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I- INTRODUÇÃO
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II- DISTINÇÃO: PÓS-MODERNIDADE/PÓS-MODERNISMO
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Notícias Magazine, suplemento do Diário de Notícias de 9 de Setembro de 2001
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Gilles Lipovetsky caracterizou; com bastante detalhe e pragmatismo; a sociedade pós-moderna na sua
obra A era do vazio, (cit. p. 9-11)
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Definida então a Pós-Modernidade, mesmo sendo de forma muito resumida,
torna-se necessário agora caracterizar o Pós-Modernismo.
Pós-Modernismo é claro um termo mais restrito, eventualmente apenas num
sentido temporal como se verá mais adiante. David Harvey situa o
aparecimento do pós-modernismo entre 1968 e 1972, como o próprio refere: “a
partir da crisálida do movimento anti-moderno dos anos 60”3
Ao que parece, resumindo o que foi referido anteriormente, a pós-modernidade
é um período de grandes alterações no mundo e antagónica à modernidade; já
o pós-modernismo é um modo de pensar do homem, é a maneira como hoje
em dia o ser humano olha para a vida. Aqui reside, em suma, a diferença entre
os dois termos em causa.
Mas isto é pouco. É ainda preciso levar mais a cabo a definição de pós-
modernismo para exaltar essa diferença.
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David Harvey em Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural
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Jean-François Lyotard (1924-1998) foi um filósofo francês que conta com cerca de 30 livros publicados.
Entre estes encontram-se obras sobre o pós-modernismo como A CondiçãoPós-Moderna e O Pós-
modernismo Explicado às Crianças
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A comunicação é um dado comum a todas os países, sociedades, culturas ou
civilizações. Não existe no ser humano a total ausência de comunicação, logo
esta é universal. Então daqui conclui-se que sendo a sociedade pós moderna a
da comunicação então também é inerente a esta a sua universalidade, até
porque a facilidade de hoje em comunicar torna o mundo muito mais unido e
próximo, portanto universal.
Ora a Arte não é comunicação (e logo universal)? Mais à frente será analisado
este aspecto.
Além disto este filósofo afirma que o modernismo e o pós-modernismo podem
relacionar-se, podem coabitar.5
Tudo isto refere esta nova maneira de pensar do homem, que evidentemente
teve influência na arte mais recente (a partir dos anos 70) e nos conceitos e
referências estéticas.
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Jean-François Lyotard; citações e referências deste autor retiradas das obras teóricas: A Condição Pós-
Moderna e Note on the Meaning of 'Post-Modernism
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Referência: A arte fala12ºano de Maria Calado
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III- O PÓS-MODERNISMO NA PINTURA:
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Referência: A arte fala12ºano de Maria Calado
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Afirmação com base em Rocha, Carlos Sousa; Teoria do Design 11º ano
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A PopArt terá sido eventualmente a última corrente artística antes do pós-
modernismo, ou mesmo o último verdadeiro movimento, isto ao nível da
criação de uma nova técnica de pintura.
E porquê isto? A resposta é simples: o movimento pós-modernista, que
apareceu logo após a PopArt, na pintura recorreu a toda a evolução anterior,
ou seja, utilizou técnicas já utilizadas anteriormente (recorre mesmo à estética
do classicismo do Renascimento) mas mistura-as, criando assim uma nova
estética.
Mas este facto tirará a especificidade própria do pós-modernismo enquanto
movimento artístico? Poderá ser colocado como uma corrente tão válida com
foi o cubismo ou o surrealismo, já que se serve do passado, ou de algo que já
existia?
Há quem considere que a arte da pintura hoje em dia, e logo pós-moderna,
repensa o seu rumo ou que a arte busca uma nova originalidade9, chega-se
mesmo a pensar que a arte hoje é um constante “neo” do que se fez no
passado e é incapaz de criar algo novo. Eu não sou tão drástico assim…
Na minha opinião a qualidade de uma obra de arte está associada em grande
parte à originalidade (para além da técnica, etc.) e essa mesma originalidade
pode ser feita de diversas formas, uma delas é a mistura de estéticas de
movimentos que já existiram criando assim um sem fim de hipóteses de
representações artísticas na pintura.
Além disto o uso de cada vez mais variados (e novíssimos) materiais na pintura
reforça esta última ideia. Mas não é só isto.
Esta mistura permite exortar certos valores de forma nunca feita anteriormente,
como sendo a ironia, o lúdico ou mesmo o humor.
Repare-se na forma como Mark Tansey pintou a sua obra “Picasso and
Braque” recorrendo à mistura de estéticas diferentes (a realista e a cubista)
conseguindo um efeito irónico e até humorístico. (figura 3)
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Referência: A arte fala12ºano de Maria Calado
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Por tudo isto considero então o movimento pós-moderno tão válido e específico
como foi, a título exemplificativo, o futurismo.
Anteriormente referi que os movimentos foram sendo cada vez mais rápidos na
sua durabilidade, fruto também da constante mutação da sociedade e da
constante procura do homem de algo puramente novo. Não é que não o tenha
conseguido, por exemplo no construtivismo, mas na sociedade pós-moderna o
ser humano nada dá como sendo uma referência universal e inabalável...
Se formos a ver o pós-modernismo já dura há mais de trinta anos, imenso
comparando com as correntes anteriores ou tendo em conta a sociedade em
mudança contínua. Parece que temos aqui uma incoerência…
Considero que não. Senão vejamos: o factor que fez com que terminassem
certos movimentos de arte foi o esgotamento, ou seja, a incapacidade de
dentro de uma estética que caracteriza, por exemplo o expressionismo, de
inovar caindo-se então no repetitivo que o homem pós-moderno tanto
despreza…
A verdade é que isto não aconteceu (ainda) na pintura pós-moderna devido a
essa tal imensidão de hipóteses estéticas que dá a mistura de estilos.
Além disto o que acontece é que os pintores dentro do pós-modernismo vão
esgotando cada forma de misturar estéticas passando para a seguinte e assim
sucessivamente.
Por exemplo um artista pinta utilizando uma representação tipicamente
barroca, personagens fazendo actividades actuais (como sendo andar de
patins em linha ou dançar numa discoteca), mais tarde esse pintor esgota-a e
passa a misturar a abstracção com a maneira barroca e posteriormente muda
para outra e assim sucessivamente.
Veja-se o exemplo de Mark Tensey, comparando as suas obras da figura 1 e
figura 3.
Portanto não existe então um esgotar estético (para já), tal como aconteceu
com todos os movimentos de curta duração anteriores (levando ao seu fim), já
que a pintura pós-moderna abrange um muito maior conjunto de soluções que
asseguram a sua durabilidade.
Terminado o assunto da pintura pós-moderna passemos à arquitectura.
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IV- PÓS MODERNISMO NA ARQUITECTURA:
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Conclusão pessoal sem recorrer a outro autor. Referência cronológica dos movimentos artísticos na
Enciclopédia Larrouse L`Art et le Homme e em Calado, Maria na sua obra A A rte Fala 12º
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Referência cronológica em Cadernos de História de Arte 6,7,8,9 e 10
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Com base em Rocha, Carlos Sousa; Teoria do Design 11º ano e A arte fala 12ºano de Maria Calado
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Daqui pôde-se então tirar a primeira conclusão acerca do lugar do pós-
modernismo quanto ao seu lugar na história e sua relação com o passado.
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Afirmações de Hundertwasser em Manifesto do Bolor Contra o Racionalismo em Arquitectura, de 1958
e retirado do livro Teoria do Design 11º ano de Rocha, Carlos Sousa
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Dados com base em Jencks, Charles no seu livro What is post-modernism
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Informações retirada de Jencks, Charles em What is post-modernism
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fig.4- Bernard Tschumi, Parc de la Villette
Até mesmo em Portugal com o exemplo dos edifícios dos Amoreiras de Tomás
Taveira em que surgem-nos frontões clássicos e colunas como referências do
passado.(figura 5)
Mas não existe uma simples cópia, o que acontecesse é uma reinterpretação
desse passado, formalmente reflectida na estilização desses elementos.
O que acontece é uma “pós-modernização” desses elementos, agora mais
comunicativos e formalmente adequados com o nosso tempo.
Mas esta não é a única forma de o pós-modernismo na arquitectura se associar
ao passado, os arquitectos recorrem também ao uso de materiais tradicionais,
como cerâmica ou tijolo a cobrir fachadas.
Mas isto não fará com que se perca a originalidade, já que não cria algo de
totalmente novo baseando-se no passado? O uso de materiais tradicionais não
será incoerente com o seu tempo? Não são materiais caracterizadores do
nosso tempo e além disto existem materiais melhores actualmente.
Tudo isto também parece já ter acontecido no passado, embora de forma um
pouco diferente. Refiro-me à arquitectura revivalista/eclética do século XIX.
Esta arte não esteve em sintonia com o seu tempo, a arquitectura ansiava uma
revolução e voltou para trás…para a Idade Média.
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Além disso era uma arquitectura de fachada e usava uma estética antiga
usando novos materiais (ferro, vidro ou aço) e métodos de produção
industriais16. A meu ver era uma arquitectura em que não existia coerência
entre tecnologia e estética.
Então e posto isto o pós-modernismo arquitectónico não estará a seguir o
mesmo caminho? Como se sabe o ecletismo foi uma fase de transição para o
modernismo, um período praticamente nulo em inovação estética, pelo menos;
esse facto tornará o movimento em questão com esse mesmo carácter de
quase nulo?
Penso que não, o pós-modernismo não faz uma cópia simplista e revivalista do
passado, como fez a arquitectura do século XIX, e é inovador no facto de ter
sido, a meu ver, o único movimento a conciliar passado, presente e futuro.
Se no passado se fez arte com qualidade, porque é que não haveremos de
seguir essas referências, já que, como referi, são muito positivas e contribuem
para o presente?
Mais até, Hundertwasser condena o pós-modernismo mas a verdade é que o
pós-modernismo não vive sem o modernismo.
Portanto, tal como o gótico na Idade Média baseou-se no seu antecessor
Românico, o pós-modernismo tem as suas bases no modernismo, completando
este último, acrescentando-lhe novos valores.
O ser humano é um ser em constante evolução, incapaz de estagnar e é de
uma ambição intrínseca; irá sempre buscar coisas novas, inovar e a estética
não é excepção. O pós-modernismo arquitectónico é o resultado de um não
contentamento com o que o modernismo lhe oferecia, mas não total. O homem
não despreza este último, quis foi mais além deste último e assim nasceu o
pós-modernismo.
Tem lógica que assim aconteça.
Importante de se referir é a sua universalidade
V- CONCLUSÃO
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Informação importada de Calado, Maria em A A rte Fala 12º
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Posto tudo isto respondo à questão: “pós-modernismo: transição ou
originalidade?”
Sem dúvida alguma…originalidade!
É um movimento coerente, com fundamentos teóricos e em sintonia com a
sociedade actual: a sociedade da comunicação e da universalidade e
aproximação entre culturas (o modernismo não o foi e a estética pós-moderna
é a primeira a um nível verdadeiramente mundial).
É inovador, prova disso é o facto de nunca se ter feito algo igual e com estas
características na História e, porque não (?), a alguma polémica que causa em
torno de mentes mais “antiquadas”.
Em minha opinião o nome não é o mais adequado (tendo em conta toda a sua
especificidade muito própria e originalidade), “pós-modernismo” torna-o
demasiado ligado com o movimento anterior, e fica a sensação de ser um
período final do anterior.
Arte “moderníssima”? Arte “comunicativista”? Não me cabe a mim determinar
um nome para o pós-modernismo e provavelmente nunca irá mudar. Que fique
“pós-moderna”, o que interessa é que continue uma arte com todas estas
características e que o seu constante desenvolvimento seja frutífero no
preparar da próxima geração, ou movimento, artístico; que certamente
acontecerá!...
VI- BIBLIOGRAFIA:
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-Notícias Magazine, suplemento do Diário de Notícias de 9 de Setembro
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