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INTRODUÇÃO
Philokalia significa "amor da beleza", esta que se confunde com o bem. A palavra já
havia servido à São Basílio e seu amigo Gregorio de Nazianzo para sua antologia de
Origenes. Mas, exceto alguns eruditos, quem conhece esta coletânea? Em 1782,
apareceu em Veneza uma outra Philokalia, vaticinada a um outro destino, dos quais
todos os exemplares foram repatriados em bloco para o Oriente. Nada mais banal.
Basta folhear a Bibliografia helênica de Pernot-Petit para constatar que o livro grego
se imprimia quase sempre em Veneza. A situação só devia mudar depois da guerra da
Independência.
Este verdadeiro concílio dos “Padres Néticos” convoca toda a tradição, desde a
época do Deserto com Antão e Evágrio até Simeão de Tassalonica (1410-1428). Eles
são assim mais de trinta: Antão o Grande, Isaías, Evágrio, Cassiano, Marcos, Hesíquio,
Nilo, Diadoco, João de Karpathos, Teodoro de Edessa, Maximo o Confessor, Talássio,
João Damasceno, Abade Filemão, Teognostos, Filoteo o Sinaita, Elias o Ecdico,
Teofano da Escada, Pedro Damasceno, Macário, Simeão o Novo Teólogo, Nicetas
Stethatos, Teoleptos da Filadelfia, Niceforo o Hesicasta, Gregório o Sinaita, Gregório
Palamas, Calisto II, Inácio de Xantopoulos, Calisto Catafigiotes, Simeão da
Tessalonica, Marcos de Efeso, Maximo Capsocalyvite.
Algumas presenças são discretas: duas páginas para Teofano; outras dominantes:
Pedro Damasceno ocupa 140 páginas. Estas precessões não tem nada a ver com a
importância dos autores. Seu nome ou tais circunstâncias podem, no entanto, ter
algo a ver.
OS PADRES DO DESERTO
Para não trair o espírito da Philokalia e sem tampouco desafiar demais a história,
simplesmente extraímos na coleção Cotelier (P.G. t. 65, cc. 71s) alguns apotegmas
traduzindo, com bastante fidelidade, a inspiração do deserto e atraindo os temas da
futura oração do coração: solidão interior e exterior, sobriedade e vigilância, oração
ininterrupta, lugar de Jesus... Acrescentam-se alguns textos que acompanham na
P.G. t. 40, c. 1275, os Oito maus pensamentos de Evágrio. Vários, cuja antiguidade é
certa, encontram-se em diferentes autores da Philokalia. Dois apotegmas
pseudepigráficos da coleção Poussines fecham essa curta lista.
EVÁGRIO PÔNTICO
Biografia e bibliografia
Originário da Capadócia, discípulo de são Gregorio de Nazianzo, passou os últimos
dezesseis anos de sua vida no Egito, como anacoreta.
Escreveu muitos livros, que por sua condenação juntamente com Orígenes, foram
destruídos em suas versões originais em grego. Restaram as traduções em armênio e
siríaco. Destes escritos destacam-se o “Tratado Prático”, um ensinamento na
praktike em cem capítulo, um ensinamento gnóstico em cinqüenta capítulos, o
Gnóstico, e a Kephalaia gnostica, seis centúrias de doutrina herdada dos capadócios e
de Orígenes.
O Tratado ao monge Eulogo, assim como as duas coleções de sentenças “Ao monge” e
“A virgem” reúnem conselhos sob a forma dos provérbios bíblicos.
Dos oito espíritos de malícia (kakia), editado entre as obras de S. Nilo e atribuído a
este, possivelmente para salvaguardá-lo do anátema que pesava sobre Evágrio.
Dos diversos maus pensamentos, editado também entre as obras de S. Nilo, mas sob o
nome de Evágrio, onde se faz uma análise rica e profunda dos “pensamentos”
(logismos), de suas relações, de seu mecanismo de formação e de desenvolvimento.
Da oração (euche), também entre as obras de S. Nilo, que em 153 capítulos (número
dos peixes da pesca milagrosa e número triangular místico), onde se expõe a tese da
"oração pura".
Panfleto Misionero # S
Ortodoxa Rusa de la Santa Protección
2049 Argyle Ave. Los Angeles, California 90068
Evagrio, este hombre sabio e insigne que floreció alrededor del año 380, fue
promovido por el gran Basilio a la dignidad de lector y, por el hermano de éste,
Gregorio de Nisa, fue ordenado diácono. Fue instruido en las Sagradas Palabras por
Gregorio el Teólogo: por éste fue incluso nombrado archidiácono, cuando le fuera
encargada la iglesia de Constantinopla, según Icéforo Calisto, libro 11, capítulo 42. A
continuación, abandonadas las cosas del mundo, abrazó la vida monástica.
MACARIANA
As três tradições têm aqui o seu lugar. Um apotegma, certamente autêntico, esboça
a oração monológica. As Homilias espirituais, suspeitas para a ortodoxia, em razão de
seu leitmotiv da coexistência, na alma, da graça e do pecado (messalianismo),
pertencem, em muitos aspectos, à tradição da prece do coração: preponderância da
atenção e da prece, despojamento do espírito, consciência do sobrenatural (a famosa
plerophoria - esse sentimento de plenitude e de certeza, que atravessa toda uma
corrente da espiritualidade bizantina), e, sobretudo, pode ser, lugar do coração e da
experiência luminosa. O pseudo-Macário omite comparações para ilustrar a realidade
do coração: o coração é um mundo, seguindo um tema eloqüentemente desenvolvido
por Orígenes em suas Homilias sobre Lucas, XXI (Cf. Fr. Bertrand, Mystique de Jesus
chez Origène, Paris, 1951, pp. 103-104); um circo, uma parelha, uma paisagem
enevoada onde se enxerga a dois passos, uma choupana enfumaçada, etc. Esta
preocupação anuncia claramente a noção transfisiológica que a prece cristã do
coração compartilha com métodos da mesma inspiração.
Finalmente, o ciclo copta (Amélineau, Annales du Musée Guimet, XXV, 1894) vem
exaltar a prece de Jesus ligada à respiração, em termos surpreendentes. A coletânea
das Virtudes de São Macário é nitidamente uma composição. Partilha certos
elementos com as Homílias. Qual é a cronologia dos outros? Isto é bem inquietante
responder. De qualquer maneira, o testemunho tem seu valor. Seguimos
rigorosamente a tradução de Amélineau, sem dúvida literal mas com seguramente
decepcionante.
DIÁDOCO DE FÓTICO
Bispo de Fótico, em Epiro ( meados do século V mais ou menos ). Autor, entre outras
obras, dos Cem Capítulos sobre a perfeição espiritual, que tiveram o crédito de toda
a tradição bizantina. Como o pseudo-Macário, ele concede um lugar privilegiado à
simbolização do coração e trata as fases da vida mística sob o aspecto de
experiências imediatas, cada vez mais ricas. Volta continuamente ao "sentido do
coração", ao "sentido da alma", à sua experiência de "plenitude" ( plerophoria ) e
prolonga a doutrina dos sentidos espirituais, propagada por Orígenes ( ver J.
Daniélou, Platonisme et théologie mystique, Paris, 1944, pp. 235s. ). A esse respeito
ele enriquece a herança evagriana com uma nota "sentimental" mais entusiasta.
A oração (euche) recorda ao coração o que ele jamais deveria ter esquecido: a
lembrança constante de Deus (mneme Theou), que ela traduz e mantém ao mesmo
tempo, através da invocação perpétua de Jesus (Kyrie Eleison).