde a uma das metas da política nacional promovida pelo
MEC.
CONCEPÇÃO EM CONSTRUÇÃO

Da mesma forma que a concepção do projeto pedagógico do CIAR de


aprendizagem em rede tem como metodologia a problematização e compartilhamento de
saberes e dúvidas por meio do processo comunicativo, em que os sujeitos participantes
dessa rede são protagonistas dos processos e não meros receptores. A estrutura
organizacional dessa rede compreende que a atuação integrada com diferentes unidades da
UFG e com diferentes Equipes deva se estruturar nesta perspectiva de aprendizagem em
rede, em que a circulação de informações é aberta e intencional e envolva as equipes para
o crescimento da Universidade e do próprio CIAR no que se refere às atividades
acadêmicas – graduação, pós-graduação, extensão e pesquisa, integradas pelas tecnologias
da informação e comunicação. Para isso, o CIAR apóia o desenvolvimento de diferentes
projetos da UFG que visam a utilização e articulação com as tecnologias de informação e
comunicação.

Ao adotar a concepção de aprendizagem em rede na organização e estruturação de


seus projetos de ensino, extensão e pesquisa, o CIAR instala a configuração de uma forma
de gestão singular em que a autonomia e os processos comunicacionais são elementos
essenciais para construir formas de relações de horizontalidade nos processos educativos
presenciais e não presenciais. Essa configuração se confirma nas palavras de
KENSKI(2004, p. 125-126)

Trabalhos cooperativos desenvolvidos nas redes incluem mecanismos de


comunicação que permitam às pessoas ver, ouvir e enviar mensagens
umas às outras. O compartilhamento da área de trabalho garante que
essas pessoas usem o mesmo ambiente virtual para trabalharem ao
mesmo tempo ou em momentos diferentes e que utilizem as mesmas
bases de informações.

A transposição da concepção de educação em rede para as formas de gestão do


CIAR, considera que a dimensão articuladora dos sujeitos, se dá no processo de formação
acadêmica como um ambiente de aprendizagem coletivo, em rede, em que os integrantes
das equipes pedagógica, administrativa, tecnológica e de produção de materiais e
estudantes sejam “uma lâmpada a iluminar” (KENSKI, 2006, p. 127) com ações pró-
ativas e que neste processo visa-se a transformação do grupo envolvido.

Para isso, alguns elementos devem ser considerados, como: a interdependência do


grupo, em que todos são responsáveis por contribuir com a transformação do mesmo; a
interação intensa, visando o trabalho em equipe; o princípio do pensamento divergente,
em que todos partem da possibilidade do trabalho colaborativo e não competitivo; e a
avaliação como processo de formação e crescimento (KENSKI, 2004).

A partir de registros dos movimentos dessa gestão do CIAR, que merecem


destaques referem-se as ações que mesmo realizadas em alguns momentos de forma
individual elas apresentam ressonância imediata no coletivo. Isto é se um coordenador de
equipe, ou membro de uma não realizou suas atividades de acordo com o cronograma
estabelecido coletivamente a qualidade de uma ação institucional pode ficar prejudicada e o
resultado aparece como sendo do grupo.

Essa concepção de trabalho colaborativo e de compartilhamento dos desafios e


dos êxitos ainda provoca inquietações no âmbito institucional. Tornando-se um NÒ a ser
desatado pelos sujeitos envolvidos nas formas de gestão que a UFG tem defendido,
especialmente no espaço do CIAR.

Em um primeiro momento de estruturação do CIAR, houve a indicação por parte de


alguns participantes de buscar algum modelo já estruturado para este trabalho no Brasil.
Entretanto, com base em estudos de Rumble (2003) e pesquisas de Medeiros (2003) e
Rodrigues (2006), não há um modelo de EAD que pode ser considerado de referência par a
ser adotado, pelo contrário mesmo quando há uma definição de diretrizes para projetos de
EAD em cada localidade as formas de gestão administrativa e pedagógica ocorrem de
formas diferenciadas, caracterizando a análise de Nóvoa (1999) sobre as instituições
escolares. Segundo este autor, “as instituições escolares adquirem uma dimensão própria,
enquanto espaço organizacional onde também se tomam importantes decisões educativas,
curriculares e pedagógicas” (NÓVOA, 1999, p. 15).
É sob o foco da autonomia relativa que a política nacional de implantação do
Sistema UAB tem argumentado e é sob este mesmo foco que a gestão do CIAR faz valer o
entendimento de que as decisões políticas a nível nacional não são meramente executadas
na UFG nem nos pólos de EAD, já que o conjunto de variáveis existentes nesses espaços,
se dá nos níveis macro, meso e micro do sistema, Nóvoa (1999).
De acordo com o autor citado, é na dinâmica da organização escolar que ocorre a
articulação entre a dimensão meso como variável entre o discurso macro e as ações
pedagógicas da dimensão micro do processo ensino-aprendizagem. Com base neste
referencial focalizo a dimensão micro da gestão do CIAR como um processo que instala
uma “autonomia relativa” das políticas implantadas pelo MEC e pela UFG relativas a EAD.
Por um lado é fato que existe um descompasso entre a dimensão macro e micro, das
formas de gestão, e é nesse movimento que as decisões são tomadas na dimensão meso. Por
outro, as variáveis do processo surgem como possibilidades e, até mesmo, algumas
precipitações. Isto é, na dinâmica de uma gestão pautada na colaboração e nas decisões

colegiadas, algumas ações transbordam o planejamento inicial em que os movimentos ora


integrados ora ainda individualizados provocam o repensar constante e a redefinição das
práticas realizadas. O que torna muitas vezes as precipitações o ponto de partida das formas
de gestão. Neste caso, a mediação espaço-temporal, que ora intensifica as mediações

institucionais, ora as tecnológicas, ora as individuais, ora as pedagógicas em um processo


em que a dinâmica é construída pelos sujeitos. Na dimensão macro, por exemplo, a
organização dos tempos de planejamentos, produção de material, seleção de cursistas,
capacitação de tutores, etc podem não ser suficientes e adequados para sua realização, pois
as situações geradas na dimensão meso e macro referentes a não disponibilização de
recursos financeiros e humanos, bem como o atraso na aquisição de equipamentos
necessários para essas ações podem comprometer o cumprimento de metas definidas
inicialmente na dimensão micro.
Os objetivos de um projeto a distância, o tempo de elaboração do projeto e de
produção de materiais didáticos, bem como a forma de distribuição dos materiais e o
processo de inscrição não podem dispensar um planejamento de médio e de longo prazo,
em favor do cumprimento burocrático de prazos definidos por gestores da dimensão macro.
E este tem sido um grande desafio na implantação desse sistema na UFG.
No caminhar dessa construção é importante estar atento para as cristalizações
existentes de uma cultura organizacional voltada para processos acadêmicos de cunho
individualista e fragmentado, tão comuns nas instituições de nível superior. Ao retomar o
entendimento de Nóvoa (1999), segundo o qual os elementos dessa cultura estão
sistematizados em duas zonas, uma de invisibilidade constituída de bases conceituais e
pressupostos, ideologias, crenças, valores e a zona de visibilidade constituída pelas
manifestações verbais, conceituais, visuais, simbólicas e comportamentais.

Na presente reflexão, essas zonas estão agregadas às mediações comunicacionais


que, regidas pela mediação espaço-temporal, articulam-se de diferentes maneiras na
dimensão administrativa, pedagógica e tecnológica. A fotografia da própria prática dessa
gestão, faz valer novamente o entendimento de Nóvoa (1999), segundo para o qual as
instituições escolares constituem uma territorialidade espacial e cultural peculiar na qual há
um jogo dos atores educativos internos e externos. Entende-se que a gestão do CIAR tem
buscado romper na dimensão meso com as cristalizações e entendimentos de senso comum
relativos a EAD. Mas, romper com uma estrutura de sistema de gestão cristalizado implica
mudança de concepções e de cultura da organização escolar, definição de políticas públicas
e de condições de funcionamento e organização voltada para integração nas dimensões
micro e meso no cotidiano de cada instituição

A fim de que essas necessidades e aspirações humanas sejam resguardadas nas


atividades de aprendizagem em rede e em cursos presenciais e não presenciais, é essencial
o exercício do planejamento coletivo e a articulação dos elementos da prática pedagógica.
O planejamento deve estar pautado no rigor pedagógico e aprofundamento teórico-prático,
pois, como anunciam Braga & Calazans (2001), é importante um planejamento adequado
e exeqüível, tanto no ensino presencial como a distância. No caso da prática pedagógica
de cursos a distância, as ferramentas de comunicação e a relação estabelecida entre
formadores e estudantes precisam ter um suporte tecnológico capaz de garantir um
processo comunicativo interativo permanente.

No decorrer da presente reflexão, fica cada vez mais evidente a necessidade de o


Brasil definir uma política nacional de EAD, que garanta a autonomia das instituições de
ensino superior. Formular diretrizes, legislação clara em todos os níveis e formas de
financiamento compatíveis com as exigências técnicas, administrativas e pedagógicas de
um sistema de educação a distância é com efeito, um importante caminho a ser trilhado por
todos envolvidos com uma EAD de qualidade.
Sem cair em utopia alienante, pode-se dizer que os processo que estão sendo gerados
em cada instituição envolvida no Sistema da UAB precisam ter ressonância e os sujeitos
vozes que traduzem e compartilham a complexidade da formação a distância, que não se
efetiva sem a participação das redes de ensino das diferentes esferas do sistema educativo.

Uma das ações que o CIAR propôs como forma de agregar diferentes áreas de
conhecimento no interior da UFG é o projeto de pesquisa “A UNIVERSIDADE ABERTA
DO BRASIL NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS: PROCESSO DE
IMPLANTAÇÃO. Neste projeto participam professores da UFG ( Faculdade de Educação,
Faculdade de Artes Visuais, Faculdade de Comunicação Social e Biblioteconomia, Instituto
de Matemática), estudantes de graduação e pós graduação da UFG, professores de outras
instituições (CEFET e UEG). Outra ação conjunta iniciada no segundo semestre de 2007 é
com os estagiários do curso de Biblioteconomia na estruturação e normatização da
Biblioteca digital do ambiente virtual de aprendizagem utilizado nos projetos do CIAR e a
elaboração de diretrizes e critérios de formatação e linguagem do material didático de EAD,
com uma consultoria editorial da Editora da UFG.
No sentido de configurar a integração de redes de aprendizagens também nas
formas de gestão do CIAR foram traçados alguns princípios metodológicos, tais como:

• apropriar-se de metodologias de ensino e pesquisa que primem pela articulação


entre teoria e prática;

• proporcionar ações que integrem ensino, pesquisa e extensão;

• estabelecer formas diversificadas de avaliação discente, do curso e institucional, no


sentido de redimensionar ações favoráveis ao êxito dos projetos a serem
realizados;

• otimizar recursos humanos e financeiros em ações coletivas;

• proporcionar formas e ferramentas de comunicação síncrona e assíncrona,


adequadas e satisfatórias para a realização dos projetos;

• constituir equipes de trabalho necessárias à execução dos projetos;

• primar pela qualidade da educação pública de ensino superior;


• priorizar projetos de ensino, pesquisa e extensão, propostos pela UFG, em
detrimento a parcerias de cunho não acadêmico;

• articular linguagens que possibilitem potencializar e integrar as tecnologias de


informação e comunicação nas formas de aprendizagens na construção de objetos
de aprendizagens que envolvam comunicação oral, escrita, hipertextual, imagética
e sonora nas atividades presencias e a distância.

OS CAMINHOS CONTINUAM

Pensar, propor, planejar e realizar projetos que envolvam aprendizagens em rede


virtuais e presenciais, seja de graduação, extensão ou pós-graduação, implica no
envolvimento interinstitucional do sistema de ensino, o que requer, como enfatiza Medeiros
(2003), a definição de uma política de EAD e a criação de situações que instalem uma
cultura tecnológica nas instituições acadêmicas. Todo esse esforço exige rigor acadêmico,
seriedade administrativa e pedagógica na organização de um sistema educativo para a
educação em rede.

Diante da atual política de expansão das redes de EAD, a princípio inovadora, no


âmbito cultural, pedagógico e democrático, ressalta-se a necessidade de mantermos atentos,
analisar com cautela, dentre outros aspectos, sua caracterização de atender objetivos
quantitativos sem perder de vista os referenciais de qualidade de formação acadêmica

Da mesma forma que defendo uma prática pedagógica de EAD numa abordagem
conectiva que se configura na apropriação das potencialidades das tecnologias sem cair na
massificação. Entendo que a gestão de um sistema de EAD não pode perder de vista o
compartilhamento e a colaboração nos processos de decisão e operacionalização dos
projetos.
Neste contexto, as dúvidas de como encaminhar os processos decisórios emergem a
cada momento e a incerteza do fazer gera o pensar sobre a própria prática de gestão de um
sistema em que a distância aproxima cada vez mais as pessoas.
REFERÊNCIAS

MEDEIROS, Simone. Tv/vídeo na formação continuada de professores, por meio da


educação a distância: limites e possibilidades. Dissertação, UnB, jun./2003.
MORAN, José M. A educação superior a distância no Brasil. In: SOARES, Maria Susana
A. (Org.). A educação superior no Brasil. Brasília, Capes-Unesco, 2002. Páginas: 251-
274. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/tec.htm. Acesso em: 14/4/2005.
NÓVOA, António. Para uma análise das instituições escolares. In: NÓVOA, António
(Coord.). As organizações escolares em análise. Lisboa: Dom Quixote, 1999.
RODRIGUES, Cleide A. C. Mediações na formação a distância de professores:
autonomia, comunicação e prática pedagógica. Tese , UFBA, 2006
RUMBLE, Greville. A gestão dos sistemas de ensino a distância. Tradução Marília
Fonseca. Brasília: Ed. UnB/Unesco, 2003.

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