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CAPÍTULO 63 – O MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO.

1. A Belle Époque
A Segunda Revolução Industrial trouxe para muitos a sensação de que a
capacidade inventiva do ser humano não tinha limites e alimentou a certeza de
que muitos homens e mulheres estavam construindo um mundo melhor.
A todo o momento, uma nova descoberta cientifica ou tecnológica era
anunciada. Na área de transportes, por exemplo, em poucas décadas foram
inventados a bicicleta (1861), o metrô (1863), o bonde elétrico (1874), a
locomotiva elétrica (1879) e o automóvel (1886). Foram ainda construídas
grandes ferrovias, como a Transcontinental (1869), que cortou os Estados
Unidos de leste a oeste, e Transiberiana (1903), ligando Moscou a Vladivostok.
Na virada do século, os experimentos dos irmãos norte-americanos Orville e
Wilbur Wright, nos Estados Unidos, e do brasileiro Alberto Santos Dumont, em
Paris, culminaram na invenção do avião.
Já na área de comunicação foram criados o telefone (1876) e o telégrafo sem
fios (1895). Também nessa época foi inventado o fonógrafo (1877) pelo norte-
americano Thomas Edison, e o cinema (1895) pelos irmãos franceses Auguste
e Louis.
Descobertas importantes também ocorreram na área da medicina. Os
bacteriólogos Robert Koch e Louis Pasteur descobriram que as doenças eram
causadas por agentes infecciosos, como as bactérias.
Até 1890, cientistas já haviam identificado os agentes da tuberculose, cólera,
febre tifóide, tétano, pneumonia, entre outras moléstias e vinham
desenvolvendo vacinas contra elas. A constatação de que o uso de anti-
sépticos nas cirurgias era essencial para impedir infecções pós-operatórias
reduziu sensivelmente a taxa de mortalidade nas operações cirúrgicas. Já a
descoberta dos anestésicos possibilitou aos médicos não só aliviar a dor de
seus pacientes mas também realizar cirurgias mais demoradas, algo
impraticável até então.

A arte moderna
No campo das artes plásticas, foi realizada em Paris, em 1874, a primeira
exposição de pintura impressionista, um dos marcos inicial da arte moderna.
Os pintores impressionistas – como os franceses Claude Monete, e Auguste
Renoir – procuravam registrar em suas telas as constantes alterações que a luz
solar provocava na cor dos objetos. No inicio do século XX o movimento
cubista rompeu com a perspectiva tradicional e com a harmonia clássica das
figuras. Seu ponto de partida era a obra de Cézanne, pintor mais interessado
em realçar as estruturas da natureza do que em pesquisar as impressões
fugazes da luz sobre os objetos. Para Cézanne, todas as coisas da natureza
podiam ser reduzidas a sólidos geométricos, como o cone, o cubo, e o cilindro.
Os cubistas representavam as figuras vistas ao mesmo tempo de vários
ângulos e com estruturas predominantemente geométricas. Um de seus
principais representantes foi o pintor espanhol Pablo Picasso. Já o russo
Wassily Kandinsky deu início à pintura abstrata, na qual a representação
tradicional das figuras (figurativismo) é destruída para dar lugar a manchas de
cores.
2. A democratização da Europa
Em meio a tantas novidades, ampliou-se entre os países europeus o
movimento de luta pela democracia.
Uma das conquistas mais significativas do período foi a expansão do corpo de
eleitores e a extensão do direito de ser votado a pessoas das classes de baixa
renda.
Diversas leis reformando o sistema eleitoral foram aprovadas na Inglaterra, na
Bélgica, na Noruega, na Suécia e em outros países. Elas possibilitaram a
formação dos primeiros partidos políticos modernos, partidos de massa e não
mais de elites, que se transformaram em centros de reflexão, responsáveis por
formular doutrinas e ideologias.
As mulheres intensificaram suas antigas reivindicações pelo direito de votar e
de concorrer às eleições. No decorrer dessa luta, elas fundaram ligas e
participaram de protestos em várias partes do mundo.
Como decorrência dessas e de outras mobilizações, o sufrágio universal
começou a ser adotado em várias partes do mundo. O primeiro país no qual as
mulheres puderam votar livremente foi a Nova Zelândia, em 1893.
Na Europa, em 1906 a Finlândia foi a pioneira na aprovação do voto feminino.
Em muitas nações essa conquista só foi obtida depois da Primeira Guerra
Mundial, como ocorreu na Inglaterra (1918), nos Estados Unidos (1920) e no
Brasil (1932).

A nova burguesia européia


Essas mudanças provocaram novas acomodações e rearranjos entre as
classes sociais na Europa e em outras regiões do mundo. A aristocracia
tradicional, dona de grandes extensões de terra, embora reduzida, continuava
a ter uma força simbólica importante e a ocupar posições destacadas na
sociedade. A burguesia, enriquecida desde as duas revoluções industriais,
procurava ligar-se a ela por meio de casamentos ou do convívio social. Na
Inglaterra, por força da tradição monárquica, sua influência política era notória,
sobretudo porque ela detinha o controle de uma das instituições do
Parlamento: a Câmera dos Lordes.
Mesmo na França, apesar da tradição revolucionária iniciada em 1789, o modo
de vida da nobreza foi por muito tempo imitado pela alta burguesia. Apesar
disso, tanto na França, quanto em outros países, o espaço político da nobreza
passou a ser ocupado cada vez mais pela burguesia, cuja ascensão ao poder
teve inicio em fins do século XVIII. Esse processo levou mais de um século
para de complementar e teve avanços e recuos. Mesmo no começo do século
XX, A burguesia, formada por empresários industriais, banqueiros, grandes
comerciantes, etc., detinha boa parte do poder econômico e financeiro e
avançava mais ou menos rapidamente sobre o poder político.
Outro setor que conquistava um espaço político importante, embora não
diretamente no poder, eram as classes medias. Faziam parte delas pequenos
comerciantes, profissionais liberais, artesões, lojistas, professores, funcionários
públicos, etc. Eram pessoas com padrão de vida variado, pois entre elas havia
assalariados não proletários e pequenos empresários, pessoas que
trabalhavam por conta própria, etc. Seu peso político se devia ao fato de terem
participação eleitoral decisiva e de constituírem a parte majoritária da opinião
pública.
A classe operária
Surgida com a Revolução Industrial da segunda metade do século XVIII, o
proletariado, ou classe operária, era formado por mineradores, ferroviários,
portuários, trabalhadores industriais, etc. Era a classe mais numerosa da
Europa e a que mais sofria com as desigualdades sociais decorrentes da
Revolução Industrial, No inicio os operários, eram, em sua maioria, antigos
camponeses que haviam abandonado a zona rural e se mudado para as
cidades em busca de melhores condições de vida. Uma vez nas cidades,
porém, tiveram de se submeter ao estafante trabalho das fábricas e às
péssimas condições sanitárias das moradias operárias.
Diante disso, os trabalhadores passaram a se organizar em associações de
classe e a lutar por melhores condições de vida e de trabalho. Na França, essa
luta levou a uma intensa participação política da classe trabalhadora, seja no,
âmbito eleitoral, por meio da votação em grupos socialistas, seja em tentativas
insurrecionais, como correu em junho de 1848 e na formação da Comuna de
Paris, em 1871. No âmbito europeu, a mobilização do proletariado culminou na
criação da Associação Internacional de Trabalhadores, que reunia
representantes da classe operária de diversos países do mundo, Como
resultado, em 1864 o governo francês reconheceu o direito de greve. Três anos
depois, permitiu que os trabalhadores formassem cooperativas de trabalho, Na
Inglaterra, em 1875 o governo reconheceu o direto de organização sindical. Já
na Alemanha. A partir de 1880 foram aprovadas leis que garantiam a proteção
social dos trabalhadores, como os seguros contra acidentes e doenças
profissionais, aposentadoria, etc.

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