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NOÇÕES PRELIMINARES DE CONTABILIDADE

SUMÁRIO
01 – DEFINIÇÕES E CONCEITOS 01
02 - FINALIDADES E OBJETIVOS 02
03 – USUÁRIOS 03
04 - ÁREAS E CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE 03
05 - PATRIMÔNIO: BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES 05
06 - RESULTADO: RECEITAS, DESPESAS, CUSTOS, LUCRO E PREJUÍZO 09
07 – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE 11

DEFINIÇÕES E CONCEITOS
O estudo organizado de qualquer assunto deve começar por sua definição. Desse
modo, toma-se inevitável perguntar: O que é Contabilidade?
A palavra contabilidade deriva do latim computare (contar, computar, calcular –
contabilidade: palavra vinculada ao fato de se usar contas nos registros contábeis, e não de se
fazer cálculos). Apesar disso, não se deve confundir contabilidade com matemática. O
contabilista não precisa conhecer matemática com profundidade. Na maioria das vezes,
bastam-lhe os conhecimentos matemáticos básicos necessários a qualquer profissional.
Portanto, quem não gosta de matemática não precisa necessariamente detestar contabilidade.
A definição adequada da Contabilidade exige a sua divisão em duas áreas:
Contabilidade Teórica e Contabilidade Prática.
Contabilidade Teórica - Quando abordamos a Contabilidade como teoria, procuramos
definir aquilo de que ela trata, estudamos seus princípios e suas possíveis aplicações. Ou seja,
a Contabilidade como teoria estabelece princípios e regras de conduta a serem seguidas pelos
profissionais da área contábil, com o objetivo de aprimorar e uniformizar os procedimentos por
eles adotados.
Em sua abordagem teórica, dizemos que a Contabilidade é uma ciência, ou seja, um
conjunto organizado e aprofundado de conhecimentos sobre determinado assunto. Diferente da
Matemática, a Contabilidade não é uma ciência exata. Logo, para que as técnicas contábeis
sejam aplicadas de maneira uniforme, faz-se necessário fixar princípios e regras a serem
observados por todos os profissionais da área contábil.
Abordada pela perspectiva teórica, a Contabilidade pode ser definida assim: “Ciência
que estuda o patrimônio do ponto de vista econômico e financeiro, bem como os princípios e as
técnicas necessárias ao controle, à exposição e à análise dos elementos patrimoniais e de
suas modificações”.
O primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade, 1924, definiu a contabilidade como:
“A ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro dos atos e
fatos de uma administração econômica”.
Contabilidade Prática - Envolve o uso de técnicas ou procedimentos por meio dos
quais a Contabilidade Teórica e seus princípios são postos em prática. A Contabilidade como
prática compreende o registro das operações de uma entidade em livros mantidos com essa
finalidade. Sua função é controlar o patrimônio de uma determinada pessoa ou organização,
com o objetivo de fornecer informações sobre ele ao público interessado.

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O Contabilista pode ser a pessoa que se dedica ao estudo da ciência contábil
(Contabilidade Teórica) ou o profissional que atua na prestação de serviços contábeis
(Contabilidade Prática), denominado contador, no caso de ser bacharel em ciências contábeis,
ou técnico em contabilidade, se a sua formação é de nível médio.
FINALIDADES E OBJETIVOS: Objeto da Contabilidade
O objeto é o assunto do qual a ciência cuida. Qual é o objeto da Contabilidade? O
objeto ou assunto do qual trata a Contabilidade é o patrimônio.
Por intermédio da Contabilidade, o administrador de uma empresa, ou até mesmo de
uma residência, pode, por exemplo, gerenciar melhor os recursos disponíveis, obter
informações úteis ao planejamento de suas atividades, saber o custo do que é produzido ou
consumido, apurar o lucro ou prejuízo, controlar e reduzir despesas, aumentar receitas e
prevenir e identificar erros e fraudes.
Em resumo, por meio da Contabilidade, podemos ter o controle e o conhecimento
detalhado do estado em que se encontra um patrimônio e acompanhar sua evolução, seja na
exploração de um determinado negócio, seja em nossa própria residência.
Finalidade e Objetivos
A contabilidade é mantida com a finalidade de fornecer às pessoas interessadas
(usuários) informações sobre um determinado patrimônio. Pode ser considerada como o
sistema de informação destinado a prover seus usuários de dados para ajudá-los a tomar
decisão.
Funções
Entre as funções da Contabilidade, temos:
01 - função administrativa - controlar o patrimônio;
02 - função econômica - nas empresas, consiste em apurar o lucro ou prejuízo,
ou seja, calcular o resultado econômico.
USUÁRIOS
As pessoas têm interesse na divulgação das informações contábeis e podem ser
divididas em dois grupos:
01 – Público Interno: os administradores e os acionistas ou sócios controladores;
Os Administradores necessitam de informações contábeis para melhor desempenhar
as funções de gestão do patrimônio. Para eles, essas informações podem ser úteis ao
planejamento, ao controle, à tomada de decisões. A contabilidade pode informar ao
administrador qual é o produto mais rentável, quanto custa produzir um bem ou serviço, qual
será o resultado provável num determinado nível de produção e venda etc.
Uma das principais preocupações da legislação que rege as sociedades anônimas é a
proteção aos acionistas não controladores. Os controladores têm o poder de nomear os
administradores, que irão agir de acordo com os interesses daqueles. Ocorre que muitas vezes
os interesses dos controladores são conflitantes com os dos não controladores. Para estes as
informações contábeis são um instrumento importante na fiscalização da atuação dos

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controladores. Com base nesta ótica, a Lei das Sociedades por Ações (Lei n° 6.404/76) exige
das sociedades anônimas a elaboração e publicação de certas demonstrações contábeis.
02 – Público Externo: os acionistas ou sócios não controladores, bancos, fornecedores,
governo, entre outros.
Em relação ao público externo, os bancos, fornecedores e financiadores em geral
querem saber se a empresa apresenta situação econômico-financeira que lhe permita assumir
e saldar dívidas; os clientes precisam verificar se ela tem condições de realizar adequadamente
o fornecimento de bens ou serviços; e o governo deve fiscalizar se o pagamento dos tributos
está sendo feito da maneira correta.

ÁREAS E CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE


Para efeitos didáticos, a Contabilidade normalmente é dividida em áreas ou ramos, o
que tem por objetivos o aprimoramento das técnicas aplicadas a determinadas atividades ou
pessoas e o estudo de aspectos específicos dessa ciência.
As áreas da Contabilidade podem ser estudadas de forma autônoma. No entanto, não
são matérias independentes, pois têm o mesmo objeto que a Contabilidade, ou seja, tratam do
mesmo assunto: o patrimônio. Assim, a Contabilidade pode ser dividida em Contabilidade
Geral, Contabilidade de Custos, Contabilidade Bancária, Contabilidade Pública, Contabilidade
de Seguros, Análise das Demonstrações, Auditoria etc.
O principal campo de aplicação da Contabilidade são as aziendas.
Azienda é o patrimônio considerado juntamente com a pessoa que tem sobre ele
poderes de administração e disponibilidade. Seu conceito reúne o patrimônio e a pessoa que o
administra.
Azienda = Patrimônio + Gestão
Gestão é o ato de administrar, de gerir os bens, direitos e obrigações, além dos
recursos humanos.
Considerado o patrimônio de uma determinada empresa, a partir do momento em que
passe a ser administrado, com o objetivo de lucro, ele irá sofrer modificações significativas.
Surge, então, a Contabilidade como instrumento necessário ao controle e à informação dos
efeitos provocados pelos fatos decorrentes da gestão patrimonial.
O patrimônio pode ser administrado com finalidade econômica ou social. Na
administração com fins econômicos, o objetivo é o lucro. As pessoas jurídicas com finalidade
econômica são denominadas "sociedades", "sociedades empresárias" ou "empresas". Já as
pessoas jurídicas com finalidades sociais (filantrópicas, científicas, religiosas) são designadas
"associações".
"Empresa" e "azienda" têm significados diferentes: a primeira é uma espécie da
segunda. Empresa é uma azienda com finalidade lucrativa.
A Contabilidade também é aplicada às entidades sem finalidade lucrativa, como é o
caso da União, dos estados, dos municípios, das autarquias. Trata-se de pessoas jurídicas de
direito público, às quais se aplica a Contabilidade Pública.

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Para entender a diferença entre azienda e patrimônio, imagine um patrimônio que não
estivesse sendo administrado. Por ele não estar sofrendo alterações significativas, de pouca
importância seria o trabalho do contabilista. Entretanto, quando esse patrimônio começa a ser
gerido com uma finalidade qualquer, temos a azienda. Em razão das diversas modificações a
que o patrimônio fica sujeito, o trabalho do contabilista ganha destaque, pois é por intermédio
dele que as alterações patrimoniais serão controladas e informadas.
Apesar de o patrimônio poder ter como titular pessoa física ou jurídica, trataremos
quase que exclusivamente das jurídicas, especialmente das que tem finalidade lucrativa: as
sociedades empresariais.
Tipos de Titulares do patrimônio
- Pessoa Física: A pessoa natural ou física é o ser humano, sem distinção de sexo, idade ou
raça.
- Pessoa Jurídica: Além de reconhecer a personalidade da pessoa natural, a lei também
atribui personalidade à pessoa jurídica (ente moral).

PATRIMONIO: BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES


É o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa, física ou jurídica, que
possam ser avaliados em dinheiro.
Do ponto de vista contábil, não são considerados os bens, direitos e obrigações sem
valor econômico, quer dizer, não mensuráveis em moeda.
O contabilista pode controlar o dinheiro, os imóveis, as mercadorias, as contas a
receber, as dívidas e demais bens, direitos e obrigações avaliáveis economicamente. Todavia,
ele não se ocupará das relações familiares ou de amizade, do caráter, da dignidade e de outros
valores que não se traduzam em dinheiro.
O patrimônio é composto por elementos positivos e negativos. Os bens e direitos
representam o aspecto positivo patrimonial. As obrigações, o aspecto negativo. Ainda que as
dívidas superem os bens e direitos, o patrimônio existe.
Os bens e direitos formam o ativo. As obrigações, o passivo exigível (ou simplesmente
passivo).
Ativo = Bens + Direitos Passivo Exigível = Dívidas (Obrigações)
O patrimônio pode ser considerado do ponto de vista estático ou dinâmico. Sob a ótica
daquele, a Contabilidade estuda, controla, expõe e analisa os elementos patrimoniais.
Do ponto de vista dinâmico, ela estuda, controla, expõe e analisa as modificações
ocorridas patrimônio, principalmente em razão das atividades desempenhadas na sua gestão.

Bens

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Contabilmente, só nos interessam os bens de natureza patrimonial (avaliáveis em
moeda). Bens são todos os elementos materiais e imateriais que integram o patrimônio.
Segundo a Economia, bens são coisas que servem para satisfazer uma necessidade humana.
Por definição jurídica, bem é tudo aquilo que pode ser objeto de direito e está sujeito a
utilização e apropriação. Quando dizemos que algo é um bem patrimonial, isso significa que ele
pode ser avaliado em dinheiro e que integra o patrimônio de alguém, vale dizer, que é de
propriedade de uma pessoa.
Bens Corpóreos (tangíveis) - São bens materiais, quer dizer, têm existência física. Podem ser
tocados e vistos. São exemplos de bens corpóreos, também denominados bens materiais ou
tangíveis:
- Dinheiro
- Edificações
- Terrenos
- Veículos
- Móveis e utensílios de escritório
- Equipamentos de informática
- Máquinas e equipamentos industriais
- Instalações elétricas e hidráulicas
- Ferramentas
- Estoques de:
> Material de escritório
> Mercadorias
> Matérias-prima
> Produtos em fabricação
> Produtos acabados

Bens Incorpóreos (intangíveis) - Não existem fisicamente. Embora não sejam visíveis ou
palpáveis, também podem ser traduzidos em moeda. No caso de um programa de computador,
por exemplo, o relevante não é o CD ou meio que o contém, e sim a produção intelectual de
quem o elaborou.
Ao se depararem com produtos idênticos, é de acordo com a marca que alguns
consumidores decidem qual deles irão comprar. Nesse caso, o que importa é o nome do tênis
ou a etiqueta da calça, mesmo que custem mais caro.
Ainda que os produtos sejam iguais em termos de qualidade, a marca pode transmitir
ao consumidor a sensação de mais status ou de confiança naquilo que adquire. Portanto, em
relação à marca, o que está em evidência não são as características materiais ou físicas de um
produto, mas certos aspectos psicológicos.
Conhecedoras disso, as empresas investem na criação ou aquisição de marcas que
possam ajudá-las a conquistar o consumidor e a aumentar os lucros.
São exemplos de bens incorpóreos, também denominados bens imateriais ou
intangíveis:
- Programas de computador
- Marcas e signos de propaganda
- Patentes de fabricação
- Propriedade literária
- Propriedade científica
- Ponto comercial
- Concessões obtidas para a exploração de serviços públicos

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- Linhas telefônicas

Direitos
Em sentido contábil, direitos representam créditos. São valores a receber ou a
recuperar nas transações com terceiros. Em regra, os direitos são representados por títulos e
documentos.
Por que são emitidos títulos e documentos? Se uma empresa efetuar a venda à vista
de mercadorias, será necessário emitir apenas a nota fiscal para a entrega dos bens. O
dinheiro será recebido no ato da transação, sem necessidade de um documento para posterior
cobrança.
Nota Fiscal - A exigência de emissão de nota fiscal decorre da legislação tributária. Mesmo
quando não há incidência de tributos, os contribuintes são obrigados a emitir nota fiscal para as
operações que realizam, sob pena de apreensão das mercadorias e multa.
Fatura - Se a venda for a prazo, haverá necessidade de um documento que sirva como prova
da existência do valor a receber para posterior cobrança. A nota fiscal não cumpre essa função,
uma vez que o seu objetivo é permitir ao Fisco a verificação do correto recolhimento dos
tributos incidentes nas operações com as mercadorias. Dessa maneira, na venda a prazo, além
da nota fiscal, o comerciante precisa emitir um documento que sirva especificamente para a
cobrança de seu crédito: a fatura.
Duplicata - Além da fatura, que é de emissão obrigatória nas vendas a prazo, o comerciante
pode emitir duplicata. Apesar de não ser exigida por lei, sua emissão é comum nas vendas a
prazo.
Ordem de Emissão dos Documentos - Quando da venda a prazo, o vendedor emite a nota
fiscal, a fatura e a duplicata, nessa ordem.
Nota Fiscal  Fatura  Duplicata
Aceite - A duplicata é remetida ao comprador para que a aceite. O aceite é o reconhecimento
da dívida representada pelo título de crédito, mediante a assinatura do devedor. As duplicatas
de nossa emissão são contas a receber. As duplicatas de nosso aceite, contas a pagar.
Nota Fiscal-Fatura e Fatura-Duplicata - Um mesmo documento pode reunir os elementos
necessários à emissão da nota fiscal e da fatura. Trata-se da nota fiscal-fatura. Também é
admissível a emissão de fatura-duplicata.
Nota Promissória - Apesar de não poderem emitir duplicata, as sociedades imobiliárias, os
bancos e as demais pessoas que não operam com mercadorias podem emitir outros títulos de
crédito, igualmente sujeitos a endosso e com força executiva. É o caso da nota promissória.
Cheque - Apesar de legalmente ser uma ordem de pagamento à vista, que deve ser paga pelo
banco no momento da sua apresentação pelo beneficiário, na prática o cheque é largamente
utilizado como se fosse uma promessa de pagamento, de forma idêntica à nota promissória.

Obrigações

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As obrigações patrimoniais são representadas por contas a pagar ou a compensar nas
transações com terceiros. Entre as dívidas mais comuns de uma empresa, temos as
decorrentes de:
- compra a prazo de mercadorias e bens para uso;
- empréstimos e financiamentos bancários ainda não pagos;
- salários a pagar aos empregados;
- impostos e demais tributos devidos e não pagos;
- adiantamentos recebidos de clientes por conta de bens e serviços ainda não entregues
ou prestados; e,
- etc.
Quando compramos um bem a prazo, ele se integra ao nosso patrimônio a partir do
momento em que nos é entregue pelo fornecedor. Temos uma obrigação com o vendedor,
representada por uma conta a pagar equivalente ao preço do bem. A compra a prazo de
mercadorias (bens móveis destinados à revenda) aumenta, simultaneamente, o ativo e o
passivo exigível. O bem recebido na compra aumenta o ativo, enquanto a dívida contraída
aumenta o passivo exigível.
Quando do pagamento da dívida da compra a prazo, ocorrerá a redução simultânea do
passivo exigível e do ativo. A dívida será quitada, mas também haverá a diminuição dos bens
numerários da empresa.
Exemplo: Determinada pessoa física resolveu fazer um levantamento de seu
patrimônio e constatou que tinha:
- um veículo;
- uma casa;
- móveis e utensílios domésticos;
- dinheiro em espécie;
- saldo em conta corrente bancária;
- contas a receber da sogra e do cunhado;
- saldo em caderneta de poupança;
- prestações a pagar do financiamento obtido para a compra da casa;
- prestações a pagar do financiamento obtido para a compra do veículo.

O patrimônio dessa pessoa pode ser dividido da seguinte forma:


Bens:
- veículo;
- casa;
- móveis e utensílios domésticos;
- dinheiro em espécie.
Direitos:
- saldo em conta corrente bancária;
- contas a receber da sogra e do cunhado;
- saldo em caderneta de poupança.
Obrigações:
- prestações a pagar do financiamento obtido para a compra da casa;
- prestações a pagar do financiamento obtido para a compra do veículo.

RESULTADO: RECEITAS, DESPESAS, CUSTOS, LUCRO E PREJUÍZO


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Receitas
Receita pode ser explicada como um fluxo de elementos para o Ativo, sem
correspondente aumento de passivo, na forma de dinheiro, títulos a receber ou outros tipos de
bens e dinheiros provenientes de terceiros, estando sempre relacionada com a venda de
mercadorias ou produtos, ou à prestação de serviços.
Uma receita também pode provir de investimentos: a empresa pode, por exemplo,
receber juros relativos a depósitos bancários ou a títulos emitidos por terceiros e de sua
propriedade (ver o Novo Código Civil, Lei n. 10.406/2002, art. 1.267).
As receitas representam os valores, provenientes das operações de uma empresa, que ela
recebe ou tem previsão de receber. Por exemplo:
• receita de serviços;
• receita de aluguel;
• receita de vendas;

• receita financeiras etc.


Uma receita sempre resulta no aumento do Patrimônio Líquido.
Os seguintes termos podem ser empregados como sinônimos de receita, de acordo
com suas particularidades:
- Receita operacional: corresponde ao evento econômico relacionado com as principais
atividades da empresa, independentemente de sua freqüência.
- Receita não operacional: corresponde aos eventos econômicos aditivos ao Patrimônio
Líquido, não associados à atividade ou às atividades principais da empresa,
independentemente de sua freqüência.
- Ganho: corresponde ao evento econômico aditivo ao Patrimônio Líquido, não associado com
atividades operacionais.
- Receita (ou lucro) extraordinária: é o evento econômico aditivo ao Patrimônio Líquido que
não resulta das operações típicas da empresa, sendo, conseqüentemente, de natureza
eventual.
Despesas
Despesa é o gasto decorrente do uso de bens ou serviços realizados com o objetivo de
obter uma receita. Um administrador faz propaganda esperando atrair clientes, contrata
empregados a fim de ser servido por eles, aluga locais onde possa estabelecer seus negócios
— em todas essas atividades, ele utiliza bens ou serviços com o objetivo de gerar receita,
incorrendo, portanto, em uma despesa.
As despesas representam os gastos desembolsados ou previstos pela empresa com o
fim de gerar receitas: salários de empregados, impostos e taxas, juros, comissões etc.
Embora as despesas diminuam o Patrimônio Líquido, elas são levadas a efeito na
expectativa de que as receitas a que darão origem produzam aumentos do Patrimônio Líquido
maiores do que as diminuições produzidas pelas despesas.
Genericamente, despesas correspondem a decréscimos nos ativos ou acréscimos nos
passivos, reconhecidos e medidos em conformidade com os Princípios Fundamentais de

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Contabilidade, resultantes dos diversos tipos de atividades, e que possam alterar o Patrimônio
Líquido.
Os seguintes termos poderão ser empregados indiscriminadamente como sinônimos de
despesa:
- Custo: é o preço pelo qual se obtém um bem, direito ou serviço. Por extensão, é também o
montante do preço da matéria-prima, da mão de obra e de outros encargos incorridos para a
produção de bens ou serviços. É, pois, tanto o preço pelo qual um bem ou serviço é adquirido,
como o preço incorrido no processo interno da empresa para a prestação de serviços ou a
obtenção de bens, para venda ou uso interno. O custo, num primeiro momento, não acarreta
alteração do Patrimônio Líquido, uma vez que tais gastos farão parte de um ativo (produto
acabado, imóveis em construção etc.). Ele só altera o Patrimônio Líquido quando o bem ao
qual foi agregado é vendido. Nesse momento teremos o custo dos produtos vendidos, que, no
caso, altera o Patrimônio Líquido.
- Despesa operacional: é o encargo necessário para comercializar os bens ou serviços objeto
da atividade, bem como para realizar a manutenção da estrutura empresarial,
independentemente de sua freqüência. A despesa, embora direta ou indiretamente necessária
para a geração da receita, não está associada à prestação do serviço ou à produção do bem,
não sendo agregada ao custo.
- Despesa não operacional: corresponde ao evento econômico diminutivo do Patrimônio
Líquido, não associado com a atividade principal da empresa, independentemente de sua
freqüência.
- Prejuízo ou perda: corresponde ao evento econômico diminutivo do Patrimônio Líquido, não
associado a atividades operacionais, incluindo as baixas de bens ou direitos que perderam a
utilidade para a empresa.
- Prejuízo (ou perda) extraordinário: é o evento econômico diminutivo do Patrimônio Líquido
que não resulta das operações típicas da empresa no período contábil, sendo,
conseqüentemente, de natureza inusitada e apresentando alto grau de anormalidade.
- Lucro ou prejuízo bruto: é conceituado, geralmente, como a diferença entre o montante da
receita bruta deduzida dos custos das vendas ou serviços diretamente imputáveis a essa
receita.

Resultado

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O resultado é a diferença entre as despesas e as receitas de determinado período,
podendo representar:

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE


Resolução CFC n.º 750/93: Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de
Contabilidade (PFC)
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam o núcleo central da própria
Contabilidade, na sua condição de ciência social, sendo a ela inerentes. Os princípios
constituem sempre as vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de
universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância. No caso da
Contabilidade, presente seu objeto, seus Princípios Fundamentais de Contabilidade valem para
todos os patrimônios, independentemente das Entidades a que pertencem, as finalidades para
as quais são usados, a forma jurídica da qual estão revestidos, sua localização, expressividade
e quaisquer outros qualificativos, desde que gozem da condição de autonomia em relação aos
demais patrimônios existentes.
“Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE
CONTABILIDADE (PFC) os enunciados por esta Resolução.
§ 1º A observância dos Princípios Fundamentais de
Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui
condição de legitimidade das Normas Brasileiras de
Contabilidade (NBC).
§ 2º Na aplicação dos Princípios Fundamentais de
Contabilidade há situações concretas e a essência das
transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.”
Nos princípios científicos jamais pode haver hierarquização formal, dado que eles são
os elementos predominantes na constituição de um corpo orgânico, proposições que se
colocam no início de uma dedução, e são deduzidos de outras dentro do sistema. Nas ciências
sociais, os princípios se colocam como axiomas, premissas universais e verdadeiras, assim
admitidas sem necessidade de demonstração, ultrapassando, pois, a condição de simples
conceitos.
O atributo da universalidade permite concluir que os princípios não exigiriam
adjetivação, pois sempre, por definição, se referem à Ciência da Contabilidade no seu todo.
Dessa forma, o qualificativo “fundamental” visa, tão-somente, a enfatizar sua magna condição.
Esta igualmente elimina a possibilidade de existência de princípios identificados, nos seus

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enunciados, com técnicas ou procedimentos específicos, com o resultado obtido na aplicação
dos princípios propriamente ditos a um patrimônio particularizado. Assim, não podem existir
princípios relativos aos registros, às demonstrações ou à terminologia contábeis, mas somente
ao objeto desta, o Patrimônio. Os princípios, na condição de verdades primeiras de uma
ciência, jamais serão diretivas de natureza operacional, característica essencial das normas –
expressões de direito positivo, que a partir dos princípios, estabelecem ordenamentos sobre o
“como fazer”, isto é, técnicas, procedimentos, métodos, critérios, etc., tanto nos aspectos
substantivos, quanto nos formais. Dessa maneira, alcança-se um todo organicamente
integrado, em que, com base nas verdades gerais, se chega ao detalhe aplicado, mantidas a
harmonia e coerência do conjunto.
Os princípios simplesmente são e, portanto, preexistem às normas, fundamentando e
justificando a ação, enquanto aquelas a dirigem na prática. No caso brasileiro, os princípios
estão obrigatoriamente presentes na formulação das Normas Brasileiras de Contabilidade,
verdadeiros pilares do sistema de normas, que estabelecerá regras sobre a apreensão, o
registro, relato, demonstração e análise das variações sofridas pelo patrimônio, buscando
descobrir suas causas, de forma a possibilitar a feitura de prospecções sobre a Entidade e não
podem sofrer qualquer restrição na sua observância.
Os princípios refletem o estágio em que se encontra a Ciência da Contabilidade, isto é,
a essência dos conhecimentos, doutrinas e teorias que contam com o respaldo da maioria dos
estudiosos da Contabilidade. É evidente que, em muitos aspectos, não há como se falar em
unanimidade de entendimento, mas até em desacordo sobre muitos temas teórico-doutrinários.
Temos uma única ciência, mas diversas doutrinas. Entretanto, cumpre ressaltar que tal
situação também ocorre nas demais ciências sociais e, muitas vezes, até mesmo nas ciências
ditas exatas.
Em termos de conteúdo, os princípios dizem respeito à caracterização da Entidade e
do patrimônio, à avaliação dos componentes deste e ao reconhecimento das mutações e dos
seus efeitos diante do Patrimônio Líquido. Como os princípios alcançam o patrimônio na sua
globalidade, sua observância nos procedimentos aplicados resultará automaticamente em
informações de utilidade para decisões sobre situações concretas. Esta é a razão pela qual os
objetivos pragmáticos da Contabilidade são caracterizados pela palavra “informação”.
Portanto, face ao exposto, o CFC conceitua os princípios fundamentais de
contabilidade da seguinte forma:
“Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade
representam a essência das doutrinas e teorias relativas à
Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento
predominante nos universos científico e profissional de nosso
País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais
amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das
entidades.”

Subdividindo-os em 07 tipos distintos. Os quais, indicamos abaixo:

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“Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilidade:

I) o da ENTIDADE;
II) o da CONTINUIDADE;
III) o da OPORTUNIDADE;
IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;
VI) o da COMPETÊNCIA; e
VII) o da PRUDÊNCIA.”

O PRINCÍPIO DA ENTIDADE - Art. 4º: O cerne do Princípio da ENTIDADE está na autonomia


do patrimônio a ela pertencente. O Princípio em exame afirma que o patrimônio deve revestir-
se do atributo de autonomia em relação a todos os outros Patrimônios existentes, pertencendo
a uma Entidade, no sentido de sujeito suscetível à aquisição de direitos e obrigações. A
autonomia tem por corolário o fato de que o patrimônio de uma Entidade jamais pode
confundir-se com aqueles dos seus sócios ou proprietários. Por conseqüência, a Entidade
poderá ser desde uma pessoa física, ou qualquer tipo de sociedade, instituição ou mesmo
conjuntos de pessoas, tais como:
- famílias;
- empresas;
- governos, nas diferentes esferas do poder;
- sociedades beneficentes, religiosa, culturais, esportivas, de lazer, técnicas;
- sociedades cooperativas;

O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE - Art. 5º: A denominação “Princípio da Continuidade”,


como também a de “entidade em marcha”, ou “going concern”, é encontrada em muitos
sistemas de normas no exterior e também na literatura contábil estrangeira, embora o Princípio
da Continuidade também parta do pressuposto de que a Entidade deva concretizar seus
objetivos continuamente – o que nem sempre significa a geração de riqueza no sentido material
–, não se fundamenta na idéia de Entidade em movimento.
O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE - Art. 6º: O Princípio da OPORTUNIDADE exige a
apreensão, o registro e o relato de todas as variações sofridas pelo patrimônio de uma
Entidade, no momento em que elas ocorrerem. Ou seja, o Princípio da Oportunidade é a base
indispensável à fidedignidade das informações sobre o patrimônio da Entidade, relativas a um
determinado período e com o emprego de quaisquer procedimentos técnicos. É o fundamento
daquilo que muitos sistemas de normas denominam de “representação fiel” pela informação ou
seja, que esta espelhe com precisão e objetividade as transações e eventos a que concerne.
O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL - Art. 7º: Os componentes do
patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior,
expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações
patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no
interior da ENTIDADE.

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O PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA - Art. 8º: Os efeitos da alteração do poder
aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do
ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.
O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA - Art. 9º: As receitas e as despesas devem ser incluídas na
apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se
correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.
O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA - Art. 10: O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do
menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se
apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais
que alterem o patrimônio líquido.

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