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2006/2007 – 1º Semestre
FEUP/DEMEGI
1ª AULA TEÓRICA
18 de Setembro de 2006
Apresentação
Justificação do Programa
Mecanismos e Modos de Transferência de Calor
Noção de Resistência Térmica
A Termodinâmica quantifica a energia-calor envolvida num sistema que evolui entre dois estados
de equilíbrio. Não permite saber quanto tempo o processo demora.
Em engenharia é necessário saber esse tempo, ou seja, qual a taxa de transferência de calor. A
Transferência de Calor é uma disciplina que aborda esse problema, tratando ainda de identificar
os processos físicos responsáveis pelo transporte de energia-calor. Estuda também processos de
“controlar” o transporte de energia-calor, intensificando-o ou atenuando-o conforme os objectivos
de cada problema específíco de engenharia.
Sendo a energia um recurso natural com forte impacto económico e ambiental, e estando a
utilização da energia-calor sujeita às restrições da 2ª Lei da Termodinâmica, a importância da
Transferência de Calor advém do contributo que pode dar para a racionalidade dos usos
energéticos, nas várias fases da conversão e utilização da energia-calor presentes na maioria das
actividades industriais e do quotidiano das sociedades.
O mecanismo da condução pode, por sua vez, dividir-se em dois modos. O modo da condução, a
que está associada a propriedade condutibilidade térmica, corresponde ao transporte molecular.
Esse efeito pode pode ser significativamente ampliado quando o meio físico em que ocorre se
encontra em movimento. Tem-se então, o modo da convecção, típico dos escoamentos.
Condução Convecção
fluido em movimento
T1 Tsup
T2
T∞
Q
R
Q
R
∆x
=q
Q ⋅A (1.1)
= λ ⋅ A ⋅ ∆T
Q (1.2) = α⋅ A ⋅ ∆T
Q (1.3)
∆x
∆T ∆x ∆T 1
R= = (1.4) R= = (1.5)
Q λ⋅A Q α⋅A
Unidades: [Q
] = W; [R] = ºC/W
Questões teóricas
T1.1 - A temperatura no interior do corpo humano mantém-se sensivelmente a 37oC, enquanto a
temperatura ambiente varia ao longo do tempo. Quais os modos de transferência de calor entre
o interior do corpo e o ambiente exterior? Discuta o papel do vestuário como isolamento térmico
e o seu interesse numa situação típica de Inverno e de Verão.
T1.2 - Como explica que a chapa do “capot” de um automóvel parado ao sol aqueça até uma
temperatura muito acima da temperatura ambiente? Que mecanismos de transferência de calor
intervêm? Como pode sentir o efeito daquela temperatura? Que mecanismos intervêm nesse
caso?
Questões práticas
P1.1; P1.2 e P1.3.
Transferência de Calor 3
2006/2007 – 1º Semestre
FEUP/DEMEGI
2ª AULA TEÓRICA
20 de Setembro de 2006
Condução
Equação de Fourier
Condutibilidade Térmica
Equação Geral da Condução
Equação de Fourier
Seja uma parede de área A com a superfície de coordenada x à temperatura T1 e a de coordenada
x + dx à temperatura T2 (T2 < T1).
Q A ( T1 − T2 ) dT
=
q =λ ou = −λ
q (1.8)
A A ∆x dx
O fluxo de calor tem lugar no sentido da temperatura mais baixa, o que justifica o sinal -, e é tanto
maior quanto maior for ∆ T = T1 – T2 e quanto menor for ∆ x.
∂T ∂ ∂T ∂ ∂T ∂ ∂T
ρ cp = λ + λ + λ + q f
∂t ∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z
(1.9)
1 ∂T q
Equação da difusão do calor: = ∇2 T + f (1.10)
a ∂t λ
Questões teóricas
T2.1 - Identifique um caso prático de condução monodimensional (ainda que com alguma aproximação);
condução bidimensional; condução em regime permanente; condução em regime instacionário.
T2.2 - Num automóvel, um cilindro do motor é uma peça sujeita a temperaturas consideráveis. Diga se
é legítimo considerar condução em regime permanente nessa peça e em que condições.
T2.3 - Pode admitir-se que o “capot” do automóvel ao sol atinge a certa altura o regime permanente?
Justifique.
Questões práticas
_
Transferência de Calor 5
2006/2007 – 1º Semestre
FEUP/DEMEGI
3ª AULA TEÓRICA
25 de Setembro de 2006
Condições fronteira:
x = x0 ⇒ T = T0 (1.13)
dT
x = x0 ⇒ q 0 =-λ
=q (1.14)
dx x =x 0
0 =α(T∞ - Tx =x 0 ) = - λ
dT
x = x0 ⇒ q
=q (1.15)
dx x =x 0
q f r 2
T =- + C1 ln r + C 2 (1.22)
4λ
1 d dT
s/fontes de calor, cilindro oco (r1 ≠ 0): r =0 (1.23)
r dr dr
T1 − T2 r
T = C1 ln r + C 2 = T1 + ln
r r1 (1.24)
ln 1
r2
resistência térmica: raio crítico de isolamento
r
ln 2 λis
ΔT r1 (1.25) rcrit = (1.26)
R cond = = αe
Q 2π λ L
C1 T − T2 1 1
T=- + C 2 = T1 + 1 −
r 1 1 r r1 (1.28)
−
r1 r2
Questões teóricas
T3.1 - Na condição de o “capot” do automóvel ao sol atingir a certa altura o regime permanente
escreva as condições fronteira aplicáveis na superfície interior e exterior.
T3.2 - A superfície de contacto de um cubo de gelo sobre o tampo da banca de cozinha está liquefeita.
Comente o facto de se considerar a temperatura constante. Escreva a condição fronteira que se
aplica.
Questões práticas
P1.4; P1.5; P1.6; P1.7 e P1.8.
Transferência de Calor 7
2006/2007 – 1º Semestre
FEUP/DEMEGI
4ª AULA TEÓRICA
27 de Setembro de 2006
Condução: Alhetas
1
em que K= (1.32)
R TÉRMICA
sendo a RTÉRMICA uma resistência simples ou resultado de associações (em série ou paralelo).
Se o objectivo é evitar a transferência de calor, temos toda a problemática dos isolamentos térmicos
que se traduz no aumento da resistência térmica ou na diminuição de K; se o objectivo é
intensificar a transferência de calor, colocam-se em geral duas alternativas: ou melhorar o
coeficiente de transferência K (através da escolha de materiais de maior λ e da intensificação do
escoamento que conduza a um maior α ) ou, então, aumenta-se a área de troca de calor, A.
As alhetas são extensões da superfície de transferência com características de boa condutibilidade
com o objectivo de aumento de A.
É estabelecido o modelo geral da Transferência de Calor para a alheta para condições
simplificativas correntes: regime permanente, monodimensional (T = T(x)), coeficiente de
convecção exterior constante.
αP
Parâmetro da alheta: m= [m-1] (1.33)
λS
É discutida a aplicação do modelo a alhetas de secção constante para três pares de condições-
fronteira:
x=0 T = T0 e x=L=∞ T = T∞ (1.34)
dT
ou x=L =0 (1.35)
dx x =L
dT
ou x=L −λ =αθx =L (1.36)
dx x =L
com θ x =L = T x =L − T∞ (1.37)
alh = ( T0 − T∞ ) α P λ S tg h ( mL )
Q (1.41)
É um parâmetro prático definido pela relação entre o fluxo de calor realmente dissipado na alheta e
o fluxo de calor que a alheta dissipava se toda a sua superfície estivesse à temperatura da sua base
(fluxo de calor máximo):
Q Q
ηalh = alh
= alh
(1.44)
α
Q máx A alh ( T 0 − T∞ )
O rendimento de alguns tipos de alhetas pode ser lido nos gráficos das figuras 4.1 e 4.2:
Fig. 4.1 - Rendimento de alhetas planas com perfis rectangulares, triangulares e parabólicos
Transferência de Calor 10
2006/2007 – 1º Semestre
FEUP/DEMEGI
Discutem-se algumas formas de avaliar o interesse em aplicar alhetas. Justifica-se o uso de alhetas
se:
λP
>> 1 (1.45)
αS
Questões teóricas
T4.1 - Aprecie o papel das alhetas num radiador automóvel ou num motor de motorizada.
T4.2 - Identifique um ou dois casos em que um problema de alhetas pode ser reconhecido muito
embora os objectivos não sejam de criar alhetas.
T4.3 - A varanda de uma casa pode ser encarada como uma alheta. Como? Discuta o caso.
Questões práticas
P1.9 e P1.10.