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Índice:
Introdução pág. 3
Bibliografia pág. 14
Introdução:
Durante os anos 60, para produzir um betão com uma resistência à compressão de 30
MPa era necessário um teor de cimento de 400 a 500 kg/m3.
Durante o crescimento da actividade da construção nas décadas seguintes, as grandes estruturas de betão
armado eram produzidas com um betão cuja resistência à compressão variava de entre 30 a 40 MPa. Neste
período, foram introduzidos novos aditivos orgânicos e minerais, aparecendo betões novos e mais
eficientes. Ao mesmo tempo assistia-se à optimização da composição do betão e à produção de agregados.
Daí que tenha sido possível verificar os requisitos de resistência à compressão com um teor de cimento
cada vez menor.
Com o aumento da produção de betão, aumentou o volume de trabalho de execução em obra, surgindo o
descuido. Como consequência, a capacidade do betão de proteger as armaduras da corrosão diminuiu.
Com o tempo, a ciência do fabrico de betão foi aprofundada. A melhoria de determinados aspectos como a
composição do betão, as propriedades dos ligantes, o aperfeiçoamento dos métodos de cálculo de
estruturas, entre outros, resultou num aumento da resistência à compressão do betão, e uma diminuição
das secções das peças de betão armado.
O facto das estruturas construídas antes de 1970 possuírem um melhor desempenho que algumas
estruturas construídas posteriormente, pode ser atribuído ao excesso de confiança nas tecnologias
desenvolvidas, associado ao descuido na execução. Nem sempre a execução em obra acompanhou a
evolução das tecnologias. Para facilitar a passagem e acomodação do betão fresco nas secções cada vez
mais estreitas e com mais armadura, recorre-se à utilização de sobre dosagens de água e de elementos
finos resultando num betão com pior acabamento e de qualidade inferior.
Até aos finais da década de 80, o único requisito de qualidade do betão para as estruturas de betão
corrente, era a resistência à compressão. Como tal, assistiu-se a uma degradação mais acelerada das
estruturas de betão armado.
Para obter um betão de boa qualidade é necessário definir dois aspectos importantes: o desempenho do
betão e a sua durabilidade.
O desempenho é a capacidade do betão satisfazer os requisitos para que foi projectada, sob o ponto de
vista de segurança, funcionalidade e estética. Devido aos efeitos complexos do meio ambiente sobre as
estruturas de betão e às reacções destas a esses efeitos, o desempenho de estruturas de betão ao longo
do tempo não pode ser melhorado apenas pelo aumento de qualidade dos materiais utilizados.
Para se conseguir um melhor desempenho do betão, terá que se actuar em duas fases:
• ao nível do projecto de estrutura e arquitectura;
Contudo, o betão “envelhece”. Para além dos cuidados a ter na sua composição, execução e cura, é
também necessário ter em conta o seu envelhecimento. Para tal, será necessário, realizar uma série de
acções e de decisões, que respeitem os critérios de conformidade do betão (dependendo estas, da
características do próprio betão).
• Fábricas de pré-fabricação ou
estaleiros DONO DA OBRA
Plano de Amostragem e Critério de Conformidade a adoptar na obra no caso de se usar betão fabricado no
local:
Critério 1: Para cada lote, nº de amostras n ≥ 6, colhidas separadamente.
Critério 2: Se classe ≤ C20/25 e lotes <150 m3, podem-se tomar n=3 amostras.
Critério 2: n = 3 com valores x1,x2 e x3, …, xn. xi→ resistência de 1 provete ou média das resistências de 2 ou
+ provetes da mesma amostra.
Com base no decreto-lei nº 42/97/M, antes do início da operação de betonagem, devem ser efectuadas uma
série de inspecções, que devem passar, pelo menos, pelos seguintes aspectos:
Geometria da cofragem e posicionamento das armaduras;
Eliminação de poeiras, serradura, restos de arame de ligação das cofragens ou das camadas
anteriores de betão;
Tratamento das superfícies de betão endurecido nas juntas de betonagem;
Molhagem das cofragens ou das camadas anteriores de betão;
Estabilidade das cofragens;
Janelas de visita;
Estanquidade das cofragens para evitar a saída da pasta de cimento;
Preparação da superfície das cofragens;
Limpeza das armaduras de depósitos superficiais que prejudiquem a aderência (óleos, pinturas,
ferrugem solta);
Fixações (estabilidade, limpeza, localização)
Disponibilidade de meios eficazes de transporte, compactação e cura, apropriados à consistência
especificada para o betão;
Disponibilidade de pessoal competente.
A conformidade e as regras de boa execução, devem ser avaliadas através da consulta e comparação do
registo de produção e dos documentos de entrega, com os requisitos especificados.
Avaliação do equipamento:
Precisão
Posição na escala ou no indicador
digital
Na instalação Em operação
Uma amostra por 150 m3 de betão, mas não mais do que 6 amostras
≤ B20
por dia
Duas amostras
por semana
Uma amostra por 75 m3 de betão, mas não mais do que 15 amostras
> B20
por dia e, no mínimo, uma por dia de produção
A elaboração do plano de amostragem, dos critérios de conformidade, a inspecção antes, durante e depois
da betonagem, assim como a avaliação da conformidade e das regras de boa execução, acabarão por
constituir o plano de conformidade.
• Verificar os resultados dos ensaios; caso sejam inválidos, procede-se à eliminação dos erros;
• Caso haja inconformidade, deve-se, através da nova realização de ensaios, proceder a uma série
de medidas correctivas, que passam por uma revisão, pela direcção, dos respectivos procedimentos
de controlo de produção relevantes;
Se a adição de água ou adjuvantes, no local, tiver sido responsável pela inconformidade do betão, o
produtor deve apenas intervir, caso tenha autorizado essa adição.
Considerações finais:
O não controlo da conformidade da resistência à compressão dos betões, tem levado a um descuido da sua
qualidade. Assim, o não cumprimento da norma NP EN 206-1 e a consequente não qualidade e não
conformidade dos betões, levam a que surjam patologias quer ao nível da estrutura, quer
consequentemente ao nível dos revestimentos e alvenarias, chegando a uma degradação precoce das
construções em causa. Constatou-se que em relação à Norma NP EN 206-1, a anterior Norma NP ENV 206
(1993), esta tem um critério de verificação da resistência à compressão mais diminuto.
Não importa qual a forma da estrutura (pilares, vigas, lajes, pavimentos, plataformas elevadas, etc.), o
sistema fornece informação em obra e em tempo real, sobre a qualidade do betão, que é crítica para o
desenrolar da obra e para determinar a segurança e a oportunidade de poder avançar para as etapas
seguintes. Poder avaliar e documentar o desenvolvimento da resistência à compressão do betão em obra e
em tempo real, é um aspecto que faz toda a diferença.
Bibliografia:
Decreto-Lei Nº 42/97/M