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Rumo ao 52º Congresso da UNE

Manifesto do Contraponto - Coletivo Nacional de Movimento Estudantil


A juventude sonha. Deseja. Anseia por o direito de estudar, mas também não projeto democrático e popular de
melhores condições de vida. E não faz em quaisquer condições: em Brasil, por uma educação crítica,
isso de qualquer maneira, mas sim universidades públicas sucateadas, em popular e transformadora, e por uma
dentro de uma realidade dura pra quem que a pressão pela privatização é nova cultura política no movimento
sonha, deseja e batalha por uma vida constante; universidades privadas estudantil!
melhor. precárias, em que a lógica do lucro Este 52º. Congresso da UNE é
Essa realidade dura, é aquela que impede a educação de qualidade, a convocado num momento em que a
impede uns de estudar e, outros de participação estudantil, e a democracia. entidade precisa se posicionar sobre
estudar com qualidade. Que faz com dois grandes temas da conjuntura: a
E, frente a todas estas contradições, não
que o Brasil seja a sétima maior disputa do Plano Nacional de Educação
nos contentamos em contemplar ou (PNE) da próxima década, em que os
economia do mundo, e o terceiro nos adaptar às durezas da vida: educadores e o povo devem pressionar
colocado em desigualdade social. De queremos transformá-la. duramente pelos seus direitos, e lutar
um país que gasta mais de 45% do seu Acreditamos que, lutando, podemos contra o corte de 50 bilhões no
orçamento nacional com juros de uma mudá-la. No passado e no presente, orçamento público federal,
dívida pública ilegal e ilegítima. Do grandes lutas por direitos e por particularmente contra os 3 bilhões do
paraíso do imperialismo, do latifúndio, mudanças profundas na sociedade MEC, que comprometem
do agronegócio. Da depredação do foram protagonizadas pela juventude e completamente o financiamento da
meio ambiente em nome do lucro. Da pelo povo. É hora de fazer da educação brasileira.
concentração do poder político, meios u n i ve rs i d a d e e d o m ov i m e nto Lutamos por uma UNE atenta a essas
de comunicação e produção cultural. É estudantil um espaço de crítica e questões, com independência e
a realidade do machismo, do racismo, radicalidade, ao contrário do que se
mobilização que torne possíveis essas
da homofobia, do preconceito contra tem visto. A direção majoritária da
lutas e conquistas. É possível e entidade a coloca numa situação
indígenas, nortistas e nordestinos, e da necessário fazê-las no Brasil, em busca subordinada em relação à agenda
intolerância às religiões de matriz de uma sociedade cada vez mais justa, governamental, e isso precisa mudar.
africana. livre e democrática. Por uma UNE que esteja à altura dos
Nós estudantes universitários somos, Por isso, nesse primeiro semestre de sonhos, desejos e anseios por
em geral, uma parcela dessa juventude 2011, faremos o CONTRAPONTO. condições melhores de vida dos
que sonha. A nós, está sendo garantido Disputando corações e mentes para um estudantes e do povo brasileiro!

Éramos menos infelizes e não sabíamos...?


Entramos em 2011 com surpresas nada agradáveis sob a protagonista de mudanças profundas na vida do povo
ótica de quem quer e luta por um país livre, justo e soberano. brasileiro, como dá indícios de que pode vir a ser um agente
O atual consórcio PT/PMDB no poder, se no último governo do atraso político, econômico e cultural, ou seja, um
já não cumpria o papel de ser um agente transformador verdadeiro desastre para a esquerda e os movimentos
profundo da sociedade brasileira parece agora a cada dia sociais.
mais se posicionar no sentido de cumprir um papel mais à - O movimento estudantil e a UNE devem combater essas
direita. medidas de ataques a à educação e aos direitos da juventude,
O governo Dilma iniciou com corte bilionário no orçamento como esses cortes em investimento, e mobilizar para
público federal, atacando diretamente as áreas sociais. Tem
pressionar por mudanças profundas, como as reformas
recuos claros na política internacional, no Ministério da
Cultura, e na nomeação das velhas raposas de sempre em agrária e, urbana, a auditoria da dívida pública, entre outros.
pastas estratégicas do governo. Nesse seu “novo estilo” de 88 bilhões é o que é gasto com educação, saúde e
governar, a presidenta pouco dialoga com as centrais saneamento, somados (6,84% do orçamento)
sindicais e os movimentos sociais, ao mesmo tempo em que 635 bilhões com juros da dívida pública (44,93% do
abre as portas do Planalto para empresários, políticos orçamento)
fisiológicos e atores do imperialismo. 50 bilhões é corte anunciado pelo governo Dilma do
Fica claro para nós que o governo não só não será orçamento de 2011!
Rumo ao 52º Congresso da UNE

Revoltas Árabes varrem ditadores e mesmice da política internacional


Todos assistimos bastante entusiasmados à luta do ver a reação do imperialismo na ocasião, que
povo de alguns países do norte da África e do Oriente aproveitou uma brecha na Líbia para intervir
Médio pela derrubada dos regimes autoritários, que militarmente.
ali estavam há décadas. Ainda é cedo para - Os estudantes devem estar atentos ao fenômeno,
compreender integralmente o ocorrido em cada um promovendo ações que estudem e entendam melhor
deles, a inspiração democrática, o protagonismo as potencialidades e limites de cada revolta árabe,
popular e a mobilização massiva nos dá a certeza que a promovendo debates, intercâmbios e solidariedade
região passa por mudanças históricas, e sendo assim com os estudantes destes países. A UNE deve apoiar
estão abertas as oportunidades não só de instaurar a as entidades estudantis que participaram dos levantes
democracia, mas de conquistar justiça social, populares, e defender que o Brasil se posicione de
econômica e cultural para o povo árabe. Além disso, maneira a saudar e reconhecer os novos regimes
mostrou que mudanças geopolíticas internacionais democráticos surgidos nessa luta, e não reforçar os
pela esquerda estão mais vivas do que nunca! Basta ataques imperialistas que a região vem sofrendo.

CONTRA A INTERVENÇÃO IMPERIALISTA NA LÍBIA


Repudiamos a intervenção da OTAN na Líbia. É uma verdadeira subserviência do Brasil aceitar isso na ONU e ter a guerra
declarada em pleno território nacional. Nosso país, com o peso político que tem, deveria ter se oposto frontalmente na
ONU à proposta de intervenção internacional, que servirá como uma prolongada intervenção do imperialismo
estadunidense e europeu na região, e se colocado ao lado da declaração da Venezuela e demais países da ALBA, pela
missão humanitária e eleições livres na Líbia.

Plano Nacional de Educação


A principal tarefa do movimento estudantil nacionalmente O projeto de lei ainda apresenta vários recuos em relação à
em 2011 é fazer a luta por um Plano Nacional de Educação conferência, e medidas que não interessam a quem parte de
(PNE) 2011-2020 democrático e popular. Constituir a uma perspectiva da educação pública como elemento
educação como objeto de projeto de Estado no Brasil, para estratégico para um país justo, livre e soberano.
além de governos, e como um bem público, e como não A principal emenda é com certeza o percentual de 10% do
mercadoria. Porém, para isso, os estudantes precisam PIB para a educação. Além disso, esse projeto, previsto para
protagonizar a força que pressione o congresso para tramitar até o final do ano, será extremamente emendado
garantir o financiamento público do setor, e outras pelos parlamentares, e inclusive por entidades como a UNE e
emendas democráticas na lei. a Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Inúmeras
Depois de dez anos de aprovado o último, o projeto de lei campanhas, que encontram o eixo comum dos 10%, serão
8035/10 entra no Congresso Nacional, e começa a feitas e devem ser fortalecidas no debate com a sociedade.
tramitar, apresentando a meta de 7% do PIB para a É possível ainda que sejam aprovadas outras emendas, como
educação até 2020. Este valor é muito abaixo do que a retirada das metas do REUNI no projeto, o fortalecimento
inclusive foi debatido na Conferência Nacional de do ensino presencial, relação ensino privado X público no
Educação (CONAE), que aprovou 10% para o setor. O MEC ensino superior, democracia na escola, etc.
arbitrariamente não utilizou este percentual, e propôs o
mesmo aprovado pelo Congresso Nacional no último Com 10% do PIB para educação, poderemos:
plano, de dez anos atrás, vetado por FHC. Esse valor já era Aumentar o número de um milhão para seis milhões de
insuficiente para 2010, que dirá para 2020! matrículas, alcançando a meta prevista na CONAE de 60%
Logo o Governo Lula, que tinha como programa derrubar de vagas públicas, enquanto hoje são apenas 20% e 80%
os vetos de FHC nos 100 primeiro dias, manteve o ajuste privadas
fiscal, e nem um terço das metas foram implementadas. Erracadicar o analfabetismo
Justo este que dizia ter educação como prioridade! Ensino técnico publico ampliado, que hoje é maioria, e
isso pode ser mudado. Não ao PRONATEC.
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Rumo ao 52º Congresso da UNE

Oposição na UNE!
O Congresso da UNE é oportunidade de organizar,
formular e propor ao conjunto d@s estudantes
Nova Cultura Política
universitários de todo o Brasil um projeto político, de A mudança da UNE deve vir da base, alterando essas
testá-lo. Nós do CONTRAPONTO faremos a partir da crítica práticas políticas no chão de cada faculdade e
às atuais decisões da direção majoritária da UNE a universidade. Devemos combater a despolitização da
proposta do caminho que achamos que a maior entidade direção majoritária com ousadia e protagonismo
do movimento estudantil brasileiro deve seguir para estudantil, nos aprofundando na leitura da realidade,
mobilizar sua base e conquistar vitórias profundas. organizando um projeto político com base nas
condições concretas do ensino superior brasileiro.
Hoje, infelizmente, a UNE, sem vez de lutar com
radicalidade por um projeto popular de educação e de É tempo portanto de uma postura politizadora,
Brasil, reproduz o senso comum. Não discute a crise em dialógica, ousada e inovadora perante esse quadro.
que os movimentos sociais e o estudantil se encontram, Uma forma de fazer política que estimule o
não discutem o modelo econômico e as opções do protagonismo estudantil, a democracia de base, a
governo que retiram recursos da educação para garantir o radicalidade da leitura e das ações. Para utilizar uma
superávit primário e o pagamento da dívida pública. expressão de Gramsci, é preciso fazer do movimento
Muitas vezes os seus fóruns são despolitizados e crivados estudantil nacional um agente contra- hegemônico na
por irregularidades. Não se democratiza, sendo seus política nacional, no seu conteúdo e em suas práticas!
encontros e congressos pouco permeáveis para o
“estudante comum”, não organizado em nenhuma força
ou coletivo político. Uma entidade, enfim, distante dos
estudantes.
Por acreditar que uma UNE democrática, ousada,
autônoma, radical e combativa é possível, fazemos
OPOSIÇÃO à direção majoritária. Afirmando que a UNE é
sim de todos os estudantes, lutamos para aproximar a
entidade da sua base, e com isso reconstruir o movimento
estudantil nacional.

Opressões:
Por uma UNE intolerante com a intolerância!
Um movimento estudantil que se contraponha ao cobrando a destituição dos cargos públicos destas pessoas.
atual estado de coisas também deve se debruçar E, principalmente, não conviver com manifestações
sobre as práticas intolerantes contra as minorias e opressoras dentro do próprio movimento, já que este não
maiorias oprimidas e combatê-las! está isento de reproduzi-las!
Educar, corrigir e reprimir todas as manifestações
homofóbicas, machistas, racistas, etnocêntricas
contra indígenas, e discriminação do eixo rico do
Brasil Sul-Sudeste à população do Norte, Nordeste e
Centro-Oeste. Evidenciar a invisibilização da
opressão, afirmando que a democracia racial
brasileira é uma farsa, que o machismo persiste hoje
negando sua própria existência, e valorizar o papel de
todos os trabalhadores de todas as regiões do país,
migrantes ou não, na construção das riquezas
nacionais, as quais pudéramos próprios muitas vezes
não podem usufruir. Posicionar-se contra
manifestações de pessoas públicas, como no caso
recente do deputado-fascista Bolsonaro (PP/RJ),

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Como participar das eleições da UNE
Procure o DCE da sua instituição, ou monte uma comissão de 10 estudantes. Veja no site
www.une.org.br as datas das eleições em cada universidade.

O passo a passo de como participar também poderá ser encontrado em nosso site:
www.contraponto.org.br.
Fale conosco!
contraponto.52conune@gmail.com
www.contraponto.org.br
@contraponto_br
RS (51) 82435155 RJ (21) 94756416 MT (65) 92024541 PB (83) 87209931
SC (48) 99511921 ES (27) 99442599 BA (71) 86054645 PA (91) 82056792
SP (11) 78830229 DF (61) 82243498 MA (98) 88339888 AP (96) 81190676
Caso seja de algum outro Estado, mande um e-mail pra contraponto52conune@gmail.com
ou contate os nossos diretores da UNE: Vítor / Roberta

Por um Movimento Estudantil Democrático, Autônomo e de Luta!

52º
CONUNE
13 a 17 de julho de 2011
Goiânia/GO

Por uma Une


democrática,
popular
e de luta!

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